Thursday, 2 May 2019

Mandela, Mobutu & Me


In this stunning memoir, veteran Washington Post correspondent Lynne Duke takes readers on a wrenching but riveting journey through Africa during the pivotal 1990s and brilliantly illuminates a continent where hope and humanity thrive amid unimaginable depredation and horrors.

For four years as her newspaper's Johannesburg bureau chief, Lynne Duke cut a rare figure as a black American woman foreign correspondent as she raced from story to story in numerous countries of central and southern Africa. From the battle zones of Congo-Zaire to the quest for truth and reconciliation in South Africa; from the teeming displaced person’s camps of Angola and the killing field of the Rwanda genocide to the calming Indian Ocean shores of Mozambique.

She interviewed heads of state, captains of industry, activists, tribal leaders, medicine men and women, mercenaries, rebels, refugees, and ordinary, hardworking people. And it is they, the ordinary people of Africa, who fueled the hope and affection that drove Duke’s reporting. The nobility of the ordinary African struggles, so often absent from accounts of the continent, is at the heart of Duke’s searing story.

[from the hardcover edition]


Duke covered southern Africa as Johannesburg bureau chief for The Washington Post from 1995 to 1999. Her engaging memoir provides a close-up look at the fall of Mobutu Sese Seko in the former Zaire, the ascendance of Nelson Mandela in South Africa, dramatic high points of South Africa's Truth and Reconciliation Commission, and many poignant vignettes of everyday African life from Cape Town to Kigali. "Armed with attitude and ready for anything," she finds that being black and female is sometimes, but not always, an occupational asset. Knowing that her dispatches will help shape American perceptions of a region she cares deeply about, she works hard to balance her anger at the brutality and venality of "ugly Africa" against her admiration for Mandela and for the fortitude and ingenuity of ordinary Africans. Equally deft at presenting vivid eyewitness descriptions and concise evaluations of failed policies, whether African or American, Duke has given us a glimpse of what first-rate reporting on Africa can be.

[from Foreign Affairs]


Pictures: Mandela's 1997 mediation efforts between Mobutu and Laurent Kabila
[That's Afrika and That's Madiba For You!]

In this stunning memoir, veteran Washington Post correspondent Lynne Duke takes readers on a wrenching but riveting journey through Africa during the pivotal 1990s and brilliantly illuminates a continent where hope and humanity thrive amid unimaginable depredation and horrors.

For four years as her newspaper's Johannesburg bureau chief, Lynne Duke cut a rare figure as a black American woman foreign correspondent as she raced from story to story in numerous countries of central and southern Africa. From the battle zones of Congo-Zaire to the quest for truth and reconciliation in South Africa; from the teeming displaced person’s camps of Angola and the killing field of the Rwanda genocide to the calming Indian Ocean shores of Mozambique.

She interviewed heads of state, captains of industry, activists, tribal leaders, medicine men and women, mercenaries, rebels, refugees, and ordinary, hardworking people. And it is they, the ordinary people of Africa, who fueled the hope and affection that drove Duke’s reporting. The nobility of the ordinary African struggles, so often absent from accounts of the continent, is at the heart of Duke’s searing story.

[from the hardcover edition]


Duke covered southern Africa as Johannesburg bureau chief for The Washington Post from 1995 to 1999. Her engaging memoir provides a close-up look at the fall of Mobutu Sese Seko in the former Zaire, the ascendance of Nelson Mandela in South Africa, dramatic high points of South Africa's Truth and Reconciliation Commission, and many poignant vignettes of everyday African life from Cape Town to Kigali. "Armed with attitude and ready for anything," she finds that being black and female is sometimes, but not always, an occupational asset. Knowing that her dispatches will help shape American perceptions of a region she cares deeply about, she works hard to balance her anger at the brutality and venality of "ugly Africa" against her admiration for Mandela and for the fortitude and ingenuity of ordinary Africans. Equally deft at presenting vivid eyewitness descriptions and concise evaluations of failed policies, whether African or American, Duke has given us a glimpse of what first-rate reporting on Africa can be.

[from Foreign Affairs]


Pictures: Mandela's 1997 mediation efforts between Mobutu and Laurent Kabila
[That's Afrika and That's Madiba For You!]

Monday, 18 March 2019

MORRO DO SEMBA (III)




Regresso a este album de Memorias de Ruy Mingas (2006), ja' antes aqui passado, para dele repescar algumas perolas, pelo que nelas sobrevive de semba, por entre as generosas infusoes ("expansoes/amplificacoes" do proprio semba?) de jazz, samba e outras sonoridades musicais - se se comparar (especialmente quem conheca as suas versoes originais) cada uma das outras com o Xi Amye' ou mesmo o Pe' de Maracuja', compreender-se-ha' o que pretendo dizer...

A ultima nao faz parte deste album, embora traga muito boa memoria de cancoes de roda da infancia:

# banana podre nao tem fortuna, frutata', frutata'... entra aqui, sai ali, frutata', frutata'...#,




Makezu [Viriato da Cruz]


Birin Birin [Carlos "Liceu" Vieira Dias]


Nguidifangana [Mario Antonio de Oliveira]


Xi Amye' [Ruy Mingas]


Pe' de Maracuja' [Ernesto Lara Filho]


Morro da Maianga [Mario Antonio de Oliveira]




Regresso a este album de Memorias de Ruy Mingas (2006), ja' antes aqui passado, para dele repescar algumas perolas, pelo que nelas sobrevive de semba, por entre as generosas infusoes ("expansoes/amplificacoes" do proprio semba?) de jazz, samba e outras sonoridades musicais - se se comparar (especialmente quem conheca as suas versoes originais) cada uma das outras com o Xi Amye' ou mesmo o Pe' de Maracuja', compreender-se-ha' o que pretendo dizer...

A ultima nao faz parte deste album, embora traga muito boa memoria de cancoes de roda da infancia:

# banana podre nao tem fortuna, frutata', frutata'... entra aqui, sai ali, frutata', frutata'...#,




Makezu [Viriato da Cruz]


Birin Birin [Carlos "Liceu" Vieira Dias]


Nguidifangana [Mario Antonio de Oliveira]


Xi Amye' [Ruy Mingas]


Pe' de Maracuja' [Ernesto Lara Filho]


Morro da Maianga [Mario Antonio de Oliveira]

Wednesday, 18 July 2018

AFINALE?!







[AQUI]


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&

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That Land




N.B.:

Dizer, nesta altura do campeonato – depois de ter passado por tudo isto e especialmente por isto – que se me esgotaram totalmente o tempo e a paciencia para este tipo de propaganda tribalista, genocidario-racista, colonial-fascista e de extrema direita neo-nazi seria, no minimo, uma redundancia: expressei-o terminantemente aqui e os posts indicados acima, entre varios outros neste blog, explicam-no a saciedade! E, apenas para fazer um “ponto de ordem” (...de honra!...), acrescento-lhes A Negacao e Afirmacao de Agostinho Neto.

Mas, uma vez que, de todas as pecas delirantes que “me foram dedicadas” ate’ agora, esta e’ a mais ridiculamente doentia e esquizofrenica (ou, simplesmente, disgusting!), porque totalmente desprovida de qualquer base material e factual de sustentacao argumentativa, logo totalmente falaciosa - onde e’ que eu ja’ falei de ‘argumentos non sequitur’? - e em aberta contravencao a todas as disposicoes nacionais, regionais e internacionais sobre os Direitos Humanos e os Direitos dos Povos [para quem ainda nao era nascido na altura, ou passou completamente ao largo do 27 de Maio de 1977, ou, "mais perto de casa", da Sexta Feira Sangrenta, este (juntamente com outros recentes e continuos vomitos de odio propalados pelo ‘Novo Jornal’ em que se fala, por exemplo, de “monstros raciais e taras tribais” e de “encarcerar os tribalistas”; ou, ja’ agora, tambem pelo ‘O Pais’, em que se fala de “baratas” a boa maneira genocidaria Rwandesa…) era precisamente o tipo de ‘perola propagandistica’ para a diabolizacao das suas vitimas e intoxicacao e manipulacao da opiniao publica com que se “batia no ferro quente” imediatamente antes e depois daquela(s) data(s) fatidica(s)!], dou-me ao trabalho de deixar aqui sobre ela apenas as seguintes “notas tecnicas”:

(…) O Reino do Kongo, cuja sede era em Mbanza Kongo, totalmente dentro das actuais fronteiras de Angola, estendia-se, na era pre-colonial, por uma regiao que, a Sul, ia ate’ a Ilha de Luanda e, a Norte, compreendia os actuais (ou partes significativas destes) Kongo Brazzaville, Gabao e Kongo Kinshasa, sendo que deste, actual RDC, areas houve que pouca ou nenhuma relacao directa, ou historicamente relevante, tiveram com o Reino do Kongo. E’ o caso do seu extremo Norte, de onde era originario Mobutu que, note-se, nao era baKongo, mas sim NgBandi (o mesmo se passa no caso da regiao Leste/Grandes Lagos da RDC, de onde sao provenientes os Kabila, que pertencem a etnia Luba e nao baKongo). Portanto, nem a actual RDC na sua totalidade, nem Mobutu, podem com propriedade ser considerados “sucessores” (certamente nao unicos) do Reino do Kongo – quanto mais nao seja porque Mobutu, como aqui se regista, assumiu o poder pela forca contra os legitimos titulares do primeiro governo independente daquele pais, Lumumba e Kasavubu, este sim, um baKongo;

(…) A “authenticite” nao foi uma 'doutrina politico-ideologica': foi, quanto muito, uma 'directriz de afirmacao identitaria nacional', que tanto nao foi culturalmente totalizante, nem na RDC, nem nos outros “paises sucessores do Reino do Kongo”, que conviveu com, por exemplo, La Sapologie e os movimentos musicais multiculturais e multi-etnicos locais, regionais e trans-continentais de que aqui se fala um pouco;

(...) Assumir a identidade e valorizar e divulgar a cultura de origem nao significa tribalismo. Tribalismo, tal como racismo, e' usar a identidade (tribal ou racica) para hostilizar, denegrir, diabolizar, humilhar, achincalhar e tentar aniquilar (simbolica ou realmente) os que nao pertencem a essa mesma tribo ou raca e respectivas culturas. E, assim sendo, aquilo que faz o autor do artigo aqui em questao, tal como os seus correlegionarios, e' precisamente, e para dizer o minimo, tribalismo e racismo! E, por isso, eles sim, deveriam ser nada mais, nada menos do que encarcerados!

(…) Seria de todo o interesse do ponto de vista do conhecimento historico-cientifico que se explicassem, demonstrassem e provassem cabalmente, por um lado, a ‘implicacao’ do Reino do Kongo no alegado “exterminio dos Khoisan” e, por outro, as suas alegadas “ligacoes e afinidades”, doutrinarias ou outras, com os Boers - talvez devam pedir a Mandela, como descendente dos Khoisan e ex-prisioneiro dos Boers, os seus insights sobre o assunto;

(…) Se algum “autoctone”, em algum momento, advogou, promoveu e praticou a “descolonizacao completa” de Angola (e de Mocambique), ele nao foi “descendente do Reino do Kongo”: a Historia tem em registo quem e como assumiu totalmente o poder pos-independencia nesse(s) pais(es); sendo que, no caso de Angola, muito gracas ao apoio de um dos “sucessores do Reino do Kongo”, o Kongo Brazaville, em oposicao directa ao Kongo de Mobutu... E, nao fossem reconhecimentos desse facto como este, dir-se-ia que ha' em todo esse irresponsavel delirio racista, xenofobo, tribalista e anti-Bakongo muito do que, com toda a propriedade, se pode e deve chamar "cuspir no prato em que se debicou"!

(…) Tanto quanto “retornar ao patamar tecno-juridico-administrativo” que Angola teve antes da independencia significa, ou pode significar, “recolonizacao” ou “neo-colonialismo”, seria de toda a conveniencia explicar-se, de preferencia “tecnica, juridica e administrativamente”, como e porque que essa e’ a unica via possivel e desejavel para que se atinja tal patamar. Um possivel ponto de partida para essa discussao pode ser encontrado, por exemplo, aqui;

(…) Finalmente, no que pessoalmente me possa tocar directamente em relacao a todas essas e, possivelmente, outras questoes relativas, tenho apenas a parafrasear aquele que, agora caminhando para o fim dos seus dias, para garantir o seu “lugar no reino dos ceus” comeca a render-se a Verdade Historica, Fidel Castro: A Historia Me Absolvera’!

[P.S.: Curiosamente, dois dias depois de isto escrito, Joseph Kabila efectua uma 'visita relampago' ao seu homologo Angolano para reafirmar os lacos entre os dois paises]




Ainda outro take sobre a mesma leitura:

O argumento basico dos apostolos da 'recolonizacao' e’ o de que todos os males de que a Africa pos-colonial enferma teem na sua origem a independencia e a saida dos colonos: "os negros sao congenitamente incapazes de se auto-governar e de criar prosperidade economico-social (sao predadores, bebados ou bufos, vida deles e’ so’ fazere bwe’ de kilapie’, roubar e matarem-se uns aos outros, e mesmo depois de terem passado pela universidade teem que tirar os sapatos para poderem contar ate' doze! E, na verdade, nao fossem os europeus, especialmente os etnologos e antropologos, nem as suas proprias culturas eles conheceriam!)"!

E os numeros e imagens das guerras, da pobreza e do subdesenvolvimento, especialmente se em comparacao com alguns paises de outras regioes do mundo (e.g. Asia e America Latina) que partiram do mesmo nivel de desenvolvimento (ou pelo menos de PIBpc) aquando das independencias africanas nos anos 60, estao ai para o demonstrar a saciedade: "o problema de Africa nao e’ outro senao os Africanos"!
Mas, mais do que isso, "se alguma vez a Africa ostentou algum progresso, foi durante o periodo colonial, logo, sem os Europeus e/ou os seus descendentes directos a Africa esta’ condenada a pobreza, subdesenvolvimento e fracasso total e eterno… logo, a unica saida possivel desse ciclo vicioso e’ a 'recolonizacao'"!

E' isto, alias, que une alguns negros e brancos, esquerdistas e direitistas, nessa canoa furada (ou, mais uma vez, de como os extremos se tocam...): i.e. aqueles que professam e sempre professaram a "supremacia euro-caucasiana" (e seus lacaios) e alguns dos que honestamente sao criticos do poder pos-independencia em Africa [com o Zimbabwe de Mugabe como grande ponto de convergencia entre esses dois afluentes - vejam-se, no entanto as posicoes (conflituosas?) de Graca Machel sobre essa questao: aqui e aqui]... Sendo que, pelo meio, ha' alguns que, como eu, nao estando seguramente do lado dos primeiros e nao necessariamente sempre do lado dos segundos, apenas tentam separar as aguas entre esses dois rios... [por isso reagi deste modo as recomendacoes do Prof. Paul Collier sobre a economia angolana - retomadas aqui e aqui - o qual, por coincidencia, foi tambem professor da Dambisa Moyo, que no seu Dead Aid advoga, nada mais nada menos, que o remedio para todos os problemas actuais de Africa esta' no fim imediato (dentro de 5 anos) da Ajuda ao Desenvolvimento (ou, como dizia a outra "experta" em patetices, "for God's sakes stop aid!") e o recurso dos estados africanos aos mercados financeiros internacionais (... nao, nada vagamente parecido com a criacao das bases para um desenvolvimento, nao apenas economico-financeiro, mas tambem e sobretudo socio-cultural, endogeno e sustentavel...), tendo-o feito num momento em que aqueles se encontra(va)m em profunda crise e num contexto em que a esmagadora maioria das economias africanas nao tem credit ratings que lhes garantam qualquer acesso significativo a tais mercados - veja-se a esse respeito o que no ultimo paragrafo deste artigo se diz sobre a economia Mocambicana... - e sendo que, tambem por coincidencia, para esses mercados ela trabalha...], e por isso acabam(os) sendo vitimas de tentativas de afogamento por ambos os lados!

Ha' ainda um terceiro afluente que e' alimentado pelos proprios circulos do poder de estado de alguns paises africanos e de algumas organizacoes regionais no continente que se tornaram aid dependent, tanto em termos tecnicos como financeiros - para estes, os contingentes de estrangeiros [ex-colonos ou nao; embora isto nao deixe de me trazer a lembranca um alto dirigente da nomenkatura angolana que, nao ha' muito tempo, foi a Portugal declarar que "nos precisamos do homem portugues"... nada contra, se isso nao soasse claramente a "nos precisamos do ex-colono (porque nao estamos a dar conta do recado)"... e menos ainda contra se ele tivesse sido mais especifico e declarasse algo como "nos precisamos prioritariamente de tecnicos qualificados" e acrescentasse, ainda que apenas implicitamente, "porque e' imperioso que invistamos em capital humano e nos precisamos mais ainda do homem angolano, quanto mais nao seja porque foi ele que nos colocou e nos mantem no poder e perante ele temos o dever e a obrigacao de lhe prover e aos seus filhos a formacao adequada para que os angolanos possam competir em pe' de igualdade com qualquer estrangeiro num mundo cada vez mais globalizado!") funcionam como um "buffer" entre os governos/aparelhos de estado e os respectivos povos, que lhes assegura a manutencao do poder e a perpetuacao de determinados individuos em certos cargos, bem como os seus hefty revenue streams e a possibilidade de "brilharem" sozinhos sem quaisquer entraves - era, em parte, a este fenomeno e as suas consequencias socio-culturais a que aqui me referia...

O unico contra-argumento plausivel a essa “inevitabilidade historica” seria se se pudessem encontrar na Africa pre-colonial exemplos de sistemas culturais capazes de gerar, pelo menos potencialmente, estabilidade politica e desenvolvimento economico-social. Aparentemente sim: “(…) o antigo Reino do Congo, notabilizado por ser, então e aparentemente, o único reino organizado na África sub-saariana. (...) Esse palmarés de primeiro entre os reinos sub-saarianos a ter contacto com a Europa e a ter relações diplomáticas com a Santa Sé foi - e continua a ser. .. – motivo de orgulho para os súbditos do rei do Congo e seus actuais descendentes.” Mas… esse mesmo Reino emblematico e paradigmatico “teve como successor o maior emblema e paradigma de fracasso em todas as frentes na Africa pos-colonial: o Congo de Mobutu”!

E, pior do que isso, os seus “actuais descendentes” e “apostolos de Mobutu e da neo-authenticite’”, mesmo quando se apresentam com creditos e meritos profissionais e academicos reconhecidos, sao “monstros racistas e tarados tribais a encarcerar” e “baratas” a eliminar da face da terra: “(…) eles sao, como os boers (e ao contrario de Agostinho Neto - casado civilizadamente com uma mulher branca e que declarou "nao havera' perdao (!) para os 'apostolos da neo-authenticite' do 27 de Maio"...; ou de Mandela - que se divorciou pessoal e politicamente da sua "profeta da neo-authenticite' primeira esposa" e que "so' nao fez o impossivel para nao 'desagradar' os brancos sul-africanos, boers incluidos"...), declaradamente neo-nazis e praticam o primado do dinheiro sobre o direito; o suborno e a falsificação de documentos; a instilação dum racismo e tribalismo como nunca existira na vida económico-social; a distorção de factos históricos e sociais; a intriga e a subserviência; o nepotismo; e, com todas estas armas, a sabotagem subreptícia dos esforços para pôr Angola a funcionar no patamar técno-jurídico-administrativo que já tivera antes da independência.”!

"Logo, 'recolonizacao' e’ o unico caminho a seguir e quem se atreva a 'levantar um dedo ou a bater uma tecla em contrario'... convem saber sempre o que lhe espera!"

Portanto:

QUE VIVA A RECOLONIZACAO!!!
RECOLONIZATION OYE’!!!



(...) Mas, na verdade, nao fosse a gravidade das questoes acima referidas, poderiamos ter poupado o ja' pouco tempo e paciencia que nos restam para todo esse nonsense a mistura com pure evil (!): e' que tudo isso parece claramente nao passar de uma "questao de inteligencia" ou, dito de outro modo, de "competicao pela paridade (ou supremacia?) da etnia, da raca e do genero no dominio intelectual" (poderia dize-lo ainda de outro modo, mas voltar a falar em inveja, ciumes, odio e afins, seria tambem mais do que uma redundancia neste blog... onde e' que por aqui ja' se falou em "inveja dos brains"?)... Senao vejamos (citando da mesma edicao do NJ acima referida):

(...) Os seus “apóstolos” não esmoreceram, nem quando encontraram situações imprevistas como mulatos com os pais, os quatro avós, os oito bisavós e os dezasseis trisavós nados, vividos, mortos e enterrados em Angola; angolanos negros tão ou mais inteligentes que eles e se não deixaram enganar; outros africanos subsaarianos nascidos em Angola (e, não raro de segunda ou até terceira geração) que não abdicam da sua actual nacionalidade e não alinham nos “cantos de sereia” dos apóstolos da neooauthenticité.

(...) O que devemos fazer pela Pátria? Provar à sociedade que o talento assusta os medíocres’ como tão bem descreveu José Alberto Gueiros há mais de 25 anos no extinto Jornal da Bahia - “assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas, boicota automaticamente a entrada de uma jovem mulher no seu círculo de convivência por medo de perder os seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar” O que devemos, perante este cenário, continuar a fazer pela Pátria? Demonstrar à opinião pública que os medíocres, que não aprendem nada com nada, são obstinados na conquista de lugares de destaque. O que devemos continuar a fazer pela Pátria? Pôr em evidência que os medíocres entrincheirados em posições de chefia denotam um medo indisfarçável da inteligência. O que devemos incessantemente continuar a fazer pela Pátria? Desenterrar a famosa trova de Ruy Barbosa: “Há tantos burros mandando em homens de inteligência que às vezes fico pensando que a burrice é uma ciência”

(...) Como diria o meu amigo Rainer (aprendeu nos Acores): Eta Corisco!...
Bem...! Que tal um 'cruzamento de referencias' com a minha confissao... ou com este "caso"... ou com os meus Boers... ou com os meus Khoisan...?!

(...) E... creio que Ruy Barbosa subscreveria esta: "ha' tanto kabungado tarado e monstruoso com bigodinho a Hitler e a espumar da boca com a lingua de serpente de fora, auto-convencido que e' super-inteligente e talentoizo (...e' que... Deus e' poderoizo!...) por ai a solta, que as vezes fico pensando que a kabunguice e' uma ciencia"!

(...) E, ja' agora, alguem reparou em como o obus dos "monstros raciais e taras tribais" foi lancado para o meu kintal em retaliacao directa e imediata ao comentario a este post e a este ?!... O que nos remete para "outras questoes", nomeadamente "quem e' quem, quem e' amigo de quem, quem se senta a mesa de quem e quem 'debica no prato' de quem"! Mas essas ja' aqui foram, pelo menos parcialmente, abordadas...

(...) Talvez nao seja de todo despiciendo relembrar aqui o meu "celebre debate" com o Negro Ugandes ('tao ou mais inteligente do que eu') Dennis Matanda no (agora infelizmente "desaparecido em combate") Africanpath, sobre a "recolonizacao". Como quem o seguiu de perto (e entenda bem Ingles) tera' anotado, eu comecei por responder ao seu primeiro "Call for Recolonization" com um comentario em que me declarava "un-comfortably numb" ("de-construcao" minha do titulo dos Pink Floyd que, mais recentemente, por aqui passei a volta deste post ), ao que se seguiu o meu primeiro artigo naquele site, como guest blogger, sobre a questao ("Are We All Losing The Plot?"). O Dennis respondeu imediatamente num outro artigo ("We Africans Have Lost The Plot a Long Time Ago") em que reiterava as suas posicoes iniciais, ao que eu voltei a carga tambem com um segundo artigo ("Are We All Losing The Plot? - Part II"), tendo dele obtido a seguinte resposta:

Recovering from an Intellectual Blow

Koluki, I finally got round to reading this article - and I can tell you that I have been blown away - completely. Having said that, you have made a case for the shifting of blame from the leaders of present day African countries to the history of their different nations. But is that not the problem? How can a people who have been showed these examples not react to them? How can we not look into history and 'force' our present leaders to do their good deeds? Lastly, how can we not blame our current leaders yet they, like our historical leaders, are not attempting to be students of history or leadership? That is the core of my argument. If we had leaders in the past, why do we have presidents today?
Again, your article is excellent - and I am bowled over.

Dennis Matanda


Bem, se "recovering from an intellectual blow" e "your article is excellent - and I am bowled over - completely" nao e' "cair no canto da sereia", o que quer que isso signifique...

[E abro aqui um parentesis para notar o seguinte: Este debate e, em particular, esta resposta do Dennis Matanda (e tambem estes artigos de dois jovens Sul-Africanos, ou este debate na blogosfera Mocambicana), e' bem emblematico da diferenca cultural estrutural e estruturante em relacao aquilo que (nao) e' o nivel do "debate" entre os angolanos (ou apenas alguns? ... ou apenas alguns "jornalistas"?... ou apenas alguns "intelectuais"?...): ali debateram-se seriamente ideias e conviccoes fortes e profundas sobre questoes extremamente sensiveis, tendo havido por parte do "derrotado" a hombridade, decencia, educacao, civilidade e elegancia de reconhecer a sua "derrota" e os meritos dos argumentos do adversario - mesmo sendo estes protagonizados por uma mulher (e, acrescente-se, negra!)... O que teriamos (temos tido) nos "pretensos debates" com angolanos? Nada mais do que os ataques ad hominem (... "ad mulher ", incluindo a sua vida intima e privada, ao seu corpo e a sua suposta sexualidade!...), o abuso e insulto mais baixo e soez, a tentativa de humilhacao, degradacao moral e espiritual, objectificacao sexual e destruicao fisica, psicologica e profissional (!) sem quaisquer escrupulos... E' essa a "mentalidade" da generalidade dos (ou de apenas alguns?... ou de apenas alguns "jornalistas"?... ou de apenas alguns "intelectuais"?...) angolanos!]

(...) E... quem diz, pateticamente, "resistir" (em vao) a este 'canto da sereia' e'... psicopata (ruim da cabeca) e... kabungadu (ou doente do pe')!

(...lol...)



ADENDA

"MANDELA, MOBUTU & ME"



In this stunning memoir, veteran Washington Post correspondent Lynne Duke takes readers on a wrenching but riveting journey through Africa during the pivotal 1990s and brilliantly illuminates a continent where hope and humanity thrive amid unimaginable depredation and horrors.

For four years as her newspaper's Johannesburg bureau chief, Lynne Duke cut a rare figure as a black American woman foreign correspondent as she raced from story to story in numerous countries of central and southern Africa. From the battle zones of Congo-Zaire to the quest for truth and reconciliation in South Africa; from the teeming displaced person’s camps of Angola and the killing field of the Rwanda genocide to the calming Indian Ocean shores of Mozambique.

She interviewed heads of state, captains of industry, activists, tribal leaders, medicine men and women, mercenaries, rebels, refugees, and ordinary, hardworking people. And it is they, the ordinary people of Africa, who fueled the hope and affection that drove Duke’s reporting. The nobility of the ordinary African struggles, so often absent from accounts of the continent, is at the heart of Duke’s searing story.

[from the hardcover edition]



Duke covered southern Africa as Johannesburg bureau chief for The Washington Post from 1995 to 1999. Her engaging memoir provides a close-up look at the fall of Mobutu Sese Seko in the former Zaire, the ascendance of Nelson Mandela in South Africa, dramatic high points of South Africa's Truth and Reconciliation Commission, and many poignant vignettes of everyday African life from Cape Town to Kigali. "Armed with attitude and ready for anything," she finds that being black and female is sometimes, but not always, an occupational asset. Knowing that her dispatches will help shape American perceptions of a region she cares deeply about, she works hard to balance her anger at the brutality and venality of "ugly Africa" against her admiration for Mandela and for the fortitude and ingenuity of ordinary Africans. Equally deft at presenting vivid eyewitness descriptions and concise evaluations of failed policies, whether African or American, Duke has given us a glimpse of what first-rate reporting on Africa can be.

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N.B.:

Dizer, nesta altura do campeonato – depois de ter passado por tudo isto e especialmente por isto – que se me esgotaram totalmente o tempo e a paciencia para este tipo de propaganda tribalista, genocidario-racista, colonial-fascista e de extrema direita neo-nazi seria, no minimo, uma redundancia: expressei-o terminantemente aqui e os posts indicados acima, entre varios outros neste blog, explicam-no a saciedade! E, apenas para fazer um “ponto de ordem” (...de honra!...), acrescento-lhes A Negacao e Afirmacao de Agostinho Neto.

Mas, uma vez que, de todas as pecas delirantes que “me foram dedicadas” ate’ agora, esta e’ a mais ridiculamente doentia e esquizofrenica (ou, simplesmente, disgusting!), porque totalmente desprovida de qualquer base material e factual de sustentacao argumentativa, logo totalmente falaciosa - onde e’ que eu ja’ falei de ‘argumentos non sequitur’? - e em aberta contravencao a todas as disposicoes nacionais, regionais e internacionais sobre os Direitos Humanos e os Direitos dos Povos [para quem ainda nao era nascido na altura, ou passou completamente ao largo do 27 de Maio de 1977, ou, "mais perto de casa", da Sexta Feira Sangrenta, este (juntamente com outros recentes e continuos vomitos de odio propalados pelo ‘Novo Jornal’ em que se fala, por exemplo, de “monstros raciais e taras tribais” e de “encarcerar os tribalistas”; ou, ja’ agora, tambem pelo ‘O Pais’, em que se fala de “baratas” a boa maneira genocidaria Rwandesa…) era precisamente o tipo de ‘perola propagandistica’ para a diabolizacao das suas vitimas e intoxicacao e manipulacao da opiniao publica com que se “batia no ferro quente” imediatamente antes e depois daquela(s) data(s) fatidica(s)!], dou-me ao trabalho de deixar aqui sobre ela apenas as seguintes “notas tecnicas”:

(…) O Reino do Kongo, cuja sede era em Mbanza Kongo, totalmente dentro das actuais fronteiras de Angola, estendia-se, na era pre-colonial, por uma regiao que, a Sul, ia ate’ a Ilha de Luanda e, a Norte, compreendia os actuais (ou partes significativas destes) Kongo Brazzaville, Gabao e Kongo Kinshasa, sendo que deste, actual RDC, areas houve que pouca ou nenhuma relacao directa, ou historicamente relevante, tiveram com o Reino do Kongo. E’ o caso do seu extremo Norte, de onde era originario Mobutu que, note-se, nao era baKongo, mas sim NgBandi (o mesmo se passa no caso da regiao Leste/Grandes Lagos da RDC, de onde sao provenientes os Kabila, que pertencem a etnia Luba e nao baKongo). Portanto, nem a actual RDC na sua totalidade, nem Mobutu, podem com propriedade ser considerados “sucessores” (certamente nao unicos) do Reino do Kongo – quanto mais nao seja porque Mobutu, como aqui se regista, assumiu o poder pela forca contra os legitimos titulares do primeiro governo independente daquele pais, Lumumba e Kasavubu, este sim, um baKongo;

(…) A “authenticite” nao foi uma 'doutrina politico-ideologica': foi, quanto muito, uma 'directriz de afirmacao identitaria nacional', que tanto nao foi culturalmente totalizante, nem na RDC, nem nos outros “paises sucessores do Reino do Kongo”, que conviveu com, por exemplo, La Sapologie e os movimentos musicais multiculturais e multi-etnicos locais, regionais e trans-continentais de que aqui se fala um pouco;

(...) Assumir a identidade e valorizar e divulgar a cultura de origem nao significa tribalismo. Tribalismo, tal como racismo, e' usar a identidade (tribal ou racica) para hostilizar, denegrir, diabolizar, humilhar, achincalhar e tentar aniquilar (simbolica ou realmente) os que nao pertencem a essa mesma tribo ou raca e respectivas culturas. E, assim sendo, aquilo que faz o autor do artigo aqui em questao, tal como os seus correlegionarios, e' precisamente, e para dizer o minimo, tribalismo e racismo! E, por isso, eles sim, deveriam ser nada mais, nada menos do que encarcerados!

(…) Seria de todo o interesse do ponto de vista do conhecimento historico-cientifico que se explicassem, demonstrassem e provassem cabalmente, por um lado, a ‘implicacao’ do Reino do Kongo no alegado “exterminio dos Khoisan” e, por outro, as suas alegadas “ligacoes e afinidades”, doutrinarias ou outras, com os Boers - talvez devam pedir a Mandela, como descendente dos Khoisan e ex-prisioneiro dos Boers, os seus insights sobre o assunto;

(…) Se algum “autoctone”, em algum momento, advogou, promoveu e praticou a “descolonizacao completa” de Angola (e de Mocambique), ele nao foi “descendente do Reino do Kongo”: a Historia tem em registo quem e como assumiu totalmente o poder pos-independencia nesse(s) pais(es); sendo que, no caso de Angola, muito gracas ao apoio de um dos “sucessores do Reino do Kongo”, o Kongo Brazaville, em oposicao directa ao Kongo de Mobutu... E, nao fossem reconhecimentos desse facto como este, dir-se-ia que ha' em todo esse irresponsavel delirio racista, xenofobo, tribalista e anti-Bakongo muito do que, com toda a propriedade, se pode e deve chamar "cuspir no prato em que se debicou"!

(…) Tanto quanto “retornar ao patamar tecno-juridico-administrativo” que Angola teve antes da independencia significa, ou pode significar, “recolonizacao” ou “neo-colonialismo”, seria de toda a conveniencia explicar-se, de preferencia “tecnica, juridica e administrativamente”, como e porque que essa e’ a unica via possivel e desejavel para que se atinja tal patamar. Um possivel ponto de partida para essa discussao pode ser encontrado, por exemplo, aqui;

(…) Finalmente, no que pessoalmente me possa tocar directamente em relacao a todas essas e, possivelmente, outras questoes relativas, tenho apenas a parafrasear aquele que, agora caminhando para o fim dos seus dias, para garantir o seu “lugar no reino dos ceus” comeca a render-se a Verdade Historica, Fidel Castro: A Historia Me Absolvera’!

[P.S.: Curiosamente, dois dias depois de isto escrito, Joseph Kabila efectua uma 'visita relampago' ao seu homologo Angolano para reafirmar os lacos entre os dois paises]




Ainda outro take sobre a mesma leitura:

O argumento basico dos apostolos da 'recolonizacao' e’ o de que todos os males de que a Africa pos-colonial enferma teem na sua origem a independencia e a saida dos colonos: "os negros sao congenitamente incapazes de se auto-governar e de criar prosperidade economico-social (sao predadores, bebados ou bufos, vida deles e’ so’ fazere bwe’ de kilapie’, roubar e matarem-se uns aos outros, e mesmo depois de terem passado pela universidade teem que tirar os sapatos para poderem contar ate' doze! E, na verdade, nao fossem os europeus, especialmente os etnologos e antropologos, nem as suas proprias culturas eles conheceriam!)"!

E os numeros e imagens das guerras, da pobreza e do subdesenvolvimento, especialmente se em comparacao com alguns paises de outras regioes do mundo (e.g. Asia e America Latina) que partiram do mesmo nivel de desenvolvimento (ou pelo menos de PIBpc) aquando das independencias africanas nos anos 60, estao ai para o demonstrar a saciedade: "o problema de Africa nao e’ outro senao os Africanos"!
Mas, mais do que isso, "se alguma vez a Africa ostentou algum progresso, foi durante o periodo colonial, logo, sem os Europeus e/ou os seus descendentes directos a Africa esta’ condenada a pobreza, subdesenvolvimento e fracasso total e eterno… logo, a unica saida possivel desse ciclo vicioso e’ a 'recolonizacao'"!

E' isto, alias, que une alguns negros e brancos, esquerdistas e direitistas, nessa canoa furada (ou, mais uma vez, de como os extremos se tocam...): i.e. aqueles que professam e sempre professaram a "supremacia euro-caucasiana" (e seus lacaios) e alguns dos que honestamente sao criticos do poder pos-independencia em Africa [com o Zimbabwe de Mugabe como grande ponto de convergencia entre esses dois afluentes - vejam-se, no entanto as posicoes (conflituosas?) de Graca Machel sobre essa questao: aqui e aqui]... Sendo que, pelo meio, ha' alguns que, como eu, nao estando seguramente do lado dos primeiros e nao necessariamente sempre do lado dos segundos, apenas tentam separar as aguas entre esses dois rios... [por isso reagi deste modo as recomendacoes do Prof. Paul Collier sobre a economia angolana - retomadas aqui e aqui - o qual, por coincidencia, foi tambem professor da Dambisa Moyo, que no seu Dead Aid advoga, nada mais nada menos, que o remedio para todos os problemas actuais de Africa esta' no fim imediato (dentro de 5 anos) da Ajuda ao Desenvolvimento (ou, como dizia a outra "experta" em patetices, "for God's sakes stop aid!") e o recurso dos estados africanos aos mercados financeiros internacionais (... nao, nada vagamente parecido com a criacao das bases para um desenvolvimento, nao apenas economico-financeiro, mas tambem e sobretudo socio-cultural, endogeno e sustentavel...), tendo-o feito num momento em que aqueles se encontra(va)m em profunda crise e num contexto em que a esmagadora maioria das economias africanas nao tem credit ratings que lhes garantam qualquer acesso significativo a tais mercados - veja-se a esse respeito o que no ultimo paragrafo deste artigo se diz sobre a economia Mocambicana... - e sendo que, tambem por coincidencia, para esses mercados ela trabalha...], e por isso acabam(os) sendo vitimas de tentativas de afogamento por ambos os lados!

Ha' ainda um terceiro afluente que e' alimentado pelos proprios circulos do poder de estado de alguns paises africanos e de algumas organizacoes regionais no continente que se tornaram aid dependent, tanto em termos tecnicos como financeiros - para estes, os contingentes de estrangeiros [ex-colonos ou nao; embora isto nao deixe de me trazer a lembranca um alto dirigente da nomenkatura angolana que, nao ha' muito tempo, foi a Portugal declarar que "nos precisamos do homem portugues"... nada contra, se isso nao soasse claramente a "nos precisamos do ex-colono (porque nao estamos a dar conta do recado)"... e menos ainda contra se ele tivesse sido mais especifico e declarasse algo como "nos precisamos prioritariamente de tecnicos qualificados" e acrescentasse, ainda que apenas implicitamente, "porque e' imperioso que invistamos em capital humano e nos precisamos mais ainda do homem angolano, quanto mais nao seja porque foi ele que nos colocou e nos mantem no poder e perante ele temos o dever e a obrigacao de lhe prover e aos seus filhos a formacao adequada para que os angolanos possam competir em pe' de igualdade com qualquer estrangeiro num mundo cada vez mais globalizado!") funcionam como um "buffer" entre os governos/aparelhos de estado e os respectivos povos, que lhes assegura a manutencao do poder e a perpetuacao de determinados individuos em certos cargos, bem como os seus hefty revenue streams e a possibilidade de "brilharem" sozinhos sem quaisquer entraves - era, em parte, a este fenomeno e as suas consequencias socio-culturais a que aqui me referia...

O unico contra-argumento plausivel a essa “inevitabilidade historica” seria se se pudessem encontrar na Africa pre-colonial exemplos de sistemas culturais capazes de gerar, pelo menos potencialmente, estabilidade politica e desenvolvimento economico-social. Aparentemente sim: “(…) o antigo Reino do Congo, notabilizado por ser, então e aparentemente, o único reino organizado na África sub-saariana. (...) Esse palmarés de primeiro entre os reinos sub-saarianos a ter contacto com a Europa e a ter relações diplomáticas com a Santa Sé foi - e continua a ser. .. – motivo de orgulho para os súbditos do rei do Congo e seus actuais descendentes.” Mas… esse mesmo Reino emblematico e paradigmatico “teve como successor o maior emblema e paradigma de fracasso em todas as frentes na Africa pos-colonial: o Congo de Mobutu”!

E, pior do que isso, os seus “actuais descendentes” e “apostolos de Mobutu e da neo-authenticite’”, mesmo quando se apresentam com creditos e meritos profissionais e academicos reconhecidos, sao “monstros racistas e tarados tribais a encarcerar” e “baratas” a eliminar da face da terra: “(…) eles sao, como os boers (e ao contrario de Agostinho Neto - casado civilizadamente com uma mulher branca e que declarou "nao havera' perdao (!) para os 'apostolos da neo-authenticite' do 27 de Maio"...; ou de Mandela - que se divorciou pessoal e politicamente da sua "profeta da neo-authenticite' primeira esposa" e que "so' nao fez o impossivel para nao 'desagradar' os brancos sul-africanos, boers incluidos"...), declaradamente neo-nazis e praticam o primado do dinheiro sobre o direito; o suborno e a falsificação de documentos; a instilação dum racismo e tribalismo como nunca existira na vida económico-social; a distorção de factos históricos e sociais; a intriga e a subserviência; o nepotismo; e, com todas estas armas, a sabotagem subreptícia dos esforços para pôr Angola a funcionar no patamar técno-jurídico-administrativo que já tivera antes da independência.”!

"Logo, 'recolonizacao' e’ o unico caminho a seguir e quem se atreva a 'levantar um dedo ou a bater uma tecla em contrario'... convem saber sempre o que lhe espera!"

Portanto:

QUE VIVA A RECOLONIZACAO!!!
RECOLONIZATION OYE’!!!



(...) Mas, na verdade, nao fosse a gravidade das questoes acima referidas, poderiamos ter poupado o ja' pouco tempo e paciencia que nos restam para todo esse nonsense a mistura com pure evil (!): e' que tudo isso parece claramente nao passar de uma "questao de inteligencia" ou, dito de outro modo, de "competicao pela paridade (ou supremacia?) da etnia, da raca e do genero no dominio intelectual" (poderia dize-lo ainda de outro modo, mas voltar a falar em inveja, ciumes, odio e afins, seria tambem mais do que uma redundancia neste blog... onde e' que por aqui ja' se falou em "inveja dos brains"?)... Senao vejamos (citando da mesma edicao do NJ acima referida):

(...) Os seus “apóstolos” não esmoreceram, nem quando encontraram situações imprevistas como mulatos com os pais, os quatro avós, os oito bisavós e os dezasseis trisavós nados, vividos, mortos e enterrados em Angola; angolanos negros tão ou mais inteligentes que eles e se não deixaram enganar; outros africanos subsaarianos nascidos em Angola (e, não raro de segunda ou até terceira geração) que não abdicam da sua actual nacionalidade e não alinham nos “cantos de sereia” dos apóstolos da neooauthenticité.

(...) O que devemos fazer pela Pátria? Provar à sociedade que o talento assusta os medíocres’ como tão bem descreveu José Alberto Gueiros há mais de 25 anos no extinto Jornal da Bahia - “assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas, boicota automaticamente a entrada de uma jovem mulher no seu círculo de convivência por medo de perder os seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar” O que devemos, perante este cenário, continuar a fazer pela Pátria? Demonstrar à opinião pública que os medíocres, que não aprendem nada com nada, são obstinados na conquista de lugares de destaque. O que devemos continuar a fazer pela Pátria? Pôr em evidência que os medíocres entrincheirados em posições de chefia denotam um medo indisfarçável da inteligência. O que devemos incessantemente continuar a fazer pela Pátria? Desenterrar a famosa trova de Ruy Barbosa: “Há tantos burros mandando em homens de inteligência que às vezes fico pensando que a burrice é uma ciência”

(...) Como diria o meu amigo Rainer (aprendeu nos Acores): Eta Corisco!...
Bem...! Que tal um 'cruzamento de referencias' com a minha confissao... ou com este "caso"... ou com os meus Boers... ou com os meus Khoisan...?!

(...) E... creio que Ruy Barbosa subscreveria esta: "ha' tanto kabungado tarado e monstruoso com bigodinho a Hitler e a espumar da boca com a lingua de serpente de fora, auto-convencido que e' super-inteligente e talentoizo (...e' que... Deus e' poderoizo!...) por ai a solta, que as vezes fico pensando que a kabunguice e' uma ciencia"!

(...) E, ja' agora, alguem reparou em como o obus dos "monstros raciais e taras tribais" foi lancado para o meu kintal em retaliacao directa e imediata ao comentario a este post e a este ?!... O que nos remete para "outras questoes", nomeadamente "quem e' quem, quem e' amigo de quem, quem se senta a mesa de quem e quem 'debica no prato' de quem"! Mas essas ja' aqui foram, pelo menos parcialmente, abordadas...

(...) Talvez nao seja de todo despiciendo relembrar aqui o meu "celebre debate" com o Negro Ugandes ('tao ou mais inteligente do que eu') Dennis Matanda no (agora infelizmente "desaparecido em combate") Africanpath, sobre a "recolonizacao". Como quem o seguiu de perto (e entenda bem Ingles) tera' anotado, eu comecei por responder ao seu primeiro "Call for Recolonization" com um comentario em que me declarava "un-comfortably numb" ("de-construcao" minha do titulo dos Pink Floyd que, mais recentemente, por aqui passei a volta deste post ), ao que se seguiu o meu primeiro artigo naquele site, como guest blogger, sobre a questao ("Are We All Losing The Plot?"). O Dennis respondeu imediatamente num outro artigo ("We Africans Have Lost The Plot a Long Time Ago") em que reiterava as suas posicoes iniciais, ao que eu voltei a carga tambem com um segundo artigo ("Are We All Losing The Plot? - Part II"), tendo dele obtido a seguinte resposta:

Recovering from an Intellectual Blow

Koluki, I finally got round to reading this article - and I can tell you that I have been blown away - completely. Having said that, you have made a case for the shifting of blame from the leaders of present day African countries to the history of their different nations. But is that not the problem? How can a people who have been showed these examples not react to them? How can we not look into history and 'force' our present leaders to do their good deeds? Lastly, how can we not blame our current leaders yet they, like our historical leaders, are not attempting to be students of history or leadership? That is the core of my argument. If we had leaders in the past, why do we have presidents today?
Again, your article is excellent - and I am bowled over.

Dennis Matanda


Bem, se "recovering from an intellectual blow" e "your article is excellent - and I am bowled over - completely" nao e' "cair no canto da sereia", o que quer que isso signifique...

[E abro aqui um parentesis para notar o seguinte: Este debate e, em particular, esta resposta do Dennis Matanda (e tambem estes artigos de dois jovens Sul-Africanos, ou este debate na blogosfera Mocambicana), e' bem emblematico da diferenca cultural estrutural e estruturante em relacao aquilo que (nao) e' o nivel do "debate" entre os angolanos (ou apenas alguns? ... ou apenas alguns "jornalistas"?... ou apenas alguns "intelectuais"?...): ali debateram-se seriamente ideias e conviccoes fortes e profundas sobre questoes extremamente sensiveis, tendo havido por parte do "derrotado" a hombridade, decencia, educacao, civilidade e elegancia de reconhecer a sua "derrota" e os meritos dos argumentos do adversario - mesmo sendo estes protagonizados por uma mulher (e, acrescente-se, negra!)... O que teriamos (temos tido) nos "pretensos debates" com angolanos? Nada mais do que os ataques ad hominem (... "ad mulher ", incluindo a sua vida intima e privada, ao seu corpo e a sua suposta sexualidade!...), o abuso e insulto mais baixo e soez, a tentativa de humilhacao, degradacao moral e espiritual, objectificacao sexual e destruicao fisica, psicologica e profissional (!) sem quaisquer escrupulos... E' essa a "mentalidade" da generalidade dos (ou de apenas alguns?... ou de apenas alguns "jornalistas"?... ou de apenas alguns "intelectuais"?...) angolanos!]

(...) E... quem diz, pateticamente, "resistir" (em vao) a este 'canto da sereia' e'... psicopata (ruim da cabeca) e... kabungadu (ou doente do pe')!

(...lol...)



ADENDA

"MANDELA, MOBUTU & ME"



In this stunning memoir, veteran Washington Post correspondent Lynne Duke takes readers on a wrenching but riveting journey through Africa during the pivotal 1990s and brilliantly illuminates a continent where hope and humanity thrive amid unimaginable depredation and horrors.

For four years as her newspaper's Johannesburg bureau chief, Lynne Duke cut a rare figure as a black American woman foreign correspondent as she raced from story to story in numerous countries of central and southern Africa. From the battle zones of Congo-Zaire to the quest for truth and reconciliation in South Africa; from the teeming displaced person’s camps of Angola and the killing field of the Rwanda genocide to the calming Indian Ocean shores of Mozambique.

She interviewed heads of state, captains of industry, activists, tribal leaders, medicine men and women, mercenaries, rebels, refugees, and ordinary, hardworking people. And it is they, the ordinary people of Africa, who fueled the hope and affection that drove Duke’s reporting. The nobility of the ordinary African struggles, so often absent from accounts of the continent, is at the heart of Duke’s searing story.

[from the hardcover edition]



Duke covered southern Africa as Johannesburg bureau chief for The Washington Post from 1995 to 1999. Her engaging memoir provides a close-up look at the fall of Mobutu Sese Seko in the former Zaire, the ascendance of Nelson Mandela in South Africa, dramatic high points of South Africa's Truth and Reconciliation Commission, and many poignant vignettes of everyday African life from Cape Town to Kigali. "Armed with attitude and ready for anything," she finds that being black and female is sometimes, but not always, an occupational asset. Knowing that her dispatches will help shape American perceptions of a region she cares deeply about, she works hard to balance her anger at the brutality and venality of "ugly Africa" against her admiration for Mandela and for the fortitude and ingenuity of ordinary Africans. Equally deft at presenting vivid eyewitness descriptions and concise evaluations of failed policies, whether African or American, Duke has given us a glimpse of what first-rate reporting on Africa can be.

[from Foreign Affairs]



Pictures: Mandela's 1997 mediation efforts between Mobutu and Laurent Kabila
[That's Afrika and That's Madiba For You!]


Friday, 27 November 2015

Bocas Intelectualoides

{Ou... kuribotices de 'mulheres(zinhas)'....de domingo !!!}





{Ou ainda... 'da nebulosa da intriga, da calunia e da difamacao, ao gratuito, cobarde e impune assassinio de caracter'... e 'das perolas do ciume, do despeito, da inveja e da maledicencia, as irresponsaveis e podres sementes da intolerancia, da discordia, do odio e da violencia sistemica'...}
{Ou, tambem... 'dos muitos lados da canoa furada', a 'inundacao da caravela Vera-Cruz algures entre Sagres e Cabo-Verde ou entre Sao-Tome e o Principe' passando pelas Bijagos e ao 'afundamento do barco do situacionismo, do seguidismo, do oportunismo politico, do autoritarismo, do pedantismo, do vedetismo, da falta de sentido do ridiculo, da bajulacao, do 'sycophantismo', do lambebotismo, da mediocridade, da petulancia, da imbecilidade, da cretinice, do subdesenvolvimento mental e cultural, do auto-convencimento e da arrogancia ignorante... enfim, da irracionalidade absoluta!'}

{Ou, sobretudo... das ' inocencias que matam ' ao que pode dar "ler-se muitos livros"!}
{Ou ainda... de como nem Freud explica!}

***Roer-se de inveja***
{A inveja é comparada à traça, que rói ocultamente as vestes, pois dilacera o amor e, por isso, desfaz a unidade.
A inveja é tortuosa, como a cobra. A inveja é sombria e tenebrosa
Distorcer é entortar o que era reto. Daí que por cobra tortuosa se entendam aquelas criaturas cuja beleza se obscureceu pelo pecado e distorceram sua retidão}


"Oh yes, we did!" (who did it?! Of course I and I alone, e em portugues e sem nunca ter posto os pes nos EUA, sem conhecer a sua sociedade, cultura ou historia, e menos ainda interagido, participado ou contribuido para a campanha de Obama (!) - NAO TODO O MUNDO!!! Alias, tal como ja' o havia feito pela eleicao de Sarkozy!)
***A inveja é cega***
{Porque estavam completamente dominados pela cegueira da inveja}

"Porque que todo o mundo, todo mundo mesmo, teve uma palavra a dizer sobre a eleicao de Obama? ...Porque promover uns e nao outros?...E' porque escrevem em ingles... ainda um certo ocidente.... eu nao confio em nenhum americano!..." (!...)
"(...) o intelectual teria que estar no activo (e, digamos, não reformado); ter-se-ia que ter em conta não os sucessos práticos das suas ideias, senão a influência exercida para além da sua área de actuação profissional. É que por intelectual entenderam os promotores «alguém que tenha mostrado distinção no seu campo profissional simultaneamente à sua habilidade para comunicar ideias e influenciar o debate fora do seu campo de trabalho»" (... obviamente que tudo isso me e' totalmente aplicavel! Assenta-me perfeitamente como uma luva!)
***A inveja morde - A inveja envenena - Não há nada mais vil do que a inveja***
{Freqüentemente os soberbos julgam os outros superiores em muitas coisas, sem no entanto deixarem de se considerar mais dignos delas, por causa dos bens em que os outros parecem superá-los, da própria soberba nasce um zelo de inveja}

"Pois é, em Angola muitos se dizem intelectuais. Boa parte não sabe o que isso significa. Não é intelectual quem quer e tão-pouco quem merece. Não se trata de uma questão de merecimento, não basta ter formação académica. (…) É forçoso (?!) que, aquilo que alguns chamarão militância, seja o denominador comum enquanto cidadão consciente que não pode deixar de ser."(...note-se bem que nao pode ser intelectual ou consciente, muito menos cidadao e menos ainda angolano, quem nao apoie, sirva e se submeta cega e lobotomizadamente, por controlo remoto, como eu, a FpD e o HD mais o resto dos meus amigos - tomem bem nota: todos, como eu, membros da verdadeira e unica elite intelectual - e os seus pares...)

"(...) Se, como Edward Said, considerarmos que o intelectual é ‹‹someone who cannot easily be co-opted by governments or corporations, and whose raison d’être is to represent all those people and issues that (are) routinely forgotten or swept under the rug…" (... claro que isto nao se aplica a minha camarada de luta nesta cruzada, que e' notavelmente 'cooptada' pelo Ministerio da Cultura do Governo de Angola...)
"(…) Razões de ordem espacial (geográfica) explicam algumas ausências bibliográficas…" (... claro que nunca ninguem teve a gentileza, a fineza e a caridade de me explicar, nem eu sou assim tao "habitue" de publicacoes para ter reparado nisso por mim propria, que um "jornal de actualidades" nao e' exactamente uma "revista academica" e que uma "opiniao pessoal" e'-o tanto menos quanto mais referencias e quotacoes de outros nela usarmos! )
"E se Martin Luther King é celebrado (eu também o celebro!, como não?!), já Malcolm X sê-lo-á, mas somente por uma franja (eu faço parte desta franja!). Porquê? Porque enquanto King pregou a não-violência (Ghandi, Mandela, são outros exemplos), Malcolm X foi/é considerado um radical." (...)
"(...) Em uma situação normal, não vejo porque, não necessariamente gritar, mas dizer em quem vou votar, porque manter em segredo o meu voto? Se o segredo do voto é uma conquista, a sua divulgação também me parece ser uma conquista – ainda por concretizar. O mesmo se passa com o voto útil, sobretudo numa primeira volta que é, quanto a mim, um absurdo – votassem os norte-americanos deste modo, quem teria sido o candidato do partido democrata teria sido a Hillary Clinton e não o Obama; tivessem feito voto útil, o presidente norte-americano, hoje, seria outro."(!...)
***A inveja envenena***
{Quando a podridão da inveja corrompe o coração já vencido, os próprios sinais exteriores indicam quão gravemente o desvario instiga o ânimo: o rosto empalidece, os olhos se abatem, a mente se inflama, os membros esfriam, a imaginação se enraivece e os dentes rangem}


"E quanto àqueles que é suposto serem seus servidores (do poder), o que dizer deles? “Como explicar que indivíduos, aparentemente normais, inteligentes, sirvam governos déspotas, ditatoriais? Ou, mais ainda, sejam cúmplices de desmandos, do desgoverno dos seus países? (..) «o motivo pelo qual talvez seja prudente duvidar do julgamento político de cientistas enquanto cientistas não é, em 1º lugar, a sua falta de “carácter” (...) mas precisamente o facto de que habitam um mundo no qual as palavras perderam o seu poder."
"Thomas Kuhn, o conhecido pai das ‹‹estruturas das revoluções científicas››, defende que a ciência faz- se de forma descontíinua. A noção de paradigma por ele preconizada abre espaço a mudanças, a ‹‹revoluções tranquilas››, à emergência de novos paradigmas científicos. Dir- se-á que a emergência de um novo paradigma era/é algo esperado pela comunidade científica – sem convulsões, sem traumas. Já Karl Popper, outro filósofo da ciência, tal como Kuhn também ele um epistemólogo, entende que a fronteira da ciência e da não-ciência está no falsificacionismo ou falibilismo – só se prova uma teoria, sempre conjectural e provisória, quando a mesma é refutada." (Claro que eu, como renomada, respeitada e consagrada 'cientista', sempre soube de tudo isso! Mesmo antes de, "por orientacao superior", ter ido muito recentemente descobri-lo na wikipedia sob o tema "epistemologia" - a qual eu, tal como a minha camarada de luta, confundia com "etimologia", o que, admitamos, e' compreensivel porque o primeiro conceito e' do dominio da ciencia e o segundo das letras... E, como esta' bom de ver, o pensamento dos cientistas que aqui menciono e' perfeitamente compativel com o meu defendido 'poder popular' contra o 'voto secreto', declarado 'radicalismo a la Malcom X', 'comunismo a la Cunhal e Saramago' e 'nacional-socialismo a la Nazi"!!!)

"Omitimos o nome de Claude Lévi-Strauss. Porque há um antes e um depois de Lévi-Strauss. Claude Lévi-Strauss é um nome maior da antropologia ou, se quisermos ser mais justos, das ciências sociais e humanas. A revolução tranquila, ainda que vital, que operou e que abriu as comportas para uma nova visão do mundo, faz dele um ícone dos estudos das sociedades chamadas primitivas..." (!!!)
***Só a soberba e a inveja são pecados puramente espirituais, portanto do âmbito possível dos demônios***
{Como a inveja se sente da glória de outrem enquanto ela diminui a glória desejada, apenas sentimos inveja daqueles a quem pretendemos igualar-nos ou a quem, em glória, nos preferimos; o que não se verifica quanto aos que estão de nós muito distantes. Com efeito, ninguém a não ser um louco, se empenha em se igualar ou superar em glória os que são muito maiores
E, assim, um homem não inveja os que estão muito longe por lugar, tempo ou prestígio; mas os que estão perto - esses são os que incomodam - e aos quais ele quer se igualar ou superar.
Ninguém inveja o que é possuído comumente por muitos: ninguém inveja, por exemplo, que outro possa conhecer a verdade, o que é possível para todos, mas talvez a excelência desse conhecimento
Como os soberbos freqüentemente julgam os outros superiores a si em muitas coisas (...) da própria soberba nasce a inveja
}

"É certo (?) que quando a oferta é maior do que a procura (...), a inflação (!?) trilha o seu caminho sem qualquer tipo de escolho (!?!?!). Mas não tem de ser assim e a crise e/ou recessão (...) que hoje assola o mundo é disso exemplo com a intervenção dos governos em países onde isso era, há alguns meses, impensável. (!?!?!?)"
"A economia mundial tem que se basear nos donativos das corporacoes para os povos" (!!!)
"(…) Os outros, que nunca foram tidos em conta em decisões que afectam indiscriminadamente todo o planeta, são, porém, as maiores vítimas desta crise a quem, agora, os seus causadores não querem olhar – só á força! Tentam, todos, salvar as suas economias: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, Canadá, os países escandinavos, enfim, estão mais preocupados consigo, não com os outros, mais frágeis, que estão a pagar por aquilo que não foi a sua opção: o neoliberalismo global e sem fronteiras…" (!...)

"Como sei disso? Não por via de algum trabalho de investigação, mas pelo que me foi e é dado observar." (!!!)
"Claro que isto e' ideologia e nao ciencia!"... (!!!)
"(...) é preciso, uma vez mais tenho de o dizer (...), sabermos (!!!) do que falamos e, claro, agir."
"(...) temos que andar de candongueiro, quando ja' deviamos ter taxis... temos que suar as estopinhas..."

"(...) Ha' que desencorajar a construcao de habitacoes e promover o arrendamento..."
"(...) precisamos de ir para além do semba, do kizomba e do kú-duro, pois só assim progrediremos..."
"(...) Mas a desestruturação da sociedade angolana, da família angolana que tem eco na desestruturação das famílias é, precisamente por isso, um fenómeno social (ista) (total - itario). (…) Não temamos tal coisa!"

"Uma das questões que está por apurar – e ainda que este seja um fenómeno que ocorra um pouco por todo o país – é a seguinte: porque será que a maior percentagem (estatisticas comprovativas?!) destes casos ocorre no norte do país?"
"O recente conflito entre Angola e a RDC é uma manifesta manifestação de poder. É uma questão política (Ai, ainda nao sabiam?!). E não foi por falta de «aviso à navegação», sendo que eu própria, também já naveguei por essas águas e escrevi sobre." ( … E nao me perguntem pela referencia, porque, ao contrario dos autores em ingles que aqui nao me canso de referenciar, eu sou uma autora tao amplamente lida e referenciada globalmente que a navegacao sabera’ certamente onde e quando o fiz… )
"(...) com todo o rol de «safadezas» (expressão muito grata aos guineenses, mas dita em crioulo é um mimo!)" ...
***A inveja dói*** {Há certos pecados que são dores, como a acídia e a inveja}
"Não resisto a citar Barack Obama, não a propósito da sua intervenção na recente visita que fez ao Gana (bem podia ser!), mas a partir do seu livro autobiográfico: ‹‹Diz-lhe que gostaria de aprender luo, mas é difícil arranjar tempo nos Estados Unidos – afirmei – Conta-lhe como estou ocupado. - Ela compreende isso – retorquiu Auma. – Mas diz também que um homem nunca pode estar demasiado ocupado para conhecer o seu próprio povo››" ( reparem que eu posso nao falar nem entender patavina de kimbundo, kikongo, umbundo, ou quaquer outra lingua nacional de Angola – nunca tive tempo para as aprender e menos ainda para as falar aqui no meu cantinho europeu a beira-mar plantado - mas sou fluentemente ‘conversante’ em crioulo da Guine’ e Cabo-Verde, pelo que ninguem me pode acusar de “nao conhecer o meu proprio povo”!)
"(...) e, como bem disse Péricles, ‹‹quem não se preocupa com a coisa pública, não merece ser ateniense››.Socorrendo- me uma vez mais de Péricles, pergunto aos leitores se mereceremos, nós, ser angolanos?!" (!?!?!) (portugueses, cabo-verdianos, sao-tomenses, ou guineenses...)?!"
***Da inveja nasce o ódio***
{A inveja, em geral, procede da soberba. Com efeito, a tristeza pelo bem alheio dá-se no homem porque aparece como obstáculo à própria excelência
Os pusilânimes são propensos à inveja pois, como se diz no livro de Jó, a inveja mata os pequenos. E isto com razão, pois o medíocre acha que a prosperidade de outro impede a sua: o que é próprio de almas pequenas
}

"Nos últimos 7 anos os angolanos vêm sendo chamados para as tarefas da reconstrução. Com maior ou menor fervor, parecem estar engajados em participar no ‹‹esforço›› mas desengane-se quem pense que é (puro) patritotismo: na, nani, na não. Os angolanos querem é (patrocinios para) ver engordar o seu salário, ter acesso aos bens de que precisam e também aos que não precisam…" (Claro que eu NAO sou angolana! na, nani, na não!!!)


***O fedor da inveja***
{Mas para outros é na verdade odor da morte que leva à morte, isto é, da inveja e maldade que ocasionalmente os conduzem (os invejosos) à morte eterna...
Há pecados que se cometem não para ganhar algo, mas só para destruir, como é o caso do homicídio, da inveja e outros que tais}
"...mas convem saber sempre o que nos espera!" (sempre que se atrevam a fazer-me sombra, sendo colocados - voces "todo o mundo" - ao meu lado como pseudo-intelectuais, ou a publicitar criticas que questionem a cientificidade dos meus delirios sobre a minha suave e assaz mutante patria... pois que eu amo de paixao a palavra critica desde que JAMAIS seja criticada!!!)

“Assim, embora, tal como Edward Said, menos esperançosa quanto ao papel do intelectual”… (desculpem-me a incongruencia, mas a minha canoa foi atingida por um inesperado tsunami que me fez repentinamente deixar de me considerar intelectual… ja’ nao sou bem “aquela por quem se espera”!)

"Noam Chomsky, considerado o mais influente intelectual da actualidade..." (NAO me perguntem "por quem?"!)
***A inveja como espírito de competição*** {Quem odeia, olha com olhos maus e invejosos a quem odeia}
“Privei mais com uns do que com outros mas a todos conheci e a despeito das nossas diferenças, no concernente ao rumo a dar à Casa de Angola, em uma coisa convergíamos: o sentimento de que aquele espaço era nosso! (…) Este não é um obituário mas tão simplesmente a memória e o testemunho de um tempo- espaço.” [Desculpem-me o lapso, mas deste testemunho nao faz parte qualquer memoria – mesmo porque nao a possuo nem com os seus intervenientes privei no seu tempo-espaco – de que se a Casa de Angola, depois de muitos e longos anos voltou a ser um “espaco nosso” foi porque um pequeno grupo de angolanos de verdade por isso se bateu… e nunca tive conhecimento de que nos seus arquivos muito provavelmente existira’ uma peticao naquele sentido dirigida ao entao Presidente da Camara de Lisboa, Jorge Sampaio, assinada (nao por mim, bem entendido!), entre outros, por um tal de Rui Mingas e por uma tal de mais conhecida nos ultimos tempos como “servidora do poder” … mas essas sao memorias que, mesmo se as tivesse, seriam por demais inconvenientes… fazem-nos sombra! Better sweep them under the rug!...
Igualmente inconveniente seria a memoria por parte da minha co-papagueadora de Said, co-membro do 'Comite' da Especialidade dos Kuribotas' e camarada de luta nesta “queima publica da bruxa pseudo-intelectual” de que uma das “herancas intelectuais” de um tal de Ndunduma - para alem do seu declarado, praticado e consagrado "activismo pro-monolitismo politico-ideologico" -, foi um texto seu dirigido nos anos 80 ao entao Secretario Geral da UEA (tambem muito provavelmente constante dos seus arquivos) em que dizia, entre outras “enormidades certamente para esquecer” sobre um certo “poemario" proscrito (por, entre outras razoes igualmente 'ponderosas', 'cientificas' e 'objectivas', tais como "despropositadas gargalhadas na noite sobre mulatas cor muamba e labios pitanga". nele se usar, tal como o proprio Ndunduma o fez na sua poesia, o vocabulo "mulembeira" - alegadamente, "prova provada de que a autora nao conhecia a cultura nacional", nao se "reparando" que ela usara, no mesmo poema, o vocabulo "mulemba"...), da autoria da mesma "tal" acima mencionada (e note-se bem que o fez sem que na altura a conhecesse pessoalmente...), que “depois de Alda Lara eis que surge…”. …Definitivamente para esquecer: memoria demasiado “ensombradora” (quanto mais nao seja porque - tal como vos venho demonstrando a saciedade com as minhas mais do que muitas referencias e quotacoes em ingles, que obviamente nao me dou ao trabalho de traduzir, num jornal em portugues e publicado num pais em que a esmagadora maioria dos "excluidos" nao entende patavina de ingles, que "eu tambem domino o ingles!"; e com os meus brilhantes raciocinios sobre 'oferta', 'procura', 'inflacao', 'recessao', etc., "eu sei bem do que falo quando falo de economia!"; mais ainda, com as minhas diatribes contra uns "quaisquer estupidos ambientalistas nao identificados", eu tambem percebo perfeitamente a relacao entre "ambiente vs. pobreza"; isto para nao falar no meu dominio de Levi-Strauss, Khun e Popper, do conhecimento e metodo cientifico, da antropologia e da fotografia, etc., que "eu tambem sou pensadora!" - deixei-vos agora saber pela primeira vez que... "eu tambem sou poeta!"...) e muito provavelmente ele faria parte da sua lista secreta de "homo insipiens e videns" que "nao entendiam nada de literatura" e, portanto, precisavam de ser 'devidamente educados' por ela "pra nao falar, muito menos escrever, besteira"!
Ah! E desculpem-me la’ isto de tentar a viva forca fazer passar alguem, que ate’ ha’ muito pouco tempo nem sequer sabia da minha existencia (e que ate' publicitou favoravelmente o primeiro texto meu de que teve conhecimento no seu blog... claro que sem suspeitar do calice envenenado de que se tratava!), como “minha rival, concorrente e competidora”… e’ que isso de ‘sentido do ridiculo’, ‘caracter’, ‘etica’, moral’, ‘honestidade intelectual’ e quejandos sao tretas que a gente le nos nossos muitos livros e sobre as quais farta-se de papaguear nas nossas ‘conversas de escarnio e mal dizer’, mas que nao tem tempo, inclinacao nem pachorra, muito menos o habito, de praticar e, afinal... "isso e' Angola"!
E’ que… e desculpem-me mais uma vez por isto, eu preciso desesperada e urgentemente de visibilidade, exposicao, projeccao e reconhecimento, custe o que custar, doa a quem doer e fique mal quem ficar! E’ humano… ou nao e'?! E qual a via mais eficiente e expedita para as obter senao tentar por todos os meios “queimar o nome” e “apagar a sombra” de alguem cujo “tempo-espaco” me aconteceu criar a patetica e doentia ilusao/fixacao de que vim ocupar?! … Pelo menos de falta de “inteligencia” ninguem me pode acusar! Duvidam? Entao tomem la’ mais a que se segue...]
***A Inveja como ciúme***
{(O ódio pode surgir também...) quando alguém por semelhança impede a fruição da realidade amada por alguém que a ama. E isto se dá em todas as coisas que não podem ser simultaneamente possuídas por vários, como é o caso das coisas materiais. Daí que quem ama o proveito ou o prazer de algo, impeça a fruição desse algo por outro que, tal como ele, quer se apropriar daquilo. Daí o ciúme, que não suporta participação no amado, e a inveja, que pensa que o bem do outro é obstáculo para seu próprio bem.
Há certos pecados que se cometem por tristeza, como a acídia e a inveja (Nos condenados do inferno) Agiganta-se o ódio e a inveja, porque preferem ser mais torturados com muitos do que menos torturados sozinhos}

“É, nós continuamos a valorizar o que está mais distante de nós (fazemo-lo sem grande mossa quando se trata de um estrangeiro, de um colega de profissão mas não na mesma empresa e por aí adiante) porventura por estes não nos fazerem sombra, não serem nossos concorrentes directos. Dir-se-á que é humano... diria que este tipo de comportamento encontra-se de forma mais explícita sobretudo em países e sociedades cujo índice de desenvolvimento é baixo e onde a luta pelo poder é acérrima" (e.g. Portugal, C-V, G-B, STP...).” (Desculpem-me la’ mais esta, mas como devem saber, na acerrima luta pelo poder em que estou empenhada vale tudo - ate' tirar olhos! - por isso e' que eu, a minha camarada de luta e o nosso querido amigo HD usamos oculos para proteger os nossos enquanto arrancamos os dos outros... - so' que ele, com tantos afazeres 'na corrida para o poder', esqueceu-se (certamente por se tratar de outra 'memoria demasiado ensombradora, ou sombra a apagar'...) de me contar ESTA!… E mesmo que tivesse contado... a luta continua, na mata ou na rua! - mesmo sabendo-a perdida desde o primeiro momento em que a comecamos...
)
"Durante muito tempo clamei contra o facto de que a opinião pública era menos política e mais partidária.E isto não era salutar para. (NAO me perguntem aonde nem desde quando!) ... Isto não significa independência ideológica. Essa é difícil, provavelmente falsa e, por isso mesmo, ainda mais perigosa (... claro que como "mulher de letras" que muito me prezo de ser, nunca me passou pela cabeca que ha' disciplinas academicas em que a "falta de independencia ideologica" so' pode produzir uma coisa: rubbish!!! lixo toxico!!!). O que é necessário é independência partidária ou, em alternativa, efectiva transparência..." (Epa', desculpem-me la', HD e FpD, mas voces aqui ja' lerparam: actualismo e situacionismo oblige!)

“Como é que alguém como você poderia dar a melhor resposta possível às necessidades de aprendizagem das crianças, especialmente aquelas que são vítimas de discriminação, como as raparigas?”(Querem mesmo saber? Pois aprendam comigo, que sou professora e gosto de o ser (ou com o Jo Soares, que vai dar no mesmo): nada mais ‘etico’ do que insultar a inteligencia e atacar a dignidade e reputacao de uma “rapariga” por, entre outros similares 'crimes de lesa-patria', ter tido o atrevimento de tecer criticas construtivas a uma certa ‘carta aberta’ exclusivamente assinada por homens e que, dado o seu teor e objectivo, so’ por isso discriminava as “raparigas”…E se a ‘etica’ quiserem juntar eficacia, nada melhor do que faze-lo atraves de um veiculo e de uma forma que ela nao se possa defender, a nao ser que se arrisque a passar perante 'todo o mundo, todo o mundo mesmo', por “ressaibada tresloucada”! ehehehehehe!... E se ao util quiserem juntar o agradavel: nada melhor para o ego do que faze-lo enquanto com isso almofadamos as nossas contas bancarias! ehehehehehe!)
"Conheci uma responsável da Educação, tão ignorante da sua função e do seu lugar, que teve a inefável inconsciência de dizer que apenas era professor quem não era capaz de fazer mais nada... Porque sou professora e gosto de o ser, dir-me-ão – e eu aceitaria tal observação – que eu estou a advogar em causa própria. Estou, sim… Por isso é muito grave a falta de ética no exercício desta profissão – sê-lo-á em todas, dirão, porém, enquanto o contabilista corrupto vai preso e acaba aqui a sua acção, a acção do professor corrupto é seminal. Em todo o caso, serei sempre professora… Aliás, nem sei fazer outra coisa!" (… quem fala 'sua' verdade, ainda que de forma tao flagrante e pateticamente contraditoria, nao merece castigo! Mas, entretanto… coitad(a)os d(a)os alun(a)os, caso se atrevam a apontar o dedo a minha 'mui sui generis' nocao de "etica"!… Convem que saibam sempre o que lhes espera!... ehehehehehe!
)

"E retomando as perguntas iniciais, direi que nos encontramos num ponto da História em que já sabemos que não podemos confiar essa tarefa a Deus. (o que nao me impede, como fiz ainda recentemente aqui mesmo nesta canoa furada, de creditar uma indelevel "heranca intelectual" a um homem que era capaz de acusar de "crimes de lesa-patria" quem nao visse o mundo pelas lentes do seu Deus Pai Todo-Poderoso, ex-aequo et bono com um outro homem que nao acreditava senao no seu Deus Marxista-Leninista... tal como, alias, o faco aqui e agora com o Obama e o Putin!) Tem de ser a dos Homens a mão oculta a controlar o nosso destino." (Homens, ouviram? Nao "Seres Humanos"! E' que isso de "gender sensitiveness" pertence a um ponto da Historia a que ainda nao cheguei, ou de Literatura que ainda nao li!... E, de resto, quem ainda duvida de que e' a mao oculta dos homens que controla o destino de mulherzinhas como eu?! )
{...E PARA TANTO SAO PAGAS! ... JA' VIRAM?!?}

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O MAL E' O QUE SAI DA BOCA DO INTELECTUAL DE ESQUERDA
Onde se pode ler, por exemplo, o seguinte:
(...) Ocorre que a peculiaridade de pessoas que pensam assim é exatamente a completa incapacidade de raciocinar criticamente, isto é, de pensar por si mesmas, articular argumentos e formar juízos objetivos e imparciais sobre a realidade. Na melhor tradição orwelliana, para o intelectual de "esquerda", "consciente" é o que para gente normal é "lobotomizado", e "crítico" traduz-se por "acrítico".

A invocação da inveja, além de imoral, é contraproducente, posto que (...) no final do processo, a inveja resulta na miséria geral, pois quem vai querer produzir (e.g. um blog gratuito, aberto a comentarios/dialogo/debate franco e aberto (dialetico) de ideias/participacao geral e, acima de tudo, sem fins comerciais ou lucrativos...) para ser roubado? E se ninguém produz, o que o parasita (... que e' pago(a) para "fazer nome" debitando "cobras e lagartos" sem qualquer fundamento nos jornais - apenas para atraves deles, para alem de uma gritante falta de IDEIAS PROPRIAS, demonstrar um confrangedor desconhecimento das diferencas entre, por um lado, 'propaganda politico-ideologica e filiacao partidaria' e, por outro, 'DIREITOS DO CIDADAO, SOCIEDADE CIVIL ou LIBERDADE INDIVIDUAL e DE EXPRESSAO' e, pior ainda, nenhuma nocao do significado na pratica de conceitos como 'moral, etica, respeito pelo outro, pela diferenca e pela diversidade' e, em ultima analise, dos proprios conceitos de DEMOCRACIA e DIREITOS HUMANOS' em nome dos quais "pretendem" falar! ...) vai parasitar?

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N.B.: Porque sei bem do que "a casa gasta", vejo-me forcada a deixar aqui bem claro que tive nos ultimos meses, e tao recentemente quanto aqui ha' duas/tres semanas, insistentes pedidos (nao lhes chamaria, no entanto, utilizando a linguagem de uma destas nossas intelectualoides, "pedinchice"...), com oferta de pagamento nao negligenciavel, por parte do director do SA para nele retomar as minhas cronicas, ou simplesmente para escrever um ou outro artigo sobre temas especificos - a todos recusei por absoluta falta de disponibilidade. Um jornal para o qual, nao sera' demais nota-lo, escrevi no passado mais ou menos recente, a pedido do mesmo director, uma serie de cronicas (cujo sucesso tudo indica estar na base de todo este nonsense...) pelas quais nunca solicitei, nem me foi oferecido, qualquer pagamento... Um jornalista, tambem nao sera' inteiramente deslocado nota-lo aqui, por cuja libertacao, ha' nao muito tempo, fiz uma "campanha" neste blog (a semelhanca, alias, do que ja' tinha aqui feito por um jornalista britanico e um blogger egipcio), na qual (ao contrario de algumas insinuacoes, quando nao "afirmacoes taxativas", das mesmas mulherzinhas aqui em questao) me moveu apenas e tao so' o facto de termos sido, ainda que brevissimamente (pois que, se a memoria nao me atraicoa, eu sai da ANGOP pouco depois de ele para la' ter entrado, sendo que desde entao nunca mais nos vimos), colegas de trabalho e, acima de tudo, o meu engajamento (tendo vindo por isso a pagar, e bem!, o preco...) em causas da sociedade civil angolana em geral e, em particular, nas lutas pelas liberdades de imprensa, informacao e expressao ha' muitos anos: mais precisamente, desde que sai da ANGOP (e pelas razoes e pela forma como sai...) ja' la' vao quase 30 anos!
Devo tambem deixar PERFECTLY AND PATENTLY CLEAR que NUNCA, em nenhum momento, aqui ou em lugar algum, me auto-designei "intelectual" - o que quer que isso seja! Se outros o fizeram em meu nome, entao que os "culpabilizem" directa e unicamente por tal "crime de lesa-patria" e... DEIXEM-ME EM PAZ DE UMA VEZ POR TODAS [!!!] com os vossos "intelectualismos" de trazer por casa, resultantes, entre outras manias obtusas e presuncoes e pretensoes elitistas, da confusao epistemologica entre a definicao de INTELECTUAL tout court e a do intelectual dito "de esquerda", ou "intelectual revolucionario": aquele que, na vossa(?) ideologia totalitaria (ou, selon Said...), deve imperativamente ser um "activista" e estar forcosa e imprescindivelmente na vanguarda da luta pela ditadura do proletariado, a falar em nome do 'povo' e das 'massas ignaras' que nao sabem o que e' bom, ou dos 'operarios e camponeses' que, por supostamente definitiva e irremediavelmente 'iletrados' e 'incultos', se demonstram demasiado propensos a alienacao e ao reaccionarismo em favor dos 'burgueses', 'pequeno-burgueses' e 'lumpens', razao pela qual nao podem ter voto (e muito menos secreto!) em nenhuma materia! [... Nao que suas senhorias estejam, ou alguma vez tenham estado em tal 'vanguarda' - nem de perto, nem de longe! -, pois que tal nao seria apropriado, muito menos de "bom tom", para tao 'dignissimas' e 'pacatas' mulherzinhas de domingo, ficando-lhes muito melhor "ordenar", do alto das suas catedras, que o facam "as outras" - supostamente "umas criadas ao seu servico", ou umas "escravas" (sem qualquer reconhecimento e muito menos agradecimento...) para toda a obra que encaminhe os seus diletos companheiros e amigos (e, por arrastamento ou osmose, a elas proprias...) em direccao as poltronas do poder!]
Mais esclareco que, no espirito positivo e construtivo que faco sempre questao de imprimir a este espaco, as autoras (das quais apenas conheco uma pessoalmente de forma bastante superficial e longinqua, sendo que da outra nao me lembro de alguma vez sequer ter visto ou ouvido falar!) das "bocas dirigidas" {e, jamais em algum momento, por mim provocadas - pelo menos conscientemente! - pelo que nao faco a mais pequena ideia do porque que pretendem tao afoitamente erigir-se em "minhas rivais", ao ponto de proferirem ameacas (de morte?... ou de um ainda maior denegrimento do meu nome e reputacao pessoal e o total afundamento da minha poesia ou do que quer que seja que me 'atreva' a publicar, seja em que lingua for?!) na imprensa escrita... ou, se calhar, ate' sei bem!} aqui reproduzidas, tiveram neste blog textos seus generosamente publicitados. Vi-me igualmente forcada nas ultimas semanas a retira-los a todos e respectivos comentarios (pelo que desde ja' peco sinceras desculpas aos meus estimados comentaristas que se prestaram a faze-los), por se terem revelado absolutamente insuportaveis os seus manifestos DESCARAMENTO, ATREVIMENTO, DESONESTIDADE INTELECTUAL, SOBERBA, INSOLENCIA, IMPERTINENCIA, ORDINARICE, BESUGUICE, BOÇALISMO, ABUSO DE CONFIANÇA, FALTA DE CARACTER, FALTA DE ESCRUPULOS... enfim, FALTA DE CHA E DE CHAO...!!!
Indeed, a estupidez é rica e, eu acrescento... infinita!
Enfim... sempre a aprender!



{Ou... kuribotices de 'mulheres(zinhas)'....de domingo !!!}





{Ou ainda... 'da nebulosa da intriga, da calunia e da difamacao, ao gratuito, cobarde e impune assassinio de caracter'... e 'das perolas do ciume, do despeito, da inveja e da maledicencia, as irresponsaveis e podres sementes da intolerancia, da discordia, do odio e da violencia sistemica'...}
{Ou, tambem... 'dos muitos lados da canoa furada', a 'inundacao da caravela Vera-Cruz algures entre Sagres e Cabo-Verde ou entre Sao-Tome e o Principe' passando pelas Bijagos e ao 'afundamento do barco do situacionismo, do seguidismo, do oportunismo politico, do autoritarismo, do pedantismo, do vedetismo, da falta de sentido do ridiculo, da bajulacao, do 'sycophantismo', do lambebotismo, da mediocridade, da petulancia, da imbecilidade, da cretinice, do subdesenvolvimento mental e cultural, do auto-convencimento e da arrogancia ignorante... enfim, da irracionalidade absoluta!'}

{Ou, sobretudo... das ' inocencias que matam ' ao que pode dar "ler-se muitos livros"!}
{Ou ainda... de como nem Freud explica!}

***Roer-se de inveja***
{A inveja é comparada à traça, que rói ocultamente as vestes, pois dilacera o amor e, por isso, desfaz a unidade.
A inveja é tortuosa, como a cobra. A inveja é sombria e tenebrosa
Distorcer é entortar o que era reto. Daí que por cobra tortuosa se entendam aquelas criaturas cuja beleza se obscureceu pelo pecado e distorceram sua retidão}


"Oh yes, we did!" (who did it?! Of course I and I alone, e em portugues e sem nunca ter posto os pes nos EUA, sem conhecer a sua sociedade, cultura ou historia, e menos ainda interagido, participado ou contribuido para a campanha de Obama (!) - NAO TODO O MUNDO!!! Alias, tal como ja' o havia feito pela eleicao de Sarkozy!)
***A inveja é cega***
{Porque estavam completamente dominados pela cegueira da inveja}

"Porque que todo o mundo, todo mundo mesmo, teve uma palavra a dizer sobre a eleicao de Obama? ...Porque promover uns e nao outros?...E' porque escrevem em ingles... ainda um certo ocidente.... eu nao confio em nenhum americano!..." (!...)
"(...) o intelectual teria que estar no activo (e, digamos, não reformado); ter-se-ia que ter em conta não os sucessos práticos das suas ideias, senão a influência exercida para além da sua área de actuação profissional. É que por intelectual entenderam os promotores «alguém que tenha mostrado distinção no seu campo profissional simultaneamente à sua habilidade para comunicar ideias e influenciar o debate fora do seu campo de trabalho»" (... obviamente que tudo isso me e' totalmente aplicavel! Assenta-me perfeitamente como uma luva!)
***A inveja morde - A inveja envenena - Não há nada mais vil do que a inveja***
{Freqüentemente os soberbos julgam os outros superiores em muitas coisas, sem no entanto deixarem de se considerar mais dignos delas, por causa dos bens em que os outros parecem superá-los, da própria soberba nasce um zelo de inveja}

"Pois é, em Angola muitos se dizem intelectuais. Boa parte não sabe o que isso significa. Não é intelectual quem quer e tão-pouco quem merece. Não se trata de uma questão de merecimento, não basta ter formação académica. (…) É forçoso (?!) que, aquilo que alguns chamarão militância, seja o denominador comum enquanto cidadão consciente que não pode deixar de ser."(...note-se bem que nao pode ser intelectual ou consciente, muito menos cidadao e menos ainda angolano, quem nao apoie, sirva e se submeta cega e lobotomizadamente, por controlo remoto, como eu, a FpD e o HD mais o resto dos meus amigos - tomem bem nota: todos, como eu, membros da verdadeira e unica elite intelectual - e os seus pares...)

"(...) Se, como Edward Said, considerarmos que o intelectual é ‹‹someone who cannot easily be co-opted by governments or corporations, and whose raison d’être is to represent all those people and issues that (are) routinely forgotten or swept under the rug…" (... claro que isto nao se aplica a minha camarada de luta nesta cruzada, que e' notavelmente 'cooptada' pelo Ministerio da Cultura do Governo de Angola...)
"(…) Razões de ordem espacial (geográfica) explicam algumas ausências bibliográficas…" (... claro que nunca ninguem teve a gentileza, a fineza e a caridade de me explicar, nem eu sou assim tao "habitue" de publicacoes para ter reparado nisso por mim propria, que um "jornal de actualidades" nao e' exactamente uma "revista academica" e que uma "opiniao pessoal" e'-o tanto menos quanto mais referencias e quotacoes de outros nela usarmos! )
"E se Martin Luther King é celebrado (eu também o celebro!, como não?!), já Malcolm X sê-lo-á, mas somente por uma franja (eu faço parte desta franja!). Porquê? Porque enquanto King pregou a não-violência (Ghandi, Mandela, são outros exemplos), Malcolm X foi/é considerado um radical." (...)
"(...) Em uma situação normal, não vejo porque, não necessariamente gritar, mas dizer em quem vou votar, porque manter em segredo o meu voto? Se o segredo do voto é uma conquista, a sua divulgação também me parece ser uma conquista – ainda por concretizar. O mesmo se passa com o voto útil, sobretudo numa primeira volta que é, quanto a mim, um absurdo – votassem os norte-americanos deste modo, quem teria sido o candidato do partido democrata teria sido a Hillary Clinton e não o Obama; tivessem feito voto útil, o presidente norte-americano, hoje, seria outro."(!...)
***A inveja envenena***
{Quando a podridão da inveja corrompe o coração já vencido, os próprios sinais exteriores indicam quão gravemente o desvario instiga o ânimo: o rosto empalidece, os olhos se abatem, a mente se inflama, os membros esfriam, a imaginação se enraivece e os dentes rangem}


"E quanto àqueles que é suposto serem seus servidores (do poder), o que dizer deles? “Como explicar que indivíduos, aparentemente normais, inteligentes, sirvam governos déspotas, ditatoriais? Ou, mais ainda, sejam cúmplices de desmandos, do desgoverno dos seus países? (..) «o motivo pelo qual talvez seja prudente duvidar do julgamento político de cientistas enquanto cientistas não é, em 1º lugar, a sua falta de “carácter” (...) mas precisamente o facto de que habitam um mundo no qual as palavras perderam o seu poder."
"Thomas Kuhn, o conhecido pai das ‹‹estruturas das revoluções científicas››, defende que a ciência faz- se de forma descontíinua. A noção de paradigma por ele preconizada abre espaço a mudanças, a ‹‹revoluções tranquilas››, à emergência de novos paradigmas científicos. Dir- se-á que a emergência de um novo paradigma era/é algo esperado pela comunidade científica – sem convulsões, sem traumas. Já Karl Popper, outro filósofo da ciência, tal como Kuhn também ele um epistemólogo, entende que a fronteira da ciência e da não-ciência está no falsificacionismo ou falibilismo – só se prova uma teoria, sempre conjectural e provisória, quando a mesma é refutada." (Claro que eu, como renomada, respeitada e consagrada 'cientista', sempre soube de tudo isso! Mesmo antes de, "por orientacao superior", ter ido muito recentemente descobri-lo na wikipedia sob o tema "epistemologia" - a qual eu, tal como a minha camarada de luta, confundia com "etimologia", o que, admitamos, e' compreensivel porque o primeiro conceito e' do dominio da ciencia e o segundo das letras... E, como esta' bom de ver, o pensamento dos cientistas que aqui menciono e' perfeitamente compativel com o meu defendido 'poder popular' contra o 'voto secreto', declarado 'radicalismo a la Malcom X', 'comunismo a la Cunhal e Saramago' e 'nacional-socialismo a la Nazi"!!!)

"Omitimos o nome de Claude Lévi-Strauss. Porque há um antes e um depois de Lévi-Strauss. Claude Lévi-Strauss é um nome maior da antropologia ou, se quisermos ser mais justos, das ciências sociais e humanas. A revolução tranquila, ainda que vital, que operou e que abriu as comportas para uma nova visão do mundo, faz dele um ícone dos estudos das sociedades chamadas primitivas..." (!!!)
***Só a soberba e a inveja são pecados puramente espirituais, portanto do âmbito possível dos demônios***
{Como a inveja se sente da glória de outrem enquanto ela diminui a glória desejada, apenas sentimos inveja daqueles a quem pretendemos igualar-nos ou a quem, em glória, nos preferimos; o que não se verifica quanto aos que estão de nós muito distantes. Com efeito, ninguém a não ser um louco, se empenha em se igualar ou superar em glória os que são muito maiores
E, assim, um homem não inveja os que estão muito longe por lugar, tempo ou prestígio; mas os que estão perto - esses são os que incomodam - e aos quais ele quer se igualar ou superar.
Ninguém inveja o que é possuído comumente por muitos: ninguém inveja, por exemplo, que outro possa conhecer a verdade, o que é possível para todos, mas talvez a excelência desse conhecimento
Como os soberbos freqüentemente julgam os outros superiores a si em muitas coisas (...) da própria soberba nasce a inveja
}

"É certo (?) que quando a oferta é maior do que a procura (...), a inflação (!?) trilha o seu caminho sem qualquer tipo de escolho (!?!?!). Mas não tem de ser assim e a crise e/ou recessão (...) que hoje assola o mundo é disso exemplo com a intervenção dos governos em países onde isso era, há alguns meses, impensável. (!?!?!?)"
"A economia mundial tem que se basear nos donativos das corporacoes para os povos" (!!!)
"(…) Os outros, que nunca foram tidos em conta em decisões que afectam indiscriminadamente todo o planeta, são, porém, as maiores vítimas desta crise a quem, agora, os seus causadores não querem olhar – só á força! Tentam, todos, salvar as suas economias: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, Canadá, os países escandinavos, enfim, estão mais preocupados consigo, não com os outros, mais frágeis, que estão a pagar por aquilo que não foi a sua opção: o neoliberalismo global e sem fronteiras…" (!...)

"Como sei disso? Não por via de algum trabalho de investigação, mas pelo que me foi e é dado observar." (!!!)
"Claro que isto e' ideologia e nao ciencia!"... (!!!)
"(...) é preciso, uma vez mais tenho de o dizer (...), sabermos (!!!) do que falamos e, claro, agir."
"(...) temos que andar de candongueiro, quando ja' deviamos ter taxis... temos que suar as estopinhas..."

"(...) Ha' que desencorajar a construcao de habitacoes e promover o arrendamento..."
"(...) precisamos de ir para além do semba, do kizomba e do kú-duro, pois só assim progrediremos..."
"(...) Mas a desestruturação da sociedade angolana, da família angolana que tem eco na desestruturação das famílias é, precisamente por isso, um fenómeno social (ista) (total - itario). (…) Não temamos tal coisa!"

"Uma das questões que está por apurar – e ainda que este seja um fenómeno que ocorra um pouco por todo o país – é a seguinte: porque será que a maior percentagem (estatisticas comprovativas?!) destes casos ocorre no norte do país?"
"O recente conflito entre Angola e a RDC é uma manifesta manifestação de poder. É uma questão política (Ai, ainda nao sabiam?!). E não foi por falta de «aviso à navegação», sendo que eu própria, também já naveguei por essas águas e escrevi sobre." ( … E nao me perguntem pela referencia, porque, ao contrario dos autores em ingles que aqui nao me canso de referenciar, eu sou uma autora tao amplamente lida e referenciada globalmente que a navegacao sabera’ certamente onde e quando o fiz… )
"(...) com todo o rol de «safadezas» (expressão muito grata aos guineenses, mas dita em crioulo é um mimo!)" ...
***A inveja dói*** {Há certos pecados que são dores, como a acídia e a inveja}
"Não resisto a citar Barack Obama, não a propósito da sua intervenção na recente visita que fez ao Gana (bem podia ser!), mas a partir do seu livro autobiográfico: ‹‹Diz-lhe que gostaria de aprender luo, mas é difícil arranjar tempo nos Estados Unidos – afirmei – Conta-lhe como estou ocupado. - Ela compreende isso – retorquiu Auma. – Mas diz também que um homem nunca pode estar demasiado ocupado para conhecer o seu próprio povo››" ( reparem que eu posso nao falar nem entender patavina de kimbundo, kikongo, umbundo, ou quaquer outra lingua nacional de Angola – nunca tive tempo para as aprender e menos ainda para as falar aqui no meu cantinho europeu a beira-mar plantado - mas sou fluentemente ‘conversante’ em crioulo da Guine’ e Cabo-Verde, pelo que ninguem me pode acusar de “nao conhecer o meu proprio povo”!)
"(...) e, como bem disse Péricles, ‹‹quem não se preocupa com a coisa pública, não merece ser ateniense››.Socorrendo- me uma vez mais de Péricles, pergunto aos leitores se mereceremos, nós, ser angolanos?!" (!?!?!) (portugueses, cabo-verdianos, sao-tomenses, ou guineenses...)?!"
***Da inveja nasce o ódio***
{A inveja, em geral, procede da soberba. Com efeito, a tristeza pelo bem alheio dá-se no homem porque aparece como obstáculo à própria excelência
Os pusilânimes são propensos à inveja pois, como se diz no livro de Jó, a inveja mata os pequenos. E isto com razão, pois o medíocre acha que a prosperidade de outro impede a sua: o que é próprio de almas pequenas
}

"Nos últimos 7 anos os angolanos vêm sendo chamados para as tarefas da reconstrução. Com maior ou menor fervor, parecem estar engajados em participar no ‹‹esforço›› mas desengane-se quem pense que é (puro) patritotismo: na, nani, na não. Os angolanos querem é (patrocinios para) ver engordar o seu salário, ter acesso aos bens de que precisam e também aos que não precisam…" (Claro que eu NAO sou angolana! na, nani, na não!!!)


***O fedor da inveja***
{Mas para outros é na verdade odor da morte que leva à morte, isto é, da inveja e maldade que ocasionalmente os conduzem (os invejosos) à morte eterna...
Há pecados que se cometem não para ganhar algo, mas só para destruir, como é o caso do homicídio, da inveja e outros que tais}
"...mas convem saber sempre o que nos espera!" (sempre que se atrevam a fazer-me sombra, sendo colocados - voces "todo o mundo" - ao meu lado como pseudo-intelectuais, ou a publicitar criticas que questionem a cientificidade dos meus delirios sobre a minha suave e assaz mutante patria... pois que eu amo de paixao a palavra critica desde que JAMAIS seja criticada!!!)

“Assim, embora, tal como Edward Said, menos esperançosa quanto ao papel do intelectual”… (desculpem-me a incongruencia, mas a minha canoa foi atingida por um inesperado tsunami que me fez repentinamente deixar de me considerar intelectual… ja’ nao sou bem “aquela por quem se espera”!)

"Noam Chomsky, considerado o mais influente intelectual da actualidade..." (NAO me perguntem "por quem?"!)
***A inveja como espírito de competição*** {Quem odeia, olha com olhos maus e invejosos a quem odeia}
“Privei mais com uns do que com outros mas a todos conheci e a despeito das nossas diferenças, no concernente ao rumo a dar à Casa de Angola, em uma coisa convergíamos: o sentimento de que aquele espaço era nosso! (…) Este não é um obituário mas tão simplesmente a memória e o testemunho de um tempo- espaço.” [Desculpem-me o lapso, mas deste testemunho nao faz parte qualquer memoria – mesmo porque nao a possuo nem com os seus intervenientes privei no seu tempo-espaco – de que se a Casa de Angola, depois de muitos e longos anos voltou a ser um “espaco nosso” foi porque um pequeno grupo de angolanos de verdade por isso se bateu… e nunca tive conhecimento de que nos seus arquivos muito provavelmente existira’ uma peticao naquele sentido dirigida ao entao Presidente da Camara de Lisboa, Jorge Sampaio, assinada (nao por mim, bem entendido!), entre outros, por um tal de Rui Mingas e por uma tal de mais conhecida nos ultimos tempos como “servidora do poder” … mas essas sao memorias que, mesmo se as tivesse, seriam por demais inconvenientes… fazem-nos sombra! Better sweep them under the rug!...
Igualmente inconveniente seria a memoria por parte da minha co-papagueadora de Said, co-membro do 'Comite' da Especialidade dos Kuribotas' e camarada de luta nesta “queima publica da bruxa pseudo-intelectual” de que uma das “herancas intelectuais” de um tal de Ndunduma - para alem do seu declarado, praticado e consagrado "activismo pro-monolitismo politico-ideologico" -, foi um texto seu dirigido nos anos 80 ao entao Secretario Geral da UEA (tambem muito provavelmente constante dos seus arquivos) em que dizia, entre outras “enormidades certamente para esquecer” sobre um certo “poemario" proscrito (por, entre outras razoes igualmente 'ponderosas', 'cientificas' e 'objectivas', tais como "despropositadas gargalhadas na noite sobre mulatas cor muamba e labios pitanga". nele se usar, tal como o proprio Ndunduma o fez na sua poesia, o vocabulo "mulembeira" - alegadamente, "prova provada de que a autora nao conhecia a cultura nacional", nao se "reparando" que ela usara, no mesmo poema, o vocabulo "mulemba"...), da autoria da mesma "tal" acima mencionada (e note-se bem que o fez sem que na altura a conhecesse pessoalmente...), que “depois de Alda Lara eis que surge…”. …Definitivamente para esquecer: memoria demasiado “ensombradora” (quanto mais nao seja porque - tal como vos venho demonstrando a saciedade com as minhas mais do que muitas referencias e quotacoes em ingles, que obviamente nao me dou ao trabalho de traduzir, num jornal em portugues e publicado num pais em que a esmagadora maioria dos "excluidos" nao entende patavina de ingles, que "eu tambem domino o ingles!"; e com os meus brilhantes raciocinios sobre 'oferta', 'procura', 'inflacao', 'recessao', etc., "eu sei bem do que falo quando falo de economia!"; mais ainda, com as minhas diatribes contra uns "quaisquer estupidos ambientalistas nao identificados", eu tambem percebo perfeitamente a relacao entre "ambiente vs. pobreza"; isto para nao falar no meu dominio de Levi-Strauss, Khun e Popper, do conhecimento e metodo cientifico, da antropologia e da fotografia, etc., que "eu tambem sou pensadora!" - deixei-vos agora saber pela primeira vez que... "eu tambem sou poeta!"...) e muito provavelmente ele faria parte da sua lista secreta de "homo insipiens e videns" que "nao entendiam nada de literatura" e, portanto, precisavam de ser 'devidamente educados' por ela "pra nao falar, muito menos escrever, besteira"!
Ah! E desculpem-me la’ isto de tentar a viva forca fazer passar alguem, que ate’ ha’ muito pouco tempo nem sequer sabia da minha existencia (e que ate' publicitou favoravelmente o primeiro texto meu de que teve conhecimento no seu blog... claro que sem suspeitar do calice envenenado de que se tratava!), como “minha rival, concorrente e competidora”… e’ que isso de ‘sentido do ridiculo’, ‘caracter’, ‘etica’, moral’, ‘honestidade intelectual’ e quejandos sao tretas que a gente le nos nossos muitos livros e sobre as quais farta-se de papaguear nas nossas ‘conversas de escarnio e mal dizer’, mas que nao tem tempo, inclinacao nem pachorra, muito menos o habito, de praticar e, afinal... "isso e' Angola"!
E’ que… e desculpem-me mais uma vez por isto, eu preciso desesperada e urgentemente de visibilidade, exposicao, projeccao e reconhecimento, custe o que custar, doa a quem doer e fique mal quem ficar! E’ humano… ou nao e'?! E qual a via mais eficiente e expedita para as obter senao tentar por todos os meios “queimar o nome” e “apagar a sombra” de alguem cujo “tempo-espaco” me aconteceu criar a patetica e doentia ilusao/fixacao de que vim ocupar?! … Pelo menos de falta de “inteligencia” ninguem me pode acusar! Duvidam? Entao tomem la’ mais a que se segue...]
***A Inveja como ciúme***
{(O ódio pode surgir também...) quando alguém por semelhança impede a fruição da realidade amada por alguém que a ama. E isto se dá em todas as coisas que não podem ser simultaneamente possuídas por vários, como é o caso das coisas materiais. Daí que quem ama o proveito ou o prazer de algo, impeça a fruição desse algo por outro que, tal como ele, quer se apropriar daquilo. Daí o ciúme, que não suporta participação no amado, e a inveja, que pensa que o bem do outro é obstáculo para seu próprio bem.
Há certos pecados que se cometem por tristeza, como a acídia e a inveja (Nos condenados do inferno) Agiganta-se o ódio e a inveja, porque preferem ser mais torturados com muitos do que menos torturados sozinhos}

“É, nós continuamos a valorizar o que está mais distante de nós (fazemo-lo sem grande mossa quando se trata de um estrangeiro, de um colega de profissão mas não na mesma empresa e por aí adiante) porventura por estes não nos fazerem sombra, não serem nossos concorrentes directos. Dir-se-á que é humano... diria que este tipo de comportamento encontra-se de forma mais explícita sobretudo em países e sociedades cujo índice de desenvolvimento é baixo e onde a luta pelo poder é acérrima" (e.g. Portugal, C-V, G-B, STP...).” (Desculpem-me la’ mais esta, mas como devem saber, na acerrima luta pelo poder em que estou empenhada vale tudo - ate' tirar olhos! - por isso e' que eu, a minha camarada de luta e o nosso querido amigo HD usamos oculos para proteger os nossos enquanto arrancamos os dos outros... - so' que ele, com tantos afazeres 'na corrida para o poder', esqueceu-se (certamente por se tratar de outra 'memoria demasiado ensombradora, ou sombra a apagar'...) de me contar ESTA!… E mesmo que tivesse contado... a luta continua, na mata ou na rua! - mesmo sabendo-a perdida desde o primeiro momento em que a comecamos...
)
"Durante muito tempo clamei contra o facto de que a opinião pública era menos política e mais partidária.E isto não era salutar para. (NAO me perguntem aonde nem desde quando!) ... Isto não significa independência ideológica. Essa é difícil, provavelmente falsa e, por isso mesmo, ainda mais perigosa (... claro que como "mulher de letras" que muito me prezo de ser, nunca me passou pela cabeca que ha' disciplinas academicas em que a "falta de independencia ideologica" so' pode produzir uma coisa: rubbish!!! lixo toxico!!!). O que é necessário é independência partidária ou, em alternativa, efectiva transparência..." (Epa', desculpem-me la', HD e FpD, mas voces aqui ja' lerparam: actualismo e situacionismo oblige!)

“Como é que alguém como você poderia dar a melhor resposta possível às necessidades de aprendizagem das crianças, especialmente aquelas que são vítimas de discriminação, como as raparigas?”(Querem mesmo saber? Pois aprendam comigo, que sou professora e gosto de o ser (ou com o Jo Soares, que vai dar no mesmo): nada mais ‘etico’ do que insultar a inteligencia e atacar a dignidade e reputacao de uma “rapariga” por, entre outros similares 'crimes de lesa-patria', ter tido o atrevimento de tecer criticas construtivas a uma certa ‘carta aberta’ exclusivamente assinada por homens e que, dado o seu teor e objectivo, so’ por isso discriminava as “raparigas”…E se a ‘etica’ quiserem juntar eficacia, nada melhor do que faze-lo atraves de um veiculo e de uma forma que ela nao se possa defender, a nao ser que se arrisque a passar perante 'todo o mundo, todo o mundo mesmo', por “ressaibada tresloucada”! ehehehehehe!... E se ao util quiserem juntar o agradavel: nada melhor para o ego do que faze-lo enquanto com isso almofadamos as nossas contas bancarias! ehehehehehe!)
"Conheci uma responsável da Educação, tão ignorante da sua função e do seu lugar, que teve a inefável inconsciência de dizer que apenas era professor quem não era capaz de fazer mais nada... Porque sou professora e gosto de o ser, dir-me-ão – e eu aceitaria tal observação – que eu estou a advogar em causa própria. Estou, sim… Por isso é muito grave a falta de ética no exercício desta profissão – sê-lo-á em todas, dirão, porém, enquanto o contabilista corrupto vai preso e acaba aqui a sua acção, a acção do professor corrupto é seminal. Em todo o caso, serei sempre professora… Aliás, nem sei fazer outra coisa!" (… quem fala 'sua' verdade, ainda que de forma tao flagrante e pateticamente contraditoria, nao merece castigo! Mas, entretanto… coitad(a)os d(a)os alun(a)os, caso se atrevam a apontar o dedo a minha 'mui sui generis' nocao de "etica"!… Convem que saibam sempre o que lhes espera!... ehehehehehe!
)

"E retomando as perguntas iniciais, direi que nos encontramos num ponto da História em que já sabemos que não podemos confiar essa tarefa a Deus. (o que nao me impede, como fiz ainda recentemente aqui mesmo nesta canoa furada, de creditar uma indelevel "heranca intelectual" a um homem que era capaz de acusar de "crimes de lesa-patria" quem nao visse o mundo pelas lentes do seu Deus Pai Todo-Poderoso, ex-aequo et bono com um outro homem que nao acreditava senao no seu Deus Marxista-Leninista... tal como, alias, o faco aqui e agora com o Obama e o Putin!) Tem de ser a dos Homens a mão oculta a controlar o nosso destino." (Homens, ouviram? Nao "Seres Humanos"! E' que isso de "gender sensitiveness" pertence a um ponto da Historia a que ainda nao cheguei, ou de Literatura que ainda nao li!... E, de resto, quem ainda duvida de que e' a mao oculta dos homens que controla o destino de mulherzinhas como eu?! )
{...E PARA TANTO SAO PAGAS! ... JA' VIRAM?!?}

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O MAL E' O QUE SAI DA BOCA DO INTELECTUAL DE ESQUERDA
Onde se pode ler, por exemplo, o seguinte:
(...) Ocorre que a peculiaridade de pessoas que pensam assim é exatamente a completa incapacidade de raciocinar criticamente, isto é, de pensar por si mesmas, articular argumentos e formar juízos objetivos e imparciais sobre a realidade. Na melhor tradição orwelliana, para o intelectual de "esquerda", "consciente" é o que para gente normal é "lobotomizado", e "crítico" traduz-se por "acrítico".

A invocação da inveja, além de imoral, é contraproducente, posto que (...) no final do processo, a inveja resulta na miséria geral, pois quem vai querer produzir (e.g. um blog gratuito, aberto a comentarios/dialogo/debate franco e aberto (dialetico) de ideias/participacao geral e, acima de tudo, sem fins comerciais ou lucrativos...) para ser roubado? E se ninguém produz, o que o parasita (... que e' pago(a) para "fazer nome" debitando "cobras e lagartos" sem qualquer fundamento nos jornais - apenas para atraves deles, para alem de uma gritante falta de IDEIAS PROPRIAS, demonstrar um confrangedor desconhecimento das diferencas entre, por um lado, 'propaganda politico-ideologica e filiacao partidaria' e, por outro, 'DIREITOS DO CIDADAO, SOCIEDADE CIVIL ou LIBERDADE INDIVIDUAL e DE EXPRESSAO' e, pior ainda, nenhuma nocao do significado na pratica de conceitos como 'moral, etica, respeito pelo outro, pela diferenca e pela diversidade' e, em ultima analise, dos proprios conceitos de DEMOCRACIA e DIREITOS HUMANOS' em nome dos quais "pretendem" falar! ...) vai parasitar?

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@





N.B.: Porque sei bem do que "a casa gasta", vejo-me forcada a deixar aqui bem claro que tive nos ultimos meses, e tao recentemente quanto aqui ha' duas/tres semanas, insistentes pedidos (nao lhes chamaria, no entanto, utilizando a linguagem de uma destas nossas intelectualoides, "pedinchice"...), com oferta de pagamento nao negligenciavel, por parte do director do SA para nele retomar as minhas cronicas, ou simplesmente para escrever um ou outro artigo sobre temas especificos - a todos recusei por absoluta falta de disponibilidade. Um jornal para o qual, nao sera' demais nota-lo, escrevi no passado mais ou menos recente, a pedido do mesmo director, uma serie de cronicas (cujo sucesso tudo indica estar na base de todo este nonsense...) pelas quais nunca solicitei, nem me foi oferecido, qualquer pagamento... Um jornalista, tambem nao sera' inteiramente deslocado nota-lo aqui, por cuja libertacao, ha' nao muito tempo, fiz uma "campanha" neste blog (a semelhanca, alias, do que ja' tinha aqui feito por um jornalista britanico e um blogger egipcio), na qual (ao contrario de algumas insinuacoes, quando nao "afirmacoes taxativas", das mesmas mulherzinhas aqui em questao) me moveu apenas e tao so' o facto de termos sido, ainda que brevissimamente (pois que, se a memoria nao me atraicoa, eu sai da ANGOP pouco depois de ele para la' ter entrado, sendo que desde entao nunca mais nos vimos), colegas de trabalho e, acima de tudo, o meu engajamento (tendo vindo por isso a pagar, e bem!, o preco...) em causas da sociedade civil angolana em geral e, em particular, nas lutas pelas liberdades de imprensa, informacao e expressao ha' muitos anos: mais precisamente, desde que sai da ANGOP (e pelas razoes e pela forma como sai...) ja' la' vao quase 30 anos!
Devo tambem deixar PERFECTLY AND PATENTLY CLEAR que NUNCA, em nenhum momento, aqui ou em lugar algum, me auto-designei "intelectual" - o que quer que isso seja! Se outros o fizeram em meu nome, entao que os "culpabilizem" directa e unicamente por tal "crime de lesa-patria" e... DEIXEM-ME EM PAZ DE UMA VEZ POR TODAS [!!!] com os vossos "intelectualismos" de trazer por casa, resultantes, entre outras manias obtusas e presuncoes e pretensoes elitistas, da confusao epistemologica entre a definicao de INTELECTUAL tout court e a do intelectual dito "de esquerda", ou "intelectual revolucionario": aquele que, na vossa(?) ideologia totalitaria (ou, selon Said...), deve imperativamente ser um "activista" e estar forcosa e imprescindivelmente na vanguarda da luta pela ditadura do proletariado, a falar em nome do 'povo' e das 'massas ignaras' que nao sabem o que e' bom, ou dos 'operarios e camponeses' que, por supostamente definitiva e irremediavelmente 'iletrados' e 'incultos', se demonstram demasiado propensos a alienacao e ao reaccionarismo em favor dos 'burgueses', 'pequeno-burgueses' e 'lumpens', razao pela qual nao podem ter voto (e muito menos secreto!) em nenhuma materia! [... Nao que suas senhorias estejam, ou alguma vez tenham estado em tal 'vanguarda' - nem de perto, nem de longe! -, pois que tal nao seria apropriado, muito menos de "bom tom", para tao 'dignissimas' e 'pacatas' mulherzinhas de domingo, ficando-lhes muito melhor "ordenar", do alto das suas catedras, que o facam "as outras" - supostamente "umas criadas ao seu servico", ou umas "escravas" (sem qualquer reconhecimento e muito menos agradecimento...) para toda a obra que encaminhe os seus diletos companheiros e amigos (e, por arrastamento ou osmose, a elas proprias...) em direccao as poltronas do poder!]
Mais esclareco que, no espirito positivo e construtivo que faco sempre questao de imprimir a este espaco, as autoras (das quais apenas conheco uma pessoalmente de forma bastante superficial e longinqua, sendo que da outra nao me lembro de alguma vez sequer ter visto ou ouvido falar!) das "bocas dirigidas" {e, jamais em algum momento, por mim provocadas - pelo menos conscientemente! - pelo que nao faco a mais pequena ideia do porque que pretendem tao afoitamente erigir-se em "minhas rivais", ao ponto de proferirem ameacas (de morte?... ou de um ainda maior denegrimento do meu nome e reputacao pessoal e o total afundamento da minha poesia ou do que quer que seja que me 'atreva' a publicar, seja em que lingua for?!) na imprensa escrita... ou, se calhar, ate' sei bem!} aqui reproduzidas, tiveram neste blog textos seus generosamente publicitados. Vi-me igualmente forcada nas ultimas semanas a retira-los a todos e respectivos comentarios (pelo que desde ja' peco sinceras desculpas aos meus estimados comentaristas que se prestaram a faze-los), por se terem revelado absolutamente insuportaveis os seus manifestos DESCARAMENTO, ATREVIMENTO, DESONESTIDADE INTELECTUAL, SOBERBA, INSOLENCIA, IMPERTINENCIA, ORDINARICE, BESUGUICE, BOÇALISMO, ABUSO DE CONFIANÇA, FALTA DE CARACTER, FALTA DE ESCRUPULOS... enfim, FALTA DE CHA E DE CHAO...!!!
Indeed, a estupidez é rica e, eu acrescento... infinita!
Enfim... sempre a aprender!



Thursday, 19 November 2015


UPDATE:

Tendo finalmente aparecido a (her)story (depois de uma longa viagem 'a terra dos Yalorixas, de onde muito provavelmente tambem regressara’ feita “mae de santo” como esta outra sua amiga “cientista social”: http://koluki.blogspot.co.uk/2011/11/desculpem-me-mas.html), ocorrem-me as seguintes observacoes:

1 -  Afinal o ataque ‘a Vila Alice foi um ‘ATAQUE RACISTA’?!… What a “shocker”!...
E isto dito por alguem que numa outra 'versao' da sua estoria se afirma abertamente "nao imparcial" e pergunta, para fundamentar a sua tese de "ataque racista", porque que, se seguiam uma politica de "neutralidade activa", as FAP nao atacaram tambem a FNLA e a UNITA - esquecendo-se porventura que estas, 'a altura, tinham sido "escorracadas" de Luanda pelo MPLA e seus aliados, sob o "olhar silencioso" das FAP!... Seria porque a FNLA e a UNITA nao tinham "mulheres brancas" como ela misturadas com, usando as suas proprias palavras, "pretos de merda" como o MPLA?!

2 – O “espirito mercenario”*, de esquerda ou de direita, ou “mentalidade de Tarzan (Jane)”, realmente nao so’ nao tem cor, nem nacionalidade, nem ideologia, como tambem nao tem cura: leva quem o possui a defender encarnicadamente quem quer que lhes pague melhor (financeiramente ou de qualquer outro modo): se em 74/75 era o MPLA, agora e’ o BD… Mas o seu ‘modus operandi’ nunca muda! Por isso, como dizia aqui (http://koluki.blogspot.co.uk/2009/05/just-poetry-v.html) ha' tempos, GABO-LHES A COERENCIA!...

*Note-se que a 'Jane' deste caso se trata de alguem que, segundo as minhas fontes, fez parte de um grupo de estudantes universitarios portugueses afectos a forcas de esquerda, nomeadamente o PCP, que, por altura do 25 de Abril de 1974, foram recrutados para irem dar "instrucao revolucionaria", como "comissarios politicos", aos militares das FAPLA nos Centros de Instrucao Revolucionaria (CIR) em Angola. Assim, a nossa 'Jane', que nao nasceu nem cresceu em Angola e nunca antes la' estivera, cai de "para-quedas" em Brazzaville onde estava sediado o "estado-maior general" do MPLA - note-se, nao na Primeira Regiao, nem na Frente Leste, de facto, em nenhuma Frente de Combate - nos meses que precederam a entrada da primeira delegacao oficial do MPLA em Luanda em finais de 1974... e o resto e'... "estoria"!

3 - No meio de tanto 'cacarejar' de galos e galinhas em busca de protagonismo numa guerra em que parece que os Angolanos apenas ocuparam o "lugar do morto", nao deixa de ser interessante notar o que realmente e' fundamental nessa (his)estooooria toda, seja ela contada por homens ou por mulheres, qualquer que seja a sua raca ou ideologia: o episodio da Vila Alice (chame-se-lhe ou nao "massacre") se constituiu o "canto do cisne" do Imperio Colonial Portugues em Africa, constituiu tambem o rastilho de uma guerra fraticida entre Irmaos Angolanos que durou mais de 30 anos e durante a qual as nossas 'Janes' nao ficaram em Angola para lhe apanhar sequer os estilhacos!...






From: Margarida Paredes, Universidade de Lisboa

        guidaparedes@hotmail.com

Date: 23 December 2005

 

Estou a fazer um trabalho para a faculdade, Estudos Africanos, sobre o 

ataque à Vila Alice, sede da delegação do MPLA em Luanda, no dia 27 de 

Julho de 1975, pelas Forças Armadas Portuguesas onde 14 elementos do MPLA 

foram mortos e 21 feridos. Consultados os jornais da época as versões são 

contraditórias. O comunicado das Forças Armadas Portuguesas e o General 

Silva Cardoso, alegam que foi uma acção punitiva contra um incidente 

provocado por soldados do MPLA que feriram gravemente um oficial português, 

na noite anterior, e porque o MPLA não obedeceu ao ultimato que lhe foi 

dirigido - entregar os responsáveis pelo incidente. O Brigadeiro Pezarat 

Correia alega que o MPLA não poderia entregar os responsáveis do incidente 

porque este foi responsabilidade de um grupo das FRA interessado em 

provocar um conflito entre o MPLA e as FAP com a finalidade de inviabilizar 

a data da independência acordada no Alvor. Pompílio da Cruz responsável das 

FRA alega que foi a "quadrilha de Toni Rodrigues", também ele pertencente 

às FRA, que envergando fardas das FAPLA provocaram o incidente. O 

comunicado do MPLA sem negar o incidente da noite anterior alega que foi 

responsabilidade de "agentes infiltrados já identificados que serão 

entregues" posteriormente às FAP. Estou perplexa com as diferentes versões 

e há várias questões que não entendo. Porque as FAP, que seguiam um 

política de "neutralidade activa" tomaram a inciativa de atacar um dos 

Movimentos de Libertação? Porque não foi levantado um inquérito para apurar 

o que efectivamente aconteceu? Porque deram um prazo de apenas meia dúzia 

de horas para os responsáveis serem entregues? O que eu gostaria de saber é 

se este incidente foi a última acção militar ofensiva no continente 

Africano por parte de Portugal e das Forças Armadas Portuguesas. Também 

gostaria de saber se durante o processo de descolonização em Angola as 

Forças Armadas Portuguesas terão atacado algum dos outros movimentos FNLA e 

UNITA? Se era uma acção punitiva porque mataram tantos elementos do MPLA e 

porque nenhum soldado das FAP morreu? Obrigada!


From: Margarida Paredes, Universidade de Lisboa

        guidaparedes@hotmail.com

Date: 23 December 2005

 

Estou a fazer um trabalho para a faculdade, Estudos Africanos, sobre o 

ataque à Vila Alice, sede da delegação do MPLA em Luanda, no dia 27 de 

Julho de 1975, pelas Forças Armadas Portuguesas onde 14 elementos do MPLA 

foram mortos e 21 feridos. Consultados os jornais da época as versões são 

contraditórias. O comunicado das Forças Armadas Portuguesas e o General 

Silva Cardoso, alegam que foi uma acção punitiva contra um incidente 

provocado por soldados do MPLA que feriram gravemente um oficial português, 

na noite anterior, e porque o MPLA não obedeceu ao ultimato que lhe foi 

dirigido - entregar os responsáveis pelo incidente. O Brigadeiro Pezarat 

Correia alega que o MPLA não poderia entregar os responsáveis do incidente 

porque este foi responsabilidade de um grupo das FRA interessado em 

provocar um conflito entre o MPLA e as FAP com a finalidade de inviabilizar 

a data da independência acordada no Alvor. Pompílio da Cruz responsável das 

FRA alega que foi a "quadrilha de Toni Rodrigues", também ele pertencente 

às FRA, que envergando fardas das FAPLA provocaram o incidente. O 

comunicado do MPLA sem negar o incidente da noite anterior alega que foi 

responsabilidade de "agentes infiltrados já identificados que serão 

entregues" posteriormente às FAP. Estou perplexa com as diferentes versões 

e há várias questões que não entendo. Porque as FAP, que seguiam um 

política de "neutralidade activa" tomaram a inciativa de atacar um dos 

Movimentos de Libertação? Porque não foi levantado um inquérito para apurar 

o que efectivamente aconteceu? Porque deram um prazo de apenas meia dúzia 

de horas para os responsáveis serem entregues? O que eu gostaria de saber é 

se este incidente foi a última acção militar ofensiva no continente 

Africano por parte de Portugal e das Forças Armadas Portuguesas. Também 

gostaria de saber se durante o processo de descolonização em Angola as 

Forças Armadas Portuguesas terão atacado algum dos outros movimentos FNLA e 

UNITA? Se era uma acção punitiva porque mataram tantos elementos do MPLA e 

porque nenhum soldado das FAP morreu? Obrigada!


From: Margarida Paredes, Universidade de Lisboa

guidaparedes@hotmail.com

Date: 14 January 2006

 

 

O CANTO DO CISNE DA DESCOLONIZAÇÃO PORTUGUESA EM ANGOLA

 

 

 

Na continuação da clarividente contribuição de Norrie Macqueen, University of Dundee, sobre o ataque à Vila Alice pelas FAP no dia 27 de Julho de 1975, também gostaria de contribuir para responder a uma das questões levantadas.  Ao contrário do que seria de esperar a minha contribuição não se vai fazer através do trabalho de investigação das fontes porque neste caso concreto, apesar de eu estar mais virada para a literatura do que para a história, eu sou uma das fontes. Quer eu queira quer não, faço parte desta história. A minha versão será apenas mais uma e como todas as outras já referidas, dificilmente imparcial.

 

 

 

Numa entrevista informal ao coronel Hélder Vaz Pereira que integrou as FA no ataque à Vila Alice, este oficial leu-me o seu diário de guerra: No dia 27 de Julho de 1975 escreveu: “durante o ataque à Vila Alice todos os elementos do MPLA foram mortos”. Esta era a verdadeira natureza da missão dos soldados portugueses. Matar! A missão punitiva motivada por um dos sentimentos humanos mais ultrajante - a vingança, ao contrário do que ele alega, não foi cumprida porque no seu diário não contabilizou os feridos nem os elementos do MPLA que não foram atingidos. Confrontado com o facto da autora deste trabalho não ter sido morta nem ferida durante o “ataque” ele recusou-se a acreditar que uma europeia tenha tido um papel durante o confronto. Quando a autora descreveu o facto do radiotelegrafista das FA ter sido atingido por uma rajada num braço durante a operação, ele só acreditou depois da autora ter respondido correctamente às perguntas: - que braço foi atingido e onde? O militar foi atingido no braço direito, uns 10 cm acima do cotovelo. Felizmente a autora lembrava-se, trinta anos depois, que um enfermeiro das FA lhe aplicou um garrote no braço e ele continuou ferido em comunicação com o quartel-general.  Quando o coronel se convenceu retrucou filosoficamente – a senhora não foi morta porque pensámos que era uma prisioneira do MPLA. A cor da pele salvou a autora de uma morte certa. Acho que este facto é suficiente para ilustrar a clivagem racial existente durante o ataque à Vila Alice e a verdadeira natureza do confronto. A violência gratuita deste ataque, numa altura em que Portugal já tinha decidido abandonar o império colonial é prova disso. Obrigados a renunciar ao poder e conscientes de que tinham perdido o estatuto de dominadores reagiram em função da identidade racial.

 

 

 

Na origem do conflito também está a “questão racial”. Como já foi dito as FA além de se sentirem impotentes durante a “batalha por Luanda” também foram completamente marginalizadas pelo processo em curso. O MPLA lutava contra as forças da FNLA que integravam militares e equipamento do exército zairense, nas ruas da cidade. Quem tivesse uma farda e uma arma combatia sem qualquer enquadramento na estrutura do comando das FAPLA. Todos os elementos armados combatiam quer tivessem tido treino militar ou não. A autora foi instrutora política no CIR Hoji Ya Henda e sabe como a preparação dos militares era incipiente. No dia 26 de Julho de 1975 a autora esteve presente no cerco ao Forte da Barra até às 23h, onde forças da FNLA estavam entrincheiradas. Quando regressou à Vila Alice, sede do comando operacional constatou que nenhum comandante se encontrava no COL. Nestas circunstâncias assumiu as responsabilidades possíveis. Pouco tempo depois apresentou-se um pequeno grupo de soldados das Fapla (quatro talvez) relatando o incidente descrito por Silva Cardoso. Pensavam que o oficial português tinha morrido e informaram que tinham atirado porque ele os tinha chamado de “pretos de merda” e insultado de toda uma série de impropérios racistas. Estavam revoltados e amedrontados. Em face do sucedido a autora tirou-lhes as armas e deu-lhes voz de prisão. Imediatamente a seguir a autora recebeu um telefonema das FA exigindo que os responsáveis do incidente fossem entregues. Sem estar investida de autoridade para tomar essa decisão a autora explicou que ia tentar contactar alguém do comando. Com todos os responsáveis a combater nas ruas não foi possível contactar ninguém. Nunca passou pela cabeça da autora que o ultimato das FA fosse para cumprir. O MPLA não estava em guerra com os portugueses. O conflito, no dia seguinte, iria ser investigado seguramente e resolvido no âmbito das conversações bilaterais.  Depois de tomar banho na casa de um camarada que dava apoio logístico ao MPLA na Vila Alice, a autora regressou ao COL onde só teve tempo de se aperceber, antes das FA desencadearem o ataque às 8 da manhã, que “alguém” tinha levado os militares das Fapla. Como o MPLA tinha no COL outros prisioneiros, eles foram soltos e a autora introduziu-se no meio do cordão humano que eles formaram. A autora foi colocada em cima de um Unimog donde mais tarde escapou com a ajuda do comandante Onambwé que apareceu no rescaldo do ataque acompanhado pelo Alto-Comissário Silva Cardoso.

 

 

 

Na recta final da descolonização em África, creio que o Ataque à Vila Alice  representa o canto do cisne da dominação portuguesa no continente africano. Mas ao contrário do belo canto que o cisne emite ao morrer, Portugal escolheu sair de Angola desafinado. Ultrapassado por acontecimentos que não dominava nem entendia, abandonou o seu papel de maestro durante o complicado processo da descolonização e resolveu ferir de morte o MPLA numa aventura punitiva e desesperada de quem, quando sentiu chegada a hora da partida, ao contrário do cisne do soneto de Camões,

 

 

 

O cisne quando sente ser chegada

 

A hora que põe termo a sua vida

 

Música com voz alta e mui subida

 

Levanta pela praia inabitada.

 

 

 

resolveu abandonar a “neutralidade activa” e participar através da cacofonia das armas numa situação de guerra generalizada que se vivia na “batalha por Luanda” antes da data da independência, o dia 11 de Novembro de 1975.



UPDATE:

Tendo finalmente aparecido a (her)story (depois de uma longa viagem 'a terra dos Yalorixas, de onde muito provavelmente tambem regressara’ feita “mae de santo” como esta outra sua amiga “cientista social”: http://koluki.blogspot.co.uk/2011/11/desculpem-me-mas.html), ocorrem-me as seguintes observacoes:

1 -  Afinal o ataque ‘a Vila Alice foi um ‘ATAQUE RACISTA’?!… What a “shocker”!...
E isto dito por alguem que numa outra 'versao' da sua estoria se afirma abertamente "nao imparcial" e pergunta, para fundamentar a sua tese de "ataque racista", porque que, se seguiam uma politica de "neutralidade activa", as FAP nao atacaram tambem a FNLA e a UNITA - esquecendo-se porventura que estas, 'a altura, tinham sido "escorracadas" de Luanda pelo MPLA e seus aliados, sob o "olhar silencioso" das FAP!... Seria porque a FNLA e a UNITA nao tinham "mulheres brancas" como ela misturadas com, usando as suas proprias palavras, "pretos de merda" como o MPLA?!

2 – O “espirito mercenario”*, de esquerda ou de direita, ou “mentalidade de Tarzan (Jane)”, realmente nao so’ nao tem cor, nem nacionalidade, nem ideologia, como tambem nao tem cura: leva quem o possui a defender encarnicadamente quem quer que lhes pague melhor (financeiramente ou de qualquer outro modo): se em 74/75 era o MPLA, agora e’ o BD… Mas o seu ‘modus operandi’ nunca muda! Por isso, como dizia aqui (http://koluki.blogspot.co.uk/2009/05/just-poetry-v.html) ha' tempos, GABO-LHES A COERENCIA!...

*Note-se que a 'Jane' deste caso se trata de alguem que, segundo as minhas fontes, fez parte de um grupo de estudantes universitarios portugueses afectos a forcas de esquerda, nomeadamente o PCP, que, por altura do 25 de Abril de 1974, foram recrutados para irem dar "instrucao revolucionaria", como "comissarios politicos", aos militares das FAPLA nos Centros de Instrucao Revolucionaria (CIR) em Angola. Assim, a nossa 'Jane', que nao nasceu nem cresceu em Angola e nunca antes la' estivera, cai de "para-quedas" em Brazzaville onde estava sediado o "estado-maior general" do MPLA - note-se, nao na Primeira Regiao, nem na Frente Leste, de facto, em nenhuma Frente de Combate - nos meses que precederam a entrada da primeira delegacao oficial do MPLA em Luanda em finais de 1974... e o resto e'... "estoria"!

3 - No meio de tanto 'cacarejar' de galos e galinhas em busca de protagonismo numa guerra em que parece que os Angolanos apenas ocuparam o "lugar do morto", nao deixa de ser interessante notar o que realmente e' fundamental nessa (his)estooooria toda, seja ela contada por homens ou por mulheres, qualquer que seja a sua raca ou ideologia: o episodio da Vila Alice (chame-se-lhe ou nao "massacre") se constituiu o "canto do cisne" do Imperio Colonial Portugues em Africa, constituiu tambem o rastilho de uma guerra fraticida entre Irmaos Angolanos que durou mais de 30 anos e durante a qual as nossas 'Janes' nao ficaram em Angola para lhe apanhar sequer os estilhacos!...






From: Margarida Paredes, Universidade de Lisboa

        guidaparedes@hotmail.com

Date: 23 December 2005

 

Estou a fazer um trabalho para a faculdade, Estudos Africanos, sobre o 

ataque à Vila Alice, sede da delegação do MPLA em Luanda, no dia 27 de 

Julho de 1975, pelas Forças Armadas Portuguesas onde 14 elementos do MPLA 

foram mortos e 21 feridos. Consultados os jornais da época as versões são 

contraditórias. O comunicado das Forças Armadas Portuguesas e o General 

Silva Cardoso, alegam que foi uma acção punitiva contra um incidente 

provocado por soldados do MPLA que feriram gravemente um oficial português, 

na noite anterior, e porque o MPLA não obedeceu ao ultimato que lhe foi 

dirigido - entregar os responsáveis pelo incidente. O Brigadeiro Pezarat 

Correia alega que o MPLA não poderia entregar os responsáveis do incidente 

porque este foi responsabilidade de um grupo das FRA interessado em 

provocar um conflito entre o MPLA e as FAP com a finalidade de inviabilizar 

a data da independência acordada no Alvor. Pompílio da Cruz responsável das 

FRA alega que foi a "quadrilha de Toni Rodrigues", também ele pertencente 

às FRA, que envergando fardas das FAPLA provocaram o incidente. O 

comunicado do MPLA sem negar o incidente da noite anterior alega que foi 

responsabilidade de "agentes infiltrados já identificados que serão 

entregues" posteriormente às FAP. Estou perplexa com as diferentes versões 

e há várias questões que não entendo. Porque as FAP, que seguiam um 

política de "neutralidade activa" tomaram a inciativa de atacar um dos 

Movimentos de Libertação? Porque não foi levantado um inquérito para apurar 

o que efectivamente aconteceu? Porque deram um prazo de apenas meia dúzia 

de horas para os responsáveis serem entregues? O que eu gostaria de saber é 

se este incidente foi a última acção militar ofensiva no continente 

Africano por parte de Portugal e das Forças Armadas Portuguesas. Também 

gostaria de saber se durante o processo de descolonização em Angola as 

Forças Armadas Portuguesas terão atacado algum dos outros movimentos FNLA e 

UNITA? Se era uma acção punitiva porque mataram tantos elementos do MPLA e 

porque nenhum soldado das FAP morreu? Obrigada!


From: Margarida Paredes, Universidade de Lisboa

        guidaparedes@hotmail.com

Date: 23 December 2005

 

Estou a fazer um trabalho para a faculdade, Estudos Africanos, sobre o 

ataque à Vila Alice, sede da delegação do MPLA em Luanda, no dia 27 de 

Julho de 1975, pelas Forças Armadas Portuguesas onde 14 elementos do MPLA 

foram mortos e 21 feridos. Consultados os jornais da época as versões são 

contraditórias. O comunicado das Forças Armadas Portuguesas e o General 

Silva Cardoso, alegam que foi uma acção punitiva contra um incidente 

provocado por soldados do MPLA que feriram gravemente um oficial português, 

na noite anterior, e porque o MPLA não obedeceu ao ultimato que lhe foi 

dirigido - entregar os responsáveis pelo incidente. O Brigadeiro Pezarat 

Correia alega que o MPLA não poderia entregar os responsáveis do incidente 

porque este foi responsabilidade de um grupo das FRA interessado em 

provocar um conflito entre o MPLA e as FAP com a finalidade de inviabilizar 

a data da independência acordada no Alvor. Pompílio da Cruz responsável das 

FRA alega que foi a "quadrilha de Toni Rodrigues", também ele pertencente 

às FRA, que envergando fardas das FAPLA provocaram o incidente. O 

comunicado do MPLA sem negar o incidente da noite anterior alega que foi 

responsabilidade de "agentes infiltrados já identificados que serão 

entregues" posteriormente às FAP. Estou perplexa com as diferentes versões 

e há várias questões que não entendo. Porque as FAP, que seguiam um 

política de "neutralidade activa" tomaram a inciativa de atacar um dos 

Movimentos de Libertação? Porque não foi levantado um inquérito para apurar 

o que efectivamente aconteceu? Porque deram um prazo de apenas meia dúzia 

de horas para os responsáveis serem entregues? O que eu gostaria de saber é 

se este incidente foi a última acção militar ofensiva no continente 

Africano por parte de Portugal e das Forças Armadas Portuguesas. Também 

gostaria de saber se durante o processo de descolonização em Angola as 

Forças Armadas Portuguesas terão atacado algum dos outros movimentos FNLA e 

UNITA? Se era uma acção punitiva porque mataram tantos elementos do MPLA e 

porque nenhum soldado das FAP morreu? Obrigada!


From: Margarida Paredes, Universidade de Lisboa

guidaparedes@hotmail.com

Date: 14 January 2006

 

 

O CANTO DO CISNE DA DESCOLONIZAÇÃO PORTUGUESA EM ANGOLA

 

 

 

Na continuação da clarividente contribuição de Norrie Macqueen, University of Dundee, sobre o ataque à Vila Alice pelas FAP no dia 27 de Julho de 1975, também gostaria de contribuir para responder a uma das questões levantadas.  Ao contrário do que seria de esperar a minha contribuição não se vai fazer através do trabalho de investigação das fontes porque neste caso concreto, apesar de eu estar mais virada para a literatura do que para a história, eu sou uma das fontes. Quer eu queira quer não, faço parte desta história. A minha versão será apenas mais uma e como todas as outras já referidas, dificilmente imparcial.

 

 

 

Numa entrevista informal ao coronel Hélder Vaz Pereira que integrou as FA no ataque à Vila Alice, este oficial leu-me o seu diário de guerra: No dia 27 de Julho de 1975 escreveu: “durante o ataque à Vila Alice todos os elementos do MPLA foram mortos”. Esta era a verdadeira natureza da missão dos soldados portugueses. Matar! A missão punitiva motivada por um dos sentimentos humanos mais ultrajante - a vingança, ao contrário do que ele alega, não foi cumprida porque no seu diário não contabilizou os feridos nem os elementos do MPLA que não foram atingidos. Confrontado com o facto da autora deste trabalho não ter sido morta nem ferida durante o “ataque” ele recusou-se a acreditar que uma europeia tenha tido um papel durante o confronto. Quando a autora descreveu o facto do radiotelegrafista das FA ter sido atingido por uma rajada num braço durante a operação, ele só acreditou depois da autora ter respondido correctamente às perguntas: - que braço foi atingido e onde? O militar foi atingido no braço direito, uns 10 cm acima do cotovelo. Felizmente a autora lembrava-se, trinta anos depois, que um enfermeiro das FA lhe aplicou um garrote no braço e ele continuou ferido em comunicação com o quartel-general.  Quando o coronel se convenceu retrucou filosoficamente – a senhora não foi morta porque pensámos que era uma prisioneira do MPLA. A cor da pele salvou a autora de uma morte certa. Acho que este facto é suficiente para ilustrar a clivagem racial existente durante o ataque à Vila Alice e a verdadeira natureza do confronto. A violência gratuita deste ataque, numa altura em que Portugal já tinha decidido abandonar o império colonial é prova disso. Obrigados a renunciar ao poder e conscientes de que tinham perdido o estatuto de dominadores reagiram em função da identidade racial.

 

 

 

Na origem do conflito também está a “questão racial”. Como já foi dito as FA além de se sentirem impotentes durante a “batalha por Luanda” também foram completamente marginalizadas pelo processo em curso. O MPLA lutava contra as forças da FNLA que integravam militares e equipamento do exército zairense, nas ruas da cidade. Quem tivesse uma farda e uma arma combatia sem qualquer enquadramento na estrutura do comando das FAPLA. Todos os elementos armados combatiam quer tivessem tido treino militar ou não. A autora foi instrutora política no CIR Hoji Ya Henda e sabe como a preparação dos militares era incipiente. No dia 26 de Julho de 1975 a autora esteve presente no cerco ao Forte da Barra até às 23h, onde forças da FNLA estavam entrincheiradas. Quando regressou à Vila Alice, sede do comando operacional constatou que nenhum comandante se encontrava no COL. Nestas circunstâncias assumiu as responsabilidades possíveis. Pouco tempo depois apresentou-se um pequeno grupo de soldados das Fapla (quatro talvez) relatando o incidente descrito por Silva Cardoso. Pensavam que o oficial português tinha morrido e informaram que tinham atirado porque ele os tinha chamado de “pretos de merda” e insultado de toda uma série de impropérios racistas. Estavam revoltados e amedrontados. Em face do sucedido a autora tirou-lhes as armas e deu-lhes voz de prisão. Imediatamente a seguir a autora recebeu um telefonema das FA exigindo que os responsáveis do incidente fossem entregues. Sem estar investida de autoridade para tomar essa decisão a autora explicou que ia tentar contactar alguém do comando. Com todos os responsáveis a combater nas ruas não foi possível contactar ninguém. Nunca passou pela cabeça da autora que o ultimato das FA fosse para cumprir. O MPLA não estava em guerra com os portugueses. O conflito, no dia seguinte, iria ser investigado seguramente e resolvido no âmbito das conversações bilaterais.  Depois de tomar banho na casa de um camarada que dava apoio logístico ao MPLA na Vila Alice, a autora regressou ao COL onde só teve tempo de se aperceber, antes das FA desencadearem o ataque às 8 da manhã, que “alguém” tinha levado os militares das Fapla. Como o MPLA tinha no COL outros prisioneiros, eles foram soltos e a autora introduziu-se no meio do cordão humano que eles formaram. A autora foi colocada em cima de um Unimog donde mais tarde escapou com a ajuda do comandante Onambwé que apareceu no rescaldo do ataque acompanhado pelo Alto-Comissário Silva Cardoso.

 

 

 

Na recta final da descolonização em África, creio que o Ataque à Vila Alice  representa o canto do cisne da dominação portuguesa no continente africano. Mas ao contrário do belo canto que o cisne emite ao morrer, Portugal escolheu sair de Angola desafinado. Ultrapassado por acontecimentos que não dominava nem entendia, abandonou o seu papel de maestro durante o complicado processo da descolonização e resolveu ferir de morte o MPLA numa aventura punitiva e desesperada de quem, quando sentiu chegada a hora da partida, ao contrário do cisne do soneto de Camões,

 

 

 

O cisne quando sente ser chegada

 

A hora que põe termo a sua vida

 

Música com voz alta e mui subida

 

Levanta pela praia inabitada.

 

 

 

resolveu abandonar a “neutralidade activa” e participar através da cacofonia das armas numa situação de guerra generalizada que se vivia na “batalha por Luanda” antes da data da independência, o dia 11 de Novembro de 1975.