A
anunciada imprevisibilidade do resultado das eleicoes gerais da semana passada no Reino Unido "previa tudo" menos o "empate tecnico" entre o poder e a oposicao (o que no jargao politico local e' designado por
hung parliament) ... Resultado: nos dias que se seguiram ate' hoje, este pais tem vivido em estado de "alta tensao", nao se sabendo muito bem como e' que o
stalemate na corrida para
10 Downing Street acabaria por ser resolvido, numa inusitada jincana negocial por entre varias possiveis aliancas e alinhamentos entre os tres maiores partidos contendores:
Trabalhistas,
Conservativos e
Liberais Democratas. Mas, finalmente, os Ingleses puderam hoje respirar fundo e dizer:
habemus governo!
Muito ha' ainda a dizer sobre este resultado eleitoral que ficara' seguramente registado na historia deste pais - e.g., as vozes que ja' se levantam vaticinando que o "casamento de conveniencia" entre os Conservativos e os Liberais Democratas ha-de acabar em "divorcio; o futuro politico que os Trabalhistas reservam a
Gordon Brown, ou a forma como, tal como os Franceses a dada altura
fizeram com o seu Sarkozy, o novo
British Prime Minister, o jovem David Cameron, comeca a ser
Obamanizado...
Mas, por agora, o que me parece reflectir melhor o actual momento, a comecar pelo "bem apanhado" titulo, e' o seguinte artigo de Isaac Bigio, articulista de varios periodicos Ibero-Americanos, na sua coluna (distribuida por email)
Analisis Global:
Brown Con-Dem-nado. Lib-Dems com Cons
No Reino Unido usa-se a sílaba “Cons” para se referir aos conservadores e “Dems” para se referir aos democratas liberais. Hoje, pela primeira vez na história, estes dois partidos cujos antepassados têm mais de três séculos de existência, firmaram uma coalizão para jogar os “labs” (laboristas ou trabalhistas) do governo nacional.
Tal como o advertia a manchete do principal diário pró-laborista (‘Mirror’), o trabalhista Gordon Brown podia terminar com-dem-nado. Buscando por todos os meios se manter no cargo, Brown anunciou que ele permaneceria como premiê somente por mais três a quatro meses e que seu governo baixaria uma nova lei para reformular o sistema eleitoral.
No entanto, apesar de todas as suas tentativas para se perpetuar no poder, ele acaba de deixar as chaves do número 10 da Downing Street (residência do premiê de sua majestade) ao seu oponente David Cameron.
Durante as eleições os conservadores diziam que quem votasse aos liberal-democratas estaria ajudando para que os trabalhistas mantivessem alguém que lhes permitiria continuar retendo o poder. No entanto, os fatos ocorreram em ordem inversa. São os liberais que têm levado os conservadores a encabeçar seu primeiro governo sem maioria parlamentar, após várias gerações.
A partir do ponto de vista inerente às distâncias que os liberal-democratas mantêm em relação aos conservadores, sabe-se que estas são maiores em relação aos trabalhistas. Enquanto os "lib-dems" são favoráveis à União Europeia (UE), à anistia aos imigrantes irregulares e a eliminar os caros submarinos nucleares, os "cons" querem conceder peso à UE, pedem mais dureza frente aos imigrantes e propõem mais gastos com a defesa.
No entanto, os “lib-dems” só tomaram os coquetéis com os “labs” ara que os “cons” abram mais concessões. Graças aos coquetéis, um outro Nick Clegg se converteu no primeiro vice-premiê liberal-democrata da história. Os “lib-dems” têm conseguido se impor ao partido que mais se opôs à reforma eleitoral, fazendo com que o mesmo aceite se submeter a um referendo, uma leve reforma do sistema eleitoral uninominal.Assim, seria permitido a cada eleitor indicar as suas preferências e o vencedor se sagraria com mais de 50% da votação.
Os “lib-dems” não decidiram formar uma “aliança progressista” com os “labs” por várias razões. Primeiro, porque seria vista como uma coalizão que joga entre os dois derrotados, colocando pela segunda vez consecutiva, um premiê que não liderou uma vitória eleitoral (Brown e seu sucessor). Segundo, porque isso poderia agigantar os conservadores na oposição e agora, decerto, deverão “suavizar”. Terceiro, porque ideologicamente falando, Clegg está na direita de seu partido - e sua esposa Miriam é filha de um senador da direita espanhola.
Leia mais aqui
A
anunciada imprevisibilidade do resultado das eleicoes gerais da semana passada no Reino Unido "previa tudo" menos o "empate tecnico" entre o poder e a oposicao (o que no jargao politico local e' designado por
hung parliament) ... Resultado: nos dias que se seguiram ate' hoje, este pais tem vivido em estado de "alta tensao", nao se sabendo muito bem como e' que o
stalemate na corrida para
10 Downing Street acabaria por ser resolvido, numa inusitada jincana negocial por entre varias possiveis aliancas e alinhamentos entre os tres maiores partidos contendores:
Trabalhistas,
Conservativos e
Liberais Democratas. Mas, finalmente, os Ingleses puderam hoje respirar fundo e dizer:
habemus governo!
Muito ha' ainda a dizer sobre este resultado eleitoral que ficara' seguramente registado na historia deste pais - e.g., as vozes que ja' se levantam vaticinando que o "casamento de conveniencia" entre os Conservativos e os Liberais Democratas ha-de acabar em "divorcio; o futuro politico que os Trabalhistas reservam a
Gordon Brown, ou a forma como, tal como os Franceses a dada altura
fizeram com o seu Sarkozy, o novo
British Prime Minister, o jovem David Cameron, comeca a ser
Obamanizado...
Mas, por agora, o que me parece reflectir melhor o actual momento, a comecar pelo "bem apanhado" titulo, e' o seguinte artigo de Isaac Bigio, articulista de varios periodicos Ibero-Americanos, na sua coluna (distribuida por email)
Analisis Global:
Brown Con-Dem-nado. Lib-Dems com Cons
No Reino Unido usa-se a sílaba “Cons” para se referir aos conservadores e “Dems” para se referir aos democratas liberais. Hoje, pela primeira vez na história, estes dois partidos cujos antepassados têm mais de três séculos de existência, firmaram uma coalizão para jogar os “labs” (laboristas ou trabalhistas) do governo nacional.
Tal como o advertia a manchete do principal diário pró-laborista (‘Mirror’), o trabalhista Gordon Brown podia terminar com-dem-nado. Buscando por todos os meios se manter no cargo, Brown anunciou que ele permaneceria como premiê somente por mais três a quatro meses e que seu governo baixaria uma nova lei para reformular o sistema eleitoral.
No entanto, apesar de todas as suas tentativas para se perpetuar no poder, ele acaba de deixar as chaves do número 10 da Downing Street (residência do premiê de sua majestade) ao seu oponente David Cameron.
Durante as eleições os conservadores diziam que quem votasse aos liberal-democratas estaria ajudando para que os trabalhistas mantivessem alguém que lhes permitiria continuar retendo o poder. No entanto, os fatos ocorreram em ordem inversa. São os liberais que têm levado os conservadores a encabeçar seu primeiro governo sem maioria parlamentar, após várias gerações.
A partir do ponto de vista inerente às distâncias que os liberal-democratas mantêm em relação aos conservadores, sabe-se que estas são maiores em relação aos trabalhistas. Enquanto os "lib-dems" são favoráveis à União Europeia (UE), à anistia aos imigrantes irregulares e a eliminar os caros submarinos nucleares, os "cons" querem conceder peso à UE, pedem mais dureza frente aos imigrantes e propõem mais gastos com a defesa.
No entanto, os “lib-dems” só tomaram os coquetéis com os “labs” ara que os “cons” abram mais concessões. Graças aos coquetéis, um outro Nick Clegg se converteu no primeiro vice-premiê liberal-democrata da história. Os “lib-dems” têm conseguido se impor ao partido que mais se opôs à reforma eleitoral, fazendo com que o mesmo aceite se submeter a um referendo, uma leve reforma do sistema eleitoral uninominal.Assim, seria permitido a cada eleitor indicar as suas preferências e o vencedor se sagraria com mais de 50% da votação.
Os “lib-dems” não decidiram formar uma “aliança progressista” com os “labs” por várias razões. Primeiro, porque seria vista como uma coalizão que joga entre os dois derrotados, colocando pela segunda vez consecutiva, um premiê que não liderou uma vitória eleitoral (Brown e seu sucessor). Segundo, porque isso poderia agigantar os conservadores na oposição e agora, decerto, deverão “suavizar”. Terceiro, porque ideologicamente falando, Clegg está na direita de seu partido - e sua esposa Miriam é filha de um senador da direita espanhola.
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