How are GDP and inflation affected by a temporary increase in the interest rate or a tax cut? What happens if a central bank makes a permanent change in its inflation target or a government modifies its objective for budgetary balance? This year's Laureates in economic sciences have developed methods for answering these and many of other questions regarding the causal relationship between economic policy and different macroeconomic variables such as GDP, inflation, employment and investments.
The Sveriges Riksbank Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel 2011 was awarded jointly to Thomas J. Sargent and Christopher A. Sims "for their empirical research on cause and effect in the macroeconomy."
Ora aqui esta’ um Premio Nobel da Economia que, tal como este e este, e ao contrario deste, por exemplo, me desperta particular interesse por incidir sobre uma area da ciencia economica especialmente relevante para a actual crise economica mundial e tambem para os meus proprios interesses academico-profissionais: “causas e efeitos em macroeconomia”, em particular “a complexa interrelacao entre o estado e a politica do banco central e as expectativas dos cidadaos e dos agentes economicos e, mais incisivamente, sobre como essas expectativas influenciam a formulacao de politicas e os possiveis impactos da sua implementacao.”
De acordo com a Academia Nobel, "One of the main tasks of macroeconomic research is to comprehend how both shocks and systematic policy shifts affect macroeconomic variables in the short and long run". "Sargent's and Sims's awarded research contributions have been indispensable to this work."
Lembro-me que foi nao sem algum desconforto, para dizer o minimo, que, no auge de uma certa ja’ tristemente celebre e estafada 'campanha' contra a minha pessoa, me vi confrontada com ‘insinuacoes’ e ate' mesmo ‘acusacoes’ de que, ao ‘demonstrar alguma relutancia em falar sobre economia neste blog’ eu estaria a consubstanciar “suspeitas de que tinha diplomas falsos”, o que para alem do mais “era corroborado por eu nao ter sido capaz de ‘antever’ esta crise”!...
Na altura limitei-me a “responder” a tais verdadeiros insultos e calunias de baixo coturno com a mui modesta (como convem a uma "professora primaria") mini-serie “Desembrulhando a Crise” , em cuja primeira parte remetia os leitores ao meu mui esforcado artigo “Politica, Futebol e Algumas Consideracoes sobre a Actual Conjuntura Economica Angolana”, recentemente respigado aqui a proposito dos ultimos relatorios do Forum Economico Mundial, com isso pretendendo indicar basicamente que os fundamentals da analise macroeconomica, em que me referia explicitamente ao papel das expectativas [*], que tinha feito naquele artigo, salvaguardadas as devidas proporcoes e distancias e considerados os diferentes contextos, mantinham-se validos para os factores explicativos da ‘crise financeira’ que de la’ a esta parte se transformou em ‘crise economica’ global.[**]
E e’ tambem um pouco essa a resposta dos laureados de hoje as expectativas que se geraram a volta da sua capacidade de oferecerem previsoes e solucoes para esta crise: "If I had a simple answer to that I would have been spreading it around the world ... It requires a lot of slow work looking at data, unfortunately", respondeu Sims, enquanto Sargent dizia "We're just bookish types that look at numbers and try to figure out what's going on". "We try to experiment in our models before we wreck the world." Mas, para ambos: "The methods that I have used and that Tom has developed are essential to finding our way out of this mess."
{extractos daqui}
Uma outra questao actual abordada nessa entrevista foi a da possivel "derrocada" do Euro: "Panics and crises, ... what's going on in Europe now with the euro, that's all about expectations about what other people are going to do". Sobre essa questao gostaria de sugerir aos leitores esta materia (que tambem pode servir como um exemplo do 'slow work looking at data' a que Sims se referia), em que nao so' me debruco sobre a (tortuosa) evolucao do Euro, como tambem sobre a "implosao" financeira da Argentina pelo menos em parte devido ao mesmo jogo de causas e efeitos macroeconomicos que estiveram na base da crise que estamos com ela.
Em suma, o que os laureados de hoje mui modesta e pacientemente nos ensinam acima de tudo (... para quem saiba ler e ainda precise dessa licao...) e' que there's no such thing as "macroeconomia 'a prova de balas"!...
[*] (...) "É neste contexto que, no quadro da teoria das expectativas racionais, se diz que, atravéz da ilusão monetária (ou do “fetichismo da moeda”, na versão marxista) e do desfasamento temporal entre as medidas de estabilização macroeconómica, “pode-se enganar alguns agentes económicos por algum tempo, mas não todos ao mesmo tempo, nem o tempo todo”… Na verdade, os factores que mais têm contribuido para uma melhoria das expectativas dos investidores estrangeiros e as condições mais favoráveis das linhas de crédito concedidas a Angola (para além, obviamente, das esperadas altas taxas de retorno do investimento nos sectores extractivo e terciário) são a paz, que parece consolidada, e as expectativas de estabilidade política e normalidade institucional que se esperam obter com a realização das eleições; não necessáriamente a “estabilidade macroeconómica” num país que, infelizmente, ainda se conta entre os mais corruptos do mundo e com um dos mais baixos índices de desenvolvimento humano, numa economia em que nem a própria classe dirigente parece ter confiança, a julgar pelos seus investimentos imobiliários e outros no estrangeiro e pela expatriação de capitais obtidos de forma pouco transparente para os mais famosos paraísos fiscais do mundo.(...)"
[**] "(...) Em suma, estamos perante uma economia ostentando um enorme “gap”, potencialmente suicidário (a menos que o sector secundário comece realmente a reerguer-se em força no mais curto prazo) entre os sectores primário (extractivo e exportador) e o terciário (liderado pela banca), o qual, à semelhança de qualquer dos balões de ar que venhem rebentando episódicamente nos mercados financeiros e de capitais internacionais, poderá estoirar quando menos se esperar ou, na melhor das hipóteses, continuar ainda por muito tempo a fluctuar, qual economia virtual, acima do real alcance do cidadão comum.(...)"
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