Thursday 27 May 2010

A Cidade Crispada


Foi alguns meses depois do 27 de Maio de 1977.
Estava em fuga - de militancias, do continuo bater no ferro quente do camartelo da demolicao pessoal, familiar e social; de Luanda e seus kifumbis, kazumbis e kalundus.
Ia em busca de um sol que distendesse o meu estado de crispacao e iluminasse o caminho desconhecido que decidira encetar - numa cidade desconhecida e de totais desconhecidos para mim.
O pretexto era estudar para um curso que so' ali era leccionado.
Ah, e queria muito conhecer de perto e ao vivo as misticas Mumuilas e seus segredos, seus cabelos e oleos de mompeke.
Mas encontrei uma cidade desconhecida e pessoas desconhecidas talvez em maior estado de crispacao do que o meu - ou ter-se-ia a minha crispacao atenuado assim que la' cheguei?

Era assim o Lubango quando em seu nevoeiro crispado desembarquei pela primeira vez.


{Continue lendo aqui}

Foi alguns meses depois do 27 de Maio de 1977.
Estava em fuga - de militancias, do continuo bater no ferro quente do camartelo da demolicao pessoal, familiar e social; de Luanda e seus kifumbis, kazumbis e kalundus.
Ia em busca de um sol que distendesse o meu estado de crispacao e iluminasse o caminho desconhecido que decidira encetar - numa cidade desconhecida e de totais desconhecidos para mim.
O pretexto era estudar para um curso que so' ali era leccionado.
Ah, e queria muito conhecer de perto e ao vivo as misticas Mumuilas e seus segredos, seus cabelos e oleos de mompeke.
Mas encontrei uma cidade desconhecida e pessoas desconhecidas talvez em maior estado de crispacao do que o meu - ou ter-se-ia a minha crispacao atenuado assim que la' cheguei?

Era assim o Lubango quando em seu nevoeiro crispado desembarquei pela primeira vez.


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3 comments:

umBhalane said...

Artigo com uma profundidade marcante, de quem realmente viveu certas experiências, e foi capaz de as retratar com fidedignidade.

A melhor coisa que posso dizer, escrever, é que fiquei com um nó na garganta, a modos que sufocado.

V Benesi said...

MAna, querida,
que texto lindo! É mesmo de dá um nó na garganta...
Um super beijo da mana
Veronica

Koluki said...

Um beijo aos dois e' tudo quanto consigo dizer/escrever.