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Wednesday, 18 July 2018

AFINALE?!







[AQUI]


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&

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That Land




N.B.:

Dizer, nesta altura do campeonato – depois de ter passado por tudo isto e especialmente por isto – que se me esgotaram totalmente o tempo e a paciencia para este tipo de propaganda tribalista, genocidario-racista, colonial-fascista e de extrema direita neo-nazi seria, no minimo, uma redundancia: expressei-o terminantemente aqui e os posts indicados acima, entre varios outros neste blog, explicam-no a saciedade! E, apenas para fazer um “ponto de ordem” (...de honra!...), acrescento-lhes A Negacao e Afirmacao de Agostinho Neto.

Mas, uma vez que, de todas as pecas delirantes que “me foram dedicadas” ate’ agora, esta e’ a mais ridiculamente doentia e esquizofrenica (ou, simplesmente, disgusting!), porque totalmente desprovida de qualquer base material e factual de sustentacao argumentativa, logo totalmente falaciosa - onde e’ que eu ja’ falei de ‘argumentos non sequitur’? - e em aberta contravencao a todas as disposicoes nacionais, regionais e internacionais sobre os Direitos Humanos e os Direitos dos Povos [para quem ainda nao era nascido na altura, ou passou completamente ao largo do 27 de Maio de 1977, ou, "mais perto de casa", da Sexta Feira Sangrenta, este (juntamente com outros recentes e continuos vomitos de odio propalados pelo ‘Novo Jornal’ em que se fala, por exemplo, de “monstros raciais e taras tribais” e de “encarcerar os tribalistas”; ou, ja’ agora, tambem pelo ‘O Pais’, em que se fala de “baratas” a boa maneira genocidaria Rwandesa…) era precisamente o tipo de ‘perola propagandistica’ para a diabolizacao das suas vitimas e intoxicacao e manipulacao da opiniao publica com que se “batia no ferro quente” imediatamente antes e depois daquela(s) data(s) fatidica(s)!], dou-me ao trabalho de deixar aqui sobre ela apenas as seguintes “notas tecnicas”:

(…) O Reino do Kongo, cuja sede era em Mbanza Kongo, totalmente dentro das actuais fronteiras de Angola, estendia-se, na era pre-colonial, por uma regiao que, a Sul, ia ate’ a Ilha de Luanda e, a Norte, compreendia os actuais (ou partes significativas destes) Kongo Brazzaville, Gabao e Kongo Kinshasa, sendo que deste, actual RDC, areas houve que pouca ou nenhuma relacao directa, ou historicamente relevante, tiveram com o Reino do Kongo. E’ o caso do seu extremo Norte, de onde era originario Mobutu que, note-se, nao era baKongo, mas sim NgBandi (o mesmo se passa no caso da regiao Leste/Grandes Lagos da RDC, de onde sao provenientes os Kabila, que pertencem a etnia Luba e nao baKongo). Portanto, nem a actual RDC na sua totalidade, nem Mobutu, podem com propriedade ser considerados “sucessores” (certamente nao unicos) do Reino do Kongo – quanto mais nao seja porque Mobutu, como aqui se regista, assumiu o poder pela forca contra os legitimos titulares do primeiro governo independente daquele pais, Lumumba e Kasavubu, este sim, um baKongo;

(…) A “authenticite” nao foi uma 'doutrina politico-ideologica': foi, quanto muito, uma 'directriz de afirmacao identitaria nacional', que tanto nao foi culturalmente totalizante, nem na RDC, nem nos outros “paises sucessores do Reino do Kongo”, que conviveu com, por exemplo, La Sapologie e os movimentos musicais multiculturais e multi-etnicos locais, regionais e trans-continentais de que aqui se fala um pouco;

(...) Assumir a identidade e valorizar e divulgar a cultura de origem nao significa tribalismo. Tribalismo, tal como racismo, e' usar a identidade (tribal ou racica) para hostilizar, denegrir, diabolizar, humilhar, achincalhar e tentar aniquilar (simbolica ou realmente) os que nao pertencem a essa mesma tribo ou raca e respectivas culturas. E, assim sendo, aquilo que faz o autor do artigo aqui em questao, tal como os seus correlegionarios, e' precisamente, e para dizer o minimo, tribalismo e racismo! E, por isso, eles sim, deveriam ser nada mais, nada menos do que encarcerados!

(…) Seria de todo o interesse do ponto de vista do conhecimento historico-cientifico que se explicassem, demonstrassem e provassem cabalmente, por um lado, a ‘implicacao’ do Reino do Kongo no alegado “exterminio dos Khoisan” e, por outro, as suas alegadas “ligacoes e afinidades”, doutrinarias ou outras, com os Boers - talvez devam pedir a Mandela, como descendente dos Khoisan e ex-prisioneiro dos Boers, os seus insights sobre o assunto;

(…) Se algum “autoctone”, em algum momento, advogou, promoveu e praticou a “descolonizacao completa” de Angola (e de Mocambique), ele nao foi “descendente do Reino do Kongo”: a Historia tem em registo quem e como assumiu totalmente o poder pos-independencia nesse(s) pais(es); sendo que, no caso de Angola, muito gracas ao apoio de um dos “sucessores do Reino do Kongo”, o Kongo Brazaville, em oposicao directa ao Kongo de Mobutu... E, nao fossem reconhecimentos desse facto como este, dir-se-ia que ha' em todo esse irresponsavel delirio racista, xenofobo, tribalista e anti-Bakongo muito do que, com toda a propriedade, se pode e deve chamar "cuspir no prato em que se debicou"!

(…) Tanto quanto “retornar ao patamar tecno-juridico-administrativo” que Angola teve antes da independencia significa, ou pode significar, “recolonizacao” ou “neo-colonialismo”, seria de toda a conveniencia explicar-se, de preferencia “tecnica, juridica e administrativamente”, como e porque que essa e’ a unica via possivel e desejavel para que se atinja tal patamar. Um possivel ponto de partida para essa discussao pode ser encontrado, por exemplo, aqui;

(…) Finalmente, no que pessoalmente me possa tocar directamente em relacao a todas essas e, possivelmente, outras questoes relativas, tenho apenas a parafrasear aquele que, agora caminhando para o fim dos seus dias, para garantir o seu “lugar no reino dos ceus” comeca a render-se a Verdade Historica, Fidel Castro: A Historia Me Absolvera’!

[P.S.: Curiosamente, dois dias depois de isto escrito, Joseph Kabila efectua uma 'visita relampago' ao seu homologo Angolano para reafirmar os lacos entre os dois paises]




Ainda outro take sobre a mesma leitura:

O argumento basico dos apostolos da 'recolonizacao' e’ o de que todos os males de que a Africa pos-colonial enferma teem na sua origem a independencia e a saida dos colonos: "os negros sao congenitamente incapazes de se auto-governar e de criar prosperidade economico-social (sao predadores, bebados ou bufos, vida deles e’ so’ fazere bwe’ de kilapie’, roubar e matarem-se uns aos outros, e mesmo depois de terem passado pela universidade teem que tirar os sapatos para poderem contar ate' doze! E, na verdade, nao fossem os europeus, especialmente os etnologos e antropologos, nem as suas proprias culturas eles conheceriam!)"!

E os numeros e imagens das guerras, da pobreza e do subdesenvolvimento, especialmente se em comparacao com alguns paises de outras regioes do mundo (e.g. Asia e America Latina) que partiram do mesmo nivel de desenvolvimento (ou pelo menos de PIBpc) aquando das independencias africanas nos anos 60, estao ai para o demonstrar a saciedade: "o problema de Africa nao e’ outro senao os Africanos"!
Mas, mais do que isso, "se alguma vez a Africa ostentou algum progresso, foi durante o periodo colonial, logo, sem os Europeus e/ou os seus descendentes directos a Africa esta’ condenada a pobreza, subdesenvolvimento e fracasso total e eterno… logo, a unica saida possivel desse ciclo vicioso e’ a 'recolonizacao'"!

E' isto, alias, que une alguns negros e brancos, esquerdistas e direitistas, nessa canoa furada (ou, mais uma vez, de como os extremos se tocam...): i.e. aqueles que professam e sempre professaram a "supremacia euro-caucasiana" (e seus lacaios) e alguns dos que honestamente sao criticos do poder pos-independencia em Africa [com o Zimbabwe de Mugabe como grande ponto de convergencia entre esses dois afluentes - vejam-se, no entanto as posicoes (conflituosas?) de Graca Machel sobre essa questao: aqui e aqui]... Sendo que, pelo meio, ha' alguns que, como eu, nao estando seguramente do lado dos primeiros e nao necessariamente sempre do lado dos segundos, apenas tentam separar as aguas entre esses dois rios... [por isso reagi deste modo as recomendacoes do Prof. Paul Collier sobre a economia angolana - retomadas aqui e aqui - o qual, por coincidencia, foi tambem professor da Dambisa Moyo, que no seu Dead Aid advoga, nada mais nada menos, que o remedio para todos os problemas actuais de Africa esta' no fim imediato (dentro de 5 anos) da Ajuda ao Desenvolvimento (ou, como dizia a outra "experta" em patetices, "for God's sakes stop aid!") e o recurso dos estados africanos aos mercados financeiros internacionais (... nao, nada vagamente parecido com a criacao das bases para um desenvolvimento, nao apenas economico-financeiro, mas tambem e sobretudo socio-cultural, endogeno e sustentavel...), tendo-o feito num momento em que aqueles se encontra(va)m em profunda crise e num contexto em que a esmagadora maioria das economias africanas nao tem credit ratings que lhes garantam qualquer acesso significativo a tais mercados - veja-se a esse respeito o que no ultimo paragrafo deste artigo se diz sobre a economia Mocambicana... - e sendo que, tambem por coincidencia, para esses mercados ela trabalha...], e por isso acabam(os) sendo vitimas de tentativas de afogamento por ambos os lados!

Ha' ainda um terceiro afluente que e' alimentado pelos proprios circulos do poder de estado de alguns paises africanos e de algumas organizacoes regionais no continente que se tornaram aid dependent, tanto em termos tecnicos como financeiros - para estes, os contingentes de estrangeiros [ex-colonos ou nao; embora isto nao deixe de me trazer a lembranca um alto dirigente da nomenkatura angolana que, nao ha' muito tempo, foi a Portugal declarar que "nos precisamos do homem portugues"... nada contra, se isso nao soasse claramente a "nos precisamos do ex-colono (porque nao estamos a dar conta do recado)"... e menos ainda contra se ele tivesse sido mais especifico e declarasse algo como "nos precisamos prioritariamente de tecnicos qualificados" e acrescentasse, ainda que apenas implicitamente, "porque e' imperioso que invistamos em capital humano e nos precisamos mais ainda do homem angolano, quanto mais nao seja porque foi ele que nos colocou e nos mantem no poder e perante ele temos o dever e a obrigacao de lhe prover e aos seus filhos a formacao adequada para que os angolanos possam competir em pe' de igualdade com qualquer estrangeiro num mundo cada vez mais globalizado!") funcionam como um "buffer" entre os governos/aparelhos de estado e os respectivos povos, que lhes assegura a manutencao do poder e a perpetuacao de determinados individuos em certos cargos, bem como os seus hefty revenue streams e a possibilidade de "brilharem" sozinhos sem quaisquer entraves - era, em parte, a este fenomeno e as suas consequencias socio-culturais a que aqui me referia...

O unico contra-argumento plausivel a essa “inevitabilidade historica” seria se se pudessem encontrar na Africa pre-colonial exemplos de sistemas culturais capazes de gerar, pelo menos potencialmente, estabilidade politica e desenvolvimento economico-social. Aparentemente sim: “(…) o antigo Reino do Congo, notabilizado por ser, então e aparentemente, o único reino organizado na África sub-saariana. (...) Esse palmarés de primeiro entre os reinos sub-saarianos a ter contacto com a Europa e a ter relações diplomáticas com a Santa Sé foi - e continua a ser. .. – motivo de orgulho para os súbditos do rei do Congo e seus actuais descendentes.” Mas… esse mesmo Reino emblematico e paradigmatico “teve como successor o maior emblema e paradigma de fracasso em todas as frentes na Africa pos-colonial: o Congo de Mobutu”!

E, pior do que isso, os seus “actuais descendentes” e “apostolos de Mobutu e da neo-authenticite’”, mesmo quando se apresentam com creditos e meritos profissionais e academicos reconhecidos, sao “monstros racistas e tarados tribais a encarcerar” e “baratas” a eliminar da face da terra: “(…) eles sao, como os boers (e ao contrario de Agostinho Neto - casado civilizadamente com uma mulher branca e que declarou "nao havera' perdao (!) para os 'apostolos da neo-authenticite' do 27 de Maio"...; ou de Mandela - que se divorciou pessoal e politicamente da sua "profeta da neo-authenticite' primeira esposa" e que "so' nao fez o impossivel para nao 'desagradar' os brancos sul-africanos, boers incluidos"...), declaradamente neo-nazis e praticam o primado do dinheiro sobre o direito; o suborno e a falsificação de documentos; a instilação dum racismo e tribalismo como nunca existira na vida económico-social; a distorção de factos históricos e sociais; a intriga e a subserviência; o nepotismo; e, com todas estas armas, a sabotagem subreptícia dos esforços para pôr Angola a funcionar no patamar técno-jurídico-administrativo que já tivera antes da independência.”!

"Logo, 'recolonizacao' e’ o unico caminho a seguir e quem se atreva a 'levantar um dedo ou a bater uma tecla em contrario'... convem saber sempre o que lhe espera!"

Portanto:

QUE VIVA A RECOLONIZACAO!!!
RECOLONIZATION OYE’!!!



(...) Mas, na verdade, nao fosse a gravidade das questoes acima referidas, poderiamos ter poupado o ja' pouco tempo e paciencia que nos restam para todo esse nonsense a mistura com pure evil (!): e' que tudo isso parece claramente nao passar de uma "questao de inteligencia" ou, dito de outro modo, de "competicao pela paridade (ou supremacia?) da etnia, da raca e do genero no dominio intelectual" (poderia dize-lo ainda de outro modo, mas voltar a falar em inveja, ciumes, odio e afins, seria tambem mais do que uma redundancia neste blog... onde e' que por aqui ja' se falou em "inveja dos brains"?)... Senao vejamos (citando da mesma edicao do NJ acima referida):

(...) Os seus “apóstolos” não esmoreceram, nem quando encontraram situações imprevistas como mulatos com os pais, os quatro avós, os oito bisavós e os dezasseis trisavós nados, vividos, mortos e enterrados em Angola; angolanos negros tão ou mais inteligentes que eles e se não deixaram enganar; outros africanos subsaarianos nascidos em Angola (e, não raro de segunda ou até terceira geração) que não abdicam da sua actual nacionalidade e não alinham nos “cantos de sereia” dos apóstolos da neooauthenticité.

(...) O que devemos fazer pela Pátria? Provar à sociedade que o talento assusta os medíocres’ como tão bem descreveu José Alberto Gueiros há mais de 25 anos no extinto Jornal da Bahia - “assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas, boicota automaticamente a entrada de uma jovem mulher no seu círculo de convivência por medo de perder os seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar” O que devemos, perante este cenário, continuar a fazer pela Pátria? Demonstrar à opinião pública que os medíocres, que não aprendem nada com nada, são obstinados na conquista de lugares de destaque. O que devemos continuar a fazer pela Pátria? Pôr em evidência que os medíocres entrincheirados em posições de chefia denotam um medo indisfarçável da inteligência. O que devemos incessantemente continuar a fazer pela Pátria? Desenterrar a famosa trova de Ruy Barbosa: “Há tantos burros mandando em homens de inteligência que às vezes fico pensando que a burrice é uma ciência”

(...) Como diria o meu amigo Rainer (aprendeu nos Acores): Eta Corisco!...
Bem...! Que tal um 'cruzamento de referencias' com a minha confissao... ou com este "caso"... ou com os meus Boers... ou com os meus Khoisan...?!

(...) E... creio que Ruy Barbosa subscreveria esta: "ha' tanto kabungado tarado e monstruoso com bigodinho a Hitler e a espumar da boca com a lingua de serpente de fora, auto-convencido que e' super-inteligente e talentoizo (...e' que... Deus e' poderoizo!...) por ai a solta, que as vezes fico pensando que a kabunguice e' uma ciencia"!

(...) E, ja' agora, alguem reparou em como o obus dos "monstros raciais e taras tribais" foi lancado para o meu kintal em retaliacao directa e imediata ao comentario a este post e a este ?!... O que nos remete para "outras questoes", nomeadamente "quem e' quem, quem e' amigo de quem, quem se senta a mesa de quem e quem 'debica no prato' de quem"! Mas essas ja' aqui foram, pelo menos parcialmente, abordadas...

(...) Talvez nao seja de todo despiciendo relembrar aqui o meu "celebre debate" com o Negro Ugandes ('tao ou mais inteligente do que eu') Dennis Matanda no (agora infelizmente "desaparecido em combate") Africanpath, sobre a "recolonizacao". Como quem o seguiu de perto (e entenda bem Ingles) tera' anotado, eu comecei por responder ao seu primeiro "Call for Recolonization" com um comentario em que me declarava "un-comfortably numb" ("de-construcao" minha do titulo dos Pink Floyd que, mais recentemente, por aqui passei a volta deste post ), ao que se seguiu o meu primeiro artigo naquele site, como guest blogger, sobre a questao ("Are We All Losing The Plot?"). O Dennis respondeu imediatamente num outro artigo ("We Africans Have Lost The Plot a Long Time Ago") em que reiterava as suas posicoes iniciais, ao que eu voltei a carga tambem com um segundo artigo ("Are We All Losing The Plot? - Part II"), tendo dele obtido a seguinte resposta:

Recovering from an Intellectual Blow

Koluki, I finally got round to reading this article - and I can tell you that I have been blown away - completely. Having said that, you have made a case for the shifting of blame from the leaders of present day African countries to the history of their different nations. But is that not the problem? How can a people who have been showed these examples not react to them? How can we not look into history and 'force' our present leaders to do their good deeds? Lastly, how can we not blame our current leaders yet they, like our historical leaders, are not attempting to be students of history or leadership? That is the core of my argument. If we had leaders in the past, why do we have presidents today?
Again, your article is excellent - and I am bowled over.

Dennis Matanda


Bem, se "recovering from an intellectual blow" e "your article is excellent - and I am bowled over - completely" nao e' "cair no canto da sereia", o que quer que isso signifique...

[E abro aqui um parentesis para notar o seguinte: Este debate e, em particular, esta resposta do Dennis Matanda (e tambem estes artigos de dois jovens Sul-Africanos, ou este debate na blogosfera Mocambicana), e' bem emblematico da diferenca cultural estrutural e estruturante em relacao aquilo que (nao) e' o nivel do "debate" entre os angolanos (ou apenas alguns? ... ou apenas alguns "jornalistas"?... ou apenas alguns "intelectuais"?...): ali debateram-se seriamente ideias e conviccoes fortes e profundas sobre questoes extremamente sensiveis, tendo havido por parte do "derrotado" a hombridade, decencia, educacao, civilidade e elegancia de reconhecer a sua "derrota" e os meritos dos argumentos do adversario - mesmo sendo estes protagonizados por uma mulher (e, acrescente-se, negra!)... O que teriamos (temos tido) nos "pretensos debates" com angolanos? Nada mais do que os ataques ad hominem (... "ad mulher ", incluindo a sua vida intima e privada, ao seu corpo e a sua suposta sexualidade!...), o abuso e insulto mais baixo e soez, a tentativa de humilhacao, degradacao moral e espiritual, objectificacao sexual e destruicao fisica, psicologica e profissional (!) sem quaisquer escrupulos... E' essa a "mentalidade" da generalidade dos (ou de apenas alguns?... ou de apenas alguns "jornalistas"?... ou de apenas alguns "intelectuais"?...) angolanos!]

(...) E... quem diz, pateticamente, "resistir" (em vao) a este 'canto da sereia' e'... psicopata (ruim da cabeca) e... kabungadu (ou doente do pe')!

(...lol...)



ADENDA

"MANDELA, MOBUTU & ME"



In this stunning memoir, veteran Washington Post correspondent Lynne Duke takes readers on a wrenching but riveting journey through Africa during the pivotal 1990s and brilliantly illuminates a continent where hope and humanity thrive amid unimaginable depredation and horrors.

For four years as her newspaper's Johannesburg bureau chief, Lynne Duke cut a rare figure as a black American woman foreign correspondent as she raced from story to story in numerous countries of central and southern Africa. From the battle zones of Congo-Zaire to the quest for truth and reconciliation in South Africa; from the teeming displaced person’s camps of Angola and the killing field of the Rwanda genocide to the calming Indian Ocean shores of Mozambique.

She interviewed heads of state, captains of industry, activists, tribal leaders, medicine men and women, mercenaries, rebels, refugees, and ordinary, hardworking people. And it is they, the ordinary people of Africa, who fueled the hope and affection that drove Duke’s reporting. The nobility of the ordinary African struggles, so often absent from accounts of the continent, is at the heart of Duke’s searing story.

[from the hardcover edition]



Duke covered southern Africa as Johannesburg bureau chief for The Washington Post from 1995 to 1999. Her engaging memoir provides a close-up look at the fall of Mobutu Sese Seko in the former Zaire, the ascendance of Nelson Mandela in South Africa, dramatic high points of South Africa's Truth and Reconciliation Commission, and many poignant vignettes of everyday African life from Cape Town to Kigali. "Armed with attitude and ready for anything," she finds that being black and female is sometimes, but not always, an occupational asset. Knowing that her dispatches will help shape American perceptions of a region she cares deeply about, she works hard to balance her anger at the brutality and venality of "ugly Africa" against her admiration for Mandela and for the fortitude and ingenuity of ordinary Africans. Equally deft at presenting vivid eyewitness descriptions and concise evaluations of failed policies, whether African or American, Duke has given us a glimpse of what first-rate reporting on Africa can be.

[from Foreign Affairs]



Pictures: Mandela's 1997 mediation efforts between Mobutu and Laurent Kabila
[That's Afrika and That's Madiba For You!]








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N.B.:

Dizer, nesta altura do campeonato – depois de ter passado por tudo isto e especialmente por isto – que se me esgotaram totalmente o tempo e a paciencia para este tipo de propaganda tribalista, genocidario-racista, colonial-fascista e de extrema direita neo-nazi seria, no minimo, uma redundancia: expressei-o terminantemente aqui e os posts indicados acima, entre varios outros neste blog, explicam-no a saciedade! E, apenas para fazer um “ponto de ordem” (...de honra!...), acrescento-lhes A Negacao e Afirmacao de Agostinho Neto.

Mas, uma vez que, de todas as pecas delirantes que “me foram dedicadas” ate’ agora, esta e’ a mais ridiculamente doentia e esquizofrenica (ou, simplesmente, disgusting!), porque totalmente desprovida de qualquer base material e factual de sustentacao argumentativa, logo totalmente falaciosa - onde e’ que eu ja’ falei de ‘argumentos non sequitur’? - e em aberta contravencao a todas as disposicoes nacionais, regionais e internacionais sobre os Direitos Humanos e os Direitos dos Povos [para quem ainda nao era nascido na altura, ou passou completamente ao largo do 27 de Maio de 1977, ou, "mais perto de casa", da Sexta Feira Sangrenta, este (juntamente com outros recentes e continuos vomitos de odio propalados pelo ‘Novo Jornal’ em que se fala, por exemplo, de “monstros raciais e taras tribais” e de “encarcerar os tribalistas”; ou, ja’ agora, tambem pelo ‘O Pais’, em que se fala de “baratas” a boa maneira genocidaria Rwandesa…) era precisamente o tipo de ‘perola propagandistica’ para a diabolizacao das suas vitimas e intoxicacao e manipulacao da opiniao publica com que se “batia no ferro quente” imediatamente antes e depois daquela(s) data(s) fatidica(s)!], dou-me ao trabalho de deixar aqui sobre ela apenas as seguintes “notas tecnicas”:

(…) O Reino do Kongo, cuja sede era em Mbanza Kongo, totalmente dentro das actuais fronteiras de Angola, estendia-se, na era pre-colonial, por uma regiao que, a Sul, ia ate’ a Ilha de Luanda e, a Norte, compreendia os actuais (ou partes significativas destes) Kongo Brazzaville, Gabao e Kongo Kinshasa, sendo que deste, actual RDC, areas houve que pouca ou nenhuma relacao directa, ou historicamente relevante, tiveram com o Reino do Kongo. E’ o caso do seu extremo Norte, de onde era originario Mobutu que, note-se, nao era baKongo, mas sim NgBandi (o mesmo se passa no caso da regiao Leste/Grandes Lagos da RDC, de onde sao provenientes os Kabila, que pertencem a etnia Luba e nao baKongo). Portanto, nem a actual RDC na sua totalidade, nem Mobutu, podem com propriedade ser considerados “sucessores” (certamente nao unicos) do Reino do Kongo – quanto mais nao seja porque Mobutu, como aqui se regista, assumiu o poder pela forca contra os legitimos titulares do primeiro governo independente daquele pais, Lumumba e Kasavubu, este sim, um baKongo;

(…) A “authenticite” nao foi uma 'doutrina politico-ideologica': foi, quanto muito, uma 'directriz de afirmacao identitaria nacional', que tanto nao foi culturalmente totalizante, nem na RDC, nem nos outros “paises sucessores do Reino do Kongo”, que conviveu com, por exemplo, La Sapologie e os movimentos musicais multiculturais e multi-etnicos locais, regionais e trans-continentais de que aqui se fala um pouco;

(...) Assumir a identidade e valorizar e divulgar a cultura de origem nao significa tribalismo. Tribalismo, tal como racismo, e' usar a identidade (tribal ou racica) para hostilizar, denegrir, diabolizar, humilhar, achincalhar e tentar aniquilar (simbolica ou realmente) os que nao pertencem a essa mesma tribo ou raca e respectivas culturas. E, assim sendo, aquilo que faz o autor do artigo aqui em questao, tal como os seus correlegionarios, e' precisamente, e para dizer o minimo, tribalismo e racismo! E, por isso, eles sim, deveriam ser nada mais, nada menos do que encarcerados!

(…) Seria de todo o interesse do ponto de vista do conhecimento historico-cientifico que se explicassem, demonstrassem e provassem cabalmente, por um lado, a ‘implicacao’ do Reino do Kongo no alegado “exterminio dos Khoisan” e, por outro, as suas alegadas “ligacoes e afinidades”, doutrinarias ou outras, com os Boers - talvez devam pedir a Mandela, como descendente dos Khoisan e ex-prisioneiro dos Boers, os seus insights sobre o assunto;

(…) Se algum “autoctone”, em algum momento, advogou, promoveu e praticou a “descolonizacao completa” de Angola (e de Mocambique), ele nao foi “descendente do Reino do Kongo”: a Historia tem em registo quem e como assumiu totalmente o poder pos-independencia nesse(s) pais(es); sendo que, no caso de Angola, muito gracas ao apoio de um dos “sucessores do Reino do Kongo”, o Kongo Brazaville, em oposicao directa ao Kongo de Mobutu... E, nao fossem reconhecimentos desse facto como este, dir-se-ia que ha' em todo esse irresponsavel delirio racista, xenofobo, tribalista e anti-Bakongo muito do que, com toda a propriedade, se pode e deve chamar "cuspir no prato em que se debicou"!

(…) Tanto quanto “retornar ao patamar tecno-juridico-administrativo” que Angola teve antes da independencia significa, ou pode significar, “recolonizacao” ou “neo-colonialismo”, seria de toda a conveniencia explicar-se, de preferencia “tecnica, juridica e administrativamente”, como e porque que essa e’ a unica via possivel e desejavel para que se atinja tal patamar. Um possivel ponto de partida para essa discussao pode ser encontrado, por exemplo, aqui;

(…) Finalmente, no que pessoalmente me possa tocar directamente em relacao a todas essas e, possivelmente, outras questoes relativas, tenho apenas a parafrasear aquele que, agora caminhando para o fim dos seus dias, para garantir o seu “lugar no reino dos ceus” comeca a render-se a Verdade Historica, Fidel Castro: A Historia Me Absolvera’!

[P.S.: Curiosamente, dois dias depois de isto escrito, Joseph Kabila efectua uma 'visita relampago' ao seu homologo Angolano para reafirmar os lacos entre os dois paises]




Ainda outro take sobre a mesma leitura:

O argumento basico dos apostolos da 'recolonizacao' e’ o de que todos os males de que a Africa pos-colonial enferma teem na sua origem a independencia e a saida dos colonos: "os negros sao congenitamente incapazes de se auto-governar e de criar prosperidade economico-social (sao predadores, bebados ou bufos, vida deles e’ so’ fazere bwe’ de kilapie’, roubar e matarem-se uns aos outros, e mesmo depois de terem passado pela universidade teem que tirar os sapatos para poderem contar ate' doze! E, na verdade, nao fossem os europeus, especialmente os etnologos e antropologos, nem as suas proprias culturas eles conheceriam!)"!

E os numeros e imagens das guerras, da pobreza e do subdesenvolvimento, especialmente se em comparacao com alguns paises de outras regioes do mundo (e.g. Asia e America Latina) que partiram do mesmo nivel de desenvolvimento (ou pelo menos de PIBpc) aquando das independencias africanas nos anos 60, estao ai para o demonstrar a saciedade: "o problema de Africa nao e’ outro senao os Africanos"!
Mas, mais do que isso, "se alguma vez a Africa ostentou algum progresso, foi durante o periodo colonial, logo, sem os Europeus e/ou os seus descendentes directos a Africa esta’ condenada a pobreza, subdesenvolvimento e fracasso total e eterno… logo, a unica saida possivel desse ciclo vicioso e’ a 'recolonizacao'"!

E' isto, alias, que une alguns negros e brancos, esquerdistas e direitistas, nessa canoa furada (ou, mais uma vez, de como os extremos se tocam...): i.e. aqueles que professam e sempre professaram a "supremacia euro-caucasiana" (e seus lacaios) e alguns dos que honestamente sao criticos do poder pos-independencia em Africa [com o Zimbabwe de Mugabe como grande ponto de convergencia entre esses dois afluentes - vejam-se, no entanto as posicoes (conflituosas?) de Graca Machel sobre essa questao: aqui e aqui]... Sendo que, pelo meio, ha' alguns que, como eu, nao estando seguramente do lado dos primeiros e nao necessariamente sempre do lado dos segundos, apenas tentam separar as aguas entre esses dois rios... [por isso reagi deste modo as recomendacoes do Prof. Paul Collier sobre a economia angolana - retomadas aqui e aqui - o qual, por coincidencia, foi tambem professor da Dambisa Moyo, que no seu Dead Aid advoga, nada mais nada menos, que o remedio para todos os problemas actuais de Africa esta' no fim imediato (dentro de 5 anos) da Ajuda ao Desenvolvimento (ou, como dizia a outra "experta" em patetices, "for God's sakes stop aid!") e o recurso dos estados africanos aos mercados financeiros internacionais (... nao, nada vagamente parecido com a criacao das bases para um desenvolvimento, nao apenas economico-financeiro, mas tambem e sobretudo socio-cultural, endogeno e sustentavel...), tendo-o feito num momento em que aqueles se encontra(va)m em profunda crise e num contexto em que a esmagadora maioria das economias africanas nao tem credit ratings que lhes garantam qualquer acesso significativo a tais mercados - veja-se a esse respeito o que no ultimo paragrafo deste artigo se diz sobre a economia Mocambicana... - e sendo que, tambem por coincidencia, para esses mercados ela trabalha...], e por isso acabam(os) sendo vitimas de tentativas de afogamento por ambos os lados!

Ha' ainda um terceiro afluente que e' alimentado pelos proprios circulos do poder de estado de alguns paises africanos e de algumas organizacoes regionais no continente que se tornaram aid dependent, tanto em termos tecnicos como financeiros - para estes, os contingentes de estrangeiros [ex-colonos ou nao; embora isto nao deixe de me trazer a lembranca um alto dirigente da nomenkatura angolana que, nao ha' muito tempo, foi a Portugal declarar que "nos precisamos do homem portugues"... nada contra, se isso nao soasse claramente a "nos precisamos do ex-colono (porque nao estamos a dar conta do recado)"... e menos ainda contra se ele tivesse sido mais especifico e declarasse algo como "nos precisamos prioritariamente de tecnicos qualificados" e acrescentasse, ainda que apenas implicitamente, "porque e' imperioso que invistamos em capital humano e nos precisamos mais ainda do homem angolano, quanto mais nao seja porque foi ele que nos colocou e nos mantem no poder e perante ele temos o dever e a obrigacao de lhe prover e aos seus filhos a formacao adequada para que os angolanos possam competir em pe' de igualdade com qualquer estrangeiro num mundo cada vez mais globalizado!") funcionam como um "buffer" entre os governos/aparelhos de estado e os respectivos povos, que lhes assegura a manutencao do poder e a perpetuacao de determinados individuos em certos cargos, bem como os seus hefty revenue streams e a possibilidade de "brilharem" sozinhos sem quaisquer entraves - era, em parte, a este fenomeno e as suas consequencias socio-culturais a que aqui me referia...

O unico contra-argumento plausivel a essa “inevitabilidade historica” seria se se pudessem encontrar na Africa pre-colonial exemplos de sistemas culturais capazes de gerar, pelo menos potencialmente, estabilidade politica e desenvolvimento economico-social. Aparentemente sim: “(…) o antigo Reino do Congo, notabilizado por ser, então e aparentemente, o único reino organizado na África sub-saariana. (...) Esse palmarés de primeiro entre os reinos sub-saarianos a ter contacto com a Europa e a ter relações diplomáticas com a Santa Sé foi - e continua a ser. .. – motivo de orgulho para os súbditos do rei do Congo e seus actuais descendentes.” Mas… esse mesmo Reino emblematico e paradigmatico “teve como successor o maior emblema e paradigma de fracasso em todas as frentes na Africa pos-colonial: o Congo de Mobutu”!

E, pior do que isso, os seus “actuais descendentes” e “apostolos de Mobutu e da neo-authenticite’”, mesmo quando se apresentam com creditos e meritos profissionais e academicos reconhecidos, sao “monstros racistas e tarados tribais a encarcerar” e “baratas” a eliminar da face da terra: “(…) eles sao, como os boers (e ao contrario de Agostinho Neto - casado civilizadamente com uma mulher branca e que declarou "nao havera' perdao (!) para os 'apostolos da neo-authenticite' do 27 de Maio"...; ou de Mandela - que se divorciou pessoal e politicamente da sua "profeta da neo-authenticite' primeira esposa" e que "so' nao fez o impossivel para nao 'desagradar' os brancos sul-africanos, boers incluidos"...), declaradamente neo-nazis e praticam o primado do dinheiro sobre o direito; o suborno e a falsificação de documentos; a instilação dum racismo e tribalismo como nunca existira na vida económico-social; a distorção de factos históricos e sociais; a intriga e a subserviência; o nepotismo; e, com todas estas armas, a sabotagem subreptícia dos esforços para pôr Angola a funcionar no patamar técno-jurídico-administrativo que já tivera antes da independência.”!

"Logo, 'recolonizacao' e’ o unico caminho a seguir e quem se atreva a 'levantar um dedo ou a bater uma tecla em contrario'... convem saber sempre o que lhe espera!"

Portanto:

QUE VIVA A RECOLONIZACAO!!!
RECOLONIZATION OYE’!!!



(...) Mas, na verdade, nao fosse a gravidade das questoes acima referidas, poderiamos ter poupado o ja' pouco tempo e paciencia que nos restam para todo esse nonsense a mistura com pure evil (!): e' que tudo isso parece claramente nao passar de uma "questao de inteligencia" ou, dito de outro modo, de "competicao pela paridade (ou supremacia?) da etnia, da raca e do genero no dominio intelectual" (poderia dize-lo ainda de outro modo, mas voltar a falar em inveja, ciumes, odio e afins, seria tambem mais do que uma redundancia neste blog... onde e' que por aqui ja' se falou em "inveja dos brains"?)... Senao vejamos (citando da mesma edicao do NJ acima referida):

(...) Os seus “apóstolos” não esmoreceram, nem quando encontraram situações imprevistas como mulatos com os pais, os quatro avós, os oito bisavós e os dezasseis trisavós nados, vividos, mortos e enterrados em Angola; angolanos negros tão ou mais inteligentes que eles e se não deixaram enganar; outros africanos subsaarianos nascidos em Angola (e, não raro de segunda ou até terceira geração) que não abdicam da sua actual nacionalidade e não alinham nos “cantos de sereia” dos apóstolos da neooauthenticité.

(...) O que devemos fazer pela Pátria? Provar à sociedade que o talento assusta os medíocres’ como tão bem descreveu José Alberto Gueiros há mais de 25 anos no extinto Jornal da Bahia - “assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas, boicota automaticamente a entrada de uma jovem mulher no seu círculo de convivência por medo de perder os seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar” O que devemos, perante este cenário, continuar a fazer pela Pátria? Demonstrar à opinião pública que os medíocres, que não aprendem nada com nada, são obstinados na conquista de lugares de destaque. O que devemos continuar a fazer pela Pátria? Pôr em evidência que os medíocres entrincheirados em posições de chefia denotam um medo indisfarçável da inteligência. O que devemos incessantemente continuar a fazer pela Pátria? Desenterrar a famosa trova de Ruy Barbosa: “Há tantos burros mandando em homens de inteligência que às vezes fico pensando que a burrice é uma ciência”

(...) Como diria o meu amigo Rainer (aprendeu nos Acores): Eta Corisco!...
Bem...! Que tal um 'cruzamento de referencias' com a minha confissao... ou com este "caso"... ou com os meus Boers... ou com os meus Khoisan...?!

(...) E... creio que Ruy Barbosa subscreveria esta: "ha' tanto kabungado tarado e monstruoso com bigodinho a Hitler e a espumar da boca com a lingua de serpente de fora, auto-convencido que e' super-inteligente e talentoizo (...e' que... Deus e' poderoizo!...) por ai a solta, que as vezes fico pensando que a kabunguice e' uma ciencia"!

(...) E, ja' agora, alguem reparou em como o obus dos "monstros raciais e taras tribais" foi lancado para o meu kintal em retaliacao directa e imediata ao comentario a este post e a este ?!... O que nos remete para "outras questoes", nomeadamente "quem e' quem, quem e' amigo de quem, quem se senta a mesa de quem e quem 'debica no prato' de quem"! Mas essas ja' aqui foram, pelo menos parcialmente, abordadas...

(...) Talvez nao seja de todo despiciendo relembrar aqui o meu "celebre debate" com o Negro Ugandes ('tao ou mais inteligente do que eu') Dennis Matanda no (agora infelizmente "desaparecido em combate") Africanpath, sobre a "recolonizacao". Como quem o seguiu de perto (e entenda bem Ingles) tera' anotado, eu comecei por responder ao seu primeiro "Call for Recolonization" com um comentario em que me declarava "un-comfortably numb" ("de-construcao" minha do titulo dos Pink Floyd que, mais recentemente, por aqui passei a volta deste post ), ao que se seguiu o meu primeiro artigo naquele site, como guest blogger, sobre a questao ("Are We All Losing The Plot?"). O Dennis respondeu imediatamente num outro artigo ("We Africans Have Lost The Plot a Long Time Ago") em que reiterava as suas posicoes iniciais, ao que eu voltei a carga tambem com um segundo artigo ("Are We All Losing The Plot? - Part II"), tendo dele obtido a seguinte resposta:

Recovering from an Intellectual Blow

Koluki, I finally got round to reading this article - and I can tell you that I have been blown away - completely. Having said that, you have made a case for the shifting of blame from the leaders of present day African countries to the history of their different nations. But is that not the problem? How can a people who have been showed these examples not react to them? How can we not look into history and 'force' our present leaders to do their good deeds? Lastly, how can we not blame our current leaders yet they, like our historical leaders, are not attempting to be students of history or leadership? That is the core of my argument. If we had leaders in the past, why do we have presidents today?
Again, your article is excellent - and I am bowled over.

Dennis Matanda


Bem, se "recovering from an intellectual blow" e "your article is excellent - and I am bowled over - completely" nao e' "cair no canto da sereia", o que quer que isso signifique...

[E abro aqui um parentesis para notar o seguinte: Este debate e, em particular, esta resposta do Dennis Matanda (e tambem estes artigos de dois jovens Sul-Africanos, ou este debate na blogosfera Mocambicana), e' bem emblematico da diferenca cultural estrutural e estruturante em relacao aquilo que (nao) e' o nivel do "debate" entre os angolanos (ou apenas alguns? ... ou apenas alguns "jornalistas"?... ou apenas alguns "intelectuais"?...): ali debateram-se seriamente ideias e conviccoes fortes e profundas sobre questoes extremamente sensiveis, tendo havido por parte do "derrotado" a hombridade, decencia, educacao, civilidade e elegancia de reconhecer a sua "derrota" e os meritos dos argumentos do adversario - mesmo sendo estes protagonizados por uma mulher (e, acrescente-se, negra!)... O que teriamos (temos tido) nos "pretensos debates" com angolanos? Nada mais do que os ataques ad hominem (... "ad mulher ", incluindo a sua vida intima e privada, ao seu corpo e a sua suposta sexualidade!...), o abuso e insulto mais baixo e soez, a tentativa de humilhacao, degradacao moral e espiritual, objectificacao sexual e destruicao fisica, psicologica e profissional (!) sem quaisquer escrupulos... E' essa a "mentalidade" da generalidade dos (ou de apenas alguns?... ou de apenas alguns "jornalistas"?... ou de apenas alguns "intelectuais"?...) angolanos!]

(...) E... quem diz, pateticamente, "resistir" (em vao) a este 'canto da sereia' e'... psicopata (ruim da cabeca) e... kabungadu (ou doente do pe')!

(...lol...)



ADENDA

"MANDELA, MOBUTU & ME"



In this stunning memoir, veteran Washington Post correspondent Lynne Duke takes readers on a wrenching but riveting journey through Africa during the pivotal 1990s and brilliantly illuminates a continent where hope and humanity thrive amid unimaginable depredation and horrors.

For four years as her newspaper's Johannesburg bureau chief, Lynne Duke cut a rare figure as a black American woman foreign correspondent as she raced from story to story in numerous countries of central and southern Africa. From the battle zones of Congo-Zaire to the quest for truth and reconciliation in South Africa; from the teeming displaced person’s camps of Angola and the killing field of the Rwanda genocide to the calming Indian Ocean shores of Mozambique.

She interviewed heads of state, captains of industry, activists, tribal leaders, medicine men and women, mercenaries, rebels, refugees, and ordinary, hardworking people. And it is they, the ordinary people of Africa, who fueled the hope and affection that drove Duke’s reporting. The nobility of the ordinary African struggles, so often absent from accounts of the continent, is at the heart of Duke’s searing story.

[from the hardcover edition]



Duke covered southern Africa as Johannesburg bureau chief for The Washington Post from 1995 to 1999. Her engaging memoir provides a close-up look at the fall of Mobutu Sese Seko in the former Zaire, the ascendance of Nelson Mandela in South Africa, dramatic high points of South Africa's Truth and Reconciliation Commission, and many poignant vignettes of everyday African life from Cape Town to Kigali. "Armed with attitude and ready for anything," she finds that being black and female is sometimes, but not always, an occupational asset. Knowing that her dispatches will help shape American perceptions of a region she cares deeply about, she works hard to balance her anger at the brutality and venality of "ugly Africa" against her admiration for Mandela and for the fortitude and ingenuity of ordinary Africans. Equally deft at presenting vivid eyewitness descriptions and concise evaluations of failed policies, whether African or American, Duke has given us a glimpse of what first-rate reporting on Africa can be.

[from Foreign Affairs]



Pictures: Mandela's 1997 mediation efforts between Mobutu and Laurent Kabila
[That's Afrika and That's Madiba For You!]


Monday, 25 June 2012

"ASSUMINDO"…






“É tempo de quem está no poder perceber também que o Bloco Democrático é uma “Banda Desenhada”, como lhe chamam depreciativamente os seus opositores, que faz falta à nossa democracia. Não vale a pena ter medo do seu discurso.
Não vale a pena fugir dos seus adjectivos. É uma Banda intelectual necessária à nossa política que tendo todo o direito de criticar o que está a ser mal gerido – e há muita coisa a ser mal gerida em vários domínios - é tempo dela perceber também que há coisas – nem tudo é claro – bem feitas pelo Executivo e reconhecer isso não a diminui, nem desvaloriza a oposição.
Pensar assim, é pensar pequeno e a Banda não pode ser pequena. Porque quem gosta da democracia não quer, seguramente, ver a Banda desfazer-se e daqui há quatro anos mudar de sigla novamente….”


[Gustavo Costa, in “Fraka gente e fraku nivel…” - Novo Jornal # 231, 22/06/2012]




Assumindo-me como “madrinha de baptismo” do BD – Banda Desenhada nao posso deixar de manifestar o meu protesto por me ver classificada, num artigo cujo autor (…velada... mas abertamente…) assume que (afinale?!) le o meu blog (…nao que eu “suspeitasse”..), como “opositora” do BD – Bloco Democratico!...

O “meu afilhado” BD ficou a dever o seu cognome apenas e tao so’ ao facto de o comportamento de duas das suas mais fanaticas militantes relativamente a mim e a materias publicadas neste blog assim o ter sugerido!… Nada, portanto, a ver com o BD enquanto partido!...


Quanto ao resto, parece-me oportuno transcrever uma troca de opinioes que tive recentemente com o Luiz Araujo na sua pagina no FB:



Ana Koluki Caro Luiz Araújo: tenho acompanhado os seus pensamentos sobre essas questoes e, na generalidade, tenho concordado com os seus pontos de vista no sentido de se criar uma plataforma civica comum que possa servir de forca impulsionadora para a instauracao e manutencao de uma verdadeira democracia em Angola. No entanto, o que me parece faltar acima de tudo entre os "protagonistas" (... e, embora sendo "pintada" como tal eu nao me incluo entre eles!...) e' vontade e, em alguns casos, capacidade de comunicacao. Nao pode haver um "entendimento comum" sobre o que e' a "verdadeira democracia" e qual o "melhor metodo ou via" para se a obter dadas as circunstancias concretas e reais quer do "poder", quer da "oposicao", sem dialogo, troca de ideias, concertacao de opinioes diversas e, acima de tudo RESPEITO PELO OUTRO! Sim, estou por exigir DIGNIDADE COM DIGNIDADE nao apenas do poder politico, mas tambem, e sobretudo, dos meus concidadaos a quem nunca considerei inferiores a mim - antes pelo contrario, sempre tratei como irmaos!...


Luiz Araújo Ana Koluki, antes de mais agradeço a atenção que deste a este post e aos anteriores com que venho insistindo na necessidade da gestação duma agenda comum de resistência contra a ditadura. Concordo que a primeira e uma das mais graves carências que vimos constatando é de vontade para se dialogar. Comunicamos bastante mas principalmente de nós para os outros, feitos receptores do que consideramos como as coisas devem ser feitas, e muito pouco como emissores que também são receptores do que os outros nos endereçam abertos ao seu tratamento e acolhimento nos moldes que resultem na reflexão dialogada e na cooperacção para o alcance duma meta comum. A verdade dos factos demonstra-nos que, em geral, as formações da oposição, organizações cívicas e quase todas e todos nós temos pela frente o desafio comum de vencermos a ditadura para a tirarmos da nossas vidas mas não nos juntamos para isso, (é facto não um juizo) e cada um continua a agir como franco atirador como se a pudesse vencer sozinho, também o facto. Temos recursos que até nos permitem realizar o dialogo, temos computadores com que participamos aqui no Facebook e que podemos usar para conferências (via skype ex) em que realizemos o dialogo. Dialogo mesmo, não o comando dos outros. Suponho que a maioria de nós sabe pelo menos minimamente o que será uma verdadeira democracia e um Estado de direito que tenho e a maioria de nós diz também ser a sua meta. Podemos e devemos aprofundar esse conhecimento como forma de promovermos um projecto de sociedade livre. Mas o desafio que nos é colocado pelas circunstancias de opressão e dominação que a ditadura impõe á sociedade, portanto o desafio nº 1 é agir para que a ditadura tenha fim, depois disso o desafio nº 2 será a realização do projecto de sociedade livre. Para enfrentarmos o desafio nº 1 é que tenho apelado a gestação duma ampla frente/movimento ou rede, como se queira, em que deixemos de ser uma miríade de franco atiradores dispersos e passemos a agir em cooperação até á realização da meta correspondente ao desafio nº1. Respeito pelo outro, para terminar, suponho que não seja o que me falte e não tenho aos meus concidadãos como inferiores em termos de direitos e liberdades, de cidadania. Agora na política como em todos os domínios do ser humano alguns têm mais qualidades do que outros, porque as adquiriram e exercitara, desenvolveram capacidades etc. Por ex eu serei inferior a um atleta campeão de futebol ou dos 100 metros livres porque não tenho as qualidades que ele tem para correr e ou jogar futebol. Mas nalguns domínios da actividade intelectual ex alguns de nós desenvolvem mais capacidades e não se tornando superiores aos outros em termos de direitos temos que reconhecer que se tornam mais capazes nesse domínios, não será. Abraço.

Luiz Araújo Posso desenvolver mais o foco sobre alguns aspectos e referir outros mas depois


Ana Koluki Luiz Araújo, obrigada pela detalhada resposta. Creio que nao ha' aqui grandes divergencias de substancia entre os nossos pontos de vista. Talvez haja alguma dissonancia em termos de "estrategia", mas espero pelo desenvolvimento que prometeu fazer depois para voltar a essa questao. Quanto a questao das qualidades/capacidades e associadas "superioridades/inferioridades", o que tenho aprendido ao longo da minha vida e' que, em principio, nenhum ser humano e' "superior" a outro/a. O que ha' serao niveis diferentes de conhecimento e/ou experiencia num determinado dominio, seja ele intelectual, profissional ou outro. E, obviamente, concordo que essas diferencas devem ser respeitadas e, quanto a mim isso faz parte do principio de RESPEITO PELO OUTRO e pela DIVERSIDADE entre a HUMANIDADE que todos constituimos - e', alias, nesse principio que se fundamenta a filosofia dos DIREITOS HUMANOS. E para que todos possam ser igualmente respeitados, dentro da especificidade do que cada um tem para oferecer a sociedade como cidadao de PLENO DIREITO e' preciso que cada um saiba reconhecer as suas competencias/incompetencias e pontos fortes e pontos fracos em cada dominio, para que cada um possa contribuir com o que de melhor tem a dar, naquilo em que e' mais capaz do que outros. De outro modo, continuarao a vingar as estrategias destrutivas baseadas no egocentrismo sem limites e no total desrespeito pelo outro!... Abraco de volta.






“É tempo de quem está no poder perceber também que o Bloco Democrático é uma “Banda Desenhada”, como lhe chamam depreciativamente os seus opositores, que faz falta à nossa democracia. Não vale a pena ter medo do seu discurso.
Não vale a pena fugir dos seus adjectivos. É uma Banda intelectual necessária à nossa política que tendo todo o direito de criticar o que está a ser mal gerido – e há muita coisa a ser mal gerida em vários domínios - é tempo dela perceber também que há coisas – nem tudo é claro – bem feitas pelo Executivo e reconhecer isso não a diminui, nem desvaloriza a oposição.
Pensar assim, é pensar pequeno e a Banda não pode ser pequena. Porque quem gosta da democracia não quer, seguramente, ver a Banda desfazer-se e daqui há quatro anos mudar de sigla novamente….”


[Gustavo Costa, in “Fraka gente e fraku nivel…” - Novo Jornal # 231, 22/06/2012]




Assumindo-me como “madrinha de baptismo” do BD – Banda Desenhada nao posso deixar de manifestar o meu protesto por me ver classificada, num artigo cujo autor (…velada... mas abertamente…) assume que (afinale?!) le o meu blog (…nao que eu “suspeitasse”..), como “opositora” do BD – Bloco Democratico!...

O “meu afilhado” BD ficou a dever o seu cognome apenas e tao so’ ao facto de o comportamento de duas das suas mais fanaticas militantes relativamente a mim e a materias publicadas neste blog assim o ter sugerido!… Nada, portanto, a ver com o BD enquanto partido!...


Quanto ao resto, parece-me oportuno transcrever uma troca de opinioes que tive recentemente com o Luiz Araujo na sua pagina no FB:



Ana Koluki Caro Luiz Araújo: tenho acompanhado os seus pensamentos sobre essas questoes e, na generalidade, tenho concordado com os seus pontos de vista no sentido de se criar uma plataforma civica comum que possa servir de forca impulsionadora para a instauracao e manutencao de uma verdadeira democracia em Angola. No entanto, o que me parece faltar acima de tudo entre os "protagonistas" (... e, embora sendo "pintada" como tal eu nao me incluo entre eles!...) e' vontade e, em alguns casos, capacidade de comunicacao. Nao pode haver um "entendimento comum" sobre o que e' a "verdadeira democracia" e qual o "melhor metodo ou via" para se a obter dadas as circunstancias concretas e reais quer do "poder", quer da "oposicao", sem dialogo, troca de ideias, concertacao de opinioes diversas e, acima de tudo RESPEITO PELO OUTRO! Sim, estou por exigir DIGNIDADE COM DIGNIDADE nao apenas do poder politico, mas tambem, e sobretudo, dos meus concidadaos a quem nunca considerei inferiores a mim - antes pelo contrario, sempre tratei como irmaos!...


Luiz Araújo Ana Koluki, antes de mais agradeço a atenção que deste a este post e aos anteriores com que venho insistindo na necessidade da gestação duma agenda comum de resistência contra a ditadura. Concordo que a primeira e uma das mais graves carências que vimos constatando é de vontade para se dialogar. Comunicamos bastante mas principalmente de nós para os outros, feitos receptores do que consideramos como as coisas devem ser feitas, e muito pouco como emissores que também são receptores do que os outros nos endereçam abertos ao seu tratamento e acolhimento nos moldes que resultem na reflexão dialogada e na cooperacção para o alcance duma meta comum. A verdade dos factos demonstra-nos que, em geral, as formações da oposição, organizações cívicas e quase todas e todos nós temos pela frente o desafio comum de vencermos a ditadura para a tirarmos da nossas vidas mas não nos juntamos para isso, (é facto não um juizo) e cada um continua a agir como franco atirador como se a pudesse vencer sozinho, também o facto. Temos recursos que até nos permitem realizar o dialogo, temos computadores com que participamos aqui no Facebook e que podemos usar para conferências (via skype ex) em que realizemos o dialogo. Dialogo mesmo, não o comando dos outros. Suponho que a maioria de nós sabe pelo menos minimamente o que será uma verdadeira democracia e um Estado de direito que tenho e a maioria de nós diz também ser a sua meta. Podemos e devemos aprofundar esse conhecimento como forma de promovermos um projecto de sociedade livre. Mas o desafio que nos é colocado pelas circunstancias de opressão e dominação que a ditadura impõe á sociedade, portanto o desafio nº 1 é agir para que a ditadura tenha fim, depois disso o desafio nº 2 será a realização do projecto de sociedade livre. Para enfrentarmos o desafio nº 1 é que tenho apelado a gestação duma ampla frente/movimento ou rede, como se queira, em que deixemos de ser uma miríade de franco atiradores dispersos e passemos a agir em cooperação até á realização da meta correspondente ao desafio nº1. Respeito pelo outro, para terminar, suponho que não seja o que me falte e não tenho aos meus concidadãos como inferiores em termos de direitos e liberdades, de cidadania. Agora na política como em todos os domínios do ser humano alguns têm mais qualidades do que outros, porque as adquiriram e exercitara, desenvolveram capacidades etc. Por ex eu serei inferior a um atleta campeão de futebol ou dos 100 metros livres porque não tenho as qualidades que ele tem para correr e ou jogar futebol. Mas nalguns domínios da actividade intelectual ex alguns de nós desenvolvem mais capacidades e não se tornando superiores aos outros em termos de direitos temos que reconhecer que se tornam mais capazes nesse domínios, não será. Abraço.

Luiz Araújo Posso desenvolver mais o foco sobre alguns aspectos e referir outros mas depois


Ana Koluki Luiz Araújo, obrigada pela detalhada resposta. Creio que nao ha' aqui grandes divergencias de substancia entre os nossos pontos de vista. Talvez haja alguma dissonancia em termos de "estrategia", mas espero pelo desenvolvimento que prometeu fazer depois para voltar a essa questao. Quanto a questao das qualidades/capacidades e associadas "superioridades/inferioridades", o que tenho aprendido ao longo da minha vida e' que, em principio, nenhum ser humano e' "superior" a outro/a. O que ha' serao niveis diferentes de conhecimento e/ou experiencia num determinado dominio, seja ele intelectual, profissional ou outro. E, obviamente, concordo que essas diferencas devem ser respeitadas e, quanto a mim isso faz parte do principio de RESPEITO PELO OUTRO e pela DIVERSIDADE entre a HUMANIDADE que todos constituimos - e', alias, nesse principio que se fundamenta a filosofia dos DIREITOS HUMANOS. E para que todos possam ser igualmente respeitados, dentro da especificidade do que cada um tem para oferecer a sociedade como cidadao de PLENO DIREITO e' preciso que cada um saiba reconhecer as suas competencias/incompetencias e pontos fortes e pontos fracos em cada dominio, para que cada um possa contribuir com o que de melhor tem a dar, naquilo em que e' mais capaz do que outros. De outro modo, continuarao a vingar as estrategias destrutivas baseadas no egocentrismo sem limites e no total desrespeito pelo outro!... Abraco de volta.

Monday, 17 October 2011

De Volta 'a Muxima…





Tem sido deveras interessante – por vezes perturbador, por vezes revoltante, por vezes amargo, por vezes divertido, mas sempre interessante – esta coisa de observar algumas das minhas ideias, em alguns casos “apropriadas” por outros “autores”, noutros “confirmadas” e “reiteradas” por outras fontes e, noutros casos ainda, “aplicadas” ou “desenvolvidas” noutros contextos.

Do primeiro tipo de casos referiria como exemplo apenas este, dentre varios outros, do segundo este, este, este, este, este, este, este, este, este, este, este, ou este , e do terceiro poderia referir outra serie deles, mas assinalarei aqui apenas o que me faz regressar hoje a Muxima depois de de la’ ainda mal ter regressado…


[... Eh um facto que existe uma aparente falta de amor, respeito mutuo e sentido de auto-preservacao como raca entre as comunidades negras – os Caucasianos, Indianos, Chineses, Japoneses, etc., para o bem ou para o mal, raramente permitem que a miscigenacao racial corroa os pilares das suas etnias e culturas, isto eh, as suas familias. Dai, em grande medida, a base solida de estabilidade social e economica dos seus paises e continentes… Por contraste, um grande numero de negros, quer em Africa, quer noutros continentes, devido ao baixo estatuto social e humilhacoes sub-humanas a que foram submetidos desde a escravatura, parece terem perdido para sempre a sua auto-estima e respeito pelas suas maes e ancestrais...]


Trata-se da “aplicacao” e “desenvolvimento” das questoes que levantei neste meu comentario de ha' 6 anos aos/nos contextos americano e britanico, para so’ citar os que me sao mais proximos. Depois da polemica suscitada ha' 3 anos pelas declaracoes de Obama aqui comentadas, desta vez as mesmas questoes sao levantadas a volta da recente publicacao deste livro, por Ralph Richard Banks (na foto abaixo com a sua familia), professor da prestigiada Universidade de Stanford, que advoga que “dada a falta de homens negros elegiveis no ‘mercado de casamento’ para a maioria das mulheres negras, e especialmente as mais bem sucedidas academica e/ou profissionalmente, estas devem tentar casar-se e constituir familia com homens de outras racas” (questao que tambem abordei em algum detalhe aqui). Banks vem dando 'conselhos' as mulheres negras como estes: “Don't marry down. Marry out”… “Black women shouldn’t continue to be held hostage to the failings of black men”... “Stop settling for less than you deserve. Forget race loyalty.” --- “Nao se casem abaixo (do vosso nivel). Casem-se fora (da nossa comunidade)”… “As mulheres negras nao devem continuar refens das falhas do homem negro”… “Deixem de se contentar com menos do que voces merecem. Esquecam a lealdade racial.”


[E, dizia eu: "...Eh preciso que lhes saibamos demonstrar que talvez os homens sejam escassos sim, mas se nao nos dedicam, casadas ou solteiras, o amor e respeito que merecemos, nao sao nenhum “bem” nas nossas vidas!"...]




Trata-se de um debate que, sobretudo nas ultimas duas decadas, se vem tornando perene e ate’, em certa medida, ja’ “institucionalizado”, no mundo anglofono (vindo aqui a proposito mencionar tambem o caso sul-africano)[*]. E embora tambem aqui ele seja alvo de algumas tentativas de “abafamento” ou de o “varrer para debaixo do tapete”, nao tenho noticia de que alguma mulher negra que nele se tenha envolvido, ou que o tenha protagonizado (como, por exemplo, a autora da materia de que aqui fiz eco ha’ algum tempo e que acabou merecendo ampla difusao e entusiastico debate atraves da CNN...) tenha sido alvo de quaisquer campanhas de linchamento publico como as que tenho sido sujeita no mundo lusofono a partir do “meu pais” e nao so'! [**]

[Auto-Censurado]

E' que, como dizia o outro "gindungo no olho do angolano e' refresco, ne'?! Bem feito!"... Sarava'!...

E porque o essencial esta’ dito, deixo aqui apenas o convite: queiram por favor ler este artigo no The Economist... Obrigada!

[... Ah! Talvez reste dizer que toda essa estoria nao ficara' totalmente bem contada enquanto nao se fizer o link entre a comodificacao e objectificacao sexual de que as mulheres negras teem sido vitimas ao longo dos seculos desde a escravatura e o colonialismo - como exposto, entre outros posts neste blog, aqui e aqui - e a sua sub-representacao e estigmatizacao social - como exposto, tambem entre varios outros posts neste blog, aqui e aqui...]




[... Em Angola o problema torna-se mais grave porquanto o tecido da nossa sociedade e a demografia do pais foram severamente danificados pelos muitos anos de guerra (durante os quais foram as mulheres que aguentaram todas ‘as barras’ na retaguarda e ate nas frentes de combate) e ha de facto uma grande escassez de homens disponiveis. Mas, minhas irmas, tambem nao caiam na armadilha de pensar que com mais estudos ou um bom emprego vai ser mais facil… Esta demonstrado em todo o mundo que as possibilidades de casamento e um lar feliz para uma mulher, diminuem na razao directa do seu sucesso academico e/ou professional… Isto porque encontrar um homem que nao se sinta intimidado por uma mulher realizada e que por isso nao tente humilha-la, sabota-la e diminui-la de varias maneiras, eh como achar uma agulha no palheiro! Vejam, por exemplo, os casos da Ophra Winfrey, a mulher mais rica da America e talvez do mundo, a parte a Rainha da Inglaterra… ou da Condoleeza Rice que eh, independentemente de questoes politico-ideologicas, a mulher mais bem sucedida profissionalmente no mundo: a primeira vive “amancebada” ha anos com um homem que nao se resolve a casar com ela; a segunda nunca casou nem se lhe conhece qualquer relacionamento amoroso estavel… Enquanto que outras, como a Whoopi Goldberg e um numero cada vez maior de negras realizadas academica e/ou profissionalmente no ocidente, simplesmente decidiram “juntar os seus trapinhos”, de papel passado ou nao, com brancos que muito as querem, amam, respeitam e valorizam...]


[*] No caso britanico em particular, lembro-me de ainda recentemente, durante o obito desta minha prima, ter assistido a um acalorado debate entre um homem negro angolano que falava do livro que esta(va) a escrever sobre “os direitos naturais dos homens” e um grupo de mulheres negras angolanas, interessantemente todas de geracoes mais novas do que a minha, que, com argumentos ousados e bem sustentados, pouco menos que o “deitaram por terra”… o que nao deixou de me provocar alguma surpresa perante a apatia, conformismo ou resignacao, quando nao hostilidade, com que geralmente me deparo por parte das mulheres angolanas, sobretudo as da minha propria geracao ou de geracoes mais velhas, sobre este tipo de questoes - o que, mais uma vez, me remete para o que aqui me referia "quanto ao que a palavra esperanca pode significar em Angola"...

Pois os argumentos do nosso brother baseavam-se essencialmente na sua conviccao de que existe uma “ordem natural das coisas” que concede aos homens, e especialmente aos africanos, uma serie de direitos que nao assitem 'a mulher, como por exemplo o “direito a poligamia”… Bom, falou-se um pouco de tudo o que 'a "natureza da sexualidade" de homens e mulheres, africanos ou nao, diz respeito, incluindo as questoes do patriarcado vs. matriarcado ou poligamia vs. poliandria, como aqui e aqui a elas ha' algum tempo me referi.

De minha parte, contei-lhes a estoria de uma mesa redonda a que assisti ha’ mais de 10 anos numa enorme sala a abarrotar de gente, no Africa Centre de Londres, moderada, entre outros 'role models' da comunidade negra no UK, por Dotun Adebayo, especialmente dedicada ao relacionamento entre homens e mulheres negros, em que a questao central era “o que se passa na nossa comunidade negra que nos impede de termos relacionamentos saos e duradouros, incluindo o casamento?”

Uma das explicacoes dadas por um dos presentes foi que “as jovens da nossa comunidade negra fazem filhos muito cedo e ficam maes solteiras e por isso nos preferimos casar e formar os nossos lares com as brancas daqui que nao teem filhos tao cedo.” Em resposta a essa ideia peregrina de que uma mulher jovem mae solteira “fica estragada para sempre” (ou, para usar a terminologia ordinaria de... quem mais?, “poluta”), que esta' na base da sua estigmatizacao social, levantou-se uma das presentes dizendo: “I am not married and have two kids but I am not damaged goods!”

Depois de lhes ter contado isso, uma das participantes no nosso mais pequeno debate, por sinal uma das minhas irmas mais novas, a Wanda, rematou: “pois, e nunca se lembram de questionar os rapazes com quem essas raparigas fazem os filhos!”

E o debate prosseguiu noite fora e pelos dias que se seguiram, enquanto durou o obito…




[**] Ocorre-me aqui apenas o caso de Alice Walker, que, com o seu livro adaptado para o cinema, A Cor Purpura, tera’ sido a primeira a provocar reaccoes hostis por parte de alguns segmentos da comunidade negra americana por alegadamente nele ter “deturpado” a imagem do homem negro!...

E embora tenha perfeita nocao de que no meu caso os ataques concertados de que tenho sido alvo se devem a uma serie de factores interligados motivados por alguns dos meus posicionamentos e opinioes, e muito particularmente as afirmacoes que fiz nos comentarios aqui (... em que falo de um certo tipo de 'bandeirantes' mwangoles que posteriormente decidiram vingar-se tentando imputar-me todo o tipo de "bandeiras" sujas de lama!...) e aqui, o facto e’ que no caso dela nao tenho noticia de que esse tipo de reaccoes tenha degenerado em tentativas de assassinio de caracter, desumanizacao e destruicao da sua reputacao pessoal, familiar, academica, literaria, intelectual e profissional, ou a sua desestruturacao psicologica, emocional, moral e espiritual, e menos ainda em ameacas de violacao sexual e de morte, abertas ou veladas!...


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Tem sido deveras interessante – por vezes perturbador, por vezes revoltante, por vezes amargo, por vezes divertido, mas sempre interessante – esta coisa de observar algumas das minhas ideias, em alguns casos “apropriadas” por outros “autores”, noutros “confirmadas” e “reiteradas” por outras fontes e, noutros casos ainda, “aplicadas” ou “desenvolvidas” noutros contextos.

Do primeiro tipo de casos referiria como exemplo apenas este, dentre varios outros, do segundo este, este, este, este, este, este, este, este, este, este, este, ou este , e do terceiro poderia referir outra serie deles, mas assinalarei aqui apenas o que me faz regressar hoje a Muxima depois de de la’ ainda mal ter regressado…


[... Eh um facto que existe uma aparente falta de amor, respeito mutuo e sentido de auto-preservacao como raca entre as comunidades negras – os Caucasianos, Indianos, Chineses, Japoneses, etc., para o bem ou para o mal, raramente permitem que a miscigenacao racial corroa os pilares das suas etnias e culturas, isto eh, as suas familias. Dai, em grande medida, a base solida de estabilidade social e economica dos seus paises e continentes… Por contraste, um grande numero de negros, quer em Africa, quer noutros continentes, devido ao baixo estatuto social e humilhacoes sub-humanas a que foram submetidos desde a escravatura, parece terem perdido para sempre a sua auto-estima e respeito pelas suas maes e ancestrais...]


Trata-se da “aplicacao” e “desenvolvimento” das questoes que levantei neste meu comentario de ha' 6 anos aos/nos contextos americano e britanico, para so’ citar os que me sao mais proximos. Depois da polemica suscitada ha' 3 anos pelas declaracoes de Obama aqui comentadas, desta vez as mesmas questoes sao levantadas a volta da recente publicacao deste livro, por Ralph Richard Banks (na foto abaixo com a sua familia), professor da prestigiada Universidade de Stanford, que advoga que “dada a falta de homens negros elegiveis no ‘mercado de casamento’ para a maioria das mulheres negras, e especialmente as mais bem sucedidas academica e/ou profissionalmente, estas devem tentar casar-se e constituir familia com homens de outras racas” (questao que tambem abordei em algum detalhe aqui). Banks vem dando 'conselhos' as mulheres negras como estes: “Don't marry down. Marry out”… “Black women shouldn’t continue to be held hostage to the failings of black men”... “Stop settling for less than you deserve. Forget race loyalty.” --- “Nao se casem abaixo (do vosso nivel). Casem-se fora (da nossa comunidade)”… “As mulheres negras nao devem continuar refens das falhas do homem negro”… “Deixem de se contentar com menos do que voces merecem. Esquecam a lealdade racial.”


[E, dizia eu: "...Eh preciso que lhes saibamos demonstrar que talvez os homens sejam escassos sim, mas se nao nos dedicam, casadas ou solteiras, o amor e respeito que merecemos, nao sao nenhum “bem” nas nossas vidas!"...]




Trata-se de um debate que, sobretudo nas ultimas duas decadas, se vem tornando perene e ate’, em certa medida, ja’ “institucionalizado”, no mundo anglofono (vindo aqui a proposito mencionar tambem o caso sul-africano)[*]. E embora tambem aqui ele seja alvo de algumas tentativas de “abafamento” ou de o “varrer para debaixo do tapete”, nao tenho noticia de que alguma mulher negra que nele se tenha envolvido, ou que o tenha protagonizado (como, por exemplo, a autora da materia de que aqui fiz eco ha’ algum tempo e que acabou merecendo ampla difusao e entusiastico debate atraves da CNN...) tenha sido alvo de quaisquer campanhas de linchamento publico como as que tenho sido sujeita no mundo lusofono a partir do “meu pais” e nao so'! [**]

[Auto-Censurado]

E' que, como dizia o outro "gindungo no olho do angolano e' refresco, ne'?! Bem feito!"... Sarava'!...

E porque o essencial esta’ dito, deixo aqui apenas o convite: queiram por favor ler este artigo no The Economist... Obrigada!

[... Ah! Talvez reste dizer que toda essa estoria nao ficara' totalmente bem contada enquanto nao se fizer o link entre a comodificacao e objectificacao sexual de que as mulheres negras teem sido vitimas ao longo dos seculos desde a escravatura e o colonialismo - como exposto, entre outros posts neste blog, aqui e aqui - e a sua sub-representacao e estigmatizacao social - como exposto, tambem entre varios outros posts neste blog, aqui e aqui...]




[... Em Angola o problema torna-se mais grave porquanto o tecido da nossa sociedade e a demografia do pais foram severamente danificados pelos muitos anos de guerra (durante os quais foram as mulheres que aguentaram todas ‘as barras’ na retaguarda e ate nas frentes de combate) e ha de facto uma grande escassez de homens disponiveis. Mas, minhas irmas, tambem nao caiam na armadilha de pensar que com mais estudos ou um bom emprego vai ser mais facil… Esta demonstrado em todo o mundo que as possibilidades de casamento e um lar feliz para uma mulher, diminuem na razao directa do seu sucesso academico e/ou professional… Isto porque encontrar um homem que nao se sinta intimidado por uma mulher realizada e que por isso nao tente humilha-la, sabota-la e diminui-la de varias maneiras, eh como achar uma agulha no palheiro! Vejam, por exemplo, os casos da Ophra Winfrey, a mulher mais rica da America e talvez do mundo, a parte a Rainha da Inglaterra… ou da Condoleeza Rice que eh, independentemente de questoes politico-ideologicas, a mulher mais bem sucedida profissionalmente no mundo: a primeira vive “amancebada” ha anos com um homem que nao se resolve a casar com ela; a segunda nunca casou nem se lhe conhece qualquer relacionamento amoroso estavel… Enquanto que outras, como a Whoopi Goldberg e um numero cada vez maior de negras realizadas academica e/ou profissionalmente no ocidente, simplesmente decidiram “juntar os seus trapinhos”, de papel passado ou nao, com brancos que muito as querem, amam, respeitam e valorizam...]


[*] No caso britanico em particular, lembro-me de ainda recentemente, durante o obito desta minha prima, ter assistido a um acalorado debate entre um homem negro angolano que falava do livro que esta(va) a escrever sobre “os direitos naturais dos homens” e um grupo de mulheres negras angolanas, interessantemente todas de geracoes mais novas do que a minha, que, com argumentos ousados e bem sustentados, pouco menos que o “deitaram por terra”… o que nao deixou de me provocar alguma surpresa perante a apatia, conformismo ou resignacao, quando nao hostilidade, com que geralmente me deparo por parte das mulheres angolanas, sobretudo as da minha propria geracao ou de geracoes mais velhas, sobre este tipo de questoes - o que, mais uma vez, me remete para o que aqui me referia "quanto ao que a palavra esperanca pode significar em Angola"...

Pois os argumentos do nosso brother baseavam-se essencialmente na sua conviccao de que existe uma “ordem natural das coisas” que concede aos homens, e especialmente aos africanos, uma serie de direitos que nao assitem 'a mulher, como por exemplo o “direito a poligamia”… Bom, falou-se um pouco de tudo o que 'a "natureza da sexualidade" de homens e mulheres, africanos ou nao, diz respeito, incluindo as questoes do patriarcado vs. matriarcado ou poligamia vs. poliandria, como aqui e aqui a elas ha' algum tempo me referi.

De minha parte, contei-lhes a estoria de uma mesa redonda a que assisti ha’ mais de 10 anos numa enorme sala a abarrotar de gente, no Africa Centre de Londres, moderada, entre outros 'role models' da comunidade negra no UK, por Dotun Adebayo, especialmente dedicada ao relacionamento entre homens e mulheres negros, em que a questao central era “o que se passa na nossa comunidade negra que nos impede de termos relacionamentos saos e duradouros, incluindo o casamento?”

Uma das explicacoes dadas por um dos presentes foi que “as jovens da nossa comunidade negra fazem filhos muito cedo e ficam maes solteiras e por isso nos preferimos casar e formar os nossos lares com as brancas daqui que nao teem filhos tao cedo.” Em resposta a essa ideia peregrina de que uma mulher jovem mae solteira “fica estragada para sempre” (ou, para usar a terminologia ordinaria de... quem mais?, “poluta”), que esta' na base da sua estigmatizacao social, levantou-se uma das presentes dizendo: “I am not married and have two kids but I am not damaged goods!”

Depois de lhes ter contado isso, uma das participantes no nosso mais pequeno debate, por sinal uma das minhas irmas mais novas, a Wanda, rematou: “pois, e nunca se lembram de questionar os rapazes com quem essas raparigas fazem os filhos!”

E o debate prosseguiu noite fora e pelos dias que se seguiram, enquanto durou o obito…




[**] Ocorre-me aqui apenas o caso de Alice Walker, que, com o seu livro adaptado para o cinema, A Cor Purpura, tera’ sido a primeira a provocar reaccoes hostis por parte de alguns segmentos da comunidade negra americana por alegadamente nele ter “deturpado” a imagem do homem negro!...

E embora tenha perfeita nocao de que no meu caso os ataques concertados de que tenho sido alvo se devem a uma serie de factores interligados motivados por alguns dos meus posicionamentos e opinioes, e muito particularmente as afirmacoes que fiz nos comentarios aqui (... em que falo de um certo tipo de 'bandeirantes' mwangoles que posteriormente decidiram vingar-se tentando imputar-me todo o tipo de "bandeiras" sujas de lama!...) e aqui, o facto e’ que no caso dela nao tenho noticia de que esse tipo de reaccoes tenha degenerado em tentativas de assassinio de caracter, desumanizacao e destruicao da sua reputacao pessoal, familiar, academica, literaria, intelectual e profissional, ou a sua desestruturacao psicologica, emocional, moral e espiritual, e menos ainda em ameacas de violacao sexual e de morte, abertas ou veladas!...


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Monday, 1 August 2011

"Uma 'duplicidade' sem nome"...



"Nos meios denominados cultos, com acesso ao saber, se nota isso claramente; há doutos, mestres, especialistas e professores extremamente arrogantes. Aqui, a mesma funciona como um divisor social, algo que está dizendo: “eu sei mais do que você, portanto, sou superior à você”. Premissa discutível, conclusão sem sentido. A arrogância é uma doença social, endêmica, com o apetite de um divisor territorial. “Não me incomode”, diria o pretencioso insolente, “minha graduação e meu conhecimento são superiores, são maiores que os seus.” Argumento de fantoche, pura desinteligência cognitiva e social a retroalimentar um sistema de castas e de tristes e duvidosas exclusividades que insuflam egos e fomentam distanciamentos de todo indesejáveis.

Contrário da solidariedade, contrário da aprendizagem, a arrogância se subsume a ela própria. Assim, de tal maneira e por isso a arrogância não é privativa da ignorância, mas pode ser localizada entre aqueles que, por circunstâncias variadas, tiveram maior acesso e oportunidades dentro de uma sociedade pautada pela aparência e pela hipocrisia.

Ignorância, burrice e arrogância são três infelicitações que mais não fazem do que interferir negativamente no processo de aprendizagem, no relacionamento social e no acesso aos meios de cultura.

Admitamos: somos todos um pouco burros, um pouco ignorantes, um pouco arrogantes. Mas tem gente que é bem mais. Não nos coformemos, contudo; embora a pós-modernidade pregue em tudo o individualismo, resistamos e banquemos La Passionaria. O mundo, de modo geral, agradece."


... "?Contrario O Seria Ou"


"A onda em si mesma não me parece grave; grave afigura-se-me o apoio de sectores que deveriam ter algum cuidado e o paternalismo com que a onda tem sido acarinhada e promovida a patamares preocupantes. As pessoas sem memória são como navegadores sem bússola. Trata-se das piores maldições que existem. Em 1974, 1975 e 1976, para silenciar um grupo de intelectuais descontentes, um esforçado mas modesto professor primário foi promovido a Teórico do Marxismo, mas deixar-nos-ia em 1977. Ainda hoje existem entre nós feridas por cicatrizar."

Jeronimo Belo
(in Novo Jornal, sobre a "actual onda de Kuduro")







"Poetry is unreliable

Poetry will always jump the fence

just when you think poets are behind you

they show up somewhere off the beaten path

absent without leave, beckoning for you

to take your boots off and listen to the birds"


[Kalamu ya Salaam]




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A Confissao

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"A (radio)(bio)logi(c)a de uma (outra) Kampanha"...

Terra Queimada



"Nos meios denominados cultos, com acesso ao saber, se nota isso claramente; há doutos, mestres, especialistas e professores extremamente arrogantes. Aqui, a mesma funciona como um divisor social, algo que está dizendo: “eu sei mais do que você, portanto, sou superior à você”. Premissa discutível, conclusão sem sentido. A arrogância é uma doença social, endêmica, com o apetite de um divisor territorial. “Não me incomode”, diria o pretencioso insolente, “minha graduação e meu conhecimento são superiores, são maiores que os seus.” Argumento de fantoche, pura desinteligência cognitiva e social a retroalimentar um sistema de castas e de tristes e duvidosas exclusividades que insuflam egos e fomentam distanciamentos de todo indesejáveis.

Contrário da solidariedade, contrário da aprendizagem, a arrogância se subsume a ela própria. Assim, de tal maneira e por isso a arrogância não é privativa da ignorância, mas pode ser localizada entre aqueles que, por circunstâncias variadas, tiveram maior acesso e oportunidades dentro de uma sociedade pautada pela aparência e pela hipocrisia.

Ignorância, burrice e arrogância são três infelicitações que mais não fazem do que interferir negativamente no processo de aprendizagem, no relacionamento social e no acesso aos meios de cultura.

Admitamos: somos todos um pouco burros, um pouco ignorantes, um pouco arrogantes. Mas tem gente que é bem mais. Não nos coformemos, contudo; embora a pós-modernidade pregue em tudo o individualismo, resistamos e banquemos La Passionaria. O mundo, de modo geral, agradece."


...
"?Contrario O Seria Ou"


"A onda em si mesma não me parece grave; grave afigura-se-me o apoio de sectores que deveriam ter algum cuidado e o paternalismo com que a onda tem sido acarinhada e promovida a patamares preocupantes. As pessoas sem memória são como navegadores sem bússola. Trata-se das piores maldições que existem. Em 1974, 1975 e 1976, para silenciar um grupo de intelectuais descontentes, um esforçado mas modesto professor primário foi promovido a Teórico do Marxismo, mas deixar-nos-ia em 1977. Ainda hoje existem entre nós feridas por cicatrizar."

Jeronimo Belo
(in Novo Jornal, sobre a "actual onda de Kuduro")







"Poetry is unreliable

Poetry will always jump the fence

just when you think poets are behind you

they show up somewhere off the beaten path

absent without leave, beckoning for you

to take your boots off and listen to the birds"


[Kalamu ya Salaam]




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Saturday, 16 July 2011

Burrice e/ou ignorância. Ou seria o contrário?






"A arrogância não é privativa da ignorância, mas pode ser localizada entre aqueles que, por circunstâncias variadas, tiveram maior acesso e oportunidades dentro de uma sociedade pautada pela aparência e pela hipocrisia."


Ignora quem desconhece algo; logo, somos ignorantes em relação àquilo que não aprendemos. Por outro lado, a ignorância só pode ser revertida graças ao processo de aprendizagem.

[...]

Não raro a prepotência arrogante é confundida com a ignorância; na verdade a abriga inúmeras vezes. O arrogante, normalmente, tem um comportamento agressivo, por lhe faltar, muitas vezes, o conhecimento, as condições reais de argumentação qualificada exigidas, por exemplo, em uma situação na qual seja necessário o convencimento de terceiros. Esconde, assim, o não-conhecimento. A ignorância, embora possa encastelar-se de maneira razoavelmente confortável na arrogância, com a mesma não se confunde; antes, a última é útil à primeira.

[...]

Contrário da solidariedade, contrário da aprendizagem, a arrogância se subsume a ela própria. Assim, de tal maneira e por isso a arrogância não é privativa da ignorância, mas pode ser localizada entre aqueles que, por circunstâncias variadas, tiveram maior acesso e oportunidades dentro de uma sociedade pautada pela aparência e pela hipocrisia.

[...]

A burrice é paralisante, de tal modo que não poucas vezes é confundida com a autonegligência. A pessoa se habitua à sua burrice porque aceitou passivamente o estigma do qual é partícipe. Assim, quem se entende burro, assim se entende por assumir sua passividade, embora, inegavelmente, isso atinja sua auto-estima. Esse incomodo, contudo, ainda não é suficiente para retirá-la da sua zona de conforto e pô-la em processo de aprendizagem, enfim, movê-la em direção a um objetivo pessoal ou social. Toda aprendizagem implica em um movimento, em um vir-a-conhecer, em um desafio que confronta a inação mental e física.

Há, portanto, de distinguir-se esses três eixos, confundidos no cotidiano. Ignorância, burrice e arrogância são três infelicitações que mais não fazem do que interferir negativamente no processo de aprendizagem, no relacionamento social e no acesso aos meios de cultura.

[...]

Talvez por aí possamos compreender melhor o que significa a crise de autoridade que vivenciamos, a carência de líderes e a inconsistência de nossos argumentos. Pensar em tais fatos pode nos levar a concretizar decisões que gravitam em uma densidade e uma tensão da qual queremos, confortavelmente, fugir.

Admitamos: somos todos um pouco burros, um pouco ignorantes, um pouco arrogantes. Mas tem gente que é bem mais. Não nos coformemos, contudo; embora a pós-modernidade pregue em tudo o individualismo, resistamos e banquemos La Passionaria. O mundo, de modo geral, agradece.


[Extractos daqui]


Post Relacionado: Kundera's Ignorance






"A arrogância não é privativa da ignorância, mas pode ser localizada entre aqueles que, por circunstâncias variadas, tiveram maior acesso e oportunidades dentro de uma sociedade pautada pela aparência e pela hipocrisia."


Ignora quem desconhece algo; logo, somos ignorantes em relação àquilo que não aprendemos. Por outro lado, a ignorância só pode ser revertida graças ao processo de aprendizagem.

[...]

Não raro a prepotência arrogante é confundida com a ignorância; na verdade a abriga inúmeras vezes. O arrogante, normalmente, tem um comportamento agressivo, por lhe faltar, muitas vezes, o conhecimento, as condições reais de argumentação qualificada exigidas, por exemplo, em uma situação na qual seja necessário o convencimento de terceiros. Esconde, assim, o não-conhecimento. A ignorância, embora possa encastelar-se de maneira razoavelmente confortável na arrogância, com a mesma não se confunde; antes, a última é útil à primeira.

[...]

Contrário da solidariedade, contrário da aprendizagem, a arrogância se subsume a ela própria. Assim, de tal maneira e por isso a arrogância não é privativa da ignorância, mas pode ser localizada entre aqueles que, por circunstâncias variadas, tiveram maior acesso e oportunidades dentro de uma sociedade pautada pela aparência e pela hipocrisia.

[...]

A burrice é paralisante, de tal modo que não poucas vezes é confundida com a autonegligência. A pessoa se habitua à sua burrice porque aceitou passivamente o estigma do qual é partícipe. Assim, quem se entende burro, assim se entende por assumir sua passividade, embora, inegavelmente, isso atinja sua auto-estima. Esse incomodo, contudo, ainda não é suficiente para retirá-la da sua zona de conforto e pô-la em processo de aprendizagem, enfim, movê-la em direção a um objetivo pessoal ou social. Toda aprendizagem implica em um movimento, em um vir-a-conhecer, em um desafio que confronta a inação mental e física.

Há, portanto, de distinguir-se esses três eixos, confundidos no cotidiano. Ignorância, burrice e arrogância são três infelicitações que mais não fazem do que interferir negativamente no processo de aprendizagem, no relacionamento social e no acesso aos meios de cultura.

[...]

Talvez por aí possamos compreender melhor o que significa a crise de autoridade que vivenciamos, a carência de líderes e a inconsistência de nossos argumentos. Pensar em tais fatos pode nos levar a concretizar decisões que gravitam em uma densidade e uma tensão da qual queremos, confortavelmente, fugir.

Admitamos: somos todos um pouco burros, um pouco ignorantes, um pouco arrogantes. Mas tem gente que é bem mais. Não nos coformemos, contudo; embora a pós-modernidade pregue em tudo o individualismo, resistamos e banquemos La Passionaria. O mundo, de modo geral, agradece.


[Extractos daqui]


Post Relacionado: Kundera's Ignorance

Thursday, 24 March 2011

The Gender Debate: Reality Bites From The Youth* [R]





RECONCILE:


THE GENDER DEBATE


By Siphiwe Mpye




A female friend remembers with much disdain a column that appeared in this magazine aeons ago. It was an Off Ramp about the virtues of the independent black woman. The acerbic tone of the piece – which in parts ridiculed gold-diggers and gung-ho feminists – was unintended and in no way represented what I feel about all women. I only intended to highlight stereotypes that we perpetuate and the existence of a minority of women with ill intentions.

For example, there are men out there who still believe that women are out to get their money; that they have no place in serious business environments and are better suited to “lighter” pursuits such as public relations and so on. By the same token there are women who believe that the measure of success is showing off a R70 000 engagement extravagance from her “tycoon” fiancé and driving around in a BMW X5 paid for by the said banker, consortium chairman or newly moneyed cat with buddies in the government. I used these and other examples but my explanation was nonetheless lost on my friend who felt I had insulted women and was not sure if I was the man she has always known me to be. Whenever this pops up in conversation I maintain my stance and attempt to elaborate further in the hope of one day being understood. The importance of my resilience in this pursuit cannot be underplayed because there is a war going on out there and it is icier than the White House and the Kremlin in the days of the war that never was. It is the war between black men and black women.

(...)

I’m a journalist, my middle name is cynical – but some sort of platform for dialogue between black men and black women is urgently required if we are to unite to uplift a nation that was built on sacrifices by both sexes.

We need to start talking about our differences, and I speak not of the usual directionless, rowdy debates that end up creating more of a rift than effecting change. Both sides of the debate offer valid points but also present plenty of hogwash born from lack of understanding. Such a debate would strip down the clutter and hone in on the appropriate areas.


[***]




love not hate.


peace not war.

sister not slave.





“Who doesn’t want to be validated and respected by other human beings? Some men think the answer to that is: ‘WOMEN, OF COURSE’.


By Yazeed Kamaldien


I’m starting to wonder why men hate women so much. You see, the more I read newspapers and monitor what’s happening in our country, the more I feel that men must have something against women. If they don’t then why are they constantly abusing, raping or dehumanising women? Of course it’s not every man who behaves like this. But statistics are scary enough to make one wonder…

The government-funded Medical Research Council (MRC) released research findings earlier this year indicating that at least one South African woman is killed by her intimate partner every six hours. It also found that coloured women have twice the risk of being killed than other racial groups in our land with its brilliant and much hyped about constitution. Now that’s scary. Last year the MRC also found that women in abusive relationships with intimate sexual partners are more likely to get HIV from these men who deny them the right to be happy by instead making them their physical and emotional punch bags. This research study was done in Johannesburg’s biggest township, Soweto. The MRC found that half of 1 395 women interviewed experienced physical violence from their partners while 20 percent also experienced sexual abuse. A third of these women were HIV-positive and reported sexual violence more than others interviewed.

Okay, numbers aside, the bottom-line is that women are getting a double blow from men. Not only are they being abused but they’re also being infected with the incurable HIV-virus. Something seems rather unfair about all of this, don’t you think? It seems we are burying women alive in South Africa. It’s like we have no issues simply shoving them around. Sure, there are some shining examples of women who have made it in a seemingly man’s world. But that’s not the face of the majority of women, who live normal lives outside the bright lights, and who don’t have much.

By now we have to be asking ourselves some serious questions. Why are we allowing young girls and women to be raped in this country every day? Why are we allowing men to continue abusing women? What is it that we need to do to ensure women break free from oppressive men and stand on an equal footing as male counterparts?

(...)

And yes, you’ve already heard that old saying that respect is a two way street. Men demand respect and a platform and recognition and support not because they are men, but because they are human beings. And they get what they want because, unlike women, they automatically feel entitled to privileges – a right that society seems to bestow upon them from day one. But who doesn’t want to be validated by other human beings? Who doesn’t want to be respected? Who doesn’t want to feel that they are worthy of life? Some men clearly believe the answer to that is, ‘WOMEN, OF COURSE’.

And clearly it’s time we change the way some men think. So roll up those sleeves. We have work to do.


[***]



*These articles by two young South Africans were widely publicised in the local press during the first part of this decade. Revisiting them now (as South Africa prepares for the yearly August Women's Day celebrations) revealed to me just how much they are still factual and relevant not only to South African society but also to other countries in Africa (e.g. Angola!...) and elsewhere in the world.


[Full articles here]



First posted 28/07/10




RECONCILE:


THE GENDER DEBATE


By Siphiwe Mpye




A female friend remembers with much disdain a column that appeared in this magazine aeons ago. It was an Off Ramp about the virtues of the independent black woman. The acerbic tone of the piece – which in parts ridiculed gold-diggers and gung-ho feminists – was unintended and in no way represented what I feel about all women. I only intended to highlight stereotypes that we perpetuate and the existence of a minority of women with ill intentions.

For example, there are men out there who still believe that women are out to get their money; that they have no place in serious business environments and are better suited to “lighter” pursuits such as public relations and so on. By the same token there are women who believe that the measure of success is showing off a R70 000 engagement extravagance from her “tycoon” fiancé and driving around in a BMW X5 paid for by the said banker, consortium chairman or newly moneyed cat with buddies in the government. I used these and other examples but my explanation was nonetheless lost on my friend who felt I had insulted women and was not sure if I was the man she has always known me to be. Whenever this pops up in conversation I maintain my stance and attempt to elaborate further in the hope of one day being understood. The importance of my resilience in this pursuit cannot be underplayed because there is a war going on out there and it is icier than the White House and the Kremlin in the days of the war that never was. It is the war between black men and black women.

(...)

I’m a journalist, my middle name is cynical – but some sort of platform for dialogue between black men and black women is urgently required if we are to unite to uplift a nation that was built on sacrifices by both sexes.

We need to start talking about our differences, and I speak not of the usual directionless, rowdy debates that end up creating more of a rift than effecting change. Both sides of the debate offer valid points but also present plenty of hogwash born from lack of understanding. Such a debate would strip down the clutter and hone in on the appropriate areas.


[***]




love not hate.


peace not war.

sister not slave.





“Who doesn’t want to be validated and respected by other human beings? Some men think the answer to that is: ‘WOMEN, OF COURSE’.


By Yazeed Kamaldien


I’m starting to wonder why men hate women so much. You see, the more I read newspapers and monitor what’s happening in our country, the more I feel that men must have something against women. If they don’t then why are they constantly abusing, raping or dehumanising women? Of course it’s not every man who behaves like this. But statistics are scary enough to make one wonder…

The government-funded Medical Research Council (MRC) released research findings earlier this year indicating that at least one South African woman is killed by her intimate partner every six hours. It also found that coloured women have twice the risk of being killed than other racial groups in our land with its brilliant and much hyped about constitution. Now that’s scary. Last year the MRC also found that women in abusive relationships with intimate sexual partners are more likely to get HIV from these men who deny them the right to be happy by instead making them their physical and emotional punch bags. This research study was done in Johannesburg’s biggest township, Soweto. The MRC found that half of 1 395 women interviewed experienced physical violence from their partners while 20 percent also experienced sexual abuse. A third of these women were HIV-positive and reported sexual violence more than others interviewed.

Okay, numbers aside, the bottom-line is that women are getting a double blow from men. Not only are they being abused but they’re also being infected with the incurable HIV-virus. Something seems rather unfair about all of this, don’t you think? It seems we are burying women alive in South Africa. It’s like we have no issues simply shoving them around. Sure, there are some shining examples of women who have made it in a seemingly man’s world. But that’s not the face of the majority of women, who live normal lives outside the bright lights, and who don’t have much.

By now we have to be asking ourselves some serious questions. Why are we allowing young girls and women to be raped in this country every day? Why are we allowing men to continue abusing women? What is it that we need to do to ensure women break free from oppressive men and stand on an equal footing as male counterparts?

(...)

And yes, you’ve already heard that old saying that respect is a two way street. Men demand respect and a platform and recognition and support not because they are men, but because they are human beings. And they get what they want because, unlike women, they automatically feel entitled to privileges – a right that society seems to bestow upon them from day one. But who doesn’t want to be validated by other human beings? Who doesn’t want to be respected? Who doesn’t want to feel that they are worthy of life? Some men clearly believe the answer to that is, ‘WOMEN, OF COURSE’.

And clearly it’s time we change the way some men think. So roll up those sleeves. We have work to do.


[***]



*These articles by two young South Africans were widely publicised in the local press during the first part of this decade. Revisiting them now (as South Africa prepares for the yearly August Women's Day celebrations) revealed to me just how much they are still factual and relevant not only to South African society but also to other countries in Africa (e.g. Angola!...) and elsewhere in the world.


[Full articles here]



First posted 28/07/10

Friday, 11 March 2011

Rape: A Radical Analysis


From an African-American Perspective
[by Kalamu ya Salaam]

The struggle to eradicate sexism and develop African-American women is, in our opinion, a key and critical aspect of our people's struggle for a better and more beautiful life.

Sexism is the systematic repression and exploitation of one group of people by another group of people based on the criterion of sex. Sexism, as institutionalized in America today, manifests itself as the social and material male domination of women.

Sexism, like capitalism and racism, is a pervasive evil that must be rooted out and eradicated through conscious, uncompromising and consistent struggle. But smashing sexism will not be easy.

First, we must fight against the myth that sexism is not a major problem in the African-American community. Second, we must deepen our theoretical and analytical understanding of sexism so that we can know precisely how to proceed.

Our purpose in this presentation is to offer an analysis and theory of the phenomenon of rape, one of the most blatant and violent forms of sexual oppression. Hopefully this presentation will inspire women to fight back, will inspire men to be self-critical, and will inspire each reader to reassess their own thoughts and actions with respect to woman/man relationships in general and the sexist practice of rape in particular.


[Keep reading here]


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Systematic Rape Reported on The Border Angola-DRC

From an African-American Perspective
[by Kalamu ya Salaam]

The struggle to eradicate sexism and develop African-American women is, in our opinion, a key and critical aspect of our people's struggle for a better and more beautiful life.

Sexism is the systematic repression and exploitation of one group of people by another group of people based on the criterion of sex. Sexism, as institutionalized in America today, manifests itself as the social and material male domination of women.

Sexism, like capitalism and racism, is a pervasive evil that must be rooted out and eradicated through conscious, uncompromising and consistent struggle. But smashing sexism will not be easy.

First, we must fight against the myth that sexism is not a major problem in the African-American community. Second, we must deepen our theoretical and analytical understanding of sexism so that we can know precisely how to proceed.

Our purpose in this presentation is to offer an analysis and theory of the phenomenon of rape, one of the most blatant and violent forms of sexual oppression. Hopefully this presentation will inspire women to fight back, will inspire men to be self-critical, and will inspire each reader to reassess their own thoughts and actions with respect to woman/man relationships in general and the sexist practice of rape in particular.


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Sunday, 20 February 2011

A Irresponsabilidade do Vazio* [Revisto e Actualizado]




"(...) Age was respected among his people, but achievement was revered. As the elders said, if a child washed his hands he could eat with kings. Okonkwo had clearly washed his hands and so he ate with kings and elders."
Biyi Bandele [in Introduction to Chinua Achebe's Things Fall Apart - Penguim, 2001 edition]

N.B.: Chinua Achebe started writing Things Fall Apart, his magnum opus published three years later, in 1958, which has earned him the title of 'The Grandfather of African Literature', at the age of 25.




Olhamos para os cantos
Buscando um espaço
Anunciado tempo de sonho
Em espiral
No percurso das veias
Já corroídas pelo vazio, raiz da loucura
Se não preenchido a tempo.

[Extracto de Canto dos Olhos – A.S. in S.O.S.]




Juro por Deus [e desde ja’ Lhe peco perdao por invocar assim o Seu nome em vao – e’ que, cada vez mais, vou dando por mim regressando ‘a minha fe’ em Deus (ou, mais precisamente, em Jesus, meu xara’), dos meus tempos de infancia e adolescencia: quanto menos vou acreditando nos homens (e mulheres) deste mundo, mais necessidade vou sentindo de ter Alguem em quem acreditar!... Embora continue a detestar homilias!...] que tinha decidido ha’ ja’ bastante tempo nao voltar a deixar-me arrastar em discussoes inocuas com “surdos-mudos”, especialmente os do tipo arrogante ignorante e/ou intelectualmente desonesto. De facto, comecei a implementar essa decisao de forma efectiva no inicio deste ano com este "Thought for the Year" e, em seguida, ao longo das ultimas semanas, com a retirada progressiva de todos os posts real ou potencialmente polemicos que neste blog publiquei, em particular os relacionados com uma certa tristemente celebre campanha

Neles se incluiam os que escrevi, ainda nos primordios deste blog, sob o titulo generico “Makas na Sanzala”, sobre algumas das “homilias” de Mia Couto (MC). Nao e’, portanto, sem alguma relutancia que me sinto compelida a voltar a escrever a proposito de mais uma delas – o que, muito a contragosto, me levou a ter que ‘repostar’ alguns dos posts relacionados que ja’ havia retirado. Ja’ ha’ muito nao recebia, por email, tais “homilias” – mais precisamente desde a que ficou mais conhecida pelo “sejamos claros” –, pelo que me desgostou sobremaneira voltar agora a receber mais uma dessas missivas em forma de “arma de arremesso” (transcrita no final deste texto)…

E’ entitulada “O Peso do Vazio” (o que me recorda uma outra, de Pepetela, entitulada “O Horror do Vazio” – e’, o vazio parece estar na moda!… Ja' agora, um outro 'tipo de vazio', o do bolso, pode ser encontrado aqui) e, de tao aparentemente aimless, soou-me, recorrendo ao rico vocabulario do seu mui distinto e consagrado autor, oca, bacoca, vazia e… irresponsavel!


[Kant - by Yinka Shonibare]


[Continua aqui]


Posts relacionados:

Vultures

Falando do Homem Novo

Falando de Intelectualismo(s)

African Intellectuals in the Belly of the Beast



*Aparentemente, esta foi a "resposta" de Mia Couto a este post: "Os Falsaportes" - o qual, por sua vez, podera' ser lido em referencia a este.








"(...) Age was respected among his people, but achievement was revered. As the elders said, if a child washed his hands he could eat with kings. Okonkwo had clearly washed his hands and so he ate with kings and elders."
Biyi Bandele [in Introduction to Chinua Achebe's Things Fall Apart - Penguim, 2001 edition]

N.B.: Chinua Achebe started writing Things Fall Apart, his magnum opus published three years later, in 1958, which has earned him the title of 'The Grandfather of African Literature', at the age of 25.




Olhamos para os cantos
Buscando um espaço
Anunciado tempo de sonho
Em espiral
No percurso das veias
Já corroídas pelo vazio, raiz da loucura
Se não preenchido a tempo.

[Extracto de Canto dos Olhos – A.S. in S.O.S.]




Juro por Deus [e desde ja’ Lhe peco perdao por invocar assim o Seu nome em vao – e’ que, cada vez mais, vou dando por mim regressando ‘a minha fe’ em Deus (ou, mais precisamente, em Jesus, meu xara’), dos meus tempos de infancia e adolescencia: quanto menos vou acreditando nos homens (e mulheres) deste mundo, mais necessidade vou sentindo de ter Alguem em quem acreditar!... Embora continue a detestar homilias!...] que tinha decidido ha’ ja’ bastante tempo nao voltar a deixar-me arrastar em discussoes inocuas com “surdos-mudos”, especialmente os do tipo arrogante ignorante e/ou intelectualmente desonesto. De facto, comecei a implementar essa decisao de forma efectiva no inicio deste ano com este "Thought for the Year" e, em seguida, ao longo das ultimas semanas, com a retirada progressiva de todos os posts real ou potencialmente polemicos que neste blog publiquei, em particular os relacionados com uma certa tristemente celebre campanha

Neles se incluiam os que escrevi, ainda nos primordios deste blog, sob o titulo generico “Makas na Sanzala”, sobre algumas das “homilias” de Mia Couto (MC). Nao e’, portanto, sem alguma relutancia que me sinto compelida a voltar a escrever a proposito de mais uma delas – o que, muito a contragosto, me levou a ter que ‘repostar’ alguns dos posts relacionados que ja’ havia retirado. Ja’ ha’ muito nao recebia, por email, tais “homilias” – mais precisamente desde a que ficou mais conhecida pelo “sejamos claros” –, pelo que me desgostou sobremaneira voltar agora a receber mais uma dessas missivas em forma de “arma de arremesso” (transcrita no final deste texto)…

E’ entitulada “O Peso do Vazio” (o que me recorda uma outra, de Pepetela, entitulada “O Horror do Vazio” – e’, o vazio parece estar na moda!… Ja' agora, um outro 'tipo de vazio', o do bolso, pode ser encontrado aqui) e, de tao aparentemente aimless, soou-me, recorrendo ao rico vocabulario do seu mui distinto e consagrado autor, oca, bacoca, vazia e… irresponsavel!


[Kant - by Yinka Shonibare]


[Continua aqui]


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Vultures

Falando do Homem Novo

Falando de Intelectualismo(s)

African Intellectuals in the Belly of the Beast



*Aparentemente, esta foi a "resposta" de Mia Couto a este post: "Os Falsaportes" - o qual, por sua vez, podera' ser lido em referencia a este.





Wednesday, 16 February 2011

Global Elites: Do they serve the masses?





There's an interesting live debate on the subject (now about to close) being held by The Economist here.




Some previous Economist Debates with specific interest to Africa:


Egypt


A debate is raging not just in Arab countries but all over the world about whether democracy in Egypt is possible or even desirable. Will Egypt embrace democracy in the next year? Will autocracy prevail? Or will Egypt descend into chaos?

[here]


China's growing involvement in Africa


What is China doing for Africa? The Asian giant is hungry for resources—oil, notably, but minerals and land too—that are abundant on the continent. China also wants strong political ties, for example to build alliances at the United Nations and at global summits. Increasingly, too, Chinese are migrating to Africa. The result is increased trade and investment and a powerful counterweight to Western and former colonial interest in Africa. But there is a downside too. Alliances with China help to protect undemocratic and repressive African governments. China's presence in Zambia, for example, has stirred fierce resentment and accusations of neo-colonial meddling. Lack of concern for human rights or transparency risks bringing just the wrong sort of development to parts of Africa. Chinese imports are helping to smash Africa's putative manufacturing sector to bits. For the average African, might the presence of China be a mixed blessing?

[here]


Cities



Just over half the world's population now call cities home. Soon some 500 cities around the world will have more than 1m people each. Within a couple of decades, says the UN, 5 billion people will live in cities, with the most rapid rise in the number of urban dwellers coming in Asia and Africa. Urbanisation typically comes, in the long term, with great gains to human development: it helps to create wealth, spur innovation, encourage freedom and improve the education of those who make it to town. But the rapid spread of sprawling, ill-planned mega cities, the rise of slums that are home to millions of the poor, the dreadful pollution and congestion common to many fast-growing cities, the rising power of urban gangs and even paramilitary forces in some countries, all suggest that too-rapid growth can harm, as well as improve, the residents' quality of life. So should, and could, the growth of cities be restricted, and by whom? Would restrictions improve the lives of city dwellers—and what of the lives of those left outside the city walls?

[here]


International Trade


Driven in part by a progressive lowering of barriers to trade in both rich and developing countries, global trade expanded faster in the decades leading up to the crisis than the global economy grew. Economists argue that free trade makes everyone better off, allowing more, and more varied, goods, and lower prices, than would otherwise be possible. Some also argue that it leads to faster economic growth and less poverty.

Some critics of free trade argue, however, that its supposed benefits for poor people and developing countries are illusory. Trade, they say, benefits rich countries at the expense of poor ones, increasing inequality between nations. Others say that it hurts rich-country workers, particularly the less skilled, thus increasing economic equality within rich countries. All would rather that the world concentrate its efforts on making trade "fairer" rather than further attempt to reduce trade barriers.

What does the balance of the evidence say? What does it actually mean to make trade fairer? Fairer for whom? Must the two goals be mutually exclusive?

[here]


Language


The idea that language influences thought is a profound, exciting and possibly disturbing one. It has often been used to exoticise other languages: in the 1930s, Benjamin Lee Whorf wrote that Hopi had no words for time (like days and months), and therefore perceived time far differently than European-language speakers do. The belief that language shapes thought also has political implications: in "Nineteen Eighty-Four", George Orwell imagined a dystopia in which government banned subversive words, making the associated thoughts unthinkable. Even in this decade, a group of French activists have proposed making French the sole language of European law, because of its purported great "rigour" and "precision". Does the language we speak shape how we think?

[here]





There's an interesting live debate on the subject (now about to close) being held by The Economist here.




Some previous Economist Debates with specific interest to Africa:


Egypt


A debate is raging not just in Arab countries but all over the world about whether democracy in Egypt is possible or even desirable. Will Egypt embrace democracy in the next year? Will autocracy prevail? Or will Egypt descend into chaos?

[here]


China's growing involvement in Africa


What is China doing for Africa? The Asian giant is hungry for resources—oil, notably, but minerals and land too—that are abundant on the continent. China also wants strong political ties, for example to build alliances at the United Nations and at global summits. Increasingly, too, Chinese are migrating to Africa. The result is increased trade and investment and a powerful counterweight to Western and former colonial interest in Africa. But there is a downside too. Alliances with China help to protect undemocratic and repressive African governments. China's presence in Zambia, for example, has stirred fierce resentment and accusations of neo-colonial meddling. Lack of concern for human rights or transparency risks bringing just the wrong sort of development to parts of Africa. Chinese imports are helping to smash Africa's putative manufacturing sector to bits. For the average African, might the presence of China be a mixed blessing?

[here]


Cities



Just over half the world's population now call cities home. Soon some 500 cities around the world will have more than 1m people each. Within a couple of decades, says the UN, 5 billion people will live in cities, with the most rapid rise in the number of urban dwellers coming in Asia and Africa. Urbanisation typically comes, in the long term, with great gains to human development: it helps to create wealth, spur innovation, encourage freedom and improve the education of those who make it to town. But the rapid spread of sprawling, ill-planned mega cities, the rise of slums that are home to millions of the poor, the dreadful pollution and congestion common to many fast-growing cities, the rising power of urban gangs and even paramilitary forces in some countries, all suggest that too-rapid growth can harm, as well as improve, the residents' quality of life. So should, and could, the growth of cities be restricted, and by whom? Would restrictions improve the lives of city dwellers—and what of the lives of those left outside the city walls?

[here]


International Trade


Driven in part by a progressive lowering of barriers to trade in both rich and developing countries, global trade expanded faster in the decades leading up to the crisis than the global economy grew. Economists argue that free trade makes everyone better off, allowing more, and more varied, goods, and lower prices, than would otherwise be possible. Some also argue that it leads to faster economic growth and less poverty.

Some critics of free trade argue, however, that its supposed benefits for poor people and developing countries are illusory. Trade, they say, benefits rich countries at the expense of poor ones, increasing inequality between nations. Others say that it hurts rich-country workers, particularly the less skilled, thus increasing economic equality within rich countries. All would rather that the world concentrate its efforts on making trade "fairer" rather than further attempt to reduce trade barriers.

What does the balance of the evidence say? What does it actually mean to make trade fairer? Fairer for whom? Must the two goals be mutually exclusive?

[here]


Language


The idea that language influences thought is a profound, exciting and possibly disturbing one. It has often been used to exoticise other languages: in the 1930s, Benjamin Lee Whorf wrote that Hopi had no words for time (like days and months), and therefore perceived time far differently than European-language speakers do. The belief that language shapes thought also has political implications: in "Nineteen Eighty-Four", George Orwell imagined a dystopia in which government banned subversive words, making the associated thoughts unthinkable. Even in this decade, a group of French activists have proposed making French the sole language of European law, because of its purported great "rigour" and "precision". Does the language we speak shape how we think?

[here]