Thursday 15 April 2010

Comentando*

Creio que o socialismo, la’ onde realmente existiu (se e’ que existiu mesmo…) tera’ falhado por um conjunto de razoes interligadas, sendo que umas terao sido mais preponderantes que outras consoante os contextos especificos.

Quanto ao resto, sou firmemente a favor de pelo menos tres “igualitarismos” basicos:

- a igualdade de todos perante a lei;
- a igualdade de direitos, deveres e garantias para todos;
- a igualdade de oportunidades de acesso a seguranca, bem-estar e felicidade individuais para todos.

Sou igualmente a favor da propriedade privada (que quanto a mim nao tem que ser necessariamente impeditiva de outras formas de propriedade, e.g. estatal, colectiva ou comunitaria) desde que legitimamente adquirida e nao impeditiva de que quaisquer outros tambem possam ser proprietarios privados.

Dai que, quanto a mim, seja fundamental o papel das politicas publicas (uma redundancia, bem sei, mas…) no sentido de assegurar – atraves da distribuicao e redistribuicao, mais do que de bens, de oportunidades – uma basica equidade de acessos e beneficios entre todos os cidadaos. E isso pode (deve) ser obtido sob um sistema de economia de mercado, desde que haja uma correcta administracao da justica em todas as areas da vida social – incluindo nas (ou talvez a comecar pelas) salas de aula a todos os niveis!

E creio que o velho Marx, em nome de quem muita barbaridade se tem dito e feito, se estivesse vivo hoje, concordaria com isso, uma vez que a sua critica fundamental ao capitalismo se baseava tao somente na condenacao da “exploracao do homem pelo homem” derivada, em seu entender, da apropriacao pelos capitalistas da mais-valia criada pela “produtividade marginal” dos operarios que era transformada por aqueles em seu lucro privado…

Em geito de conclusao, e voltando ao texto inicial, diria que a maior perversao do ‘socialismo’ em sociedades como a Angolana foi e, em grande medida, continua a ser (apesar da “mudanca de sistema”), o chamado “nivelamento por baixo”, ou seja, em nome do “igualitarismo”, a ‘punicao’ do merito dos mais “trabalhadores, esforcados, dedicados e talentosos” (ou, dito de outro modo, a “apropriacao da sua produtividade marginal” – e entenda-se aqui por “marginal”, em termos simples, aquilo que se “produz”, material ou intelectualmente, “acima da media”) em beneficio do ‘parasitismo’ dos “preguicosos, corruptos, venais e oportunistas”, numa sociedade em que a capacidade de indignacao e o sentido de justica se apresentam deficitarios, ou tambem eles completamente subvertidos, a todos os niveis.

E a coisa chegou a tal ponto que os ultimos se permitem rir descaradamente na cara dos primeiros e fazem questao de exibir-lhes despudoradamente os ‘beneficios’ (ou ‘lucros’) que obteem atraves da sua “esperteza”… Resultado: quem “reprova” e’ toda a sociedade (ou a familia - pois, infelizmente, casos ha' em que o mesmo fenomeno se observa no seio familiar), que assim passa um “atestado de menoridade” a si mesma! Mas enquanto continuarem a poder importar mao-de-obra e cerebros estrangeiros para os “acessorarem” em tudo e mais alguma coisa, nada vai mudar, excepto para pior… E dessa materia se faz todos os dias o subdesenvolvimento de Africa!


*Comentario a este post.
Creio que o socialismo, la’ onde realmente existiu (se e’ que existiu mesmo…) tera’ falhado por um conjunto de razoes interligadas, sendo que umas terao sido mais preponderantes que outras consoante os contextos especificos.

Quanto ao resto, sou firmemente a favor de pelo menos tres “igualitarismos” basicos:

- a igualdade de todos perante a lei;
- a igualdade de direitos, deveres e garantias para todos;
- a igualdade de oportunidades de acesso a seguranca, bem-estar e felicidade individuais para todos.

Sou igualmente a favor da propriedade privada (que quanto a mim nao tem que ser necessariamente impeditiva de outras formas de propriedade, e.g. estatal, colectiva ou comunitaria) desde que legitimamente adquirida e nao impeditiva de que quaisquer outros tambem possam ser proprietarios privados.

Dai que, quanto a mim, seja fundamental o papel das politicas publicas (uma redundancia, bem sei, mas…) no sentido de assegurar – atraves da distribuicao e redistribuicao, mais do que de bens, de oportunidades – uma basica equidade de acessos e beneficios entre todos os cidadaos. E isso pode (deve) ser obtido sob um sistema de economia de mercado, desde que haja uma correcta administracao da justica em todas as areas da vida social – incluindo nas (ou talvez a comecar pelas) salas de aula a todos os niveis!

E creio que o velho Marx, em nome de quem muita barbaridade se tem dito e feito, se estivesse vivo hoje, concordaria com isso, uma vez que a sua critica fundamental ao capitalismo se baseava tao somente na condenacao da “exploracao do homem pelo homem” derivada, em seu entender, da apropriacao pelos capitalistas da mais-valia criada pela “produtividade marginal” dos operarios que era transformada por aqueles em seu lucro privado…

Em geito de conclusao, e voltando ao texto inicial, diria que a maior perversao do ‘socialismo’ em sociedades como a Angolana foi e, em grande medida, continua a ser (apesar da “mudanca de sistema”), o chamado “nivelamento por baixo”, ou seja, em nome do “igualitarismo”, a ‘punicao’ do merito dos mais “trabalhadores, esforcados, dedicados e talentosos” (ou, dito de outro modo, a “apropriacao da sua produtividade marginal” – e entenda-se aqui por “marginal”, em termos simples, aquilo que se “produz”, material ou intelectualmente, “acima da media”) em beneficio do ‘parasitismo’ dos “preguicosos, corruptos, venais e oportunistas”, numa sociedade em que a capacidade de indignacao e o sentido de justica se apresentam deficitarios, ou tambem eles completamente subvertidos, a todos os niveis.

E a coisa chegou a tal ponto que os ultimos se permitem rir descaradamente na cara dos primeiros e fazem questao de exibir-lhes despudoradamente os ‘beneficios’ (ou ‘lucros’) que obteem atraves da sua “esperteza”… Resultado: quem “reprova” e’ toda a sociedade (ou a familia - pois, infelizmente, casos ha' em que o mesmo fenomeno se observa no seio familiar), que assim passa um “atestado de menoridade” a si mesma! Mas enquanto continuarem a poder importar mao-de-obra e cerebros estrangeiros para os “acessorarem” em tudo e mais alguma coisa, nada vai mudar, excepto para pior… E dessa materia se faz todos os dias o subdesenvolvimento de Africa!


*Comentario a
este post.

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