Incluído no programa das Festas da Cidade de Malanje deste ano, aconteceu anteontem, 13.02.07, naquela cidade, o lançamento do livro A CIDADE DE MALANJE NA HISTÓRIA DE ANGOLA, dos finais do século XIX até 1975, da autoria de António Egídio de Sousa Santos, sob a chancela da Editorial Nzila.
O Autor
António Egídio de Sousa Santos, Historiador, nasceu em Kalandula, Província de Malanje. Infância e ensino primário e secundário nas cidades de Negage, Sanza Pombo e Uíje. Licenciado em Filologia, pela Escola Superior Político-Militar de Lvov, da ex-URSS (1985), e em Ciências da Educação pelo ISCED do Lubango (1990), em 1994 concluiu o curso de Mestrado obtendo o Diploma de Estudos Aprofundados (DEA) em História de África Negra pela Universidade de Paris I, Panthéon Sorbonne. Em 2004. obteve o grau de Doutor (PhD) em Historia e Civilização pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHESS) de Paris, tendo defendido a tese que dá título a este livro, merecendo do júri a menção "Très Honorable". Com uma vasta e longa experiência no ensino da História, membro investigador do Arquivo Histórico de Angola, e, actualmente, professor de História de África na Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto.
O Livro
Malanje nasceu sob uma nova conjuntura. Os sistemas políticos africanos, vigentes à volta da cidade, deviam criar um elemento de novidade, agindo de modo a suscitarem produções originais, solicitadas aliás pelo comércio europeu. A procura europeia era reconhecida pelas instâncias de poder e pelos produtores africanos, o que autorizava a transformação e sobretudo a modernização dos sistemas. A cidade colonial nunca foi uma cidade totalmente africana, nem sequer pela sua organização espacial. Com efeito a cidade colonial assinalou sempre uma separação nítida entre a cidade europeia e a cidade africana. Essa separação concretizou-se através de dois fenómenos distintos e complementares: o território e o centro de direcção. Na grande maioria das cidades coloniais, os europeus concentravam-se na micro-cidade europeia, à imagem de uma grande aldeia (com excepção de algumas cidades como Luanda ou Benguela onde se podiam encontrar alguns brancos na cidade africana), ao passo que os africanos se instalavam massivamente na cidade africana. No final da colonização portuguesa, Malanje sofre a sua última mutação. Ainda que a separação física entre a cidade europeia e a cidade africana permanecesse visível a sua população aparece novamente confundida nas duas cidades: a independência tornou possível aos africanos autóctones residirem na cidade "branca" e utilizarem os espaços que eram outrora reservados aos europeus.
Texto: Editorial Nzila
Fotos da Cidade de Malange (anos 60):
SanzalAngola
Incluído no programa das Festas da Cidade de Malanje deste ano, aconteceu anteontem, 13.02.07, naquela cidade, o lançamento do livro A CIDADE DE MALANJE NA HISTÓRIA DE ANGOLA, dos finais do século XIX até 1975, da autoria de António Egídio de Sousa Santos, sob a chancela da Editorial Nzila.
O Autor
António Egídio de Sousa Santos, Historiador, nasceu em Kalandula, Província de Malanje. Infância e ensino primário e secundário nas cidades de Negage, Sanza Pombo e Uíje. Licenciado em Filologia, pela Escola Superior Político-Militar de Lvov, da ex-URSS (1985), e em Ciências da Educação pelo ISCED do Lubango (1990), em 1994 concluiu o curso de Mestrado obtendo o Diploma de Estudos Aprofundados (DEA) em História de África Negra pela Universidade de Paris I, Panthéon Sorbonne. Em 2004. obteve o grau de Doutor (PhD) em Historia e Civilização pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHESS) de Paris, tendo defendido a tese que dá título a este livro, merecendo do júri a menção "Très Honorable". Com uma vasta e longa experiência no ensino da História, membro investigador do Arquivo Histórico de Angola, e, actualmente, professor de História de África na Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto.
O Livro
Malanje nasceu sob uma nova conjuntura. Os sistemas políticos africanos, vigentes à volta da cidade, deviam criar um elemento de novidade, agindo de modo a suscitarem produções originais, solicitadas aliás pelo comércio europeu. A procura europeia era reconhecida pelas instâncias de poder e pelos produtores africanos, o que autorizava a transformação e sobretudo a modernização dos sistemas. A cidade colonial nunca foi uma cidade totalmente africana, nem sequer pela sua organização espacial. Com efeito a cidade colonial assinalou sempre uma separação nítida entre a cidade europeia e a cidade africana. Essa separação concretizou-se através de dois fenómenos distintos e complementares: o território e o centro de direcção. Na grande maioria das cidades coloniais, os europeus concentravam-se na micro-cidade europeia, à imagem de uma grande aldeia (com excepção de algumas cidades como Luanda ou Benguela onde se podiam encontrar alguns brancos na cidade africana), ao passo que os africanos se instalavam massivamente na cidade africana. No final da colonização portuguesa, Malanje sofre a sua última mutação. Ainda que a separação física entre a cidade europeia e a cidade africana permanecesse visível a sua população aparece novamente confundida nas duas cidades: a independência tornou possível aos africanos autóctones residirem na cidade "branca" e utilizarem os espaços que eram outrora reservados aos europeus.
Texto: Editorial Nzila
Fotos da Cidade de Malange (anos 60):
SanzalAngola
No comments:
Post a Comment