Saturday 29 May 2010

Noticias do meu pais

O Kudibanguela, a partir do momento em que deixou de servir os interesses do MPLA, foi extinto. O Presidente Neto, que havia «assinado por baixo» quando a ideia de criação do programa lhe foi apresentada, não teve de decretar a sua extinção: convidou a equipa para um jantar, no decurso do qual anunciou que, a partir daquele dia… não mais kudibanguela. Ele disse para nós, nesse jantar, cito: «…camaradas, convém ao MPLA que o Kudibanguela não mais vá para o ar…»
(...)
Da equipa do Kudibanguela faziam parte: Manuel Neto (MBala), coordenador e na altura DG da RNA; Adelino Santos (Betinho); Costa Benjamim NGalangandja; Emanuel Costa (Manino); Rui Malaquias (Ngila); Colosso; Evaristo Rocha; Ricardina Rocha (Didina). Na Rádio Nacional fomos assessorados na sonoplastia pelo Fernando Neves, o Artur Arriscado e o Óscar Gourgel, que em momento algum foram tidos como membros da equipa. Do Kudibanguela mesmo restamos quatro para contar a história.

Emanuel de Jesus Conceição Costa «Manino»
(in Semanario Angolense, edicao #369, pp. 7-9)



Manuel Bernardo Neto (MBala) - meu cunhado (marido da minha irma mais velha, que tambem viria a ser presa do 27 de Maio durante cerca de dois anos). Com ele aprendi a jogar xadrez (ele tinha-o aprendido quando esteve preso pela Pide em S. Nicolau no periodo colonial, tendo sido libertado na sequencia do 25 de Abril). Vi-o pela ultima vez no domingo anterior ao 27/05/77, durante um almoco de familia em casa da minha mae, que terminara numa acesa discussao politico-ideologica entre ele e um outro meu cunhado, o Waldemar Parreira, o Dumas, [ligado a OCA - Organizacao Comunista de Angola - e que tambem viria a ser preso durante varios meses na cadeia de Sao Paulo (...onde, ja' depois de regressada do Lubango, fui algumas vezes com a mulher dele, a minha outra irma, a artista plastica Maria Teresa Santana, a.k.a. Mawete vo Teka-Sala, a Tekas, ajuda-la a levar-lhe o farnel - com um volume de Herminios mandados pelo Tirso pelo meio - a que so' a partir de determinada altura alguns prisioneiros passaram a ter direito uma vez por semana, ou de 15 em 15 dias... enquanto aguardavamos a nossa vez de sermos chamadas pela seguranca - que passava tudo a pente fino antes de autorizar a entrada do que quer que fosse la' para dentro - por entre o verdadeiro arraial de fraternidades familiares que ali se reunia em frente a cadeia, eu via como alguns prisioneiros se acotovelavam em algumas celas de onde se podia ver por sobre os muros, para verem quem ali estava, quem tinha vindo... tentava ansiosamente reconhece-los, mas as grades e a distancia nao o permitiam... despedia-me com um adeus, retribuido nao sei por quem - ate' hoje...) e depois expulso para Portugal] ... Esta e' a primeira vez que vejo o nome do MBala mencionado em qualquer relato sobre o 27 de Maio (ressalvando aqui que ainda nao li todos os que ate' agora foram publicados).

[Paz A Sua Alma]



E por falar da minha irma mais velha (tambem mencionada aqui), a (tambem) economista Maria Elisa Santana, a Nanay, foi ela que, com o MBala, trouxe ao mundo o autor deste livro. Foram dela tambem as palavras que se seguem, publicadas ha' 3 anos no espaco de comentarios a este post.



Forca Ana Koluki!

Acho que estas a encaminhar o assunto super bem, contudo depois de checkar o blog em quest~ao, ja ha uns dias e mesmo agora, nao posso deixar de sentir uma raiva enorme pelo facto de a situacao social/cultural/historica/economica do pais estar de tal modo distorcida que intrusos e usurpadores como e' claramente o caso dessa criatura ou aberracao da natureza, se possam arrogar nao so a intrometer-se e banalizar assuntos ta~o profundamente nossos e sagrados, como e' o caso 27Maio,"fraccionismo" , a tragedia Nacional,que roubou a Nacao Angolana de mais de 40 mil jovens (estimativas da Amnistia Internacional), numero que pessoalmente nao disputo, porque so' eu e mais duas pessoas proximas em 1991 compilamos de entre os nossos conhecimentos pessoais uma lista de mais de 200 nomes isso foi para uma entrevista que eu dei nesse ano para essa organizacao AI, se considerarmos que esses jovens na sua grande maioria eram justamente os que mais activamente e abertamente continuavam a bater-se pela independencia de Angola no seu sentido mais amplo, jovens esses que incondicionalmente se dedicaram e profundamente acreditaram no MPLA e seu Lider A.Neto, que de facto foram a pedra angular para o MPLA ascender ao poder nas condico~es em que o fez, porque sem eles, sua determinacao e dedicacao combinada com inexperiencia+ingenuidade de que so' jovens sao capazes(celulas urbanas e gerrilha da primeira regi~ao), nem com dez vezes mais apoio da esquerda Portuguesa Rosas ou Gagos Coutinhos, O Sr. "M" , face a sua desarticulacao interna e campanha militar UNITA/FNLA e atitude de nao reconciliacao, nao teria a menor chance!

O facto 'e que o MPLA com este, "fracionismo" que de facto so, fracionismo 'e um anocronismo endemico do grande "M", o 27 de Maio foi apenas o mais visivel, porque conseguiu nao deixar uma unica familia Angolana, nem mesmo a familia do presidende Neto, de facto foi uma das mais proficuas, com pelo menos 3 viti'mas, todas as familias Angolanas com ligacoes urbanas foram afectadas = perca de familiar, amigo ou conhecido morto=desaparecido, preso ou desempregado (lembrar que o Estado era o unico empregador em 1977) consumou de facto em grande medida o "Wipe off" de uma geracao. Os anacronismos do grande "M" com os seus efeitos de devastacao no tecido politico, social e cultural do Pais, nao fica por ai, continua com a desafectacao dos jovens DISAS utilisados, que na sua maioria sucumbiram ou estao mentalmente desarticulados, do exodo de jovens para as pedreiras portuguesas, ngundas Britanicas e so' NGana Zambi sabe para que paises mais, o talento angolano de todos tamanhos e graus porque o facto e' que Angola independente produz mais emigrantes que Angola colonisada e em contra-partida nutre e acolhe aberracoes como a criatura em causa, que enquanto, paga a peso de ouro com os recursos petroliferos do Pais, dos Angolanos certamente deve apreciar deleitada enquanto acessa a internet,como so' ela sabe e pode... com ar condicionado ligado, jantar de 5 estrelas feito pelo cozinheiro Mavunga casa limpa pela servente Massanga... ao longe ela deve ver da janela do quarto dela e achar muito romantico o bambolear das labaredas, feitas de lenha de pau preto, rosa ou ferro, que sao a unica fonte de energia possivel para cozinhar a unica refeicao do dia da familia do Mavunga e a melhor oportunidade de escolarizacao da filha da Massanga, que passou dia na Lavra, porque o programa da FESA ainda nao chegou ate a sanzala dela para construir uma escola ou coisa alguma, e entao pode ver o rosto da avo dela Mbembo, iluminado pelas labaredas, chorar os contos de antigamente de quando Angola era colonia...que devem provocar na miuda Ufolo um desejo de conhecer tal "maravilha".
Enquanto isso a Internauta do Malongo certamente que se cruza nos corredores da petrolifera com o engenheiro NVunda, que ha 5 mais anos esta a tentar construir uma casa de blocos no Jacare, que
deve ser casado com a Dra Luegi, formada em Cuba e continua desempregada, porque ainda na~o conseguiu fundos suficientes para abrir a propria clinica nem foi aceite em nenhuma das parcerias de saude privada, porque nao e de nenhuma das "familias".

Acho que a minha raiva diminuiu, mas algem tem de repor a
legalidade, a dignidade, o nacionalismo, recuperar a Historia a Nacao para os
Angolanos e nao deixar brecha nem clima para Desgracas abjectas como a criatura em causa possam nem mesmo conjecturar, que quando lhes e dada a oportunidade de trabalhar/viver nababescamente em Angola tenham qualquer outro assunto com Angola ou Angolanos, para alem de prestar o servico para o qual sao pagos anyway....

I did flag the thing, but did not get the sense that it is
effective!”

O Kudibanguela, a partir do momento em que deixou de servir os interesses do MPLA, foi extinto. O Presidente Neto, que havia «assinado por baixo» quando a ideia de criação do programa lhe foi apresentada, não teve de decretar a sua extinção: convidou a equipa para um jantar, no decurso do qual anunciou que, a partir daquele dia… não mais kudibanguela. Ele disse para nós, nesse jantar, cito: «…camaradas, convém ao MPLA que o Kudibanguela não mais vá para o ar…»
(...)
Da equipa do Kudibanguela faziam parte: Manuel Neto (MBala), coordenador e na altura DG da RNA; Adelino Santos (Betinho); Costa Benjamim NGalangandja; Emanuel Costa (Manino); Rui Malaquias (Ngila); Colosso; Evaristo Rocha; Ricardina Rocha (Didina). Na Rádio Nacional fomos assessorados na sonoplastia pelo Fernando Neves, o Artur Arriscado e o Óscar Gourgel, que em momento algum foram tidos como membros da equipa. Do Kudibanguela mesmo restamos quatro para contar a história.

Emanuel de Jesus Conceição Costa «Manino»
(in Semanario Angolense, edicao #369, pp. 7-9)



Manuel Bernardo Neto (MBala) - meu cunhado (marido da minha irma mais velha, que tambem viria a ser presa do 27 de Maio durante cerca de dois anos). Com ele aprendi a jogar xadrez (ele tinha-o aprendido quando esteve preso pela Pide em S. Nicolau no periodo colonial, tendo sido libertado na sequencia do 25 de Abril). Vi-o pela ultima vez no domingo anterior ao 27/05/77, durante um almoco de familia em casa da minha mae, que terminara numa acesa discussao politico-ideologica entre ele e um outro meu cunhado, o Waldemar Parreira, o Dumas, [ligado a OCA - Organizacao Comunista de Angola - e que tambem viria a ser preso durante varios meses na cadeia de Sao Paulo (...onde, ja' depois de regressada
do Lubango, fui algumas vezes com a mulher dele, a minha outra irma, a artista plastica Maria Teresa Santana, a.k.a. Mawete vo Teka-Sala, a Tekas, ajuda-la a levar-lhe o farnel - com um volume de Herminios mandados pelo Tirso pelo meio - a que so' a partir de determinada altura alguns prisioneiros passaram a ter direito uma vez por semana, ou de 15 em 15 dias... enquanto aguardavamos a nossa vez de sermos chamadas pela seguranca - que passava tudo a pente fino antes de autorizar a entrada do que quer que fosse la' para dentro - por entre o verdadeiro arraial de fraternidades familiares que ali se reunia em frente a cadeia, eu via como alguns prisioneiros se acotovelavam em algumas celas de onde se podia ver por sobre os muros, para verem quem ali estava, quem tinha vindo... tentava ansiosamente reconhece-los, mas as grades e a distancia nao o permitiam... despedia-me com um adeus, retribuido nao sei por quem - ate' hoje...) e depois expulso para Portugal] ... Esta e' a primeira vez que vejo o nome do MBala mencionado em qualquer relato sobre o 27 de Maio (ressalvando aqui que ainda nao li todos os que ate' agora foram publicados).

[Paz A Sua Alma]



E por falar da minha irma mais velha (tambem mencionada aqui), a (tambem) economista Maria Elisa Santana, a Nanay, foi ela que, com o MBala, trouxe ao mundo o autor deste livro. Foram dela tambem as palavras que se seguem, publicadas ha' 3 anos no espaco de comentarios a este post.



Forca Ana Koluki!

Acho que estas a encaminhar o assunto super bem, contudo depois de checkar o blog em quest~ao, ja ha uns dias e mesmo agora, nao posso deixar de sentir uma raiva enorme pelo facto de a situacao social/cultural/historica/economica do pais estar de tal modo distorcida que intrusos e usurpadores como e' claramente o caso dessa criatura ou aberracao da natureza, se possam arrogar nao so a intrometer-se e banalizar assuntos ta~o profundamente nossos e sagrados, como e' o caso 27Maio,"fraccionismo" , a tragedia Nacional,que roubou a Nacao Angolana de mais de 40 mil jovens (estimativas da Amnistia Internacional), numero que pessoalmente nao disputo, porque so' eu e mais duas pessoas proximas em 1991 compilamos de entre os nossos conhecimentos pessoais uma lista de mais de 200 nomes isso foi para uma entrevista que eu dei nesse ano para essa organizacao AI, se considerarmos que esses jovens na sua grande maioria eram justamente os que mais activamente e abertamente continuavam a bater-se pela independencia de Angola no seu sentido mais amplo, jovens esses que incondicionalmente se dedicaram e profundamente acreditaram no MPLA e seu Lider A.Neto, que de facto foram a pedra angular para o MPLA ascender ao poder nas condico~es em que o fez, porque sem eles, sua determinacao e dedicacao combinada com inexperiencia+ingenuidade de que so' jovens sao capazes(celulas urbanas e gerrilha da primeira regi~ao), nem com dez vezes mais apoio da esquerda Portuguesa Rosas ou Gagos Coutinhos, O Sr. "M" , face a sua desarticulacao interna e campanha militar UNITA/FNLA e atitude de nao reconciliacao, nao teria a menor chance!

O facto 'e que o MPLA com este, "fracionismo" que de facto so, fracionismo 'e um anocronismo endemico do grande "M", o 27 de Maio foi apenas o mais visivel, porque conseguiu nao deixar uma unica familia Angolana, nem mesmo a familia do presidende Neto, de facto foi uma das mais proficuas, com pelo menos 3 viti'mas, todas as familias Angolanas com ligacoes urbanas foram afectadas = perca de familiar, amigo ou conhecido morto=desaparecido, preso ou desempregado (lembrar que o Estado era o unico empregador em 1977) consumou de facto em grande medida o "Wipe off" de uma geracao. Os anacronismos do grande "M" com os seus efeitos de devastacao no tecido politico, social e cultural do Pais, nao fica por ai, continua com a desafectacao dos jovens DISAS utilisados, que na sua maioria sucumbiram ou estao mentalmente desarticulados, do exodo de jovens para as pedreiras portuguesas, ngundas Britanicas e so' NGana Zambi sabe para que paises mais, o talento angolano de todos tamanhos e graus porque o facto e' que Angola independente produz mais emigrantes que Angola colonisada e em contra-partida nutre e acolhe aberracoes como a criatura em causa, que enquanto, paga a peso de ouro com os recursos petroliferos do Pais, dos Angolanos certamente deve apreciar deleitada enquanto acessa a internet,como so' ela sabe e pode... com ar condicionado ligado, jantar de 5 estrelas feito pelo cozinheiro Mavunga casa limpa pela servente Massanga... ao longe ela deve ver da janela do quarto dela e achar muito romantico o bambolear das labaredas, feitas de lenha de pau preto, rosa ou ferro, que sao a unica fonte de energia possivel para cozinhar a unica refeicao do dia da familia do Mavunga e a melhor oportunidade de escolarizacao da filha da Massanga, que passou dia na Lavra, porque o programa da FESA ainda nao chegou ate a sanzala dela para construir uma escola ou coisa alguma, e entao pode ver o rosto da avo dela Mbembo, iluminado pelas labaredas, chorar os contos de antigamente de quando Angola era colonia...que devem provocar na miuda Ufolo um desejo de conhecer tal "maravilha".
Enquanto isso a Internauta do Malongo certamente que se cruza nos corredores da petrolifera com o engenheiro NVunda, que ha 5 mais anos esta a tentar construir uma casa de blocos no Jacare, que
deve ser casado com a Dra Luegi, formada em Cuba e continua desempregada, porque ainda na~o conseguiu fundos suficientes para abrir a propria clinica nem foi aceite em nenhuma das parcerias de saude privada, porque nao e de nenhuma das "familias".

Acho que a minha raiva diminuiu, mas algem tem de repor a
legalidade, a dignidade, o nacionalismo, recuperar a Historia a Nacao para os
Angolanos e nao deixar brecha nem clima para Desgracas abjectas como a criatura em causa possam nem mesmo conjecturar, que quando lhes e dada a oportunidade de trabalhar/viver nababescamente em Angola tenham qualquer outro assunto com Angola ou Angolanos, para alem de prestar o servico para o qual sao pagos anyway....

I did flag the thing, but did not get the sense that it is
effective!”

Friday 28 May 2010

Just Poetry (XVIII)

RUMO

[Ao Tilito* - um dos jovens desaparecidos do 27 de Maio em Malange]


porque te vais assim
tão logo a festa
é só pouca
já bates na boca,
o olhar tão curto

pareces a
unha lisa
andante

porque te vais assim
perto do abraço o beijo
na boca o hálito do adeus

como a hulha
leve
ondulante

porquê logo assim
na festa a mão
da palavra o sopro,

de vertigem na têmpora
tu vais
rumo ao sul
olhando o poente.


[A.S. in S.O.S.]


* O Tilito era o coordenador da JMPLA de Malange. Conheci-o aquando de uma reuniao provincial das estruturas juvenis locais, em que participei pelo DOM nacional em 1976, ou ja' 1977 - nao me lembro bem agora. Durante cerca de duas semanas partilhei com aquelas dezenas de jovens os seus entusiasmos, criticas e angustias. Lembro-me da camarata em que eles dormiam durante aqueles dias - nao me espantaria nada se alguem me viesse dizer que todos os ocupantes daquela camarata acabaram sendo vitimas do "27" de uma maneira ou de outra, entre mortos, presos e "marcados" para o resto da vida...
RUMO

[Ao Tilito* - um dos jovens desaparecidos do 27 de Maio em Malange]


porque te vais assim
tão logo a festa
é só pouca
já bates na boca,
o olhar tão curto

pareces a
unha lisa
andante

porque te vais assim
perto do abraço o beijo
na boca o hálito do adeus

como a hulha
leve
ondulante

porquê logo assim
na festa a mão
da palavra o sopro,

de vertigem na têmpora
tu vais
rumo ao sul
olhando o poente.


[A.S. in
S.O.S.]


* O Tilito era o coordenador da JMPLA de Malange. Conheci-o aquando de uma reuniao provincial das estruturas juvenis locais, em que participei pelo DOM nacional em 1976, ou ja' 1977 - nao me lembro bem agora. Durante cerca de duas semanas partilhei com aquelas dezenas de jovens os seus entusiasmos, criticas e angustias. Lembro-me da camarata em que eles dormiam durante aqueles dias - nao me espantaria nada se alguem me viesse dizer que todos os ocupantes daquela camarata acabaram sendo vitimas do "27" de uma maneira ou de outra, entre mortos, presos e "marcados" para o resto da vida...

Thursday 27 May 2010

A Cidade Crispada


Foi alguns meses depois do 27 de Maio de 1977.
Estava em fuga - de militancias, do continuo bater no ferro quente do camartelo da demolicao pessoal, familiar e social; de Luanda e seus kifumbis, kazumbis e kalundus.
Ia em busca de um sol que distendesse o meu estado de crispacao e iluminasse o caminho desconhecido que decidira encetar - numa cidade desconhecida e de totais desconhecidos para mim.
O pretexto era estudar para um curso que so' ali era leccionado.
Ah, e queria muito conhecer de perto e ao vivo as misticas Mumuilas e seus segredos, seus cabelos e oleos de mompeke.
Mas encontrei uma cidade desconhecida e pessoas desconhecidas talvez em maior estado de crispacao do que o meu - ou ter-se-ia a minha crispacao atenuado assim que la' cheguei?

Era assim o Lubango quando em seu nevoeiro crispado desembarquei pela primeira vez.


{Continue lendo aqui}

Foi alguns meses depois do 27 de Maio de 1977.
Estava em fuga - de militancias, do continuo bater no ferro quente do camartelo da demolicao pessoal, familiar e social; de Luanda e seus kifumbis, kazumbis e kalundus.
Ia em busca de um sol que distendesse o meu estado de crispacao e iluminasse o caminho desconhecido que decidira encetar - numa cidade desconhecida e de totais desconhecidos para mim.
O pretexto era estudar para um curso que so' ali era leccionado.
Ah, e queria muito conhecer de perto e ao vivo as misticas Mumuilas e seus segredos, seus cabelos e oleos de mompeke.
Mas encontrei uma cidade desconhecida e pessoas desconhecidas talvez em maior estado de crispacao do que o meu - ou ter-se-ia a minha crispacao atenuado assim que la' cheguei?

Era assim o Lubango quando em seu nevoeiro crispado desembarquei pela primeira vez.


{Continue lendo aqui}

Tuesday 25 May 2010

On Africa Day

CELEBRATING 1 YEAR OF KONGO BLUES




My art is an attempt to give back what has been taken from those who lack power: their dignity.

"The Nightingale" (2003) by Grace Ndiritu
Picture from here



Afrika [Afrika Yaya - Wyza]


Mbangala [Afrika Yaya - Wyza]


[More details on Africa Day here]


[Echoed here]

CELEBRATING 1 YEAR OF KONGO BLUES




My art is an attempt to give back what has been taken from those who lack power: their dignity.

"The Nightingale" (2003) by Grace Ndiritu
Picture from here



Afrika [Afrika Yaya - Wyza]


Mbangala [Afrika Yaya - Wyza]


[More details on Africa Day here]


[Echoed here]

Monday 24 May 2010

Questoes de Poder

Do Pravda ao Kremlin passando pelo CNCS


(...)
É de todo impensável que o MPLA assobie para o lado quando o JA destrata uma das mais importantes associações culturais deste país. A carta aberta de Jacques dos Santos já diz muita coisa...E seria de uma atroz ingenuidade pensar que tal documento exprime, apenas, os pontos de vista pessoais do seu subscritor. Há naquela associação gente demasiado importante que o ‹‹Kremlin››, seguramente, não trocaria pelo director do Jornal de Angola e o seu conhecido assessor. Mesmo porque o ‹‹EME›› tem pela frente importantes desafios que não vencerá contando apenas com os dois escribas do nosso ‹‹Pravda››. Vamos repetir: muito provavelmente o MPLA nunca dirá nada se o Jornal de Angola for a meio campo com o Conselho Nacional de Comunicação Social por causa da UNITA ou de qualquer outro partido da oposição. Mas seguramente nunca fechará os olhos a um conflito entre o Jornal de Angola e uma entidade com a dimensão cultural (e também politica) da Associação Chá de Caxinde. Há ali dentro gente demasiado valiosa para ser perdida por causa de um projecto editorial que cultiva cada vez mais a exclusão.
(...)
[GC in SA#368 p.11]


Ou de como, depois da questao do alegado 'mau comportamento' do "Pravda" ter sido, aparentemente, resolvida em sede propria (CNCS), o (quarto? ou sera' o quinto?) "poder" de uma das partes parece ainda requerer a intervencao do "Kremlin"... Nao se estara' aqui, de algum modo, a pretender menosprezar o CNCS e esvaziar o seu mandato?

[Mais detalhes aqui]


[N.B.: Talvez nao seja de todo inoportuno referir que Jose' Ribeiro e' o autor do extracto em destaque neste post e que Jacques dos Santos e' tambem articulista do Novo Jornal aqui discutido]
(...)
É de todo impensável que o MPLA assobie para o lado quando o JA destrata uma das mais importantes associações culturais deste país. A carta aberta de Jacques dos Santos já diz muita coisa...E seria de uma atroz ingenuidade pensar que tal documento exprime, apenas, os pontos de vista pessoais do seu subscritor. Há naquela associação gente demasiado importante que o ‹‹Kremlin››, seguramente, não trocaria pelo director do Jornal de Angola e o seu conhecido assessor. Mesmo porque o ‹‹EME›› tem pela frente importantes desafios que não vencerá contando apenas com os dois escribas do nosso ‹‹Pravda››. Vamos repetir: muito provavelmente o MPLA nunca dirá nada se o Jornal de Angola for a meio campo com o Conselho Nacional de Comunicação Social por causa da UNITA ou de qualquer outro partido da oposição. Mas seguramente nunca fechará os olhos a um conflito entre o Jornal de Angola e uma entidade com a dimensão cultural (e também politica) da Associação Chá de Caxinde. Há ali dentro gente demasiado valiosa para ser perdida por causa de um projecto editorial que cultiva cada vez mais a exclusão.
(...)
[GC in SA#368 p.11]


Ou de como, depois da questao do alegado 'mau comportamento' do "Pravda" ter sido, aparentemente, resolvida em sede propria (CNCS), o (quarto? ou sera' o quinto?) "poder" de uma das partes parece ainda requerer a intervencao do "Kremlin"... Nao se estara' aqui, de algum modo, a pretender menosprezar o CNCS e esvaziar o seu mandato?

[Mais detalhes aqui]


[N.B.: Talvez nao seja de todo inoportuno referir que Jose' Ribeiro e' o autor do extracto em destaque neste post e que Jacques dos Santos e' tambem articulista do Novo Jornal aqui discutido]

Saturday 22 May 2010

Vate Costa (R.I.P.)

[Em homenagem a Vate Costa, vocalista dos Kiezos, de cujo falecimento acabo de ter conhecimento, relembro hoje alguns posts sobre os Kiezos publicados neste blog noutras ocasioes]

[Imagem SA]

"Milhorro’ foi escrito por Abel Murrimba (“Murrimba Show”) em 1961, num botequim do Marçal. Milhorro’ e’ giria para melhorar: Angola tem que melhorar. “Vão se embora” – subentendido, os colonialistas – “isto assim não pode ser.”
A versão de 61 tambem falava dos arrarakuaras, a policia indigena criada para fazer rusgas nos bairros. Quando os Kiezos lançaram esta musica em 1972, foram interpelados no salão do Batalha pela Pide.
Murrimba Show teve que inventar uma explicação: o convite a irem-se embora era dirigido ao Cabinda Ritmos que fazia muito sucesso em Luanda, lhes roubando publico e namoradas. Milhorro', tocado a boa maneira dos Kiezos, foi um grande sucesso."*


Milhorro' - Kiezos (Voz de Vate Costa)


*(Extracto de compilação de textos de Jorge Macedo, Artur Arriscado, João Chagas, Gilberto Junior e Ariel de Bigault, in Angola 70’s – Buda Musique 1999)

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Sobre o 4 de Fevereiro

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[Imagem SA]

"Milhorro’ foi escrito por Abel Murrimba (“Murrimba Show”) em 1961, num botequim do Marçal. Milhorro’ e’ giria para melhorar: Angola tem que melhorar. “Vão se embora” – subentendido, os colonialistas – “isto assim não pode ser.”
A versão de 61 tambem falava dos arrarakuaras, a policia indigena criada para fazer rusgas nos bairros. Quando os Kiezos lançaram esta musica em 1972, foram interpelados no salão do Batalha pela Pide.
Murrimba Show teve que inventar uma explicação: o convite a irem-se embora era dirigido ao Cabinda Ritmos que fazia muito sucesso em Luanda, lhes roubando publico e namoradas. Milhorro', tocado a boa maneira dos Kiezos, foi um grande sucesso."*


Milhorro' - Kiezos (Voz de Vate Costa)


*(Extracto de compilação de textos de Jorge Macedo, Artur Arriscado, João Chagas, Gilberto Junior e Ariel de Bigault, in Angola 70’s – Buda Musique 1999)

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Thursday 20 May 2010

A Russian View of the Angolan War

A Russian View of the Angolan War

Although this is a Russian account of the Angolan war, it is "Russian" with a difference, because Andreï Makine writes from his exile in Paris, where he has been based since 1987 and where he has written several internationally acclaimed novels about his native land. Writing in French, he won both the prestigious Goncourt Prize and the Medicis Prize for his earlier novel Dreams of My Russian Summers (1997).

Too young for "the God that failed" generation of disillusioned Communists in the 1930s, Makine belongs to the generation that lived through the rise and fall of the Soviet Empire and the disintegration of the Communist dream. Human Love is an important novel, providing both an accurate and a very readable account of the war in Angola and the role of the Soviet Union in that conflict. The diplomatic and Cold War historians who fail to understand that war or appreciate its international significance will have much to learn from this book.

The two main characters are the "hero," Elias Almeida, an MPLA (Popular Movement for the Liberation of Angola) cadre who is sent to Moscow for training, and the narrator, an anonymous Soviet diplomat in Angola who becomes his lifelong friend. Beginning with their meeting in a UNITA (National Union for the Total Independence of Angola) prison camp on the border with Zaire, from which they are soon rescued by Cuban soldiers, the book ends with the gratuitous death of Elias during the Somali civil war some twenty-five years later.


[Full review here]
A Russian View of the Angolan War

Although this is a Russian account of the Angolan war, it is "Russian" with a difference, because Andreï Makine writes from his exile in Paris, where he has been based since 1987 and where he has written several internationally acclaimed novels about his native land. Writing in French, he won both the prestigious Goncourt Prize and the Medicis Prize for his earlier novel Dreams of My Russian Summers (1997).

Too young for "the God that failed" generation of disillusioned Communists in the 1930s, Makine belongs to the generation that lived through the rise and fall of the Soviet Empire and the disintegration of the Communist dream. Human Love is an important novel, providing both an accurate and a very readable account of the war in Angola and the role of the Soviet Union in that conflict. The diplomatic and Cold War historians who fail to understand that war or appreciate its international significance will have much to learn from this book.

The two main characters are the "hero," Elias Almeida, an MPLA (Popular Movement for the Liberation of Angola) cadre who is sent to Moscow for training, and the narrator, an anonymous Soviet diplomat in Angola who becomes his lifelong friend. Beginning with their meeting in a UNITA (National Union for the Total Independence of Angola) prison camp on the border with Zaire, from which they are soon rescued by Cuban soldiers, the book ends with the gratuitous death of Elias during the Somali civil war some twenty-five years later.


[Full review here]

Monday 17 May 2010

Memorandum [de (des)Entendimento] … III




Nunca fui membro da Brigada Jovem de Literatura (de Luanda, ou de qualquer outra cidade de Angola) e dos seus membros apenas conheci bem dois, desde os tempos do Movimento Associativo Estudantil de 1974/75 em Luanda e, mais recentemente, conheci pela primeira vez pessoalmente, e apenas por algumas breves horas, um terceiro por ocasiao de um fatidico (para mim!) evento em comemoracao do Dia de Africa em Lisboa… Ha’ ainda dois outros de quem apenas posso dizer que vi uma ou duas vezes na vida.

Mais esclareco que nunca fiz parte de nenhum orgao directivo da UEA ou de qualquer outra das suas instancias de decisao sobre os processos de seleccao, aceitacao ou rejeicao de obras para publicacao pela sua chancela.

Serve este memo apenas para, por um lado, esclarecer de uma vez por todas aquelas pessoas que ate' agora pensavam diferentemente por a isso terem sido induzidas de uma maneira ou de outra e, por outro, registar que “a minha alma anda parva” perante a verdadeira sanha assassina que alguns ex-brigadistas (e, ja’ agora, alguns elementos de outros “grupos artistico-literarios” dos anos 80 e, aparentemente, tambem alguns - 'contaminados pelo sindrome da BJL' - membros de alguns dos novos grupos de 'jovens literatos'…) e suas actuais mui letradas madrinhas dos Atlanticos norte e sul, passando ao largo de STP (as tais que nao param de perguntar "porque que todo o mundo...isto ou aquilo?!", ou “porque promover uns e nao outros?!”… quando o que fazem, munidas de seus recem-adquiridos poderes e influencias academicas, mediaticas e politicas, nao e’ senao, precisamente, a comecar por promoverem-se despudoradamente a si proprias num pais e numa sociedade que mal conhecem, “promover uns e nao outros”(!) - e aqui estou a referir-me apenas aos ex-membros da BJL no seu todo...) me venhem dedicando ao longo dos anos desde o lancamento do meu primeiro livro pela UEA (como se, com isso, eu lhes tivesse usurpado algum "lugar cativo e exclusivo" ou qualquer outra coisa...) ja' la' vao duas decadas e meia (sera' que a vossa vida parou em funcao disso em todos esses anos? ainda teem tanto assim "para provar" - pessoal, intelectual, literaria, artistica, cultural, profissional, politica ou socialmente?!) e, agora em associacao cada vez mais estreita com alguns ex-staffers da “Agencia” e outros propagandistas, especialmente desde que criei este blog…

[Ah!... Tinha-me esquecido, mais uma vez: convem-me saber sempre o que me espera!]




Nunca fui membro da Brigada Jovem de Literatura (de Luanda, ou de qualquer outra cidade de Angola) e dos seus membros apenas conheci bem dois, desde os tempos do Movimento Associativo Estudantil de 1974/75 em Luanda e, mais recentemente, conheci pela primeira vez pessoalmente, e apenas por algumas breves horas, um terceiro por ocasiao de um fatidico (para mim!) evento em comemoracao do Dia de Africa em Lisboa… Ha’ ainda dois outros de quem apenas posso dizer que vi uma ou duas vezes na vida.

Mais esclareco que nunca fiz parte de nenhum orgao directivo da UEA ou de qualquer outra das suas instancias de decisao sobre os processos de seleccao, aceitacao ou rejeicao de obras para publicacao pela sua chancela.

Serve este memo apenas para, por um lado, esclarecer de uma vez por todas aquelas pessoas que ate' agora pensavam diferentemente por a isso terem sido induzidas de uma maneira ou de outra e, por outro, registar que “a minha alma anda parva” perante a verdadeira sanha assassina que alguns ex-brigadistas (e, ja’ agora, alguns elementos de outros “grupos artistico-literarios” dos anos 80 e, aparentemente, tambem alguns - 'contaminados pelo sindrome da BJL' - membros de alguns dos novos grupos de 'jovens literatos'…) e suas actuais
mui letradas madrinhas dos Atlanticos norte e sul, passando ao largo de STP (as tais que nao param de perguntar "porque que todo o mundo...isto ou aquilo?!", ou “porque promover uns e nao outros?!”… quando o que fazem, munidas de seus recem-adquiridos poderes e influencias academicas, mediaticas e politicas, nao e’ senao, precisamente, a comecar por promoverem-se despudoradamente a si proprias num pais e numa sociedade que mal conhecem, “promover uns e nao outros”(!) - e aqui estou a referir-me apenas aos ex-membros da BJL no seu todo...) me venhem dedicando ao longo dos anos desde o lancamento do meu primeiro livro pela UEA (como se, com isso, eu lhes tivesse usurpado algum "lugar cativo e exclusivo" ou qualquer outra coisa...) ja' la' vao duas decadas e meia (sera' que a vossa vida parou em funcao disso em todos esses anos? ainda teem tanto assim "para provar" - pessoal, intelectual, literaria, artistica, cultural, profissional, politica ou socialmente?!) e, agora em associacao cada vez mais estreita com alguns ex-staffers da “Agencia” e outros propagandistas, especialmente desde que criei este blog…

[Ah!... Tinha-me esquecido, mais uma vez: convem-me saber sempre o que me espera!]

Thursday 13 May 2010

E o que dizer do "jornalismo de opiniao"?



"O grande inimigo da verdade, muitas vezes não é a mentira - deliberada, compulsiva e desonesta - , mas o mito - persistente, persuasivo e irrealista. Acreditar em mitos dá o conforto da opinião sem o desconforto do pensamento."
John F. Kennedy




Nada! Nada! Nada!


[Ao contrario do que acontece no "jornalismo do cao" onde, para o bem ou para o mal, os caes mostram os dentes e mordem, no "jornalismo de opiniao" e' so' caes (e, agora tambem, cadelas) a ladrar, de preferencia de longe e escondida/os na sombra, apenas para aparecerem, "fazerem nome", se auto-promoverem, difamarem quem lhes faz "sombra" e encherem o bolso!]





"O grande inimigo da verdade, muitas vezes não é a mentira - deliberada, compulsiva e desonesta - , mas o mito - persistente, persuasivo e irrealista. Acreditar em mitos dá o conforto da opinião sem o desconforto do pensamento."
John F. Kennedy




Nada! Nada! Nada!


[Ao contrario do que acontece no "jornalismo do cao" onde, para o bem ou para o mal, os caes mostram os dentes e mordem, no "jornalismo de opiniao" e' so' caes (e, agora tambem, cadelas) a ladrar, de preferencia de longe e escondida/os na sombra, apenas para aparecerem, "fazerem nome", se auto-promoverem, difamarem quem lhes faz "sombra" e encherem o bolso!]



Anedota

Havia um jovem jornalista desportivo estagiario que todos os dias, ao saudar respeitosamente o seu chefe de redaccao, este respondia-lhe: ola’ baixinho!

E assim foi durante meses, ate’ que, mais do que agastado com aquele tratamento, o jovem decidiu comprar um par de sapatos de tacao alto para parecer um pouco mais “altinho”. Mas… o chefe nao so’ continuou com o tratamento anterior, como lhe acrescentou mais um “epipeto”: ola’ baixinho e cornudinho!

Mais meses se passaram e, entretanto, o estagiario, de tanta frustracao por nao poder confrontar o chefe, com medo de perder o emprego, passou a ser um dos melhores clientes da cervejaria em frente ao jornal onde trabalhava – pelo menos isso dar-lhe-ia “estatuto de homem” dizia para consigo. Mas… tudo o que conseguiu foi que o chefe passasse a sauda-lo com um: ola’ baixinho, cornudinho e barrigudinho!

Ate’ que um dia, ja’ no limite da sua capacidade de encaixe, o jovem estagiario decidiu desabafar com a mulher para pelo menos tirar a limpo aquele “cornudinho”! Mas a mulher em nada o ajudou tendo-se mantido muda e queda...

No dia seguinte, ao saudar o chefe, este respondeu-lhe: “ola’, malanginho nao paga renda, baixinho, cornudinho, barrigudinho e fofoqueiro”!

Havia um jovem jornalista desportivo estagiario que todos os dias, ao saudar respeitosamente o seu chefe de redaccao, este respondia-lhe: ola’ baixinho!

E assim foi durante meses, ate’ que, mais do que agastado com aquele tratamento, o jovem decidiu comprar um par de sapatos de tacao alto para parecer um pouco mais “altinho”. Mas… o chefe nao so’ continuou com o tratamento anterior, como lhe acrescentou mais um “epipeto”: ola’ baixinho e cornudinho!

Mais meses se passaram e, entretanto, o estagiario, de tanta frustracao por nao poder confrontar o chefe, com medo de perder o emprego, passou a ser um dos melhores clientes da cervejaria em frente ao jornal onde trabalhava – pelo menos isso dar-lhe-ia “estatuto de homem” dizia para consigo. Mas… tudo o que conseguiu foi que o chefe passasse a sauda-lo com um: ola’ baixinho, cornudinho e barrigudinho!

Ate’ que um dia, ja’ no limite da sua capacidade de encaixe, o jovem estagiario decidiu desabafar com a mulher para pelo menos tirar a limpo aquele “cornudinho”! Mas a mulher em nada o ajudou tendo-se mantido muda e queda...

No dia seguinte, ao saudar o chefe, este respondeu-lhe: “ola’, malanginho nao paga renda, baixinho, cornudinho, barrigudinho e fofoqueiro”!

SOBRE O NOVO JORNAL

Numa altura em que, a volta do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, recentemente comemorado, essa liberdade fundamental tem sido tema privilegiado nos media angolanos, ha’ questoes a ela relativas que se me afiguram dificeis de contornar. Como, por exemplo:

E’ o Novo Jornal (NJ) um projecto editorial “demasiado independente”?

(I couldn’t disagree more!)

Claro que a “independencia” e’ sempre um conceito bastante relativo e no caso da imprensa esse relativismo manifesta-se com especial acuidade – particularmente num pais como Angola que, apesar de teoricamente “viver em regime democratico” ha’ ja’ 18 anos, na pratica ainda nao atingiu a maioridade institucional democratica e tem passos ainda bastante largos a dar em direccao a “verdadeira democracia”. E, nao sendo este um conceito ‘intrinsecamente relativo’, ele pode ser, e tem sido, tambem frequentemente ‘relativizado’ em diversos contextos, mas, pelo menos no contexto angolano, parece que cada vez mais se vai alargando o consenso sobre aquilo a que nos referimos quando falamos em “democracia”.

Tem-se entao que, particularmente no caso angolano, a “independencia editorial” e’, de modo geral, 'relativizada' em relacao ao “poder” – entenda-se aqui o “poder politico”. Mas ha’ outros poderes, nao menos importantes, em jogo na sociedade, nomeadamente o social, o economico e o cultural, que se reflectem e corporizam numa estrategia editorial e que, em ultima analise, acabam por adquirir uma dimensao politica - e', alias, nessa medida que se fala em "quarto poder". E se ao NJ se pode conceder alguma “independencia” em relacao ao “poder politico”, tal “independencia” nao lhe sera’ exclusiva, nem “nova” – de facto, no panorama editorial angolano, poder-se-ha’ dizer que, salvo algumas excepcoes bem identificadas, qualquer projecto editorial “nao estatal” (e aqui pode-se igualmente falar em “nao governamental”, uma vez que em Angola o estado ainda se confunde bastante com o governo…) tende a ser, em alguma medida, “independente” em relacao ao “poder politico".

Dito isso, tentemos entao escrutinizar a “independencia” do NJ e respectiva estrategia editorial:

O NJ aparece num contexto em que, tomando, pelo menos provisoriamente, como um dado a "independencia politica" da generalidade dos titulos da imprensa privada (e aqui impoe-se um novo parentesis para notar que o "privado" e', tambem ele, particularmente no caso angolano, um conceito "bastante relativo"!), as estrategias editoriais, tal como acontece noutros paises, comecam a reflectir de forma cada vez mais clara e definida a estratificacao socio-economica e cultural da sociedade angolana e tendem a dirigir-se cada vez mais a particulares segmentos do publico, ou nichos do mercado.

Assim, o NJ vem-se afirmando desde o inicio como um projecto dirigido particularmente a um extracto social que pode, em tracos gerais, ser caracterizado como economicamente afluente, socialmente influente e culturalmente dominante (e seria hipocrita pretender aqui ignorar, escamotear, ou minimizar o facto de ele se confundir largamente com o extracto dito "crioulo" da sociedade angolana). Logo, um segmento "politicamente poderoso", ainda que possa conter franjas ocasionalmente "oposicionistas" (digamos que, mais por razoes "culturais" e/ou "classicistas" do que stricto sensu "politicas"). Nao e', portanto, um projecto cuja estrategia editorial seja "politicamente independente" desse extracto social...


{Continue lendo aqui}

Numa altura em que, a volta do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, recentemente comemorado, essa liberdade fundamental tem sido tema privilegiado nos media angolanos, ha’ questoes a ela relativas que se me afiguram dificeis de contornar. Como, por exemplo:

E’ o Novo Jornal (NJ) um projecto editorial “demasiado independente”?

(I couldn’t disagree more!)

Claro que a “independencia” e’ sempre um conceito bastante relativo e no caso da imprensa esse relativismo manifesta-se com especial acuidade – particularmente num pais como Angola que, apesar de teoricamente “viver em regime democratico” ha’ ja’ 18 anos, na pratica ainda nao atingiu a maioridade institucional democratica e tem passos ainda bastante largos a dar em direccao a “verdadeira democracia”. E, nao sendo este um conceito ‘intrinsecamente relativo’, ele pode ser, e tem sido, tambem frequentemente ‘relativizado’ em diversos contextos, mas, pelo menos no contexto angolano, parece que cada vez mais se vai alargando o consenso sobre aquilo a que nos referimos quando falamos em “democracia”.

Tem-se entao que, particularmente no caso angolano, a “independencia editorial” e’, de modo geral, 'relativizada' em relacao ao “poder” – entenda-se aqui o “poder politico”. Mas ha’ outros poderes, nao menos importantes, em jogo na sociedade, nomeadamente o social, o economico e o cultural, que se reflectem e corporizam numa estrategia editorial e que, em ultima analise, acabam por adquirir uma dimensao politica - e', alias, nessa medida que se fala em "quarto poder". E se ao NJ se pode conceder alguma “independencia” em relacao ao “poder politico”, tal “independencia” nao lhe sera’ exclusiva, nem “nova” – de facto, no panorama editorial angolano, poder-se-ha’ dizer que, salvo algumas excepcoes bem identificadas, qualquer projecto editorial “nao estatal” (e aqui pode-se igualmente falar em “nao governamental”, uma vez que em Angola o estado ainda se confunde bastante com o governo…) tende a ser, em alguma medida, “independente” em relacao ao “poder politico".

Dito isso, tentemos entao escrutinizar a “independencia” do NJ e respectiva estrategia editorial:

O NJ aparece num contexto em que, tomando, pelo menos provisoriamente, como um dado a "independencia politica" da generalidade dos titulos da imprensa privada (e aqui impoe-se um novo parentesis para notar que o "privado" e', tambem ele, particularmente no caso angolano, um conceito "bastante relativo"!), as estrategias editoriais, tal como acontece noutros paises, comecam a reflectir de forma cada vez mais clara e definida a estratificacao socio-economica e cultural da sociedade angolana e tendem a dirigir-se cada vez mais a particulares segmentos do publico, ou nichos do mercado.

Assim, o NJ vem-se afirmando desde o inicio como um projecto dirigido particularmente a um extracto social que pode, em tracos gerais, ser caracterizado como economicamente afluente, socialmente influente e culturalmente dominante (e seria hipocrita pretender aqui ignorar, escamotear, ou minimizar o facto de ele se confundir largamente com o extracto dito "crioulo" da sociedade angolana). Logo, um segmento "politicamente poderoso", ainda que possa conter franjas ocasionalmente "oposicionistas" (digamos que, mais por razoes "culturais" e/ou "classicistas" do que stricto sensu "politicas"). Nao e', portanto, um projecto cuja estrategia editorial seja "politicamente independente" desse extracto social...


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Wednesday 12 May 2010

"Brown Con-Dem-nado. Lib-Dems con Cons"


A anunciada imprevisibilidade do resultado das eleicoes gerais da semana passada no Reino Unido "previa tudo" menos o "empate tecnico" entre o poder e a oposicao (o que no jargao politico local e' designado por hung parliament) ... Resultado: nos dias que se seguiram ate' hoje, este pais tem vivido em estado de "alta tensao", nao se sabendo muito bem como e' que o stalemate na corrida para 10 Downing Street acabaria por ser resolvido, numa inusitada jincana negocial por entre varias possiveis aliancas e alinhamentos entre os tres maiores partidos contendores: Trabalhistas, Conservativos e Liberais Democratas. Mas, finalmente, os Ingleses puderam hoje respirar fundo e dizer: habemus governo!



Muito ha' ainda a dizer sobre este resultado eleitoral que ficara' seguramente registado na historia deste pais - e.g., as vozes que ja' se levantam vaticinando que o "casamento de conveniencia" entre os Conservativos e os Liberais Democratas ha-de acabar em "divorcio; o futuro politico que os Trabalhistas reservam a Gordon Brown, ou a forma como, tal como os Franceses a dada altura fizeram com o seu Sarkozy, o novo British Prime Minister, o jovem David Cameron, comeca a ser Obamanizado...




Mas, por agora, o que me parece reflectir melhor o actual momento, a comecar pelo "bem apanhado" titulo, e' o seguinte artigo de Isaac Bigio, articulista de varios periodicos Ibero-Americanos, na sua coluna (distribuida por email) Analisis Global:


Brown Con-Dem-nado. Lib-Dems com Cons

No Reino Unido usa-se a sílaba “Cons” para se referir aos conservadores e “Dems” para se referir aos democratas liberais. Hoje, pela primeira vez na história, estes dois partidos cujos antepassados têm mais de três séculos de existência, firmaram uma coalizão para jogar os “labs” (laboristas ou trabalhistas) do governo nacional.
Tal como o advertia a manchete do principal diário pró-laborista (‘Mirror’), o trabalhista Gordon Brown podia terminar com-dem-nado. Buscando por todos os meios se manter no cargo, Brown anunciou que ele permaneceria como premiê somente por mais três a quatro meses e que seu governo baixaria uma nova lei para reformular o sistema eleitoral.
No entanto, apesar de todas as suas tentativas para se perpetuar no poder, ele acaba de deixar as chaves do número 10 da Downing Street (residência do premiê de sua majestade) ao seu oponente David Cameron.
Durante as eleições os conservadores diziam que quem votasse aos liberal-democratas estaria ajudando para que os trabalhistas mantivessem alguém que lhes permitiria continuar retendo o poder. No entanto, os fatos ocorreram em ordem inversa. São os liberais que têm levado os conservadores a encabeçar seu primeiro governo sem maioria parlamentar, após várias gerações.
A partir do ponto de vista inerente às distâncias que os liberal-democratas mantêm em relação aos conservadores, sabe-se que estas são maiores em relação aos trabalhistas. Enquanto os "lib-dems" são favoráveis à União Europeia (UE), à anistia aos imigrantes irregulares e a eliminar os caros submarinos nucleares, os "cons" querem conceder peso à UE, pedem mais dureza frente aos imigrantes e propõem mais gastos com a defesa.
No entanto, os “lib-dems” só tomaram os coquetéis com os “labs” ara que os “cons” abram mais concessões. Graças aos coquetéis, um outro Nick Clegg se converteu no primeiro vice-premiê liberal-democrata da história. Os “lib-dems” têm conseguido se impor ao partido que mais se opôs à reforma eleitoral, fazendo com que o mesmo aceite se submeter a um referendo, uma leve reforma do sistema eleitoral uninominal.Assim, seria permitido a cada eleitor indicar as suas preferências e o vencedor se sagraria com mais de 50% da votação.
Os “lib-dems” não decidiram formar uma “aliança progressista” com os “labs” por várias razões. Primeiro, porque seria vista como uma coalizão que joga entre os dois derrotados, colocando pela segunda vez consecutiva, um premiê que não liderou uma vitória eleitoral (Brown e seu sucessor). Segundo, porque isso poderia agigantar os conservadores na oposição e agora, decerto, deverão “suavizar”. Terceiro, porque ideologicamente falando, Clegg está na direita de seu partido - e sua esposa Miriam é filha de um senador da direita espanhola.

Leia mais aqui


A anunciada imprevisibilidade do resultado das eleicoes gerais da semana passada no Reino Unido "previa tudo" menos o "empate tecnico" entre o poder e a oposicao (o que no jargao politico local e' designado por hung parliament) ... Resultado: nos dias que se seguiram ate' hoje, este pais tem vivido em estado de "alta tensao", nao se sabendo muito bem como e' que o stalemate na corrida para 10 Downing Street acabaria por ser resolvido, numa inusitada jincana negocial por entre varias possiveis aliancas e alinhamentos entre os tres maiores partidos contendores: Trabalhistas, Conservativos e Liberais Democratas. Mas, finalmente, os Ingleses puderam hoje respirar fundo e dizer: habemus governo!



Muito ha' ainda a dizer sobre este resultado eleitoral que ficara' seguramente registado na historia deste pais - e.g., as vozes que ja' se levantam vaticinando que o "casamento de conveniencia" entre os Conservativos e os Liberais Democratas ha-de acabar em "divorcio; o futuro politico que os Trabalhistas reservam a Gordon Brown, ou a forma como, tal como os Franceses a dada altura fizeram com o seu Sarkozy, o novo British Prime Minister, o jovem David Cameron, comeca a ser Obamanizado...




Mas, por agora, o que me parece reflectir melhor o actual momento, a comecar pelo "bem apanhado" titulo, e' o seguinte artigo de Isaac Bigio, articulista de varios periodicos Ibero-Americanos, na sua coluna (distribuida por email) Analisis Global:


Brown Con-Dem-nado. Lib-Dems com Cons

No Reino Unido usa-se a sílaba “Cons” para se referir aos conservadores e “Dems” para se referir aos democratas liberais. Hoje, pela primeira vez na história, estes dois partidos cujos antepassados têm mais de três séculos de existência, firmaram uma coalizão para jogar os “labs” (laboristas ou trabalhistas) do governo nacional.
Tal como o advertia a manchete do principal diário pró-laborista (‘Mirror’), o trabalhista Gordon Brown podia terminar com-dem-nado. Buscando por todos os meios se manter no cargo, Brown anunciou que ele permaneceria como premiê somente por mais três a quatro meses e que seu governo baixaria uma nova lei para reformular o sistema eleitoral.
No entanto, apesar de todas as suas tentativas para se perpetuar no poder, ele acaba de deixar as chaves do número 10 da Downing Street (residência do premiê de sua majestade) ao seu oponente David Cameron.
Durante as eleições os conservadores diziam que quem votasse aos liberal-democratas estaria ajudando para que os trabalhistas mantivessem alguém que lhes permitiria continuar retendo o poder. No entanto, os fatos ocorreram em ordem inversa. São os liberais que têm levado os conservadores a encabeçar seu primeiro governo sem maioria parlamentar, após várias gerações.
A partir do ponto de vista inerente às distâncias que os liberal-democratas mantêm em relação aos conservadores, sabe-se que estas são maiores em relação aos trabalhistas. Enquanto os "lib-dems" são favoráveis à União Europeia (UE), à anistia aos imigrantes irregulares e a eliminar os caros submarinos nucleares, os "cons" querem conceder peso à UE, pedem mais dureza frente aos imigrantes e propõem mais gastos com a defesa.
No entanto, os “lib-dems” só tomaram os coquetéis com os “labs” ara que os “cons” abram mais concessões. Graças aos coquetéis, um outro Nick Clegg se converteu no primeiro vice-premiê liberal-democrata da história. Os “lib-dems” têm conseguido se impor ao partido que mais se opôs à reforma eleitoral, fazendo com que o mesmo aceite se submeter a um referendo, uma leve reforma do sistema eleitoral uninominal.Assim, seria permitido a cada eleitor indicar as suas preferências e o vencedor se sagraria com mais de 50% da votação.
Os “lib-dems” não decidiram formar uma “aliança progressista” com os “labs” por várias razões. Primeiro, porque seria vista como uma coalizão que joga entre os dois derrotados, colocando pela segunda vez consecutiva, um premiê que não liderou uma vitória eleitoral (Brown e seu sucessor). Segundo, porque isso poderia agigantar os conservadores na oposição e agora, decerto, deverão “suavizar”. Terceiro, porque ideologicamente falando, Clegg está na direita de seu partido - e sua esposa Miriam é filha de um senador da direita espanhola.

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Tuesday 11 May 2010

Saturday 8 May 2010

Pepetela perante si proprio...*


[...]
Thor sabia estórias. Até mesmo as passadas bem antes de ter nascido e que permaneciam na memória colectiva do Planalto Central como momentos de grande terror, tais as célebres razias dos incomparáveis cavaleiros kuanhama, vindos muito do sul para confiscar gado e mulheres. E gostava de narrar, hábito adquirido no seu terreiro natal em que toda a vida social se passava ao fim de tarde e parte da noite à volta da fogueira, ouvindo os mais velhos e sábios relatar cenas do presente e do passado. Talvez também adivinhando futuros, quem sabe.
[...]
A acácia rubra merece um parágrafo especial e peço licença para o introduzir. A casa nova, onde então habitávamos, tinha sido construída ao lado do antigo leito do rio Corinje. O meu pai era jovem quando desviaram o leito do rio para sul, servindo assim de limite ao território. É da sua recordação os antílopes irem beber água ao Corinje e os leões e onças aproveitarem a carne tentadora. A lenda contava que ao lado do rio, teve lugar uma luta de morte entre dois heróis: um leão de juba farta e acobreada e um homem armado apenas de um punhal. Foi alguma gazela o fruto da disputa? A lenda não reteve a razão. Apenas que o combate foi demorado e terminou com a morte de ambos os adversários. Diz ainda a lenda que o sangue dos dois heróis correu para a depressão onde uma jovem acácia brotava. Alimentada por esse sangue quase sagrado, a árvore ultrapassou as irmãs em altura e deu sempre flores mais encarnadas.
[...]
Por isso é tão complicado responder à questão do como e do quando se faz um escritor. Outros saberão. Prefiro deixar que búzios sejam atirados e os leitores adivinhem ou imaginem. O importante é a delícia e alívio que se tem quando um personagem nos surpreende, se apodera da narrativa e diz, agora sou eu que comando, tu, reles escritor, remete-te ao simples papel de escriba ou oráculo, enquanto eu, o personagem, passo a ditar a ação. Sim, nesse momento há o êxtase do corredor de fundo que ultrapassa as dores, a suprema fadiga, e entra no breve paraíso em que flutua sobre nuvens adocicadas antes do colapso final. Há sempre um colapso, todos o sabemos, mas o que interessa mesmo é o facto de se correr para lá da exaustão e pressentir como poderia ser o paraíso. Tal como escrever e deixar solta a imaginação, mesmo para a mais absurda das estórias. Por muito absurda que seja, nunca ultrapassará certas realidades.


[Texto integral aqui]


*{... ou de como 'a mulemba (acacia?) continua nao explicando o sopro, o vento, tao pouco a lagrima'...}


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White Negritude

[...]
Thor sabia estórias. Até mesmo as passadas bem antes de ter nascido e que permaneciam na memória colectiva do Planalto Central como momentos de grande terror, tais as célebres razias dos incomparáveis cavaleiros kuanhama, vindos muito do sul para confiscar gado e mulheres. E gostava de narrar, hábito adquirido no seu terreiro natal em que toda a vida social se passava ao fim de tarde e parte da noite à volta da fogueira, ouvindo os mais velhos e sábios relatar cenas do presente e do passado. Talvez também adivinhando futuros, quem sabe.
[...]
A acácia rubra merece um parágrafo especial e peço licença para o introduzir. A casa nova, onde então habitávamos, tinha sido construída ao lado do antigo leito do rio Corinje. O meu pai era jovem quando desviaram o leito do rio para sul, servindo assim de limite ao território. É da sua recordação os antílopes irem beber água ao Corinje e os leões e onças aproveitarem a carne tentadora. A lenda contava que ao lado do rio, teve lugar uma luta de morte entre dois heróis: um leão de juba farta e acobreada e um homem armado apenas de um punhal. Foi alguma gazela o fruto da disputa? A lenda não reteve a razão. Apenas que o combate foi demorado e terminou com a morte de ambos os adversários. Diz ainda a lenda que o sangue dos dois heróis correu para a depressão onde uma jovem acácia brotava. Alimentada por esse sangue quase sagrado, a árvore ultrapassou as irmãs em altura e deu sempre flores mais encarnadas.
[...]
Por isso é tão complicado responder à questão do como e do quando se faz um escritor. Outros saberão. Prefiro deixar que búzios sejam atirados e os leitores adivinhem ou imaginem. O importante é a delícia e alívio que se tem quando um personagem nos surpreende, se apodera da narrativa e diz, agora sou eu que comando, tu, reles escritor, remete-te ao simples papel de escriba ou oráculo, enquanto eu, o personagem, passo a ditar a ação. Sim, nesse momento há o êxtase do corredor de fundo que ultrapassa as dores, a suprema fadiga, e entra no breve paraíso em que flutua sobre nuvens adocicadas antes do colapso final. Há sempre um colapso, todos o sabemos, mas o que interessa mesmo é o facto de se correr para lá da exaustão e pressentir como poderia ser o paraíso. Tal como escrever e deixar solta a imaginação, mesmo para a mais absurda das estórias. Por muito absurda que seja, nunca ultrapassará certas realidades.


[Texto integral aqui]


*{... ou de como 'a mulemba (acacia?) continua nao explicando o sopro, o vento, tao pouco a lagrima'...}


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White Negritude

Angola: O Peso...


da historia?


do poder?



ou da burocracia?



Ou talvez apenas a mais recente versao da "receita para emagrecer governos a prova de balas"?


da historia?


do poder?



ou da burocracia?



Ou talvez apenas a mais recente versao da "receita para emagrecer governos a prova de balas"?

Friday 7 May 2010

Memorandum [de (des)Entendimento] … II



Ja’ ouvi de um angolano na SADC isto: “Nos colocamos-te aqui”!

Pois, para que fique bem entendido: ninguem “me colocou na SADC”; eu coloquei-me na SADC!
A SADC e’ uma organizacao inter-governamental regional com estatuto juridico internacional, da qual Angola e’ um dos paises fundadores e onde tem um consideravel peso politico-militar e estrategico, mas da qual nao e’ o unico pais membro ou contribuinte.

Como, entao, “me coloquei” na SADC?

O primeiro contrato de consultoria que tive na regiao da SADC, como Economist - Consultant on Trade Policy, foi-me oferecido por uma Consultoria Economica Internacional Americana (Chemonics International) logo a seguir ao completar do meu Mestrado em 2000. Aquela oportunidade foi-me indicada pelo meu supervisor na LSE, concorri, prestei provas e foi-me oferecido o contrato. Para tal contribuiu de forma decisiva a minha tese (que incidiu especificamente sobre os processos de integracao regional na Africa Austral numa perspectiva historico-cultural e de mudanca economica numa perspectiva politico-institucional – note-se aqui que tais processos precedem em muitas decadas a formacao da SADCC/SADC, bastando para tanto notar que a mais antiga Uniao Aduaneira do mundo, SACU, foi criada em 1910 na Africa Austral...) e a minha especializacao em Economia Internacional e Integracao Economica Regional, que ja’ vinha do meu terceiro ano do ISEG em Lisboa, datando daquela altura o inicio da minha participacao em seminarios e conferencias da especialidade e os meus primeiros trabalhos de investigacao sobre a Africa Austral/SADCC no quadro da cooperacao UEE/ACP. Portanto, assim que terminei aquele estagio da minha formacao em Londres, regressei ao meu continente, para servir a minha regiao e, por essa via, o meu pais.

Aquele primeiro projecto da Chemonics International – "Regional Activity to Promote Integration Through Dialogue and Policy Implementation" (RAPID), que viria a dar origem a actual Southern Africa Global Competitiveness Hub – pioneiro na regiao e no continente, visava fundamentalmente apoiar tecnicamente a criacao e o desenvolvimento das estruturas institucionais, organizacionais e funcionais para a implementacao do Protocolo de Comercio da SADC, abrangendo apenas os paises que haviam a altura ratificado aquele protocolo e, por isso, excluindo Angola. Outra particularidade daquele projecto e' que ele nao tinha qualquer relacao directa com o Secretariado da SADC, centrando-se no trabalho de campo com os varios stakeholders a todos os niveis nos paises abrangidos.

Foi a experiencia adquirida naquele projecto (by the way, a melhor e mais gratificante experiencia profissional, vivencial e humana que ate' agora ja' tive!) que me deu a “comparative advantage” e a ”cutting edge” sobre os outros candidatos quando concorri para um outro projecto, desta feita da Comissao Europeia (CE) – “Regional Integration and Capacity Building Programme” (RICB) – como Technical Adviser - Protocol & Policy Implementation para o Secretariado da SADC. Tomei conhecimento do respectivo concurso internacional em Londres, atraves de um anuncio no The Economist. Concorri, fui chamada a entrevistas em Gaborone (as quais foram conduzidas por um painel constituido por 2 representantes da CE e por representantes de 5 paises membros da SADC, nenhum dos quais era Angola) e foi-me oferecido o contrato.

Foi apenas mera coincidencia que aquele projecto tenha tido inicio num ano em que Angola assumiu a presidencia rotativa da SADC, pois que os respectivos anuncio e processos de seleccao e contratacao haviam sido iniciados pelo menos um ano antes. Ademais, sendo certo que o RICB era um projecto conjunto entre a SADC e a CE, o contrato que me foi oferecido nao era com a SADC, mas sim com a CE, sob os regulamentos e estatutos da qual fiquei submetida e por quem fui paga.

Serve este memo para deixar perfeitamente claro que, ao ter decidido abandonar o projecto [recorde-se: em resultado de um “ataque pornografico” - que, nao por acaso, teve lugar logo a seguir ao 'major workshop' mencionado neste post... - por um angolano, num quadro de assedio sexual no local de trabalho e uma serie de outros ataques de varia ordem, tambem conhecidos por bullying ou trungunguismo, motivados (como AQUI se pode constatar) fundamentalmente por ciumes pessoais e invejas profissionais, em particular por parte de angolano/as e mocambicanos, alguns dos quais, esses sim envolvidos no tipo de relacoes de p(h)oder com que agora pretendem manchar a minha reputacao pessoal, social e profissional(!)], fi-lo com a repugnacao que tais ataques sao susceptiveis de provocar em quaisquer circunstancias, no caso agravada pela impotencia de nao poder obter a devida justica, uma vez que eles nao tiveram lugar no espaco juridico da CE, entidade contratante.

Mas, ainda assim, levei o caso a um advogado local que, embora tenha feito o seu melhor para me defender, nao pode ultrapassar a sua circunscricao, uma vez que os dispositivos legais de que dispunha nao tinham qualquer jurisdicao sobre um contrato com uma entidade supra-nacional. De outro modo, eu teria tido direito a uma indemnizacao por danos morais e materiais, que perduram ate' hoje, incluindo a perda de rendimentos, que no espaco da UE remontariam a uma “pequena fortuna”!

Resumindo e concluindo: “Angola nao me colocou na SADC – um angolano tirou-me da SADC”! Pois se isso faz alguem feliz e orgulhoso, parabens! Mas que se tome bem nota: eu nao sou, nem nunca fui, “propriedade particular ou privada” de nenhum angolano e nem sequer do Estado Angolano! Quanto mais nao seja porque no tal Secretariado da SADC, pelo menos 2 "representantes do establishment angolano" sempre fizeram muita questao de dizer: ESSA SENHORA NAO E' ANGOLANA!!!


... apenas algumas das funcoes que desempenhei com "diplomas falsos"...



Ja’ ouvi de um angolano na SADC isto: “Nos colocamos-te aqui”!

Pois, para que fique bem entendido: ninguem “me colocou na SADC”; eu coloquei-me na SADC!
A
SADC e’ uma organizacao inter-governamental regional com estatuto juridico internacional, da qual Angola e’ um dos paises fundadores e onde tem um consideravel peso politico-militar e estrategico, mas da qual nao e’ o unico pais membro ou contribuinte.

Como, entao, “me coloquei” na SADC?

O primeiro contrato de consultoria que tive na regiao da SADC, como Economist - Consultant on Trade Policy, foi-me oferecido por uma Consultoria Economica Internacional Americana (Chemonics International) logo a seguir ao completar do meu Mestrado em 2000. Aquela oportunidade foi-me indicada pelo meu supervisor na LSE, concorri, prestei provas e foi-me oferecido o contrato. Para tal contribuiu de forma decisiva a minha tese (que incidiu especificamente sobre os processos de integracao regional na Africa Austral numa perspectiva historico-cultural e de mudanca economica numa perspectiva politico-institucional – note-se aqui que tais processos precedem em muitas decadas a formacao da SADCC/SADC, bastando para tanto notar que a mais antiga Uniao Aduaneira do mundo, SACU, foi criada em 1910 na Africa Austral...) e a minha especializacao em Economia Internacional e Integracao Economica Regional, que ja’ vinha do meu terceiro ano do ISEG em Lisboa, datando daquela altura o inicio da minha participacao em seminarios e conferencias da especialidade e os meus primeiros trabalhos de investigacao sobre a Africa Austral/SADCC no quadro da cooperacao UEE/ACP. Portanto, assim que terminei aquele estagio da minha formacao em Londres, regressei ao meu continente, para servir a minha regiao e, por essa via, o meu pais.

Aquele primeiro projecto da Chemonics International – "Regional Activity to Promote Integration Through Dialogue and Policy Implementation" (RAPID), que viria a dar origem a actual Southern Africa Global Competitiveness Hub – pioneiro na regiao e no continente, visava fundamentalmente apoiar tecnicamente a criacao e o desenvolvimento das estruturas institucionais, organizacionais e funcionais para a implementacao do Protocolo de Comercio da SADC, abrangendo apenas os paises que haviam a altura ratificado aquele protocolo e, por isso, excluindo Angola. Outra particularidade daquele projecto e' que ele nao tinha qualquer relacao directa com o Secretariado da SADC, centrando-se no trabalho de campo com os varios stakeholders a todos os niveis nos paises abrangidos.

Foi a experiencia adquirida naquele projecto (by the way, a melhor e mais gratificante experiencia profissional, vivencial e humana que ate' agora ja' tive!) que me deu a “comparative advantage” e a ”cutting edge” sobre os outros candidatos quando concorri para um outro projecto, desta feita da Comissao Europeia (CE) – “Regional Integration and Capacity Building Programme” (RICB) – como Technical Adviser - Protocol & Policy Implementation para o Secretariado da SADC. Tomei conhecimento do respectivo concurso internacional em Londres, atraves de um anuncio no The Economist. Concorri, fui chamada a entrevistas em Gaborone (as quais foram conduzidas por um painel constituido por 2 representantes da CE e por representantes de 5 paises membros da SADC, nenhum dos quais era Angola) e foi-me oferecido o contrato.

Foi apenas mera coincidencia que aquele projecto tenha tido inicio num ano em que Angola assumiu a presidencia rotativa da SADC, pois que os respectivos anuncio e processos de seleccao e contratacao haviam sido iniciados pelo menos um ano antes. Ademais, sendo certo que o RICB era um projecto conjunto entre a SADC e a CE, o contrato que me foi oferecido nao era com a SADC, mas sim com a CE, sob os regulamentos e estatutos da qual fiquei submetida e por quem fui paga.

Serve este memo para deixar perfeitamente claro que, ao ter decidido abandonar o projecto [recorde-se: em resultado de um “ataque pornografico” - que, nao por acaso, teve lugar logo a seguir ao 'major workshop' mencionado neste post... - por um angolano, num quadro de assedio sexual no local de trabalho e uma serie de outros ataques de varia ordem, tambem conhecidos por bullying ou trungunguismo, motivados (como AQUI se pode constatar) fundamentalmente por ciumes pessoais e invejas profissionais, em particular por parte de angolano/as e mocambicanos, alguns dos quais, esses sim envolvidos no tipo de relacoes de p(h)oder com que agora pretendem manchar a minha reputacao pessoal, social e profissional(!)], fi-lo com a repugnacao que tais ataques sao susceptiveis de provocar em quaisquer circunstancias, no caso agravada pela impotencia de nao poder obter a devida justica, uma vez que eles nao tiveram lugar no espaco juridico da CE, entidade contratante.

Mas, ainda assim, levei o caso a um advogado local que, embora tenha feito o seu melhor para me defender, nao pode ultrapassar a sua circunscricao, uma vez que os dispositivos legais de que dispunha nao tinham qualquer jurisdicao sobre um contrato com uma entidade supra-nacional. De outro modo, eu teria tido direito a uma indemnizacao por danos morais e materiais, que perduram ate' hoje, incluindo a perda de rendimentos, que no espaco da UE remontariam a uma “pequena fortuna”!

Resumindo e concluindo: “Angola nao me colocou na SADC – um angolano tirou-me da SADC”! Pois se isso faz alguem feliz e orgulhoso, parabens! Mas que se tome bem nota: eu nao sou, nem nunca fui, “propriedade particular ou privada” de nenhum angolano e nem sequer do Estado Angolano! Quanto mais nao seja porque no tal Secretariado da SADC, pelo menos 2 "representantes do establishment angolano" sempre fizeram muita questao de dizer: ESSA SENHORA NAO E' ANGOLANA!!!


... apenas algumas das funcoes que desempenhei com "diplomas falsos"...

Thursday 6 May 2010

Nao gosta?... Coma menos!



Como a notícia, a reportagem e a entrevista passaram a ser produtos sujeitos às leis do mercado, houve necessidade de dar força à
auto-regulação. Já disse aqui, em outro momento, que a liberdade de imprensa
começou a ser limitada pelo direito que cada um tem à inviolabilidade pessoal,
nas dimensões física (direito à imagem e direito à palavra escrita e falada),
moral (direito à honra, ao bom nome e à consideração social) e vital (esfera
privada, esfera pessoal, esfera do segredo e história pessoal)
.
A mais recente evolução tecnológica, com o surgimento da Internet e as novas técnicas
de comunicação e informação, dotou o jornalismo de ferramentas que permitem
fluxos na rapidez que há poucos anos eram impensáveis e impossíveis. Mas o que verificámos? Um retrocesso da qualidade editorial e a subalternização do rigor
informativo a discursos que não os dos jornalismo, quando não a destruição pura
e simples da mensagem jornalística.
A liberdade de imprensa está submersa em muitos equívocos e assim desvalorizada e ignorada exactamente por aqueles que mais precisam dela: os jornalistas.
A continuação desta fragilidade atira-nos para uma situação em que os meios de informação já nem sequer são poderes ilegítimos, porque não sufragados pelo voto popular, mas simplesmente considerados centrais que corroem a sociedade.
Jose' Ribeiro

Imagem daqui


• Nao consegue distinguir entre a “critica” (fundamentada!) a uma ideia, uma atitude, uma obra, um projecto, um programa, uma politica, um governo, um sistema, ou uma sociedade, de um “ataque” (infundado!) a honra, bom nome, privacidade, integridade pessoal e reputacao profissional de alguem?

• Nao sabe distinguir o dominio “publico” do “privado”?

• Nao sabe distinguir o “formal” do “informal”?

• Nao sabe distinguir uma “critica construtiva” (pelo menos na intencao declarada) de um “ataque ad hominem”?

• Nao sabe distinguir "criticismo" de "revanchismo"?

• Nao sabe distinguir "jornalismo investigativo" de "emprenhar de ouvido"?

• Nao sabe distinguir "jornalismo" de "bloguismo"?

• Entao nao “critique”, porque so’ sabe “conspirar”, “atentar”, “caluniar”, “injuriar” e “difamar”, expondo-se assim (se nao for suficientemente cobarde para fazer a sua “campanha” pela calada…) as devidas responsabilizacao legal e penalizacao criminal.

Obrigada!

P.S. 1: Nao tem coragem suficiente, ou acha-se "demasiado importante", para fazer comentarios num blog - criticos ou nao; positivos ou nao - mesmo que sob anonimato ou pseudonimo, preferindo ir faze-lo como gato escondido com o rabo de fora na imprensa a milhas de distancia, a troco de umas pratas e/ou umas palmadinhas nas costas dos amigos entre um ou dois copos e/ou da "aprovacao" e "admiracao" das meninas ou a "idolatracao" dos rapazes? Pois nao e' ca' benvindo/a e nao merece sequer um comentario neste blog!... E agradece-se que tenha a necessaria e suficiente decencia e vergonha na cara (!) para nao voltar a visitar este blog e para se coibir de sobre ele ou qualquer dos seus conteudos tecer qualquer referencia, aberta ou velada, seja onde for e muito especialmente na imprensa angolana!

P.S. 2: Este blog comecou e continuou muito bem ate' que passou a ser alvo de uma "campanha" em varias frentes originada na "lusosfera"! Este blog manteve-se, apesar disso, suficientemente bem, ate' que a idiota que o produz se meteu armada em defensora "da Angolanidade" e "dos jornalistas angolanos" e passou a dedicar mais do seu tempo e do espaco deste blog a Angola e a lingua Portuguesa...

P.S. 3: As "campanhas" acima referidas acabam por dizer mais sobre os seus autores e autoras do que sobre este blog ou a sua autora...






Como a notícia, a reportagem e a entrevista passaram a ser produtos sujeitos às leis do mercado, houve necessidade de dar força à
auto-regulação. Já disse aqui, em outro momento, que a liberdade de imprensa
começou a ser limitada pelo direito que cada um tem à inviolabilidade pessoal,
nas dimensões física (direito à imagem e direito à palavra escrita e falada),
moral (direito à honra, ao bom nome e à consideração social) e vital (esfera
privada, esfera pessoal, esfera do segredo e história pessoal)
.
A mais recente evolução tecnológica, com o surgimento da Internet e as novas técnicas
de comunicação e informação, dotou o jornalismo de ferramentas que permitem
fluxos na rapidez que há poucos anos eram impensáveis e impossíveis. Mas o que verificámos? Um retrocesso da qualidade editorial e a subalternização do rigor
informativo a discursos que não os dos jornalismo, quando não a destruição pura
e simples da mensagem jornalística.
A liberdade de imprensa está submersa em muitos equívocos e assim desvalorizada e ignorada exactamente por aqueles que mais precisam dela: os jornalistas.
A continuação desta fragilidade atira-nos para uma situação em que os meios de informação já nem sequer são poderes ilegítimos, porque não sufragados pelo voto popular, mas simplesmente considerados centrais que corroem a sociedade.
Jose' Ribeiro

Imagem daqui


• Nao consegue distinguir entre a “critica” (fundamentada!) a uma ideia, uma atitude, uma obra, um projecto, um programa, uma politica, um governo, um sistema, ou uma sociedade, de um “ataque” (infundado!) a honra, bom nome, privacidade, integridade pessoal e reputacao profissional de alguem?

• Nao sabe distinguir o dominio “publico” do “privado”?

• Nao sabe distinguir o “formal” do “informal”?

• Nao sabe distinguir uma “critica construtiva” (pelo menos na intencao declarada) de um “ataque ad hominem”?

• Nao sabe distinguir "criticismo" de "revanchismo"?

• Nao sabe distinguir "jornalismo investigativo" de "emprenhar de ouvido"?

• Nao sabe distinguir "jornalismo" de "bloguismo"?

• Entao nao “critique”, porque so’ sabe “conspirar”, “atentar”, “caluniar”, “injuriar” e “difamar”, expondo-se assim (se nao for suficientemente cobarde para fazer a sua “campanha” pela calada…) as devidas responsabilizacao legal e penalizacao criminal.

Obrigada!

P.S. 1: Nao tem coragem suficiente, ou acha-se "demasiado importante", para fazer comentarios num blog - criticos ou nao; positivos ou nao - mesmo que sob anonimato ou pseudonimo, preferindo ir faze-lo como gato escondido com o rabo de fora na imprensa a milhas de distancia, a troco de umas pratas e/ou umas palmadinhas nas costas dos amigos entre um ou dois copos e/ou da "aprovacao" e "admiracao" das meninas ou a "idolatracao" dos rapazes? Pois nao e' ca' benvindo/a e nao merece sequer um comentario neste blog!... E agradece-se que tenha a necessaria e suficiente decencia e vergonha na cara (!) para nao voltar a visitar este blog e para se coibir de sobre ele ou qualquer dos seus conteudos tecer qualquer referencia, aberta ou velada, seja onde for e muito especialmente na imprensa angolana!

P.S. 2: Este blog comecou e continuou muito bem ate' que passou a ser alvo de uma "campanha" em varias frentes originada na "lusosfera"! Este blog manteve-se, apesar disso, suficientemente bem, ate' que a idiota que o produz se meteu armada em defensora "da Angolanidade" e "dos jornalistas angolanos" e passou a dedicar mais do seu tempo e do espaco deste blog a Angola e a lingua Portuguesa...

P.S. 3: As "campanhas" acima referidas acabam por dizer mais sobre os seus autores e autoras do que sobre este blog ou a sua autora...




Wednesday 5 May 2010

UK: The return of Socialism?


Tomorrow is general election day here in the UK.
At the national level, although things are said to be still unpredictable, it looks like the Tories are about to reclaim power from Labour after more than a decade in opposition.
At the local level, I was pleased the other day to receive a visit by one of the local Councillors, the young Matt Sanders, whose first introduction to me was through the letter I commented on this post. We had a brief talk during which I assured him that “I quite like your team”…
Well, his team, the local Lib Dems, is headed by one Jo Shaw who is set against Frank Dobson (currently London’s longest-serving Labour MP and one of the “two prominent MPs” I referred to in the above-mentioned post) to represent this area in Westminster. I also quite like Frank Dobson, so I wish them both the best – which, unfortunately, in this case can only occur if both lose to some other candidate…
Then, there are the oddities. Like one John Chapman (could he be that other candidate?…) – Independent, 33 years a Whitehall civil servant and diplomat, 13 years a double award winning financial journalist – who has been campaigning “For a National Recovery and Redistribution Plan”!
It goes like this:

His diagnostic of the UK economy:

The financial crisis has given us the biggest budget deficit in the West. Our government let in the culprits, notable the hedge funds, to boost the City. Disgracefully, the UK is now blocking an EU directive to regulate them.

The huge earnings of US speculators have led the City into bloated bonuses. Earnings of chief executives of our top 100 companies have risen to 81 times the average wage, from 47 times in 2000 (CBI).

The Thatcher years made us a most unequal society. In the USA incomes of the top fifth of people are 8.5 times those of the bottom fifth. In the UK, the ratio is 7.2, France 5.6, Germany 5.2, Sweden 3.8 and Japan 3.4 (UN). Social costs, from feelings of inadequacy to violent crime, rise with inequality.

Manufacturing’s share of our economy has fallen from 26% in 1979 to 12%. Companies are crippled by short-termism – City preference for dividends over investment. Our research & development as a proportion of GDP is now 30% below Germany, 40% below USA, and 50% below Japan (Batelle).

The NHS is under-funded. UK spend on health is 8.4% of GDP, below the 9.7% average of 15 West European countries. We have 2.5 doctors per 1000 people, the West European average is 50% higher at 3.7 per 1000 (OECD).

The pupil/teacher ratio of our state secondary schools is 15, the West European average is 11. Our private schools have a ratio of only 7 (OECD).

Our state pension is the lowest in Europe (Aon). But our military spend is higher than Russia. We invaded Iraq “largely for oil” (Alan Greenspan).

His Plan:

A huge Budget deficit. A discredited City. Weekened manufacturing. Under-resourced health, education and pensions. Doubtful wars. Alarming inequality.

The “efficient markets” model no longer works – because of unregulated financiers, and because “Across the world, the free market is being overtaken by state capitalism” (US Council on Foreign Relations), from China, Russia, the Middle East, and South American countries like Brazil and Venezuela.

We need a government of all parties to tackle our crisis, bolstered by industrialists, businessmen, union leaders, consultants and the professions.

We need a 5 year National Plan to rescue Britain and make it fairer. Indicative plans for each sector should be made coherent by a National Planning Department, replacing the failed Treasury. Merited taxes should also avoid savage expenditure cuts that shed jobs and reduce services.

Reforming the City A tax on banks, and a tax on the privileged hedge funds. A tax on dividends where companies have R&D below international levels.

Reducing Inequality A wealth tax of 2%, as in France and Switzerland. An excessive earnings tax, with earnings over £1m at 60%, over £2m at 75%. Inheritance tax at 60% for estates over £5m, and 75% for estates over £10m.

New state/private British companies to compete with state capitalism
State equity companies to strengthen private companies to help medium-seized companies grow into world players, to develop green technologies, to boost employment and the work ethic, and to revive the “Made in Britain” label.

Public expenditure and public services
More hospitals, more doctors and more teachers to match international levels. A levy on private schools for their disproportionate use of teaching resources. Higher state pensions for lowly paid to avoid means testing of their savings. Less military expenditure. Support nuclear cut-backs by no to Trident. Leave Afghanistan. More control over North Sea oil instead of further wars for oil.

Tomorrow is general election day here in the UK.
At the national level, although things are said to be still unpredictable, it looks like the Tories are about to reclaim power from Labour after more than a decade in opposition.
At the local level, I was pleased the other day to receive a visit by one of the local Councillors, the young Matt Sanders, whose first introduction to me was through the letter I commented on this post. We had a brief talk during which I assured him that “I quite like your team”…
Well, his team, the local Lib Dems, is headed by one Jo Shaw who is set against Frank Dobson (currently London’s longest-serving Labour MP and one of the “two prominent MPs” I referred to in the above-mentioned post) to represent this area in Westminster. I also quite like Frank Dobson, so I wish them both the best – which, unfortunately, in this case can only occur if both lose to some other candidate…
Then, there are the oddities. Like one John Chapman (could he be that other candidate?…) – Independent, 33 years a Whitehall civil servant and diplomat, 13 years a double award winning financial journalist – who has been campaigning “For a National Recovery and Redistribution Plan”!
It goes like this:

His diagnostic of the UK economy:

The financial crisis has given us the biggest budget deficit in the West. Our government let in the culprits, notable the hedge funds, to boost the City. Disgracefully, the UK is now blocking an EU directive to regulate them.

The huge earnings of US speculators have led the City into bloated bonuses. Earnings of chief executives of our top 100 companies have risen to 81 times the average wage, from 47 times in 2000 (CBI).

The Thatcher years made us a most unequal society. In the USA incomes of the top fifth of people are 8.5 times those of the bottom fifth. In the UK, the ratio is 7.2, France 5.6, Germany 5.2, Sweden 3.8 and Japan 3.4 (UN). Social costs, from feelings of inadequacy to violent crime, rise with inequality.

Manufacturing’s share of our economy has fallen from 26% in 1979 to 12%. Companies are crippled by short-termism – City preference for dividends over investment. Our research & development as a proportion of GDP is now 30% below Germany, 40% below USA, and 50% below Japan (Batelle).

The NHS is under-funded. UK spend on health is 8.4% of GDP, below the 9.7% average of 15 West European countries. We have 2.5 doctors per 1000 people, the West European average is 50% higher at 3.7 per 1000 (OECD).

The pupil/teacher ratio of our state secondary schools is 15, the West European average is 11. Our private schools have a ratio of only 7 (OECD).

Our state pension is the lowest in Europe (Aon). But our military spend is higher than Russia. We invaded Iraq “largely for oil” (Alan Greenspan).

His Plan:

A huge Budget deficit. A discredited City. Weekened manufacturing. Under-resourced health, education and pensions. Doubtful wars. Alarming inequality.

The “efficient markets” model no longer works – because of unregulated financiers, and because “Across the world, the free market is being overtaken by state capitalism” (US Council on Foreign Relations), from China, Russia, the Middle East, and South American countries like Brazil and Venezuela.

We need a government of all parties to tackle our crisis, bolstered by industrialists, businessmen, union leaders, consultants and the professions.

We need a 5 year National Plan to rescue Britain and make it fairer. Indicative plans for each sector should be made coherent by a National Planning Department, replacing the failed Treasury. Merited taxes should also avoid savage expenditure cuts that shed jobs and reduce services.

Reforming the City A tax on banks, and a tax on the privileged hedge funds. A tax on dividends where companies have R&D below international levels.

Reducing Inequality A wealth tax of 2%, as in France and Switzerland. An excessive earnings tax, with earnings over £1m at 60%, over £2m at 75%. Inheritance tax at 60% for estates over £5m, and 75% for estates over £10m.

New state/private British companies to compete with state capitalism
State equity companies to strengthen private companies to help medium-seized companies grow into world players, to develop green technologies, to boost employment and the work ethic, and to revive the “Made in Britain” label.

Public expenditure and public services
More hospitals, more doctors and more teachers to match international levels. A levy on private schools for their disproportionate use of teaching resources. Higher state pensions for lowly paid to avoid means testing of their savings. Less military expenditure. Support nuclear cut-backs by no to Trident. Leave Afghanistan. More control over North Sea oil instead of further wars for oil.

Sobre a Danca em Angola: Outros Registos

Num blog onde tanta musica se tem dedicado a danca e tanto espaco se tem emprestado a apenas uma 'protagonista', nao pode deixar de ser interessante, e ate' refrescante, tomar nota de outros registos. Como este:

Sakaneno João de Deus: O verdadeiro ícone

Sakaneno João de Deus é uma referência incontornável quando se fala de dança em Angola. Grande parte dos bailarinos, hoje conhecidos, já passou pelas suas mãos. Foi director da Academia de Dança em 1989, 1990, 2000, 2001, 2002 e 2003. Respeitosamente todos o tratam por “professor Sakaneno”.
Isso deve-se, não apenas ao facto de ensinar dança, mas também por ser um verdadeiro exemplo, um mestre da vida, alguém com uma experiência incrível e um percurso fascinante.

[Aqui]
Num blog onde tanta musica se tem dedicado a danca e tanto espaco se tem emprestado a apenas uma 'protagonista', nao pode deixar de ser interessante, e ate' refrescante, tomar nota de outros registos. Como este:

Sakaneno João de Deus: O verdadeiro ícone

Sakaneno João de Deus é uma referência incontornável quando se fala de dança em Angola. Grande parte dos bailarinos, hoje conhecidos, já passou pelas suas mãos. Foi director da Academia de Dança em 1989, 1990, 2000, 2001, 2002 e 2003. Respeitosamente todos o tratam por “professor Sakaneno”.
Isso deve-se, não apenas ao facto de ensinar dança, mas também por ser um verdadeiro exemplo, um mestre da vida, alguém com uma experiência incrível e um percurso fascinante.

[Aqui]

Tuesday 4 May 2010

BONGA: Cancoes da Diaspora Angolana [R]*






{N.B.: ALL SONGS IN THIS POST CAN BE LISTENED TO ON THIS PAGE}


[Venda poro]

Pois aqui vos ofereco mais uma “power point presentation” (mas, sem as – brilhantes – fotografias, para me poupar de muitos trabalhos e outras tantas invejas doentias…):

Bonga: Ja’ foi chamado publicamente “o lixo de Angola” – por quem agora canta e, diga-se de passagem, muito bem, felizmente, “minha Angola minha terra… a guerra ficou pra tras… que haja gente pro tempo novo, cantar cancoes de paz” … sera’ que ha’ gente dessa, com a necessaria elevacao e grandeza, entre os que se continuam a arrogar o “direito” de acambarcarem a Angolanidade so’ para si?


[Makongo]


No entanto, ele continua a ser, tal como o foi em 72-74 e apesar de nunca ter vivido permanentemente em Angola depois da Dipanda, uma das vozes, senao a voz mais profunda da Angolanidade… a voz com que milhares, senao milhoes, de Angolanos de pleno direito, na diaspora e nao so’ (embora a sua musica so' ha' relativamente pouco tempo tenha sido "desembarrada" publicamente em Angola), se identificam, dentre as varias que se proclamam, mais frequentemente do que nao, sem qualquer propriedade, “vozes da Angolanidade”… Oucam-no, voces que estragaram a kubata ao ponto de nao dar pra morar e agora nao teem vergonha de se fazerem de “vitimas” (… de quem, senao de voces mesmos?!). Oucamo-lo:

[Falar de assim]


(***)


[Anos 60 … Joana Maluca, de todos, sempre ali oferecendo seus dementes servicos na esquina do ‘Majestic’ do B.O. … Yes, tinha as fruta de vontade, mas nao tinha liberdade! ... E o povo que fugiu…]

[Kamusekele]

[Anos 70… E veio a “liberdade”! Ja’ nao era “pio”, por isso "enquadrei-me" noutras "militancias", incluindo as cicatrizes nos pes, para o resto da vida, do “trabalho voluntario revolucionario” nos laranjais do Mazozo e nos canaviais do Bom Jesus… Enquanto as ballerinas prima donnas de hoje estavam na praia, ‘nos cavalos', ou na dolce vita do ballet classico europeu - sem duvida, "coisa muito popular e genuinamente angolana" (cokwe')! - … Pra hoje terem o descaramento, desplante, abuso e atrevimento de se armarem em "porta-vozes do povo" - como se o unico povo que "cheiram e ouvem" nao fossem os seus criados e criadas... como se tivessem coragem de por os pes no Roque, no Sambila, no Rocha Pinto ou no Panguila, mesmo se acompanhadas pelos seus guarda-costas do povo... como se andassem a pe' ou de kandongueiro pelas ruas onde fotografam o lixo de dentro dos seus carros de luxo com A/C... - que granda lata!!! Mas tu pio’: quem traiu os teus valores e principios... quem te fez estrondar com raiva de so’ querer bazar???!!!


[Recordando pio']

[… Sim pio’ (tu que ganhaste o "pio-pio" ali no Kinaxixi cantando como um passarinho e a quem os "poetas revolucionarios e lucidos da situacao" cortaram as asas e o pio e fizeram "inventar silencios" ao seu servico..), quem te incaldiu, ali pros lados da Xicala, ali por todos os lados?! Quem te esqueceu… nos ditos e feitos da tubia que agora “aprendemos” (…“refastelados no imoral ocidente”…) se chama, e condena como, “pedophilia”? ]

[Incaldido]

[E escapaste… do recrutamento pr’uma guerra de alguns (dela/es!) de que ela/es e seus filhos sempre estiveram "isentos" ou eram adornados com altas patentes desde o primeiro dia, para poderem ficar a "comandar" a partir dos gabinetes, a longa distancia, ou do ar, enquanto a tua unica serventia era para carne de canhao sem qualquer promocao... da desgraca total em beneficio de alguns (dela/es!)… pras pedreiras, pr’outras ngundas, pr’outras lutas, pr’outras sortes… pr’o que agora ela/es, do alto da sua “branquicite aguda” lavada com lixivia depois de pintada de negro para efeitos de "arte contemporanea", chamam “nosso refastelamento” em terras que, dizem, “apesar da intolerancia, preferimos a nossa terra natal”… que eles tornaram e continuam a querer so’ dela/es!]

[Escapada]

[Outros nao escaparam, desconseguiram de entrar no porao… viraram meninos de rua… enquanto “outras” punham, dispunham, dancavam e iam “estudar” pro “hediondo ocidente” e para a pretensamente "renegada terra do colono" (isto e', dos seus mais proximos familiares e amigos e de todos os seus ancestrais, incluindo suas avos "poetisas"...) com bolsas chorudas que ate’ lhes dava pra comprar casas e carros (enquanto tu, se tivesses sorte, ias pra Cuba ou pro leste europeu e, mesmo que por milagre fosses para Portugal, ‘bolsa’ so’ a vias de vez em quando por um canudo…). A pergunta repete-se: porque estas em debanda, fisica ou espiritual, como todo esse povo… por culpa dos kotas (e da/os “pios” e da/os “jotas” situacionistas de todos os regimes e sistemas, que entretanto viraram “kotas” igualmente sem juizo - particularmente no que toca a se armarem em intocaveis e se enfeitarem de louros e titulos imerecidos, arrogancias ignorantes, mesquinhez e tacanhice, mentalidades bofiento-stalinistas e verborreia patrioteira e pseudo-intelectual-revolucionaria, "esperando o que alcanca sem nada fazer e depois do falhanco pra tuga viver"... - e que pateticamente teem o descaramento de falar hoje em “seus valores traidos”... e' mesmo preciso ter muita lata!!!) que nao dao, nem nunca deram, nada?! … Longe do calor da banda, estou a vos entender kanucos… quem sabe faz a hora, nao espera acontecer!]


[Nucos da bwala]

[Sera’ que ela/es entendem alguma coisa disso?...]


[Kianje]

[Anos 80: ... enquanto nossos velhos sabios e mestres de nossas linguas nacionais choram da alegria passageira do pos “dipanda dela/es” e morrem cedo sozinhos, a/os mestres da "lingua do colono", com suas “familias e suas amizades” manobradas pelo contexto, nas suas corridas para o poder tornam-se directora/es do “instituto de linguas nacionais” sem delas perceberem nenhuma… E hoje continuam vivinhas da silva e a fazerem campanha, com as suas “outras amizades” d'aquem e d'alem mar, para a "recolonizacao do pais" e a “reinstituicao” do portugues como “nossa unica lingua nacional”, em detrimento das outras que, dizem ela/es, sao “dialectos regionais”… Mas... e portanto...donas unicas e absolutas da "dipanda"... e sempre… “mais angolanas do que a Angolanidade”!]

[Olhos molhados]

[Anos 90… E por la’ se ficaram, embora sempre com um pe' na sua Tugalia de origem ou nos seus "exilios dourados" nas "nossas" embaixadas no ocidente, pagas com o suor do povo… com suas bwe’ de kudia e kunhas so’ pra ela/es, a kanjonjar tudo e mais alguma coisa… ate’ a Angolanidade… ate’ agora!!! Ate' agora... querem kanjonjar ate' mesmo a blogosfera... imagine-se se conseguissem controlar a internet! So’ porque ficaram la’ a embebedar-se e a drogar-se ate’ a exaustao (ate’ a morte!) e a cometerem impunemente toda a sorte de crimes de todas as ordens e graus, sem nunca terem feito qualquer trabalho produtivo nas suas "vidas poeticas e artisticas", num pais em "reconstrucao", kambada de imbumbaveis irresponsaveis!!! Nos seus circulos restritos, viciados e viciosos… com as benesses de um poder que nos lhes pusemos nas maos, no pelvis e nos pes… e que eles jamais teriam em alguma outra parte do mundo! Certamente nao, se fossem africanas negras na Europa, em particular em Portugal, Espanha ou Franca, onde nunca passariam de "meras imigrantes de segunda ou terceira geracao", quanto mais permitirem-se a "coragem e atrevimento" de falarem 'oficialmente' e como suas "unicas e maximas autoridades" em nome do "patrimonio cultural" desses paises... por muitos cursos especializados que para o efeito tivessem feito nas melhores universidades do mundo!

Por isso ficaram la’… oportunistica e cobardemente salvaguardados sob as sombrinhas protectoras dos nossos ancestrais… enquanto nos temos que “nos dar” aqui das “intolerancias” dos paises que nos permitiram o que eles, com o seu descarado racismo e extremo exclusivismo social, sempre nos negaram e continuam a negar: o direito a viver, sobreviver, expressarmo-nos livremente (nao e' por acaso que este blog a/os incomoda e irrita tanto...) e ser gente com dignidade - nao "o lixo de Angola"... nao "petit riens" - E ISSO E' O QUE MAIS VOS DOI!!! - E acham que, depois de tudo isso, teem o direito de nos cobrar os “seus sacrificios”… pela patria !!! Ah... ah... ah!!! – A nos que lhes deixamos a terra para os seus sonhos sem limites (… ou seja, de companhia e responsabilidade limitadas)... para a sua apropriacao material e espiritual… para o seu vulturismo cultural sem pudor nem vergonha de qualquer especie, kassumbulando na berrida a mascara da Pwo e as suas mais do que invejadas e cobicadas escarificacoes (assim denegrindo-a e reduzindo-a - como se de apenas mais uma boneca de infancia retardada de menina mimada se tratasse - a mero objecto de fantochada pretensamente "cultural"), mais o kumao que o povo tem e proclamando-os sua "legitima propriedade"... Wa saluka!!!

[Kanjonja]

[Anos 00… E la’ continuam ela/es… sem qualquer sintonia com as malambas, sempre cheios de palpites nas conversas e vidas alheias e sermoes sem ponta por onde se lhes pegue... calando quando deviam falar e falando quando deviam calar... armada/os que tudo sabem e tudo “phodem”! Com samania de dizere esta’ mbora bwe’… Mas so’ na hora de se gabar que sao conselheiros do “Bairro Alto” e “premios nacionais de cultura”, com suas mestrias de visao nenhuma e visoes sem qualquer mestria... porque de resto so’ aparentam estar m’bora ngone vendo a coisa (o lixo dela/es!) piorare pro seu estatuto social e a vontade raivosa, pestilenta, ciumenta e invejosa, mal escondida por baixo de todas as mascaras nacionais possiveis e imaginarias, de travarem “nossa hora de subir”… com a situacao/lixo que ela/es memo criaram e que lhes permitiu “merecer” tais premios, mordomias, todas as manhas e tanta mania!!!
Samania… armada/os agora, oportunistas como sempre souberam ser, em “rebels without a cause”… porque se lhes acabou todo o sermao (?), porque nao ha' bem que sempre dure... ou apenas porque "esta' na moda", multiplica comentarios, preenche o vazio de vidas inteiras de ociosidade, venalidade, pedantismo, parasitismo e diletantismo, da' "celebrity status", ressuscita blogs depressivos e moribundos com musica funebre, enfim: e' facil, e' barato e da' milhoes! Se nao metessem tanta pena e asco, por tanta pobreza de espirito, ate’ davam vontade de rir!

Agora ate' viram ja' "martires da dipanda", so' falta reclamarem estatuto de "heroinas nacionais" ou de Madres Teresas de Calcuta'... quando sempre estiveram cumplicemente caladas nos momentos mais criticos da vida dos Angolanos de verdade... mesmo agora, quando em pleno trigesimo aniversario do 27 de Maio, conseguem ter despudor, desumanidade e insensibilidade suficientes para fazerem proclamacoes de "...nada de novo" (... houve naquele dia em Luanda pelo menos um acontecimento inedito: o lancamento do livro de um sobrevivente do 27...), complementadas por "auto-comentarios" provocatorios do mais abjecto, obsceno, ordinario, insultuoso, grosseiro e rasteiro que ha'! Quando o minimo de decencia que se esperaria de alguem que tenha tomado as doses certas de xa' de kaxinde e com apenas alguns rudimentos de educacao, cultura, valores e principios eticos e morais e sem "nada a dizer" sobre o assunto, seria o habitual silencio, quanto mais nao seja por respeito as vitimas e seus familiares de ambos os lados!...Quem nao vos conhece que vos compre!]

[Samania]

[… Quem desconsegue fazer blogs com forca e qualidade suficientes para se imporem na sanzala global nao entoa… deixa quem sabe cantar… boa keta nao destoa, nem precisa corromper… Nao vale a pena inventar, nem invejar, nem tentar (mal) imitar: aprende - uma vez que ate' aprendem rapidinho tudo quanto for preciso so' para poderem continuar com sucesso a perseguir a vossa vocacao de vampiras de todos os tempos e sem nenhuma vergonha - ou cala so’… reduza-se a sua insignificancia! Porque da janela do meu musseke sempre vos vi bwe’ contente na vossa kandonga de ‘premios de ocasiao’ e 'directorias' que deixaram que facilmente vos subissem a cabeca (... mas talvez isso seja apenas o sinal mais visivel de que algum navio, algures, se esta' a afundar... onde e' que eu ja' ouvi estorias de ratazanas?)! E, de resto, ja’ nao tinham dito que “de ti jamais falarei” e “ja’ visitei esse blog vezes suficientes”? Porque que continuam so’ a vir aqui espreitar de kaxexe, cobardemente, pra irem arranjar toda a hora makas de sanzala so’ a toa??? So' pra chamarem atencao e receberem massagens ao ego... E' mesmo falta desesperada de assunto e de imaginacao, ne'?! Mesmo depois de semanas inteiras de "time-off" nao vos ocorre nada mais "sensivel e criativo"?!...

Querem reacender a guerra? Teem que fazer juz ao vosso nome de familia ate' ao holocausto total?! 30 anos nao vos bastaram??!! Ainda nao destruiram o suficiente???!!! Continuem la’ com os vossos posts com “nada de novo”, recortados da imprensa portuguesa (... pra inda terem a distinta e cretina lata de falarem de quem "se actualiza sobre a realidade Angolana atraves dos midia"!), em vez de virem so’ aqui deitar mau olhado na belissima e humanissima "A Angola dos meus Sonhos", ou na ilustre e brilhante cronica do kamba do kamba Kinito! Querem kibeto ou que?! Pois vao ter… Quem tanto procura, acaba por achar! Deixem de se por em bicos de pes que isto aqui nao e’ salao de danca! Vao la’ continuar a carracar, a vulturar e a viborar onde vos deixam, que aqui nao ha’ pao pra malukas! Ja’ vos disse: a inveja mata! Pois vao morrer longe!!!]

[Ngui tename]

[ E agora?... Gente do musseke falemos de nos, entre nos… As coisas da nossa terra, quando bem contadas teem um outro sabor! Adeus, vou-me embora… Fiquem bem (voces que se armam em seus donos e “inventores”…) na NOSSA terra!]

[Turmas do bairro]




Tracks from "Angola 74 (Venda Poro; Makongo)", "Mulemba Xangola" (2000, Lusafrica) and "Kaxexe" (2003, Lusafrica).


*[First posted 17/06/07]





{N.B.: ALL SONGS IN THIS POST CAN BE LISTENED TO ON THIS PAGE}


[Venda poro]

Pois aqui vos ofereco mais uma “power point presentation” (mas, sem as – brilhantes – fotografias, para me poupar de muitos trabalhos e outras tantas invejas doentias…):

Bonga: Ja’ foi chamado publicamente “o lixo de Angola” – por quem agora canta e, diga-se de passagem, muito bem, felizmente, “minha Angola minha terra… a guerra ficou pra tras… que haja gente pro tempo novo, cantar cancoes de paz” … sera’ que ha’ gente dessa, com a necessaria elevacao e grandeza, entre os que se continuam a arrogar o “direito” de acambarcarem a Angolanidade so’ para si?


[Makongo]


No entanto, ele continua a ser, tal como o foi em 72-74 e apesar de nunca ter vivido permanentemente em Angola depois da Dipanda, uma das vozes, senao a voz mais profunda da Angolanidade… a voz com que milhares, senao milhoes, de Angolanos de pleno direito, na diaspora e nao so’ (embora a sua musica so' ha' relativamente pouco tempo tenha sido "desembarrada" publicamente em Angola), se identificam, dentre as varias que se proclamam, mais frequentemente do que nao, sem qualquer propriedade, “vozes da Angolanidade”… Oucam-no, voces que estragaram a kubata ao ponto de nao dar pra morar e agora nao teem vergonha de se fazerem de “vitimas” (… de quem, senao de voces mesmos?!). Oucamo-lo:

[Falar de assim]


(***)


[Anos 60 … Joana Maluca, de todos, sempre ali oferecendo seus dementes servicos na esquina do ‘Majestic’ do B.O. … Yes, tinha as fruta de vontade, mas nao tinha liberdade! ... E o povo que fugiu…]

[Kamusekele]

[Anos 70… E veio a “liberdade”! Ja’ nao era “pio”, por isso "enquadrei-me" noutras "militancias", incluindo as cicatrizes nos pes, para o resto da vida, do “trabalho voluntario revolucionario” nos laranjais do Mazozo e nos canaviais do Bom Jesus… Enquanto as ballerinas prima donnas de hoje estavam na praia, ‘nos cavalos', ou na dolce vita do ballet classico europeu - sem duvida, "coisa muito popular e genuinamente angolana" (cokwe')! - … Pra hoje terem o descaramento, desplante, abuso e atrevimento de se armarem em "porta-vozes do povo" - como se o unico povo que "cheiram e ouvem" nao fossem os seus criados e criadas... como se tivessem coragem de por os pes no Roque, no Sambila, no Rocha Pinto ou no Panguila, mesmo se acompanhadas pelos seus guarda-costas do povo... como se andassem a pe' ou de kandongueiro pelas ruas onde fotografam o lixo de dentro dos seus carros de luxo com A/C... - que granda lata!!! Mas tu pio’: quem traiu os teus valores e principios... quem te fez estrondar com raiva de so’ querer bazar???!!!


[Recordando pio']

[… Sim pio’ (tu que ganhaste o "pio-pio" ali no Kinaxixi cantando como um passarinho e a quem os "poetas revolucionarios e lucidos da situacao" cortaram as asas e o pio e fizeram "inventar silencios" ao seu servico..), quem te incaldiu, ali pros lados da Xicala, ali por todos os lados?! Quem te esqueceu… nos ditos e feitos da tubia que agora “aprendemos” (…“refastelados no imoral ocidente”…) se chama, e condena como, “pedophilia”? ]

[Incaldido]

[E escapaste… do recrutamento pr’uma guerra de alguns (dela/es!) de que ela/es e seus filhos sempre estiveram "isentos" ou eram adornados com altas patentes desde o primeiro dia, para poderem ficar a "comandar" a partir dos gabinetes, a longa distancia, ou do ar, enquanto a tua unica serventia era para carne de canhao sem qualquer promocao... da desgraca total em beneficio de alguns (dela/es!)… pras pedreiras, pr’outras ngundas, pr’outras lutas, pr’outras sortes… pr’o que agora ela/es, do alto da sua “branquicite aguda” lavada com lixivia depois de pintada de negro para efeitos de "arte contemporanea", chamam “nosso refastelamento” em terras que, dizem, “apesar da intolerancia, preferimos a nossa terra natal”… que eles tornaram e continuam a querer so’ dela/es!]

[Escapada]

[Outros nao escaparam, desconseguiram de entrar no porao… viraram meninos de rua… enquanto “outras” punham, dispunham, dancavam e iam “estudar” pro “hediondo ocidente” e para a pretensamente "renegada terra do colono" (isto e', dos seus mais proximos familiares e amigos e de todos os seus ancestrais, incluindo suas avos "poetisas"...) com bolsas chorudas que ate’ lhes dava pra comprar casas e carros (enquanto tu, se tivesses sorte, ias pra Cuba ou pro leste europeu e, mesmo que por milagre fosses para Portugal, ‘bolsa’ so’ a vias de vez em quando por um canudo…). A pergunta repete-se: porque estas em debanda, fisica ou espiritual, como todo esse povo… por culpa dos kotas (e da/os “pios” e da/os “jotas” situacionistas de todos os regimes e sistemas, que entretanto viraram “kotas” igualmente sem juizo - particularmente no que toca a se armarem em intocaveis e se enfeitarem de louros e titulos imerecidos, arrogancias ignorantes, mesquinhez e tacanhice, mentalidades bofiento-stalinistas e verborreia patrioteira e pseudo-intelectual-revolucionaria, "esperando o que alcanca sem nada fazer e depois do falhanco pra tuga viver"... - e que pateticamente teem o descaramento de falar hoje em “seus valores traidos”... e' mesmo preciso ter muita lata!!!) que nao dao, nem nunca deram, nada?! … Longe do calor da banda, estou a vos entender kanucos… quem sabe faz a hora, nao espera acontecer!]


[Nucos da bwala]

[Sera’ que ela/es entendem alguma coisa disso?...]


[Kianje]

[Anos 80: ... enquanto nossos velhos sabios e mestres de nossas linguas nacionais choram da alegria passageira do pos “dipanda dela/es” e morrem cedo sozinhos, a/os mestres da "lingua do colono", com suas “familias e suas amizades” manobradas pelo contexto, nas suas corridas para o poder tornam-se directora/es do “instituto de linguas nacionais” sem delas perceberem nenhuma… E hoje continuam vivinhas da silva e a fazerem campanha, com as suas “outras amizades” d'aquem e d'alem mar, para a "recolonizacao do pais" e a “reinstituicao” do portugues como “nossa unica lingua nacional”, em detrimento das outras que, dizem ela/es, sao “dialectos regionais”… Mas... e portanto...donas unicas e absolutas da "dipanda"... e sempre… “mais angolanas do que a Angolanidade”!]

[Olhos molhados]

[Anos 90… E por la’ se ficaram, embora sempre com um pe' na sua Tugalia de origem ou nos seus "exilios dourados" nas "nossas" embaixadas no ocidente, pagas com o suor do povo… com suas bwe’ de kudia e kunhas so’ pra ela/es, a kanjonjar tudo e mais alguma coisa… ate’ a Angolanidade… ate’ agora!!! Ate' agora... querem kanjonjar ate' mesmo a blogosfera... imagine-se se conseguissem controlar a internet! So’ porque ficaram la’ a embebedar-se e a drogar-se ate’ a exaustao (ate’ a morte!) e a cometerem impunemente toda a sorte de crimes de todas as ordens e graus, sem nunca terem feito qualquer trabalho produtivo nas suas "vidas poeticas e artisticas", num pais em "reconstrucao", kambada de imbumbaveis irresponsaveis!!! Nos seus circulos restritos, viciados e viciosos… com as benesses de um poder que nos lhes pusemos nas maos, no pelvis e nos pes… e que eles jamais teriam em alguma outra parte do mundo! Certamente nao, se fossem africanas negras na Europa, em particular em Portugal, Espanha ou Franca, onde nunca passariam de "meras imigrantes de segunda ou terceira geracao", quanto mais permitirem-se a "coragem e atrevimento" de falarem 'oficialmente' e como suas "unicas e maximas autoridades" em nome do "patrimonio cultural" desses paises... por muitos cursos especializados que para o efeito tivessem feito nas melhores universidades do mundo!

Por isso ficaram la’… oportunistica e cobardemente salvaguardados sob as sombrinhas protectoras dos nossos ancestrais… enquanto nos temos que “nos dar” aqui das “intolerancias” dos paises que nos permitiram o que eles, com o seu descarado racismo e extremo exclusivismo social, sempre nos negaram e continuam a negar: o direito a viver, sobreviver, expressarmo-nos livremente (nao e' por acaso que este blog a/os incomoda e irrita tanto...) e ser gente com dignidade - nao "o lixo de Angola"... nao "petit riens" - E ISSO E' O QUE MAIS VOS DOI!!! - E acham que, depois de tudo isso, teem o direito de nos cobrar os “seus sacrificios”… pela patria !!! Ah... ah... ah!!! – A nos que lhes deixamos a terra para os seus sonhos sem limites (… ou seja, de companhia e responsabilidade limitadas)... para a sua apropriacao material e espiritual… para o seu vulturismo cultural sem pudor nem vergonha de qualquer especie, kassumbulando na berrida a mascara da Pwo e as suas mais do que invejadas e cobicadas escarificacoes (assim denegrindo-a e reduzindo-a - como se de apenas mais uma boneca de infancia retardada de menina mimada se tratasse - a mero objecto de fantochada pretensamente "cultural"), mais o kumao que o povo tem e proclamando-os sua "legitima propriedade"... Wa saluka!!!

[Kanjonja]

[Anos 00… E la’ continuam ela/es… sem qualquer sintonia com as malambas, sempre cheios de palpites nas conversas e vidas alheias e sermoes sem ponta por onde se lhes pegue... calando quando deviam falar e falando quando deviam calar... armada/os que tudo sabem e tudo “phodem”! Com samania de dizere esta’ mbora bwe’… Mas so’ na hora de se gabar que sao conselheiros do “Bairro Alto” e “premios nacionais de cultura”, com suas mestrias de visao nenhuma e visoes sem qualquer mestria... porque de resto so’ aparentam estar m’bora ngone vendo a coisa (o lixo dela/es!) piorare pro seu estatuto social e a vontade raivosa, pestilenta, ciumenta e invejosa, mal escondida por baixo de todas as mascaras nacionais possiveis e imaginarias, de travarem “nossa hora de subir”… com a situacao/lixo que ela/es memo criaram e que lhes permitiu “merecer” tais premios, mordomias, todas as manhas e tanta mania!!!
Samania… armada/os agora, oportunistas como sempre souberam ser, em “rebels without a cause”… porque se lhes acabou todo o sermao (?), porque nao ha' bem que sempre dure... ou apenas porque "esta' na moda", multiplica comentarios, preenche o vazio de vidas inteiras de ociosidade, venalidade, pedantismo, parasitismo e diletantismo, da' "celebrity status", ressuscita blogs depressivos e moribundos com musica funebre, enfim: e' facil, e' barato e da' milhoes! Se nao metessem tanta pena e asco, por tanta pobreza de espirito, ate’ davam vontade de rir!

Agora ate' viram ja' "martires da dipanda", so' falta reclamarem estatuto de "heroinas nacionais" ou de Madres Teresas de Calcuta'... quando sempre estiveram cumplicemente caladas nos momentos mais criticos da vida dos Angolanos de verdade... mesmo agora, quando em pleno trigesimo aniversario do 27 de Maio, conseguem ter despudor, desumanidade e insensibilidade suficientes para fazerem proclamacoes de "...nada de novo" (... houve naquele dia em Luanda pelo menos um acontecimento inedito: o lancamento do livro de um sobrevivente do 27...), complementadas por "auto-comentarios" provocatorios do mais abjecto, obsceno, ordinario, insultuoso, grosseiro e rasteiro que ha'! Quando o minimo de decencia que se esperaria de alguem que tenha tomado as doses certas de xa' de kaxinde e com apenas alguns rudimentos de educacao, cultura, valores e principios eticos e morais e sem "nada a dizer" sobre o assunto, seria o habitual silencio, quanto mais nao seja por respeito as vitimas e seus familiares de ambos os lados!...Quem nao vos conhece que vos compre!]

[Samania]

[… Quem desconsegue fazer blogs com forca e qualidade suficientes para se imporem na sanzala global nao entoa… deixa quem sabe cantar… boa keta nao destoa, nem precisa corromper… Nao vale a pena inventar, nem invejar, nem tentar (mal) imitar: aprende - uma vez que ate' aprendem rapidinho tudo quanto for preciso so' para poderem continuar com sucesso a perseguir a vossa vocacao de vampiras de todos os tempos e sem nenhuma vergonha - ou cala so’… reduza-se a sua insignificancia! Porque da janela do meu musseke sempre vos vi bwe’ contente na vossa kandonga de ‘premios de ocasiao’ e 'directorias' que deixaram que facilmente vos subissem a cabeca (... mas talvez isso seja apenas o sinal mais visivel de que algum navio, algures, se esta' a afundar... onde e' que eu ja' ouvi estorias de ratazanas?)! E, de resto, ja’ nao tinham dito que “de ti jamais falarei” e “ja’ visitei esse blog vezes suficientes”? Porque que continuam so’ a vir aqui espreitar de kaxexe, cobardemente, pra irem arranjar toda a hora makas de sanzala so’ a toa??? So' pra chamarem atencao e receberem massagens ao ego... E' mesmo falta desesperada de assunto e de imaginacao, ne'?! Mesmo depois de semanas inteiras de "time-off" nao vos ocorre nada mais "sensivel e criativo"?!...

Querem reacender a guerra? Teem que fazer juz ao vosso nome de familia ate' ao holocausto total?! 30 anos nao vos bastaram??!! Ainda nao destruiram o suficiente???!!! Continuem la’ com os vossos posts com “nada de novo”, recortados da imprensa portuguesa (... pra inda terem a distinta e cretina lata de falarem de quem "se actualiza sobre a realidade Angolana atraves dos midia"!), em vez de virem so’ aqui deitar mau olhado na belissima e humanissima "A Angola dos meus Sonhos", ou na ilustre e brilhante cronica do kamba do kamba Kinito! Querem kibeto ou que?! Pois vao ter… Quem tanto procura, acaba por achar! Deixem de se por em bicos de pes que isto aqui nao e’ salao de danca! Vao la’ continuar a carracar, a vulturar e a viborar onde vos deixam, que aqui nao ha’ pao pra malukas! Ja’ vos disse: a inveja mata! Pois vao morrer longe!!!]

[Ngui tename]

[ E agora?... Gente do musseke falemos de nos, entre nos… As coisas da nossa terra, quando bem contadas teem um outro sabor! Adeus, vou-me embora… Fiquem bem (voces que se armam em seus donos e “inventores”…) na NOSSA terra!]

[Turmas do bairro]




Tracks from "Angola 74 (Venda Poro; Makongo)", "Mulemba Xangola" (2000, Lusafrica) and "Kaxexe" (2003, Lusafrica).


*[First posted 17/06/07]

Monday 3 May 2010

No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

“A Agencia”

Era assim:

- Havia varios desks - nacional, desporto, cultura e internacional – e cada um tinha o seu chefe, ao qual os staffers (sub-editores, jornalistas e/ou tradutores) submetiam as suas peças. O chefe, por sua vez, submetia as peças seleccionadas do seu desk ao editor de servico (chefe de turno) e este levava aquelas que passavam pelo seu 'crivo' ao desk dos controladores (um desk algo 'invisivel', mas que existia (!) e integrava alguns editores-chefes e representantes do partido e/ou de “outras agencias nao especificadas”). Estes, por sua vez, usavam os seus proprios “filtros” de seleccao das peças que iam para a sala de telex, de onde eram despachadas para os varios orgaos de “difusao massiva” ou “mass media”, hoje mais comumente designados “de comunicacao social” ou simplesmente “media” ou “midia”.

Entao, aconteceu assim:

- Num certo turno da manha (que normalmente comecava as 6 a.m. e era o que “apanhava” as noticias “mais quentes” da noite anterior ou as que iriam marcar o dia), no desk internacional (que usava como fontes os despachos das principais agencias noticiosas internacionais - Reuters, France Press, Tass, Novosti, Prensa Latina, Pana, etc.), esta staffer “apanhou” com um despacho da France Press assim entitulado:
“URSS invade Afeganistao”!
Tendo aquela sido a primeira noticia sobre o acontecimento, em nome de uma certa nocao de objectividade, nao lhe ocorreu fazer-lhe quaisquer “retoques ou efeitos especiais”, tendo-se limitado a traduzi-la do original em Frances.

- Passado um bocado, o chefe de turno (por sinal alguem que a tratava por 'comadre' e a quem ela tratava por 'compadre') veio dizer-lhe que ela tinha que reescrever aquela materia e entitula-la “URSS presta Ajuda Internacionalista ao Afeganistao”. Encontrando-se ela ja’ ocupada com outras materias, respondeu-lhe descontraidamente que seria melhor que o fizesse ele... Mas ele insistiu e depois de uma pequena discussao a volta dos conceitos de “invasao” e “ajuda internacionalista”, ele dirigiu-se ao desk dos controladores, de onde regressou acompanhado por representantes, um (A) do partido e outro (B) de uma das tais “agencias nao identificadas”...

- Comecou o A: “pois, eu ja’ ha’ muito venho reparando que esta camarada tem ideias muito diversionistas”! Acrescentou o B: “olhe, quem aqui nao esta’ de acordo com a linha politica do partido, nao pode trabalhar aqui”! E colocaram-lhe a peça a frente para que a “corrigisse”...

- A staffer, mal acreditando no que via e ouvia, pegou na peça, rasgou-a em pedacinhos e, sem uma palavra, dirigiu-se a sala do secretariado onde dactilografou e entregou o seu pedido de demissao, abandonando de seguida o edificio.

- Passados alguns dias, a staffer foi chamada pelo director da agencia, para lhe pedir que reconsiderasse a sua decisao, esquecesse o que se tinha passado e regressasse ao trabalho. Ao que ela respondeu que lamentava, mas a sua decisao era irrevogavel e apenas desejava que lhe passassem a devida carta de desvinculacao. Tal carta nunca lhe foi passada... pelo que, ironia das ironias, oficialmente “continua vinculada a agencia” ate’ hoje – Dia Mundial da Liberdade de Imprensa!

Bom, ironias a parte, passadas cerca de 3 decadas desde aquele infausto episodio (numa altura em que, curiosamente, o Afeganistao se encontra de novo "invadido"...), tem sido deveras interessante observar como personagens como B haveriam, nao muito mais tarde, de se notabilizar nas hostes propagandisticas do maior partido da oposicao, ou como alguns dos seus co-staffers de entao (que nunca 'tugiram nem mujiram' sobre aquele ou outros episodios similares - e nao pretendendo com este reparo retirar-lhes os meritos onde eles possam ser devidos!), se tornaram ao longo dos anos delegados da agencia ou adidos de imprensa nos mais diversos aeropagos internacionais, acessores governamentais ou presidenciais, deputados, auto-denominados “caes do partido”, premios nacionais disto ou daquilo, ou ainda, mais recentemente, “porta-estandartes da liberdade de imprensa e da democracia” (mais vale tarde do que nunca!)...

Mas, como diz o outro: Sarava’!
“A Agencia”

Era assim:

- Havia varios desks - nacional, desporto, cultura e internacional – e cada um tinha o seu chefe, ao qual os staffers (sub-editores, jornalistas e/ou tradutores) submetiam as suas peças. O chefe, por sua vez, submetia as peças seleccionadas do seu desk ao editor de servico (chefe de turno) e este levava aquelas que passavam pelo seu 'crivo' ao desk dos controladores (um desk algo 'invisivel', mas que existia (!) e integrava alguns editores-chefes e representantes do partido e/ou de “outras agencias nao especificadas”). Estes, por sua vez, usavam os seus proprios “filtros” de seleccao das peças que iam para a sala de telex, de onde eram despachadas para os varios orgaos de “difusao massiva” ou “mass media”, hoje mais comumente designados “de comunicacao social” ou simplesmente “media” ou “midia”.

Entao, aconteceu assim:

- Num certo turno da manha (que normalmente comecava as 6 a.m. e era o que “apanhava” as noticias “mais quentes” da noite anterior ou as que iriam marcar o dia), no desk internacional (que usava como fontes os despachos das principais agencias noticiosas internacionais - Reuters, France Press, Tass, Novosti, Prensa Latina, Pana, etc.), esta staffer “apanhou” com um despacho da France Press assim entitulado:
“URSS invade Afeganistao”!
Tendo aquela sido a primeira noticia sobre o acontecimento, em nome de uma certa nocao de objectividade, nao lhe ocorreu fazer-lhe quaisquer “retoques ou efeitos especiais”, tendo-se limitado a traduzi-la do original em Frances.

- Passado um bocado, o chefe de turno (por sinal alguem que a tratava por 'comadre' e a quem ela tratava por 'compadre') veio dizer-lhe que ela tinha que reescrever aquela materia e entitula-la “URSS presta Ajuda Internacionalista ao Afeganistao”. Encontrando-se ela ja’ ocupada com outras materias, respondeu-lhe descontraidamente que seria melhor que o fizesse ele... Mas ele insistiu e depois de uma pequena discussao a volta dos conceitos de “invasao” e “ajuda internacionalista”, ele dirigiu-se ao desk dos controladores, de onde regressou acompanhado por representantes, um (A) do partido e outro (B) de uma das tais “agencias nao identificadas”...

- Comecou o A: “pois, eu ja’ ha’ muito venho reparando que esta camarada tem ideias muito diversionistas”! Acrescentou o B: “olhe, quem aqui nao esta’ de acordo com a linha politica do partido, nao pode trabalhar aqui”! E colocaram-lhe a peça a frente para que a “corrigisse”...

- A staffer, mal acreditando no que via e ouvia, pegou na peça, rasgou-a em pedacinhos e, sem uma palavra, dirigiu-se a sala do secretariado onde dactilografou e entregou o seu pedido de demissao, abandonando de seguida o edificio.

- Passados alguns dias, a staffer foi chamada pelo director da agencia, para lhe pedir que reconsiderasse a sua decisao, esquecesse o que se tinha passado e regressasse ao trabalho. Ao que ela respondeu que lamentava, mas a sua decisao era irrevogavel e apenas desejava que lhe passassem a devida carta de desvinculacao. Tal carta nunca lhe foi passada... pelo que, ironia das ironias, oficialmente “continua vinculada a agencia” ate’ hoje –
Dia Mundial da Liberdade de Imprensa!

Bom, ironias a parte, passadas cerca de 3 decadas desde aquele infausto episodio (numa altura em que, curiosamente, o Afeganistao se encontra de novo "invadido"...), tem sido deveras interessante observar como personagens como B haveriam, nao muito mais tarde, de se notabilizar nas hostes propagandisticas do maior partido da oposicao, ou como alguns dos seus co-staffers de entao (que nunca 'tugiram nem mujiram' sobre aquele ou outros episodios similares - e nao pretendendo com este reparo retirar-lhes os meritos onde eles possam ser devidos!), se tornaram ao longo dos anos delegados da agencia ou adidos de imprensa nos mais diversos aeropagos internacionais, acessores governamentais ou presidenciais, deputados, auto-denominados “caes do partido”, premios nacionais disto ou daquilo, ou ainda, mais recentemente, “porta-estandartes da liberdade de imprensa e da democracia” (mais vale tarde do que nunca!)...

Mas, como diz o outro: Sarava’!

Saturday 1 May 2010

U.S. Tragedy




Ana, will you stand with me?

Monday, 14 June, 2010 18:07
From:
"Barack Obama"
To:
"Ana Santana"


Ana --

The BP oil spill in the Gulf Coast is the worst environmental disaster of its kind in our nation's history. I am returning to the region today to review our efforts and meet with families and business owners affected by the catastrophe.

We are working to hold BP accountable for the damage to the lands and the livelihoods of the Gulf Coast, and we are taking strong precautions to make certain a spill like this never happens again.

But our work will not end with this crisis. That's one of the reasons why last week I invited lawmakers from both parties to join me at the White House to discuss what it will take to move forward on legislation to promote a new economy powered by green jobs, combat climate change, and end our dependence on foreign oil.

Today, we consume more than 20 percent of the world's oil, but have less than two percent of the world's oil reserves. Beyond the risks inherent in drilling four miles beneath the surface of the Earth, our dependence on oil means that we will continue to send billions of dollars of our hard-earned wealth to other countries every month -- including many in dangerous and unstable regions.

In other words, our continued dependence on fossil fuels will jeopardize our national security. It will smother our planet. And it will continue to put our economy and our environment at risk. We cannot delay any longer, and that is why I am asking for your help.

The time has come, once and for all, for this nation to fully embrace a new future. That means continuing our unprecedented effort to make everything -- from our homes and businesses to our cars and trucks -- more energy-efficient. It means rolling back billions of dollars of tax breaks to oil companies so we can prioritize investments in clean energy research and development.

Many businesses support this agenda because shifting to clean energy creates opportunities for entrepreneurship. This is how we will reinvent our economy -- and create new companies and new jobs all across the country.

There will be transition costs and a time of adjustment. But if we refuse to heed the warnings from the disaster in the Gulf -- we will have missed our best chance to seize the clean-energy future we know America needs to thrive in the years and decades to come.

The House of Representatives has already passed a comprehensive energy and climate bill, and there is currently a plan in the Senate -- a plan that was developed with ideas from Democrats and Republicans -- that would achieve the same goal. But this is an issue that Washington has long ignored in favor of protecting the status quo.

So I'm asking for your help today to show that we are ready for a clean-energy future.

Please add your name to mine.


Thank you,

President Barack Obama








Ana, will you stand with me?

Monday, 14 June, 2010 18:07
From:
"Barack Obama"
To:
"Ana Santana"


Ana --

The BP oil spill in the Gulf Coast is the worst environmental disaster of its kind in our nation's history. I am returning to the region today to review our efforts and meet with families and business owners affected by the catastrophe.

We are working to hold BP accountable for the damage to the lands and the livelihoods of the Gulf Coast, and we are taking strong precautions to make certain a spill like this never happens again.

But our work will not end with this crisis. That's one of the reasons why last week I invited lawmakers from both parties to join me at the White House to discuss what it will take to move forward on legislation to promote a new economy powered by green jobs, combat climate change, and end our dependence on foreign oil.

Today, we consume more than 20 percent of the world's oil, but have less than two percent of the world's oil reserves. Beyond the risks inherent in drilling four miles beneath the surface of the Earth, our dependence on oil means that we will continue to send billions of dollars of our hard-earned wealth to other countries every month -- including many in dangerous and unstable regions.

In other words, our continued dependence on fossil fuels will jeopardize our national security. It will smother our planet. And it will continue to put our economy and our environment at risk. We cannot delay any longer, and that is why I am asking for your help.

The time has come, once and for all, for this nation to fully embrace a new future. That means continuing our unprecedented effort to make everything -- from our homes and businesses to our cars and trucks -- more energy-efficient. It means rolling back billions of dollars of tax breaks to oil companies so we can prioritize investments in clean energy research and development.

Many businesses support this agenda because shifting to clean energy creates opportunities for entrepreneurship. This is how we will reinvent our economy -- and create new companies and new jobs all across the country.

There will be transition costs and a time of adjustment. But if we refuse to heed the warnings from the disaster in the Gulf -- we will have missed our best chance to seize the clean-energy future we know America needs to thrive in the years and decades to come.

The House of Representatives has already passed a comprehensive energy and climate bill, and there is currently a plan in the Senate -- a plan that was developed with ideas from Democrats and Republicans -- that would achieve the same goal. But this is an issue that Washington has long ignored in favor of protecting the status quo.

So I'm asking for your help today to show that we are ready for a clean-energy future.

Please add your name to mine.


Thank you,

President Barack Obama