Sunday 16 September 2012

Mukanda as “Nossas Familias” [Actualizado]





Confesso que, ocasionalmente, tenho que dar razao a quem se sinta “justificado” para questionar a “minha inteligencia”…
E’ que, por vezes, perante coisas que parecem tornar-se imediatamente obvias para ‘todo o mundo’, eu sou de compreensao muiiiiito lennnnnnta!...
E’ o caso das varias vertentes da tristemente celebre campanha mediatica de que tenho sido alvo ha’ ja’ varios anos e especialmente desde que criei este blog.
Sao, efectivamente, varias essas vertentes, indo da pura inveja e odio irracionais por parte de gente que nunca me conheceu pessoalmente, ou do despeito de pessoas que se julgam mais merecedoras das coisas por que lutei e conquistei ate’ agora na vida, ou pelos ressaibos de quem um dia fantasiou, ou continua a fantasiar, ter um lugar na minha vida que nunca pode ou podera’ ter, indo ate’ as tacticas mais baixas de um jogo politico-partidario do qual nunca fiz, nem nunca quis fazer parte – o meu jogo, caso ainda seja necessario repeti-lo, e’ tao simples quanto isto: Paz, Democracia, Cidadania e Direitos Humanos para TODOS E TODAS – um jogo, portanto, que nao tem necessariamente que passar pelo campo politico-partidario e, muito menos, pelos seus mais baixos e sujos golpes; um jogo, portanto, em que “nao vale tudo”: nele vale acima de tudo a JUSTICA!

Assim, equacionar racional e congruentemente todas essas vertentes para compreender essa campanha, nao e’ tarefa facil, especialmente quando tudo se passa como num baile de mascaras com personagens cegos, surdos e mudos, escondidos por detras de cortinas de fumo e/ou de ferro… Por isso, perdoem-me os “questionadores da minha inteligencia” pela minha “comprensao lenta” sobre tudo isso!

Vem isto a proposito de apenas nos ultimos tempos (… alias, tal como me levou tempo demasiado para fazer a (radio) (bio) logi(c)a de “uma outra kampanha”…) se ter vindo a clarificar na minha mente uma dessas vertentes, que para outros ha’ muito se tera’ revelado obvia: chamemos-lhe “a questao das familias”… E essa clarificacao, devo-a a nas ultimas semanas ter sido levada a revisitar algumas vezes esta alocucao, da qual consta o seguinte paragrafo:

(…) 
"Essa reelaboracao possibilitaria, no interior do pais, o exercicio de uma pratica politica quotidianamente democratica, que concederia aos cidadaos o controlo de todo o sistema de actividades que constituem a nossa base civilizacional e facilitaria o tao ansiado regresso a Patria de tantos de nos que pugnamos por uma organizacao social eficiente e por um relacionamento entre os individuos onde o comportamento social digno e honesto ou o respeito pela liberdade, individualidade e direito a diferenca do outro, sao valores a cumprir escrupulosamente, e temos dificuldade em adaptarmo-nos a uma ordem social onde, ao interesse do cidadao nacional se sobrepoe amiude o poder economico ou o prestigio social que, quantas vezes injustificada e injustamente, sao concedidos ao cidadao estrangeiro; onde aos direitos do individuo se sobrepoe o poder discricionario de um estado cujas instituicoes raramente funcionam sem que tambem funcionem os esquemas da corrupcao mais ou menos generalizada; onde ‘a dignidade dos grandes valores, se sobrepoe, voluntaria ou involuntariamente, a “nomenclatura” das “grandes familias”."

Esta ultima frase, percebo-o agora, ter-me-ha’ colocado “em maus lencois”, ou “em rota de colisao” com as “nossas grandes familias”… E porque me levou tanto tempo a percebe-lo? Porque eu nao mencionei nomes e precedi-a das palavras “voluntaria ou involuntariamente”… Ou, dito de outro modo – e usando as palavras de Eleanor Roosevelt: “Great minds discuss ideas, average minds discuss events, small minds discuss people” –, nao tendo pretendido “discutir pessoas” (isso fazem o/as kuribotas), nem eventos (isso e’ suposto ser feito pelos “jornalistas”), eu tentei apenas “discutir ideias”, nao por me auto-considerar uma "great mind", mas sobretudo pelo respeito que me mereciam as pessoas (e familias) a quem dirigi aquela alocucao.

Mas, perante observacoes como esta, terei eu incorrido em alguma inverdade?

Qualquer que seja a resposta, devo aqui reiterar que nao pretendi visar nenhuma familia em particular, mas apenas o sistema de “nomenclatura” a que todos os angolanos teem estado sujeitos (incluindo, portanto, membros das tais “grandes familias”) desde a independencia.

[Publicado inicialmente a 17/06/2012]


CONTINUACAO


Tinha prometido continuar esta ‘mukanda’, mas entretanto outras prioridades se me impuseram.
A continuacao foi escrita ao mesmo tempo que a primeira parte que postei ha’ ja’ alguns meses e consistia basicamente em algumas ‘up-close and personal’ mensagens mais ou menos codificadas a alguns membros das nossas ‘grandes familias’ que conheci de mais ou menos perto, em alturas da vida do nosso pais Angola em que a bajulacao ainda nao era a moeda corrente em que se tornou hoje e em que alguns dos membros de tais familias ainda nao se tinham deixado ‘enclausurar’, voluntaria ou involuntariamente, nas “redomas de vidro” em que parecem viver em tempos mais recentes.

Em varios momentos desde que a escrevi cheguei a decidir nao a publicar precisamente por isso: para que se a nao confundisse com a bajulacao (ou ‘name dropping’) que ja’ nos vai enjoando (quando nao enojando) um pouco a todos, especialmente nestes tempos de Facebook e de "vale-tudismos" e "lambe-botismos" na luta pela "ascensao social" a qualquer preco.

E nao mudei de ideias, nao a vou publicar na sua versao original. Limitar-me-ei a mencionar alguns nomes que saberao, sem que eu as tenha que explicitar, as razoes porque os menciono neste contexto.  Nao o contexto de crispacao, animosidade e ate’ confrontacao que tem marcado um pouco os varios discursos – incluindo o meu, especialmente em situacoes que marcaram de forma problematica o curso da minha vida –, sobre o ‘lugar social’ dessas familias, em particular na Angola do pos-independencia, mas um contexto de tentativa de ‘racionalizacao’ de alguns conflitos, mais ou menos pessoais, que, se existem, nao teem sempre forcosamente que ser generalizados, nem a todas as familias envolvidas, nem a todas as situacoes e circunstancias a que se referem. E menos ainda, como cada vez mais se tem vindo a verificar, que ser oportunistica e manipulativamente usados por terceiros para criar conflitos pessoais ou inter-familiares onde eles nao teem qualquer cabimento.

E faco-o hoje especialmente porque a minha recente referencia ao Joao Vandunem (aqui) e ao Nazareth Vandunem (aqui) e os extractos que ontem postei (aqui) do ultimo “Hor@ga” do Gustavo Costa me levaram de volta a essa ja' quase esquecida ‘mukanda’.

Assim, sem mais delongas, para alem dos ja’ citados Joao e Nazareth, aqui ficam alguns outros nomes por quem tenho razoes para ter algum, maior ou menor, apreco – eles (excepto os que ja’ nao se encontram entre nos, ou talvez mesmo estes, onde quer que estejam…) saberao porque:

Zeca Vandunem, Quelinha Vandunem, Alda Vandunem, Francisca Vandunem, alguns dos irmaos Espirito Santo, Rui e Andre’ Mingas, Vicente e Justino Pinto de Andrade (… apesar dos ultimos pesares…) e seu falecido tio Mario, seu sobrinho homonimo ainda vivo, sua sobrinha Emilinha, a quem nao posso deixar de associar a Velha Guinhas, que foi um pouco Mae de todos eles e que tratou o meu filho, ainda bebe’, de “bucho virado”… e desculpem-me se a minha memoria nao me ajuda de momento a mencionar alguns outros que talvez devesse aqui rememorar. E falo apenas por mim, porque sei que alguns membros das geracoes mais velhas da minha familia terao as suas proprias razoes, provavelmente mais ponderosas, para se referirem sem azedume a alguns, os mesmos ou outros, membros dessas familias.

E pronto, ja’ nao podem dizer que “nunca vos fiz Boa Muxima”…

Tenham todos um bom Domingo em Familia!


POST RELACIONADO:

Rousseau +300




Confesso que, ocasionalmente, tenho que dar razao a quem se sinta “justificado” para questionar a “minha inteligencia”…
E’ que, por vezes, perante coisas que parecem tornar-se imediatamente obvias para ‘todo o mundo’, eu sou de compreensao muiiiiito lennnnnnta!...
E’ o caso das varias vertentes da tristemente celebre campanha mediatica de que tenho sido alvo ha’ ja’ varios anos e especialmente desde que criei este blog.
Sao, efectivamente, varias essas vertentes, indo da pura inveja e odio irracionais por parte de gente que nunca me conheceu pessoalmente, ou do despeito de pessoas que se julgam mais merecedoras das coisas por que lutei e conquistei ate’ agora na vida, ou pelos ressaibos de quem um dia fantasiou, ou continua a fantasiar, ter um lugar na minha vida que nunca pode ou podera’ ter, indo ate’ as tacticas mais baixas de um jogo politico-partidario do qual nunca fiz, nem nunca quis fazer parte – o meu jogo, caso ainda seja necessario repeti-lo, e’ tao simples quanto isto: Paz, Democracia, Cidadania e Direitos Humanos para TODOS E TODAS – um jogo, portanto, que nao tem necessariamente que passar pelo campo politico-partidario e, muito menos, pelos seus mais baixos e sujos golpes; um jogo, portanto, em que “nao vale tudo”: nele vale acima de tudo a JUSTICA!

Assim, equacionar racional e congruentemente todas essas vertentes para compreender essa campanha, nao e’ tarefa facil, especialmente quando tudo se passa como num baile de mascaras com personagens cegos, surdos e mudos, escondidos por detras de cortinas de fumo e/ou de ferro… Por isso, perdoem-me os “questionadores da minha inteligencia” pela minha “comprensao lenta” sobre tudo isso!

Vem isto a proposito de apenas nos ultimos tempos (… alias, tal como me levou tempo demasiado para fazer a (radio) (bio) logi(c)a de “uma outra kampanha”…) se ter vindo a clarificar na minha mente uma dessas vertentes, que para outros ha’ muito se tera’ revelado obvia: chamemos-lhe “a questao das familias”… E essa clarificacao, devo-a a nas ultimas semanas ter sido levada a revisitar algumas vezes esta alocucao, da qual consta o seguinte paragrafo:

(…) 
"Essa reelaboracao possibilitaria, no interior do pais, o exercicio de uma pratica politica quotidianamente democratica, que concederia aos cidadaos o controlo de todo o sistema de actividades que constituem a nossa base civilizacional e facilitaria o tao ansiado regresso a Patria de tantos de nos que pugnamos por uma organizacao social eficiente e por um relacionamento entre os individuos onde o comportamento social digno e honesto ou o respeito pela liberdade, individualidade e direito a diferenca do outro, sao valores a cumprir escrupulosamente, e temos dificuldade em adaptarmo-nos a uma ordem social onde, ao interesse do cidadao nacional se sobrepoe amiude o poder economico ou o prestigio social que, quantas vezes injustificada e injustamente, sao concedidos ao cidadao estrangeiro; onde aos direitos do individuo se sobrepoe o poder discricionario de um estado cujas instituicoes raramente funcionam sem que tambem funcionem os esquemas da corrupcao mais ou menos generalizada; onde ‘a dignidade dos grandes valores, se sobrepoe, voluntaria ou involuntariamente, a “nomenclatura” das “grandes familias”."

Esta ultima frase, percebo-o agora, ter-me-ha’ colocado “em maus lencois”, ou “em rota de colisao” com as “nossas grandes familias”… E porque me levou tanto tempo a percebe-lo? Porque eu nao mencionei nomes e precedi-a das palavras “voluntaria ou involuntariamente”… Ou, dito de outro modo – e usando as palavras de Eleanor Roosevelt: “Great minds discuss ideas, average minds discuss events, small minds discuss people” –, nao tendo pretendido “discutir pessoas” (isso fazem o/as kuribotas), nem eventos (isso e’ suposto ser feito pelos “jornalistas”), eu tentei apenas “discutir ideias”, nao por me auto-considerar uma "great mind", mas sobretudo pelo respeito que me mereciam as pessoas (e familias) a quem dirigi aquela alocucao.

Mas, perante observacoes como esta, terei eu incorrido em alguma inverdade?

Qualquer que seja a resposta, devo aqui reiterar que nao pretendi visar nenhuma familia em particular, mas apenas o sistema de “nomenclatura” a que todos os angolanos teem estado sujeitos (incluindo, portanto, membros das tais “grandes familias”) desde a independencia.

[Publicado inicialmente a 17/06/2012]


CONTINUACAO


Tinha prometido continuar esta ‘mukanda’, mas entretanto outras prioridades se me impuseram.
A continuacao foi escrita ao mesmo tempo que a primeira parte que postei ha’ ja’ alguns meses e consistia basicamente em algumas ‘up-close and personal’ mensagens mais ou menos codificadas a alguns membros das nossas ‘grandes familias’ que conheci de mais ou menos perto, em alturas da vida do nosso pais Angola em que a bajulacao ainda nao era a moeda corrente em que se tornou hoje e em que alguns dos membros de tais familias ainda nao se tinham deixado ‘enclausurar’, voluntaria ou involuntariamente, nas “redomas de vidro” em que parecem viver em tempos mais recentes.

Em varios momentos desde que a escrevi cheguei a decidir nao a publicar precisamente por isso: para que se a nao confundisse com a bajulacao (ou ‘name dropping’) que ja’ nos vai enjoando (quando nao enojando) um pouco a todos, especialmente nestes tempos de Facebook e de "vale-tudismos" e "lambe-botismos" na luta pela "ascensao social" a qualquer preco.

E nao mudei de ideias, nao a vou publicar na sua versao original. Limitar-me-ei a mencionar alguns nomes que saberao, sem que eu as tenha que explicitar, as razoes porque os menciono neste contexto.  Nao o contexto de crispacao, animosidade e ate’ confrontacao que tem marcado um pouco os varios discursos – incluindo o meu, especialmente em situacoes que marcaram de forma problematica o curso da minha vida –, sobre o ‘lugar social’ dessas familias, em particular na Angola do pos-independencia, mas um contexto de tentativa de ‘racionalizacao’ de alguns conflitos, mais ou menos pessoais, que, se existem, nao teem sempre forcosamente que ser generalizados, nem a todas as familias envolvidas, nem a todas as situacoes e circunstancias a que se referem. E menos ainda, como cada vez mais se tem vindo a verificar, que ser oportunistica e manipulativamente usados por terceiros para criar conflitos pessoais ou inter-familiares onde eles nao teem qualquer cabimento.

E faco-o hoje especialmente porque a minha recente referencia ao Joao Vandunem (aqui) e ao Nazareth Vandunem (aqui) e os extractos que ontem postei (aqui) do ultimo “Hor@ga” do Gustavo Costa me levaram de volta a essa ja' quase esquecida ‘mukanda’.

Assim, sem mais delongas, para alem dos ja’ citados Joao e Nazareth, aqui ficam alguns outros nomes por quem tenho razoes para ter algum, maior ou menor, apreco – eles (excepto os que ja’ nao se encontram entre nos, ou talvez mesmo estes, onde quer que estejam…) saberao porque:

Zeca Vandunem, Quelinha Vandunem, Alda Vandunem, Francisca Vandunem, alguns dos irmaos Espirito Santo, Rui e Andre’ Mingas, Vicente e Justino Pinto de Andrade (… apesar dos ultimos pesares…) e seu falecido tio Mario, seu sobrinho homonimo ainda vivo, sua sobrinha Emilinha, a quem nao posso deixar de associar a Velha Guinhas, que foi um pouco Mae de todos eles e que tratou o meu filho, ainda bebe’, de “bucho virado”… e desculpem-me se a minha memoria nao me ajuda de momento a mencionar alguns outros que talvez devesse aqui rememorar. E falo apenas por mim, porque sei que alguns membros das geracoes mais velhas da minha familia terao as suas proprias razoes, provavelmente mais ponderosas, para se referirem sem azedume a alguns, os mesmos ou outros, membros dessas familias.

E pronto, ja’ nao podem dizer que “nunca vos fiz Boa Muxima”…

Tenham todos um bom Domingo em Familia!


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Rousseau +300

Saturday 15 September 2012

COM A "VERDADE" ME ENGANAS!...





OU

Slowly but surely, the truth comes afloat...


Mentiras! Só mentiras! Sempre mentiras! É disso, que andamos a viver ao longo de anos. Mentiras envenenadas. Aterradoras. Eternas mentiras! Mentiras que ao longo do tempo, envinagraram
a história. É assim. Sempre foi assim. No desporto. Mas também na cultura. E ainda na vida social. E, inevitavelmente também na política.
Ninguém por certo, com idade adulta, ter-se-á esquecido do poder corrosive
da máquina de propaganda do MPLA quando, em plenos anos da brasa de 74/75, anunciou ao mundo que a FNLA comia corações! A manipulação foi tão eficaz que até os próprios militantes deste movimento acreditaram! E, depois, antes ou depois pouco interessa agora, foi fabricada a história da bomba falsamente atribuída também à FNLA, que deflagraria então nas instalações de “A Província de Angola” cujo proprietário era Rui Correia de Freitas. Tudo mentira!
(...)
Vindos das matas, os chamados movimentos de libertação transportavam na lapela o emblema da liberdade e da democracia. Mentira! Os três juntos não passavam então de capelas da intolerância, da autocracia e da exclusão. O tempo, é claro, passou. No interior desses movimentos registaram-se muitas metamorfoses. Mas, as mentiras continuaram. Aqui e lá fora.
(…)
Aqui dentro não resistimos, ao longo da história, a arte de mentir. Como aconteceu na Jamba quando, em 1992, se proclamou: primeiro os angolanos! Segundo os angolanos! Terceiro os angolanos! Mentira! Empurraram-nos primeiro para a fogueira. Depois para uma nova e mais sangrenta guerra! Não foi, porém, a última mentira. Quem esteve naquele “santuário” da UNITA, de regresso garantiu à opinião pública, que, divertidos, com Tito Chingunji e Wilson dos Santos, gozavam de boa saúde. Mentira! Estavam, há muito, mortos…
(…)
Mas, de mentira em mentira não ficamos por aqui. Dizíamos ser intransigentes no combate ao racismo e ao tribalismo e ao que se designava por “liberalismo”. Mentira! Incorporamos, dentro de nós, o virus daquelas duas pragas e já não escondemos o tom ostensivo com que as exibimos para camuflar a nossa eloquente incompetência.
(…)
Fizemos gala da eficácia da lei da probidade como garante da transparência na gestão da coisa pública. Mentira! Gestores públicos ao mais alto nível e políticos com a mais alta responsabilidade foram os primeiros a violá-la!
(…)
Os partidos da oposição apresentaram-se como guardiões da pureza democrática. Mentira! Na generalidade dos casos permanecem avessos à liberdade e à cultura da crítica e não escondem as suas tentações totalitárias.
(…)
Asseguramos à opinião pública uma comunicação social plural e isenta. Mentira! Assistimos, de forma escandalosa, a uma grosseira manipulação da informação por parte dos órgãos de propaganda do Estado. E, lá volto eu, a Ian Leslie. Porquê? “Porque não conseguimos viver sem mentir”. É feio. Muito feio mesmo…

[Gustavo Costa - "Mentiras Natas", in NJ#242, 07/09/12]

Estamos a ser empurrados por nós próprios. Mas, entre nós, há quem se afirme como pertencendo a famílias mais representativas do que o resto da população. Mentira! Porque essas famílias, de “sangue azul”, padecem de amenésia, como se não soubéssemos a sua origem, esquecendo-se de que todos nós sabemos o que por lá perfila tudo: intelectuais honestos, exímios funcionários públicos, respeitosos chefes de família mas também antigos agentes da PIDE ou carrascos da DISA.
(…)
Metemos na cabeça que cultivamos um jornalismo de excelência. Mentira! Continuamos a não saber escrever e a não saber falar! Não estamos a ter capacidade para atrair novos leitores, ouvintes ou telespectadores. O jornalismo de investigação inexiste entre nós. Somos ainda muito medíocres!
Acreditamos que, como jornalistas, somos um modelo de integridade profissional. Outra mentira! Temos aversão ao contraditório. Caluniamos de forma gratuita os políticos e governantes. Invadimos a vida privada de figuras públicas. Algumas publicações, em condições normais, por essas e outras razões atentatórias às regras de um jornalismo responsável e eticamente irrepreensível, já teriam, há muito tempo, sido banidas da circulação.
Vergastamos a corrupção mas esquecemo-nos de que em muitos casos escrevemos por encomenda e não resistimos a tentação de sermos igualmente corrompidos. Fazemos grosseira chantagem para extorquir dinheiro aos empresários e, depois queremos dar lições de moral à sociedade.
Falamos da baixeza dos outros mas somos igualmente baixos!
Estamos longe, por isso, de ser, do ponto de vista moral, um exemplo de dignidade.
(…)
Depois, meus caros compatriotas, não me venham dizer que não foram avisados. Não digam que eu não disse o que outros, antes de mim, com muito maior autoridade do que eu, já disseram. É claro, que qualquer aviso nesta matéria, é pura coincidência. Porque, confesso, o mentiroso, aqui sou eu…
[Gustavo Costa - "A Minha Confissao de Mentiras", in NJ#243, 14/09/12]





OU

Slowly but surely, the truth comes afloat...


Mentiras! Só mentiras! Sempre mentiras! É disso, que andamos a viver ao longo de anos. Mentiras envenenadas. Aterradoras. Eternas mentiras! Mentiras que ao longo do tempo, envinagraram
a história. É assim. Sempre foi assim. No desporto. Mas também na cultura. E ainda na vida social. E, inevitavelmente também na política.
Ninguém por certo, com idade adulta, ter-se-á esquecido do poder corrosive
da máquina de propaganda do MPLA quando, em plenos anos da brasa de 74/75, anunciou ao mundo que a FNLA comia corações! A manipulação foi tão eficaz que até os próprios militantes deste movimento acreditaram! E, depois, antes ou depois pouco interessa agora, foi fabricada a história da bomba falsamente atribuída também à FNLA, que deflagraria então nas instalações de “A Província de Angola” cujo proprietário era Rui Correia de Freitas. Tudo mentira!
(...)
Vindos das matas, os chamados movimentos de libertação transportavam na lapela o emblema da liberdade e da democracia. Mentira! Os três juntos não passavam então de capelas da intolerância, da autocracia e da exclusão. O tempo, é claro, passou. No interior desses movimentos registaram-se muitas metamorfoses. Mas, as mentiras continuaram. Aqui e lá fora.
(…)
Aqui dentro não resistimos, ao longo da história, a arte de mentir. Como aconteceu na Jamba quando, em 1992, se proclamou: primeiro os angolanos! Segundo os angolanos! Terceiro os angolanos! Mentira! Empurraram-nos primeiro para a fogueira. Depois para uma nova e mais sangrenta guerra! Não foi, porém, a última mentira. Quem esteve naquele “santuário” da UNITA, de regresso garantiu à opinião pública, que, divertidos, com Tito Chingunji e Wilson dos Santos, gozavam de boa saúde. Mentira! Estavam, há muito, mortos…
(…)
Mas, de mentira em mentira não ficamos por aqui. Dizíamos ser intransigentes no combate ao racismo e ao tribalismo e ao que se designava por “liberalismo”. Mentira! Incorporamos, dentro de nós, o virus daquelas duas pragas e já não escondemos o tom ostensivo com que as exibimos para camuflar a nossa eloquente incompetência.
(…)
Fizemos gala da eficácia da lei da probidade como garante da transparência na gestão da coisa pública. Mentira! Gestores públicos ao mais alto nível e políticos com a mais alta responsabilidade foram os primeiros a violá-la!
(…)
Os partidos da oposição apresentaram-se como guardiões da pureza democrática. Mentira! Na generalidade dos casos permanecem avessos à liberdade e à cultura da crítica e não escondem as suas tentações totalitárias.
(…)
Asseguramos à opinião pública uma comunicação social plural e isenta. Mentira! Assistimos, de forma escandalosa, a uma grosseira manipulação da informação por parte dos órgãos de propaganda do Estado. E, lá volto eu, a Ian Leslie. Porquê? “Porque não conseguimos viver sem mentir”. É feio. Muito feio mesmo…

[Gustavo Costa - "Mentiras Natas", in NJ#242, 07/09/12]

Estamos a ser empurrados por nós próprios. Mas, entre nós, há quem se afirme como pertencendo a famílias mais representativas do que o resto da população. Mentira! Porque essas famílias, de “sangue azul”, padecem de amenésia, como se não soubéssemos a sua origem, esquecendo-se de que todos nós sabemos o que por lá perfila tudo: intelectuais honestos, exímios funcionários públicos, respeitosos chefes de família mas também antigos agentes da PIDE ou carrascos da DISA.
(…)
Metemos na cabeça que cultivamos um jornalismo de excelência. Mentira! Continuamos a não saber escrever e a não saber falar! Não estamos a ter capacidade para atrair novos leitores, ouvintes ou telespectadores. O jornalismo de investigação inexiste entre nós. Somos ainda muito medíocres!
Acreditamos que, como jornalistas, somos um modelo de integridade profissional. Outra mentira! Temos aversão ao contraditório. Caluniamos de forma gratuita os políticos e governantes. Invadimos a vida privada de figuras públicas. Algumas publicações, em condições normais, por essas e outras razões atentatórias às regras de um jornalismo responsável e eticamente irrepreensível, já teriam, há muito tempo, sido banidas da circulação.
Vergastamos a corrupção mas esquecemo-nos de que em muitos casos escrevemos por encomenda e não resistimos a tentação de sermos igualmente corrompidos. Fazemos grosseira chantagem para extorquir dinheiro aos empresários e, depois queremos dar lições de moral à sociedade.
Falamos da baixeza dos outros mas somos igualmente baixos!
Estamos longe, por isso, de ser, do ponto de vista moral, um exemplo de dignidade.
(…)
Depois, meus caros compatriotas, não me venham dizer que não foram avisados. Não digam que eu não disse o que outros, antes de mim, com muito maior autoridade do que eu, já disseram. É claro, que qualquer aviso nesta matéria, é pura coincidência. Porque, confesso, o mentiroso, aqui sou eu…
[Gustavo Costa - "A Minha Confissao de Mentiras", in NJ#243, 14/09/12]

Wednesday 12 September 2012

QUEM “PENSA” O QUE?...


 “take 1”

Margarida Paredes - Quando a crítica ao MPLA sai dos corredores, sim dos corredores porque fora dos corredores os militantes votam por unanimidade e aclamação (tirando honrosas excepções como o mais velho Lukoki que confrontou JES directamente), os criticos são acusados de quererem visibilidade, de oportunismo político, de estarem a tentar se promoverem. No MPLA o debate tem que ser à porta fechada, no circulo secreto dos eleitos do partido, ...
no espaço fechado da politica partidária. Trazer as criticas para o espaço publico, à luz do dia, é visto como traição ao partido-nação! O MPLA não está habituado às regras do jogo democrático e criticas como esta criam mal-estar como se quem as enuncia fosse um corpo estranho, um traidor! Na verdade, gestos destes expõem a submissão e subalternização dos outros militantes ao chefe, expõem a inferioridade dos que rastejam à volta do "pai grande" e das suas redes de clientelismo. Para se ir contra a corrente da maior parte é preciso muita coragem!

“take 2”

Reginaldo Silva Não aceito que me ponham palavras na boca, mas gosto de abocanhar as palavras dos outros e das outras quando elas conseguem dizer de forma tão brilhante o que eu penso.
Este "poema" é dedicado à Margarida Paredes. Quando eu for grande quero ser como tu, mulher...

“take 3”

Margarida Paredes Reginaldo Silva querido muito obrigada pelo elogio, soube-me bem! Beijinhos

(…)

Miguel Filho Quem é o autor deste poema?

(…)

THE TAKE

[Extracto de uma entrevista de Pepetela ao Novo Jornal - 23/03/2012]

Quando diz que os interesses coíbem a liberdade de expressão, a que interesses se refere? Isso quer dizer que o MPLA se transformou num partido clientelista?

Pepetela - Em certa medida e em relação a uns tantos membros, o MPLA parece clientelista, pois eles se aproveitam do facto de serem militantes para obterem benefícios. Não falo da grande massa de militantes e simpatizantes que pouco ganham com o facto de o serem. Mas a nível de responsáveis, muitos têm negócios que só prosperam por causa da sua posição política. E ostentam as riquezas de forma pornográfica, por isso não há como enganar.

“LUKOKI DISSE O QUE MUITOS PENSAVAM ”

O que lhe parece a “ousadia” de Lukoki durante a última reunião do Comité central onde terá levantado a questão da distribuição da riqueza nacional e a da sucessão como pontos para uma próxima reunião do CC, por sinal agendada para esta sexta-feira.

Pepetela - O Ambrósio Lukoki, de quem me orgulho de ser amigo, é um homem vertical, de grande coragem e frontalidade, qualidades essas que lhe têm valido problemas sérios. Ele só teve a ousadia de dizer o que mais de metade da sala pensava mas, como sempre, cala. Fora, batem-lhe nas costas a dizer, falaste bem. Lá dentro, nem o defendem dos mesmos mabecos de sempre, a tentar morder as canelas dos grandes homens.
[AQUI]

 “take 1”

Margarida Paredes - Quando a crítica ao MPLA sai dos corredores, sim dos corredores porque fora dos corredores os militantes votam por unanimidade e aclamação (tirando honrosas excepções como o mais velho Lukoki que confrontou JES directamente), os criticos são acusados de quererem visibilidade, de oportunismo político, de estarem a tentar se promoverem. No MPLA o debate tem que ser à porta fechada, no circulo secreto dos eleitos do partido, ...
no espaço fechado da politica partidária. Trazer as criticas para o espaço publico, à luz do dia, é visto como traição ao partido-nação! O MPLA não está habituado às regras do jogo democrático e criticas como esta criam mal-estar como se quem as enuncia fosse um corpo estranho, um traidor! Na verdade, gestos destes expõem a submissão e subalternização dos outros militantes ao chefe, expõem a inferioridade dos que rastejam à volta do "pai grande" e das suas redes de clientelismo. Para se ir contra a corrente da maior parte é preciso muita coragem!

“take 2”

Reginaldo Silva Não aceito que me ponham palavras na boca, mas gosto de abocanhar as palavras dos outros e das outras quando elas conseguem dizer de forma tão brilhante o que eu penso.
Este "poema" é dedicado à Margarida Paredes. Quando eu for grande quero ser como tu, mulher...

“take 3”

Margarida Paredes Reginaldo Silva querido muito obrigada pelo elogio, soube-me bem! Beijinhos

(…)

Miguel Filho Quem é o autor deste poema?

(…)

THE TAKE

[Extracto de uma entrevista de Pepetela ao Novo Jornal - 23/03/2012]

Quando diz que os interesses coíbem a liberdade de expressão, a que interesses se refere? Isso quer dizer que o MPLA se transformou num partido clientelista?

Pepetela - Em certa medida e em relação a uns tantos membros, o MPLA parece clientelista, pois eles se aproveitam do facto de serem militantes para obterem benefícios. Não falo da grande massa de militantes e simpatizantes que pouco ganham com o facto de o serem. Mas a nível de responsáveis, muitos têm negócios que só prosperam por causa da sua posição política. E ostentam as riquezas de forma pornográfica, por isso não há como enganar.

“LUKOKI DISSE O QUE MUITOS PENSAVAM ”

O que lhe parece a “ousadia” de Lukoki durante a última reunião do Comité central onde terá levantado a questão da distribuição da riqueza nacional e a da sucessão como pontos para uma próxima reunião do CC, por sinal agendada para esta sexta-feira.

Pepetela - O Ambrósio Lukoki, de quem me orgulho de ser amigo, é um homem vertical, de grande coragem e frontalidade, qualidades essas que lhe têm valido problemas sérios. Ele só teve a ousadia de dizer o que mais de metade da sala pensava mas, como sempre, cala. Fora, batem-lhe nas costas a dizer, falaste bem. Lá dentro, nem o defendem dos mesmos mabecos de sempre, a tentar morder as canelas dos grandes homens.

Monday 10 September 2012

Aguiar dos Santos: “Requiem” para um grupo de jornalistas angolanos? (Revisto)




Tinha ultrapassado a fasquia dos 55 anos, mas nao muito mais do que isso. Faleceu vitima de doenca prolongada envolvendo diabetes e uma perna amputada – condicao a que certamente nao tera’ sido estranho o consumo exagerado de alcool. Essa vai sendo, lamentavelmente, uma tendencia que parece vir a instalar-se cada vez mais entre um grupo de jornalistas dessa faixa etaria, sendo alguns um pouco mais novos, com quem me cruzei, mais de perto ou mais de longe, quando passei brevemente pela profissao. Deles lamento nao poder dizer que tenho saudades – infelizmente.

Ou seja, e para ser perfeitamente honesta, excepto de um ou de outro: por exemplo do Mario Campos, infelizmente tambem ja’ tragicamente falecido num "alcohol-related car accident", ou de um outro Campos, o Graca, tambem a debater-se com o mesmo tipo de diabetes que acabaram de vitimar o Aguiar e por quem, “apesar dos pesares”, ainda reservo alguma simpatia. E que me desculpe algum outro que porventura eu esteja, por qualquer lapso de memoria, a excluir desta “amostra” de apenas dois “exemplares”, mas o facto e’ que, de momento, nao consigo juntar-lhes mais nenhum outro nome. Talvez o Nazareth Vandunem – mas esse meu bom amigo, mais da Angop da Luciano Cordeiro do que da do Kinaxixi, nao o incluo no grupo a quem dedico este “requiem”. Tal como nao incluo alguns outros, como o Americo Goncalves, ou o Joao Melo, por exemplo.

O que explica o facto de, em cerca de 30 anos depois de ter saido da Agencia, nunca mais os ter sequer visto, sendo que com alguns deles, como um certo BBBB, nunca sequer me cheguei a cruzar no curto periodo em que fui “jornalista” – nem depois. O que explica tambem o facto de quando, nos ultimos anos, retomei o contacto, ‘a distancia, com alguns deles, o tenha feito, nao sem “reticencias” mas, certamente, com a secreta esperanca de que o “mau tempo no canal” ja’ tivesse passado…

Mas nao: toda a "karga pesada" das energias negativas que eles foram acumulando ao longo das decadas desde aquele tempo acabou por desabar sobre mim como a pior “tempestade” que alguem pode esperar ter que confrontar na vida. Todo o “tempo de sonho” que tentei guardar daquele periodo, desmoronou-se como o mais negro pesadelo com que alguma vez imaginei me pudesse vir a debater numa altura da minha vida em que tambem ja’ ultrapassei a fasquia dos 50 e tudo quanto desejava para mim, e para todos os Angolanos, era apenas um pouco de paz, tranquilidade e dignidade - em suma: O DIREITO 'A VIDA! Algo como “cumprindo o tempo do poema, parido assim em desespero, quando de paz se quer alado, se desfaz como suspiro, na boca ao lado.”

Conheci o Aguiar na Angop, nos idos de 79-81, e dele so’ me lembro de ter recebido “bad vibes”. Ele fazia parte de um grupo de jornalistas, quase todos nos ultimos anos ligados ‘a imprensa privada, que exerceu a profissao com, mais do que uma maior ou menor entrega, um determinado estilo de vida pouco saudavel, tanto fisica, como mental e espiritualmente - para dizer o minimo! Teem, no entanto, conseguido viver alguns anos mais do que o seu “saudoso Svengali” ou, ja’ agora, do que um certo “Coitado”, que nao conseguiram sequer dobrar o “cabo dos 50” - talvez por estes terem acrescentado ao alcool outras "substancias inominaveis". E, pelo menos nisso, podem considerar-se "felizes".

Digo adeus ao Aguiar desta forma, um tanto amarga, contrariando conscientemente a tradicao de nestes momentos apenas se tecerem panegiricos a quem nos deixa e cujo destino sabemos iremos todos seguir mais cedo ou mais tarde, porque gostaria, muito sinceramente, que o grupo de jornalistas que ele representou e as geracoes que os seguem e pretendem, naturalmente, adopta-los como “role models”, aproveitassem este momento para reflectirem seriamente (e isso seria o minimo exigivel de quem gasta tantos rios de tinta a exigir responsabilizacao dos governantes e outras pessoas publicas, ja' para nao falar nas palavras de condenacao que dirigem, hipocritamente, ao alcoolismo no seio das camadas mais jovens e ao 'lip service' que prestam ao "resgate dos valores e principios morais") sobre as suas opcoes de vida.

E, sobretudo, nas consequencias da “projeccao” de tais opcoes na vida de outras pessoas, especialmente mulheres (e criancas) – e nisso eles teem-se demonstrado “eximios mestres” do machismo, sexismo, misoginia, arrogancia, laxismo e irresponsabilidade, quando nao do racismo mais ou menos disfarcado (... no que sao histericamente incentivados por certas flausinas carentes, predadoras e sado-masoquistas que os consideram "queridos, intocaveis e machos dinamicos de barba dura"!...) –, que, como eu, nunca delas quizeram partilhar e que, precisamente por isso, eles tendem a tomar como “alvos a abater”, ou a arrastar a “golpes de (aka)martelo” para os seus “tugurios de vida” ou “leitos de morte”. Por isso acabamos por ter para com eles uma atitude que pode ser expressa por estas palavras: “vao morrer longe”!... 

E tudo porque, quem eles “elegem” suas vitimas preferidas, e’ quem tenha decidido seguir outros caminhos, mesmo se dentro do jornalismo, que vieram, com maior ou menor sucesso, a desembocar em realizacoes pessoais de maior merito, pelo esforco, sacrificio, abnegacao, disciplina e, acima de tudo, responsabilidade, que envolveram ao longo de toda uma vida... "da inveja e do odio" - ja' ouviram falar?...

E, pior do que tentarem arrastar 'a viva forca as suas vitimas para os seus fatidicos destinos, tentam ainda "by any means necessary", eles ou os seus "amigos do copo" que os sobrevivem, cobardemente culpabiliza-las pelas suas opcoes de vida, frustracoes e... mortes prematuras e inglorias! Em resumo, aos que sobrevivem o Aguiar tenho apenas esta mensagem: meus caros, e' tempo de se fazerem, e se demonstrarem, HOMENS!

Desculpem-me se isto soa a “demasiado amor proprio”, mas essa parece ser efectivamente a triste realidade dos factos.

Nao deixo, no entanto, de expressar ‘a familia enlutada os meus mais sinceros votos de pesar e de desejar Paz a Alma do Aguiar.

[Mais detalhes aqui]




Tinha ultrapassado a fasquia dos 55 anos, mas nao muito mais do que isso. Faleceu vitima de doenca prolongada envolvendo diabetes e uma perna amputada – condicao a que certamente nao tera’ sido estranho o consumo exagerado de alcool. Essa vai sendo, lamentavelmente, uma tendencia que parece vir a instalar-se cada vez mais entre um grupo de jornalistas dessa faixa etaria, sendo alguns um pouco mais novos, com quem me cruzei, mais de perto ou mais de longe, quando passei brevemente pela profissao. Deles lamento nao poder dizer que tenho saudades – infelizmente.

Ou seja, e para ser perfeitamente honesta, excepto de um ou de outro: por exemplo do Mario Campos, infelizmente tambem ja’ tragicamente falecido num "alcohol-related car accident", ou de um outro Campos, o Graca, tambem a debater-se com o mesmo tipo de diabetes que acabaram de vitimar o Aguiar e por quem, “apesar dos pesares”, ainda reservo alguma simpatia. E que me desculpe algum outro que porventura eu esteja, por qualquer lapso de memoria, a excluir desta “amostra” de apenas dois “exemplares”, mas o facto e’ que, de momento, nao consigo juntar-lhes mais nenhum outro nome. Talvez o Nazareth Vandunem – mas esse meu bom amigo, mais da Angop da Luciano Cordeiro do que da do Kinaxixi, nao o incluo no grupo a quem dedico este “requiem”. Tal como nao incluo alguns outros, como o Americo Goncalves, ou o Joao Melo, por exemplo.

O que explica o facto de, em cerca de 30 anos depois de ter saido da Agencia, nunca mais os ter sequer visto, sendo que com alguns deles, como um certo BBBB, nunca sequer me cheguei a cruzar no curto periodo em que fui “jornalista” – nem depois. O que explica tambem o facto de quando, nos ultimos anos, retomei o contacto, ‘a distancia, com alguns deles, o tenha feito, nao sem “reticencias” mas, certamente, com a secreta esperanca de que o “mau tempo no canal” ja’ tivesse passado…

Mas nao: toda a "karga pesada" das energias negativas que eles foram acumulando ao longo das decadas desde aquele tempo acabou por desabar sobre mim como a pior “tempestade” que alguem pode esperar ter que confrontar na vida. Todo o “tempo de sonho” que tentei guardar daquele periodo, desmoronou-se como o mais negro pesadelo com que alguma vez imaginei me pudesse vir a debater numa altura da minha vida em que tambem ja’ ultrapassei a fasquia dos 50 e tudo quanto desejava para mim, e para todos os Angolanos, era apenas um pouco de paz, tranquilidade e dignidade - em suma: O DIREITO 'A VIDA! Algo como “cumprindo o tempo do poema, parido assim em desespero, quando de paz se quer alado, se desfaz como suspiro, na boca ao lado.”

Conheci o Aguiar na Angop, nos idos de 79-81, e dele so’ me lembro de ter recebido “bad vibes”. Ele fazia parte de um grupo de jornalistas, quase todos nos ultimos anos ligados ‘a imprensa privada, que exerceu a profissao com, mais do que uma maior ou menor entrega, um determinado estilo de vida pouco saudavel, tanto fisica, como mental e espiritualmente - para dizer o minimo! Teem, no entanto, conseguido viver alguns anos mais do que o seu “saudoso Svengali” ou, ja’ agora, do que um certo “Coitado”, que nao conseguiram sequer dobrar o “cabo dos 50” - talvez por estes terem acrescentado ao alcool outras "substancias inominaveis". E, pelo menos nisso, podem considerar-se "felizes".

Digo adeus ao Aguiar desta forma, um tanto amarga, contrariando conscientemente a tradicao de nestes momentos apenas se tecerem panegiricos a quem nos deixa e cujo destino sabemos iremos todos seguir mais cedo ou mais tarde, porque gostaria, muito sinceramente, que o grupo de jornalistas que ele representou e as geracoes que os seguem e pretendem, naturalmente, adopta-los como “role models”, aproveitassem este momento para reflectirem seriamente (e isso seria o minimo exigivel de quem gasta tantos rios de tinta a exigir responsabilizacao dos governantes e outras pessoas publicas, ja' para nao falar nas palavras de condenacao que dirigem, hipocritamente, ao alcoolismo no seio das camadas mais jovens e ao 'lip service' que prestam ao "resgate dos valores e principios morais") sobre as suas opcoes de vida.

E, sobretudo, nas consequencias da “projeccao” de tais opcoes na vida de outras pessoas, especialmente mulheres (e criancas) – e nisso eles teem-se demonstrado “eximios mestres” do machismo, sexismo, misoginia, arrogancia, laxismo e irresponsabilidade, quando nao do racismo mais ou menos disfarcado (... no que sao histericamente incentivados por certas flausinas carentes, predadoras e sado-masoquistas que os consideram "queridos, intocaveis e machos dinamicos de barba dura"!...) –, que, como eu, nunca delas quizeram partilhar e que, precisamente por isso, eles tendem a tomar como “alvos a abater”, ou a arrastar a “golpes de (aka)martelo” para os seus “tugurios de vida” ou “leitos de morte”. Por isso acabamos por ter para com eles uma atitude que pode ser expressa por estas palavras: “vao morrer longe”!... 

E tudo porque, quem eles “elegem” suas vitimas preferidas, e’ quem tenha decidido seguir outros caminhos, mesmo se dentro do jornalismo, que vieram, com maior ou menor sucesso, a desembocar em realizacoes pessoais de maior merito, pelo esforco, sacrificio, abnegacao, disciplina e, acima de tudo, responsabilidade, que envolveram ao longo de toda uma vida... "da inveja e do odio" - ja' ouviram falar?...

E, pior do que tentarem arrastar 'a viva forca as suas vitimas para os seus fatidicos destinos, tentam ainda "by any means necessary", eles ou os seus "amigos do copo" que os sobrevivem, cobardemente culpabiliza-las pelas suas opcoes de vida, frustracoes e... mortes prematuras e inglorias! Em resumo, aos que sobrevivem o Aguiar tenho apenas esta mensagem: meus caros, e' tempo de se fazerem, e se demonstrarem, HOMENS!

Desculpem-me se isto soa a “demasiado amor proprio”, mas essa parece ser efectivamente a triste realidade dos factos.

Nao deixo, no entanto, de expressar ‘a familia enlutada os meus mais sinceros votos de pesar e de desejar Paz a Alma do Aguiar.

[Mais detalhes aqui]

Thursday 6 September 2012

PORQUE QUE ESSA GENTE NUNCA MAIS APRENDE?!


E a mulher africana, entre a cultura e o novo mundo?

Ela agora tem vida nocturna, bebe, namora… Há evolução. Mas o que me inquieta é o desmembramento da família. Há as que querem ter filhos e manter a sua independência, mas isso depois tem consequências nos filhos. Qual será a socialização desses filhos? E que tipo de sociedade estamos a construir? Há a evolução da mulher, que é positivo. Estão no mundo académico, etc. o que me inquieta é a obsessão pelo frívolo, pelo material… temos de olhar para as mães que sofreram. Vejamos a história dos nacionalistas angolanos que passaram muito tempo nas prisões, quem sustentou e educou as famílias foram as mulheres, mas eram mulheres com outras preocupações, não a busca pelo cabelo brasileiro … a imagem. Somos muito o produto da educação e relação com as nossas mães, mas se ela não está contente com o que é, tem que ter um determinado aspecto, tem de ir ao Brasil arranjar o nariz e a barriga … naqueles tempos o importante era a solidez da mulher.
[...]
Nós perdemos a dignidade, não sabemos do nosso potencial, da nossa cultura, da nossa força perante o mundo. A diáspora vai ajudar a recuperar essa autoconfiança e a identificar quais são os nossos interesses. A Dambiza Moyo é uma intelectual que trabalhou para o Goldman Sach, trabalhou para vários bancos e vai comentando, em circuitos mais elevados, sobre África.
[Sousa Jamba, aqui]

Margarida Paredes: Parabéns Sousa Jamba! Gosto da maneira como questiona o mundo que o rodeia, a entrevista está cheia de interrogações e gosto das ligações que faz entre "nós" e os "outros". Apenas tropeça quando fala da mulher angolana, as masculinidades dos homens angolanos são muito complicadas e Sousa Jamba é um conservador... que fala da socialização dos filhos de uma mulher independente como um problema e como se a socialização dependesse apenas da mulher, o pai esse pode ser idendendente, pode seguir em frente, não é SJ? :) O interessante é que na maior parte das famílias angolanas são as mães que cuidam, educam e sustentam os filhos sem nunca deixarem de trabalhar! Sousa Jamba devia ter apontado o dedo aos homens, e não às mulheres! Quanto à frivolidade ou ao investimento que as mulheres fazem na imagem talvez elas estejam a dizer: - o que a mulher ocidental pode, nós podemos! a modernidade não é só para as mulheres brancas da classe média! Pois é a mulher angolana está no centro dos discursos da modernidade, muitas pertencem a associações de mulheres, reivindicam-se como feministas, estão em profissões tradicionalmente masculinas, lutam pela igualdade e Sousa Jamba não vê as lógicas sociais inovadoras das mulheres angolanas por trás das extensões brasileiras!

(...)

PONTO PREVIO

O meu artigo “A Proposito de Patriotas: Reflexoes sobre como Reconstruir Angoleme”, publicado em 1990/91 na revista portuguesa “Vertice”, constituiu uma analise critica do livro “Patriotas” de Sousa Jamba e uma reflexao sobre questoes ‘a volta da historia, democracia, cidadania, identidade e, sobretudo, do genero, em Angola. Sobre este ultimo, o artigo ficou particularmente marcado por uma critica algo ‘mordaz’ ‘a forma como as mulheres angolanas eram retratadas naquele livro – o que, devo nota-lo, nao tera’ sido “totalmente alheio” ao facto de Sousa Jamba na altura namorar com uma mulher branca inglesa, a celebre Julie que "lhe lia Shakespeare para o adormecer", que ele tornou “famosa” atraves das suas cronicas de entao para o semanario portugues “O Independente”.

Antes de o publicar – e porque nele levantava questoes sobre as quais me sentia um pouco em “terreno movedico”, por ter claramente a nocao de nunca terem sido antes levantadas (certamente nao nos termos em que o fiz naquele artigo) na literatura, ou na imprensa, angolana ou portuguesa –, enviei o seu ‘draft’ a varias pessoas conhecidas, entre angolanos e portugueses, nos meios culturais e literarios em Lisboa, incluindo a uma certa “mae da negritude branca pos-colonial”, pedindo-lhes as suas opinioes, criticas e sugestoes.

De todos eles, as unicas pessoas que se dignaram pegar no telefone para partilhar comigo os seus pontos de vista foram a Ana Mafalda Leite e… o Sousa Jamba, a quem eu tambem enviara o ‘draft’ e que me telefonou expressamente de Londres (se a minha memoria daquele periodo nao me atraicoa) para Lisboa, para me dizer basicamente algo como: “It’s ok, if that’s your opinion – by the way, an inteligent opinion – I’m fine with it”…

O artigo acabou por ser publicado sem grandes alteracoes ao ‘draft’ e, anos depois, vi-me transportada “aos trambolhoes” para Londres. Dentre os angolanos, fora da minha familia, aqui residentes na altura, que me tentaram contactar pouco depois da minha chegada, registo, com o devido agradecimento, os nomes de Joao Vandunem e de… Sousa Jamba. Infelizmente, com o Joao Vandunem o contacto nunca se chegou a efectivar (… embora nao me tenha esquecido daquele dia em que, alguns anos depois, quando eu estava a fazer o mestrado na LSE, ele, que trabalhava na BBC Africa mesmo ali ‘a frente, ter passado pelo ‘post office’ ao lado da LSE em que eu me encontrava ‘minding my own business’, ter voltado para tras, espreitado e… seguido o seu caminho. Um pouco como quando nos encontramos ha’ 3 anos no aeroporto 4 de Fevereiro, eu vinda da Africa do Sul e ele creio que de Lisboa e… seguimos cada um o seu destino…).

Mas, com o SJ o encontro efectivou-se: ele esteve em minha casa e convidou-me para sair uma vez (algo que mencionei num comentario no meu blog aqui ha’ uns anos e que depois achei por bem retirar) em que me levou a conhecer um pouco da “Afrika in London”. Conversamos e encontramo-nos uma ou duas outras vezes depois disso, uma das quais numa 'panel discussion' sobre Angola no Africa Centre em Covent Garden (e aqui devo mencionar um outro angolano com quem me cruzei em Londres e que, com o SJ, foi um dos panelistas naquele debate, o Manuel dos Santos Junior, meu antigo colega na UAN e na altura a fazer o doutoramento na Universidade de York e que tambem me telefonou algumas vezes e me enviou um belo postal de Natal no final daquele ano), mas acabamos tambem por seguir cada um o seu caminho… Ate’ que nos voltamos a “cruzar” atraves do Semanario Angolense (SA) – by the way: nos anos mais recentes, o Graca Campos quis publicar o “A Proposito de Patriotas” e tentou “orquestrar” um “fogo cruzado” no SA entre mim e o SJ ‘a volta daquele artigo, mas eu declinei –, e, nos ultimos meses, aqui no FB.

Pelo meio, ficaram as varias tentativas por parte de gente “metida” nessa tristemente celebre “campanha” de nos colocar “em rota de colisao”. E o proprio SJ tambem nao deixou de me dar razoes para voltar a “colidir” com ele… Mas o facto e’ que eu nao tenho muito geito, nem tempo, para “discutir razoes que certos egos desconhecem” e fiz-lhe um convite de “amizade” aqui no FB, que ele aceitou, ate’ que… acabei por “unfriend him”, tal como o fiz com alguns outros “personagens” que por aqui pululavam aparentemente apenas por eu os ter convidado...

Posto isto, voltemos ao “discurso” (leia-se “lip service”, a.k.a. "self-serving demagogic opportunism" - tornado mais do que obvio pelo facto de apenas ter comecado a ser "produzido" depois da minha recente serie sobre "sexismo, misoginia e racismo!" …) em epigrafe e ao titulo que dei a este post: “Porque que essa gente nunca mais aprende?!”

Quem me conheca minimamente, tera’ reparado que, de ha’ uns tempos a esta parte, e sobretudo desde que essa tal de “tristemente celebre campanha” se comecou a manifestar na imprensa e se foi propagando a varios circulos da sociedade angolana, entre os quais alguns que tinha, pelo menos ate’ cerca de tres anos atras, como “proximos”, deixei de ter muitos ‘qualms’ em abordar frontalmente certas questoes (e com elas certas pessoas que a elas se “empoleiram”) que noutros tempos, quando eu era a “miuda bonitinha, simpatica, cordata e compreensiva” para com ‘todo o mundo’, normalmente deixaria, ‘at my own peril’, no ‘backburner’… But... no more "nice girl" here!...

No entanto, porque o “ponto previo” ja’ levou demasiado do meu tempo e espaco para esta “cronica”, direi apenas o seguinte:

1. Quem se pretende “etnologa e/ou antropologa” devera’ saber que a etica e a deontologia da sua profissao o/a impedem de “falar pela/o outra/o” – a “senhora” nao e’ angolana, nao nasceu, nao cresceu e pouco viveu em Angola: com que “direito” se sente de falar em "nos e os outros" e “em nome das mulheres angolanas”, sendo que nao e' a primeira vez que o faz?! Especialmente quando, no espaco em que debitou tal “discurso verborreico”, ha’ mulheres angolanas a participar e que poderao faze-lo por si proprias. Nao o fazem? Provavelmente. Mas isso nao lhe concede qualquer direito de se arvorar em sua “porta-voz”... Certamente nao minha!

2. Quem se pretende “Mulher” com maiuscula, e ainda por cima “feminista”, nao se permite indulgir, nem “a brincar” (...hi hi hi hi...) , no tipo de comportamentos (viz. "querido, intocavel, macho dinamico de barba dura"...) por si protagonizados nesse mesmo espaco e “observados”, apenas para citar estes, nestes posts:

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/05/kwizz.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/06/do-bbbb.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/06/in-civilidades.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/03/reality-bites.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/05/o-meu-27-de-maio.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/07/malcolm-x-e-os-white-liberals.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/07/sobre-o-massacre-da-vila-alice.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/07/who-is-this-guy.html

http://koluki.blogspot.co.uk/p/falando-de-misoginia-i.html

http://koluki.blogspot.co.uk/p/falando-de-misoginia-ii.html

http://koluki.blogspot.co.uk/p/falando-de-misoginia-iii.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/08/falando-de-misoginia.html


E, ja' agora, meta na sua cabecinha de uma vez por todas o seguinte: eu nao estou, nunca estive, "em competicao em nenhum mercado sentimental ou sexual" - certamente nao consigo!


3. Nao," minha senhora", as “mulheres angolanas” nao andam, nunca andaram, meramente a “tentar emular” a “modernidade” das “mulheres ocidentais” – certamente nao a sua!...E, seguramente, nao na mesma medida em que as "mulheres brancas ocidentais" de que voce e' um triste exemplar, tentam a qualquer preco imitar (nao verdade deturpar!) a feminilidade, sensualidade e sexualidade das "mulheres negras angolanas/africanas"!... Talvez as suas amigas "coconuts - maes da negritude branca pos-colonial" a tenham deixado com essa impressao, mas... enganam-se todas redondamente!
As ("basicas"?) “mulheres angolanas” que, como eu, “cuidam, educam e sustentam os filhos sem nunca deixarem de trabalhar, que estão em profissões tradicionalmente masculinas e lutam pela igualdade”, estariam “muito bem tramadas” (!) se tentassem “imitar” a sua “modernidade” e suposto “vanguardismo de esquerda” de “mulher(zinha) branca (ocidental) da classe média” ou, melhor dito de uma "sorry excuse for a woman"!

Tenho dito.


P.S. 1: A Dambisa Moyo tambem usa “extensoes brasileiras”…

P.S. 2: Sugiro ao SJ que tente ponderar nesta "hipotese explicativa" para a mulher angolana/africana poder "não está(r) contente com o que é, tem que ter um determinado aspecto, tem de ir ao Brasil arranjar o nariz e a barriga": ao ver tanto homem angolano/africano a "preferir", real ou idealmente, mulheres brancas (... como umas certas Julies, Elkes, Margaridas, etc. etc. etc.), ela talvez tenha "metido na cabeca" que se nao tiver o mesmo "aspecto" que elas, nunca sera' "amada" por nenhum dos seus "brothers"!... E, ja' agora, sera' que os tais "brothers" pensam realmente na "solidez da mulher" quando "escolhem" tais mulheres brancas?... Se sim, porque sera' que muitos deles, como o proprio SJ, acabam por, senao casar-se, adoptar como "segunda mulher" uma Mulher Negra?!
Isso por um lado, e especificamente no que toca aos "cabelos" e, nos casos mais extremos, ao "clareamento" da pele.
Por outro lado, ha' mulheres de uma certa idade (especialmente num pais onde ha', pelo menos ate' prova em contrario, mais mulheres do que homens e "riqueza pornografica"), cujos maridos preferem as chamadas "catorzinhas" (... nao, nao sao estas que sao "predadoras" e que "se vendem" por "meia duzia de patacos furados" ou um "credito de telemovel", nao: eles e' que preferem "carne fresca"!...) especialmente quando as suas "mulheres de casa" ja' tiveram varios filhos e comecam a ficar "flacidas" e "desmazeladas" (ou, para usar as palavras do BBBB, no seu blog ha' uns tempos atras, "perdem a qualidade")... Sao estas mulheres que, com medo de perderem os seus "queridos, intocaveis, machos dinamicos de barba dura", quando podem, nao pensam duas vezes para, mesmo incorrendo em risco de vida, irem "recauchutar" os seus "bits and pieces" ao Brasil ou, ja' agora, 'a Africa do Sul e outros paises especializados nesse tipo de "efeitos especiais"!...

P.S. 3: Quanto ‘a “socializacao” dos filhos de “maes solteiras”, por opcao ou por qualquer outra razao, remeto-os especialmente para tres posts:

i) este: http://koluki.blogspot.co.uk/2011/10/de-volta-muxima.html – que dispensa comentarios a esse respeito

ii) este: http://koluki.blogspot.co.uk/2008/07/ecos-da-imprensa-angolana-16.html – em que faco um comentario relacionado com estas questoes, motivado por um artigo de SJ

iii) este: http://koluki2.blogspot.co.uk/2011/09/re-reflectindo.html – sobre a imagem do Yinka Shonibare que o ilustra, “Dysfunctional Family”, que nesta pagina postei ha’ umas semanas, escrevi isto em resposta a um meu amigo aqui: My own understanding of Yinka's idea of his series on "dysfunctionalities", which includes this one, is that what we normally take for granted as "normal" (e.g. the average 2-kids family) may actually be "dysfunctional", whereas what is generally thought of as such (e.g. the many one-parent families) can in reality be "normal" and "functional"...


E a mulher africana, entre a cultura e o novo mundo?

Ela agora tem vida nocturna, bebe, namora… Há evolução. Mas o que me inquieta é o desmembramento da família. Há as que querem ter filhos e manter a sua independência, mas isso depois tem consequências nos filhos. Qual será a socialização desses filhos? E que tipo de sociedade estamos a construir? Há a evolução da mulher, que é positivo. Estão no mundo académico, etc. o que me inquieta é a obsessão pelo frívolo, pelo material… temos de olhar para as mães que sofreram. Vejamos a história dos nacionalistas angolanos que passaram muito tempo nas prisões, quem sustentou e educou as famílias foram as mulheres, mas eram mulheres com outras preocupações, não a busca pelo cabelo brasileiro … a imagem. Somos muito o produto da educação e relação com as nossas mães, mas se ela não está contente com o que é, tem que ter um determinado aspecto, tem de ir ao Brasil arranjar o nariz e a barriga … naqueles tempos o importante era a solidez da mulher.
[...]
Nós perdemos a dignidade, não sabemos do nosso potencial, da nossa cultura, da nossa força perante o mundo. A diáspora vai ajudar a recuperar essa autoconfiança e a identificar quais são os nossos interesses. A Dambiza Moyo é uma intelectual que trabalhou para o Goldman Sach, trabalhou para vários bancos e vai comentando, em circuitos mais elevados, sobre África.
[Sousa Jamba,
aqui]

Margarida Paredes: Parabéns Sousa Jamba! Gosto da maneira como questiona o mundo que o rodeia, a entrevista está cheia de interrogações e gosto das ligações que faz entre "nós" e os "outros". Apenas tropeça quando fala da mulher angolana, as masculinidades dos homens angolanos são muito complicadas e Sousa Jamba é um conservador... que fala da socialização dos filhos de uma mulher independente como um problema e como se a socialização dependesse apenas da mulher, o pai esse pode ser idendendente, pode seguir em frente, não é SJ? :) O interessante é que na maior parte das famílias angolanas são as mães que cuidam, educam e sustentam os filhos sem nunca deixarem de trabalhar! Sousa Jamba devia ter apontado o dedo aos homens, e não às mulheres! Quanto à frivolidade ou ao investimento que as mulheres fazem na imagem talvez elas estejam a dizer: - o que a mulher ocidental pode, nós podemos! a modernidade não é só para as mulheres brancas da classe média! Pois é a mulher angolana está no centro dos discursos da modernidade, muitas pertencem a associações de mulheres, reivindicam-se como feministas, estão em profissões tradicionalmente masculinas, lutam pela igualdade e Sousa Jamba não vê as lógicas sociais inovadoras das mulheres angolanas por trás das extensões brasileiras!

(...)

PONTO PREVIO

O meu artigo “A Proposito de Patriotas: Reflexoes sobre como Reconstruir Angoleme”, publicado em 1990/91 na revista portuguesa “Vertice”, constituiu uma analise critica do livro “Patriotas” de Sousa Jamba e uma reflexao sobre questoes ‘a volta da historia, democracia, cidadania, identidade e, sobretudo, do genero, em Angola. Sobre este ultimo, o artigo ficou particularmente marcado por uma critica algo ‘mordaz’ ‘a forma como as mulheres angolanas eram retratadas naquele livro – o que, devo nota-lo, nao tera’ sido “totalmente alheio” ao facto de Sousa Jamba na altura namorar com uma mulher branca inglesa, a celebre Julie que "lhe lia Shakespeare para o adormecer", que ele tornou “famosa” atraves das suas cronicas de entao para o semanario portugues “O Independente”.

Antes de o publicar – e porque nele levantava questoes sobre as quais me sentia um pouco em “terreno movedico”, por ter claramente a nocao de nunca terem sido antes levantadas (certamente nao nos termos em que o fiz naquele artigo) na literatura, ou na imprensa, angolana ou portuguesa –, enviei o seu ‘draft’ a varias pessoas conhecidas, entre angolanos e portugueses, nos meios culturais e literarios em Lisboa, incluindo a uma certa “mae da negritude branca pos-colonial”, pedindo-lhes as suas opinioes, criticas e sugestoes.

De todos eles, as unicas pessoas que se dignaram pegar no telefone para partilhar comigo os seus pontos de vista foram a Ana Mafalda Leite e… o Sousa Jamba, a quem eu tambem enviara o ‘draft’ e que me telefonou expressamente de Londres (se a minha memoria daquele periodo nao me atraicoa) para Lisboa, para me dizer basicamente algo como: “It’s ok, if that’s your opinion – by the way, an inteligent opinion – I’m fine with it”…

O artigo acabou por ser publicado sem grandes alteracoes ao ‘draft’ e, anos depois, vi-me transportada “aos trambolhoes” para Londres. Dentre os angolanos, fora da minha familia, aqui residentes na altura, que me tentaram contactar pouco depois da minha chegada, registo, com o devido agradecimento, os nomes de Joao Vandunem e de… Sousa Jamba. Infelizmente, com o Joao Vandunem o contacto nunca se chegou a efectivar (… embora nao me tenha esquecido daquele dia em que, alguns anos depois, quando eu estava a fazer o mestrado na LSE, ele, que trabalhava na BBC Africa mesmo ali ‘a frente, ter passado pelo ‘post office’ ao lado da LSE em que eu me encontrava ‘minding my own business’, ter voltado para tras, espreitado e… seguido o seu caminho. Um pouco como quando nos encontramos ha’ 3 anos no aeroporto 4 de Fevereiro, eu vinda da Africa do Sul e ele creio que de Lisboa e… seguimos cada um o seu destino…).

Mas, com o SJ o encontro efectivou-se: ele esteve em minha casa e convidou-me para sair uma vez (algo que mencionei num comentario no meu blog aqui ha’ uns anos e que depois achei por bem retirar) em que me levou a conhecer um pouco da “Afrika in London”. Conversamos e encontramo-nos uma ou duas outras vezes depois disso, uma das quais numa 'panel discussion' sobre Angola no Africa Centre em Covent Garden (e aqui devo mencionar um outro angolano com quem me cruzei em Londres e que, com o SJ, foi um dos panelistas naquele debate, o Manuel dos Santos Junior, meu antigo colega na UAN e na altura a fazer o doutoramento na Universidade de York e que tambem me telefonou algumas vezes e me enviou um belo postal de Natal no final daquele ano), mas acabamos tambem por seguir cada um o seu caminho… Ate’ que nos voltamos a “cruzar” atraves do Semanario Angolense (SA) – by the way: nos anos mais recentes, o Graca Campos quis publicar o “A Proposito de Patriotas” e tentou “orquestrar” um “fogo cruzado” no SA entre mim e o SJ ‘a volta daquele artigo, mas eu declinei –, e, nos ultimos meses, aqui no FB.

Pelo meio, ficaram as varias tentativas por parte de gente “metida” nessa tristemente celebre “campanha” de nos colocar “em rota de colisao”. E o proprio SJ tambem nao deixou de me dar razoes para voltar a “colidir” com ele… Mas o facto e’ que eu nao tenho muito geito, nem tempo, para “discutir razoes que certos egos desconhecem” e fiz-lhe um convite de “amizade” aqui no FB, que ele aceitou, ate’ que… acabei por “unfriend him”, tal como o fiz com alguns outros “personagens” que por aqui pululavam aparentemente apenas por eu os ter convidado...

Posto isto, voltemos ao “discurso” (leia-se “lip service”, a.k.a. "self-serving demagogic opportunism" - tornado mais do que obvio pelo facto de apenas ter comecado a ser "produzido" depois da minha recente serie sobre "sexismo, misoginia e racismo!" …) em epigrafe e ao titulo que dei a este post: “Porque que essa gente nunca mais aprende?!”

Quem me conheca minimamente, tera’ reparado que, de ha’ uns tempos a esta parte, e sobretudo desde que essa tal de “tristemente celebre campanha” se comecou a manifestar na imprensa e se foi propagando a varios circulos da sociedade angolana, entre os quais alguns que tinha, pelo menos ate’ cerca de tres anos atras, como “proximos”, deixei de ter muitos ‘qualms’ em abordar frontalmente certas questoes (e com elas certas pessoas que a elas se “empoleiram”) que noutros tempos, quando eu era a “miuda bonitinha, simpatica, cordata e compreensiva” para com ‘todo o mundo’, normalmente deixaria, ‘at my own peril’, no ‘backburner’… But... no more "nice girl" here!...

No entanto, porque o “ponto previo” ja’ levou demasiado do meu tempo e espaco para esta “cronica”, direi apenas o seguinte:

1. Quem se pretende “etnologa e/ou antropologa” devera’ saber que a etica e a deontologia da sua profissao o/a impedem de “falar pela/o outra/o” – a “senhora” nao e’ angolana, nao nasceu, nao cresceu e pouco viveu em Angola: com que “direito” se sente de falar em "nos e os outros" e “em nome das mulheres angolanas”, sendo que nao e' a primeira vez que o faz?! Especialmente quando, no espaco em que debitou tal “discurso verborreico”, ha’ mulheres angolanas a participar e que poderao faze-lo por si proprias. Nao o fazem? Provavelmente. Mas isso nao lhe concede qualquer direito de se arvorar em sua “porta-voz”... Certamente nao minha!

2. Quem se pretende “Mulher” com maiuscula, e ainda por cima “feminista”, nao se permite indulgir, nem “a brincar” (...hi hi hi hi...) , no tipo de comportamentos (viz. "querido, intocavel, macho dinamico de barba dura"...) por si protagonizados nesse mesmo espaco e “observados”, apenas para citar estes, nestes posts:

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/05/kwizz.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/06/do-bbbb.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/06/in-civilidades.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/03/reality-bites.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/05/o-meu-27-de-maio.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/07/malcolm-x-e-os-white-liberals.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/07/sobre-o-massacre-da-vila-alice.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/07/who-is-this-guy.html

http://koluki.blogspot.co.uk/p/falando-de-misoginia-i.html

http://koluki.blogspot.co.uk/p/falando-de-misoginia-ii.html

http://koluki.blogspot.co.uk/p/falando-de-misoginia-iii.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/08/falando-de-misoginia.html


E, ja' agora, meta na sua cabecinha de uma vez por todas o seguinte: eu nao estou, nunca estive, "em competicao em nenhum mercado sentimental ou sexual" - certamente nao consigo!


3. Nao," minha senhora", as “mulheres angolanas” nao andam, nunca andaram, meramente a “tentar emular” a “modernidade” das “mulheres ocidentais” – certamente nao a sua!...E, seguramente, nao na mesma medida em que as "mulheres brancas ocidentais" de que voce e' um triste exemplar, tentam a qualquer preco imitar (nao verdade deturpar!) a feminilidade, sensualidade e sexualidade das "mulheres negras angolanas/africanas"!... Talvez as suas amigas "coconuts - maes da negritude branca pos-colonial" a tenham deixado com essa impressao, mas... enganam-se todas redondamente!
As ("basicas"?) “mulheres angolanas” que, como eu, “cuidam, educam e sustentam os filhos sem nunca deixarem de trabalhar, que estão em profissões tradicionalmente masculinas e lutam pela igualdade”, estariam “muito bem tramadas” (!) se tentassem “imitar” a sua “modernidade” e suposto “vanguardismo de esquerda” de “mulher(zinha) branca (ocidental) da classe média” ou, melhor dito de uma "sorry excuse for a woman"!

Tenho dito.


P.S. 1: A Dambisa Moyo tambem usa “extensoes brasileiras”…

P.S. 2: Sugiro ao SJ que tente ponderar nesta "hipotese explicativa" para a mulher angolana/africana poder "não está(r) contente com o que é, tem que ter um determinado aspecto, tem de ir ao Brasil arranjar o nariz e a barriga": ao ver tanto homem angolano/africano a "preferir", real ou idealmente, mulheres brancas (... como umas certas Julies, Elkes, Margaridas, etc. etc. etc.), ela talvez tenha "metido na cabeca" que se nao tiver o mesmo "aspecto" que elas, nunca sera' "amada" por nenhum dos seus "brothers"!... E, ja' agora, sera' que os tais "brothers" pensam realmente na "solidez da mulher" quando "escolhem" tais mulheres brancas?... Se sim, porque sera' que muitos deles, como o proprio SJ, acabam por, senao casar-se, adoptar como "segunda mulher" uma Mulher Negra?!
Isso por um lado, e especificamente no que toca aos "cabelos" e, nos casos mais extremos, ao "clareamento" da pele.
Por outro lado, ha' mulheres de uma certa idade (especialmente num pais onde ha', pelo menos ate' prova em contrario, mais mulheres do que homens e "riqueza pornografica"), cujos maridos preferem as chamadas "catorzinhas" (... nao, nao sao estas que sao "predadoras" e que "se vendem" por "meia duzia de patacos furados" ou um "credito de telemovel", nao: eles e' que preferem "carne fresca"!...) especialmente quando as suas "mulheres de casa" ja' tiveram varios filhos e comecam a ficar "flacidas" e "desmazeladas" (ou, para usar as palavras do BBBB, no seu blog ha' uns tempos atras, "perdem a qualidade")... Sao estas mulheres que, com medo de perderem os seus "queridos, intocaveis, machos dinamicos de barba dura", quando podem, nao pensam duas vezes para, mesmo incorrendo em risco de vida, irem "recauchutar" os seus "bits and pieces" ao Brasil ou, ja' agora, 'a Africa do Sul e outros paises especializados nesse tipo de "efeitos especiais"!...

P.S. 3: Quanto ‘a “socializacao” dos filhos de “maes solteiras”, por opcao ou por qualquer outra razao, remeto-os especialmente para tres posts:

i) este: http://koluki.blogspot.co.uk/2011/10/de-volta-muxima.html – que dispensa comentarios a esse respeito

ii) este: http://koluki.blogspot.co.uk/2008/07/ecos-da-imprensa-angolana-16.html – em que faco um comentario relacionado com estas questoes, motivado por um artigo de SJ

iii) este: http://koluki2.blogspot.co.uk/2011/09/re-reflectindo.html – sobre a imagem do Yinka Shonibare que o ilustra, “Dysfunctional Family”, que nesta pagina postei ha’ umas semanas, escrevi isto em resposta a um meu amigo aqui: My own understanding of Yinka's idea of his series on "dysfunctionalities", which includes this one, is that what we normally take for granted as "normal" (e.g. the average 2-kids family) may actually be "dysfunctional", whereas what is generally thought of as such (e.g. the many one-parent families) can in reality be "normal" and "functional"...