Monday, 22 October 2012

SOBRE A TAL “LISTA NEGRA” [*]

 
Apenas algumas questoes:

  1. Depois de lhes terem ‘botado’ todos os defeitos possiveis e imaginarios – desde “defeitos de fabrico” (e.g. paredes a rachar) a outros “defeitos estruturais” (e.g. deficiente rede de distribuicao de agua, electricidade e telecomunicacoes, dificuldades de acesso rodoviario, etc.) – serao os apartamentos do Kilamba efectivamente a melhor “prenda” que o “todo poderoso partido-estado” tem para oferecer aos seus “melhores clientes”?
  1. E sera’ mesmo uma “prenda”, quando se lhes e’ “exigido” que efectuem “o deposito da primeira prestacao correspondente a tipologia pretendida” e apresentem, entre outros requisitos legais, o “ultimo titulo de vencimento”?
  1. Sendo designados “candidatos”, tera’ sido tal “candidatura” inequivocamente relacionada com a campanha eleitoral? Veja-se, a titulo de  exemplo, como a lista inclui, no grupo da "comunicacao social", com o numero 422, o recentemente falecido Aguiar dos Santos, o qual, pelos panegiricos que lhe foram tracados por altura do seu funeral, nao consta que fosse um "cliente" do "partido-estado"...
  1. Assumindo-se que, ‘a primeira vista, boa parte dos nomes constantes da lista nao serao necessariamente os cidadaos mais necessitados de casa em Luanda, poder-se-a’ supor que tais “beneficiarios” pretenderao negociar os respectivos apartamentos no “mercado secundario”, ou “paralelo”. Porem, dada a alegada “inviabilidade economica” do projecto (reportados precos acima da capacidade financeira dos cidadaos de rendimento baixo-medio), sera’ esse efectivamente um “bom negocio”?
  1. ‘A excepcao do grupo claramente designado como tendo “participado na campanha eleitoral”, o dos musicos, terao efectivamente todos os “listados” sido “agraciados” por “servicos prestados” ao MPLA?
E, finalmente, uma nota “marginal”, mas pessoalmente pertinente:

Porque sera’ que uma, “tao notoria”, “servidora do poder” e “pau mandado do JES”, como a autora destas linhas, nao consta de tal lista? Apenas por nao “se ter candidatado”?

*[Podera' consulta-la aqui]
 
 
Apenas algumas questoes:

  1. Depois de lhes terem ‘botado’ todos os defeitos possiveis e imaginarios – desde “defeitos de fabrico” (e.g. paredes a rachar) a outros “defeitos estruturais” (e.g. deficiente rede de distribuicao de agua, electricidade e telecomunicacoes, dificuldades de acesso rodoviario, etc.) – serao os apartamentos do Kilamba efectivamente a melhor “prenda” que o “todo poderoso partido-estado” tem para oferecer aos seus “melhores clientes”?
  1. E sera’ mesmo uma “prenda”, quando se lhes e’ “exigido” que efectuem “o deposito da primeira prestacao correspondente a tipologia pretendida” e apresentem, entre outros requisitos legais, o “ultimo titulo de vencimento”?
  1. Sendo designados “candidatos”, tera’ sido tal “candidatura” inequivocamente relacionada com a campanha eleitoral? Veja-se, a titulo de  exemplo, como a lista inclui, no grupo da "comunicacao social", com o numero 422, o recentemente falecido Aguiar dos Santos, o qual, pelos panegiricos que lhe foram tracados por altura do seu funeral, nao consta que fosse um "cliente" do "partido-estado"...
  1. Assumindo-se que, ‘a primeira vista, boa parte dos nomes constantes da lista nao serao necessariamente os cidadaos mais necessitados de casa em Luanda, poder-se-a’ supor que tais “beneficiarios” pretenderao negociar os respectivos apartamentos no “mercado secundario”, ou “paralelo”. Porem, dada a alegada “inviabilidade economica” do projecto (reportados precos acima da capacidade financeira dos cidadaos de rendimento baixo-medio), sera’ esse efectivamente um “bom negocio”?
  1. ‘A excepcao do grupo claramente designado como tendo “participado na campanha eleitoral”, o dos musicos, terao efectivamente todos os “listados” sido “agraciados” por “servicos prestados” ao MPLA?
E, finalmente, uma nota “marginal”, mas pessoalmente pertinente:

Porque sera’ que uma, “tao notoria”, “servidora do poder” e “pau mandado do JES”, como a autora destas linhas, nao consta de tal lista? Apenas por nao “se ter candidatado”?

*[Podera' consulta-la aqui]
 

Wednesday, 17 October 2012

"O CUSTO DO SILENCIO"



"This monograph is the first to identify an important theoretical overlap between Anglo-Saxon and Lusophone postcolonial theories: the systematic neglect of gender and sexual variables in the analysis of the marketing of cultural difference in the post colonial era. Drawing on the theoretical work of Graham Huggan and Boaventura de Sousa Santos, the author of this study discusses the political significance of this neglect by focusing on the asymmetrical positions occupied by two widely acclaimed Lusophone women writers, Paulina Chiziane of Mozambique and Lídia Jorge of Portugal. The book asks how these two contemporary writers deal with master narratives such as Lusofonia, exoticism, capitalism and post colonialism in their novels, and examines the implications of placing gender and sexual difference at the heart of the 'post colonial exotic'."

"Esta monografia e’ a primeira a identificar uma importante coincidencia (ou sobreposicao) conceptual nas teorias pos-coloniais Anglo-Saxonica e Lusofona: a sistematica negligencia das variaveis sexuais e de genero na publicitacao das diferencas culturais na era pos-colonial. Baseando-se no trabalho teorico de Graham Huggan e Boaventura de Sousa Santos, a autora deste estudo discute o significado politico dessa negligencia colocando o foco nas posicoes assimetricas ocupadas por duas bastante aclamadas escritoras Lusofonas, Paulina Chiziane de Mocambique e Lidia Jorge de Portugal. O livro interroga como estas duas escritoras contemporaneas lidam nas suas obras com narrativas matriciais tais como Lusofonia, exotismo, capitalismo e pos-colonialismo, e examina as implicacoes da colocacao da diferenca sexual e de genero no centro do ‘exotico pos-colonial’."

Assim reza a introducao a esta monografia inaugural de uma nova serie patrocinada pela Universidade de Oxford entitulada “Reconfigurando Identidades no Mundo Lusofono”, sobre a qual aqui postei no inicio desta semana.

Ocorrem-me as seguintes observacoes:

Este sera’, porventura, o primeiro trabalho de pendor teorico a debrucar-se sobre tais questoes. Mas nao e’, seguramente, o primeiro trabalho literario, ensaistico ou opinativo, a faze-lo.

Assumo plena responsabilidade do que (“atrevidamente”) acabo de afirmar:

Todas essas sao questoes com que me venho debatendo desde a minha juventude e que aparecem reflectidas no meu livro de poesia “Sabores, Odores & Sonho” e teem sido recorrentes em artigos de opiniao que venho publicando, especialmente no periodo pos-2002, primeiro no Semanario Angolense e, nos ultimos seis anos, no meu blog.

Nao tenho estado, portanto, em silencio sobre tais questoes. Bem pelo contrario: por nelas insistir, tenho pago um preco demasiado alto na minha vida pessoal, familiar, social e profissional. Esse tem sido o custo do “nao silencio” para mim.

O "custo do silencio" advem do facto de, sem falsas modestias, se o meu trabalho e opinioes sobre essas questoes nao fosse sistematicamente menosprezado, subestimado, subalternizado e, nos extremos, ignorado ou vilipendiado, talvez agora o credito pelo “pioneirismo” no tratamento estruturado e sistematizado destas questoes nao estivesse a ser atribuido a investigadores europeus…


"This monograph is the first to identify an important theoretical overlap between Anglo-Saxon and Lusophone postcolonial theories: the systematic neglect of gender and sexual variables in the analysis of the marketing of cultural difference in the post colonial era. Drawing on the theoretical work of Graham Huggan and Boaventura de Sousa Santos, the author of this study discusses the political significance of this neglect by focusing on the asymmetrical positions occupied by two widely acclaimed Lusophone women writers, Paulina Chiziane of Mozambique and Lídia Jorge of Portugal. The book asks how these two contemporary writers deal with master narratives such as Lusofonia, exoticism, capitalism and post colonialism in their novels, and examines the implications of placing gender and sexual difference at the heart of the 'post colonial exotic'."

"Esta monografia e’ a primeira a identificar uma importante coincidencia (ou sobreposicao) conceptual nas teorias pos-coloniais Anglo-Saxonica e Lusofona: a sistematica negligencia das variaveis sexuais e de genero na publicitacao das diferencas culturais na era pos-colonial. Baseando-se no trabalho teorico de Graham Huggan e Boaventura de Sousa Santos, a autora deste estudo discute o significado politico dessa negligencia colocando o foco nas posicoes assimetricas ocupadas por duas bastante aclamadas escritoras Lusofonas, Paulina Chiziane de Mocambique e Lidia Jorge de Portugal. O livro interroga como estas duas escritoras contemporaneas lidam nas suas obras com narrativas matriciais tais como Lusofonia, exotismo, capitalismo e pos-colonialismo, e examina as implicacoes da colocacao da diferenca sexual e de genero no centro do ‘exotico pos-colonial’."

Assim reza a introducao a esta monografia inaugural de uma nova serie patrocinada pela Universidade de Oxford entitulada “Reconfigurando Identidades no Mundo Lusofono”, sobre a qual aqui postei no inicio desta semana.

Ocorrem-me as seguintes observacoes:

Este sera’, porventura, o primeiro trabalho de pendor teorico a debrucar-se sobre tais questoes. Mas nao e’, seguramente, o primeiro trabalho literario, ensaistico ou opinativo, a faze-lo.

Assumo plena responsabilidade do que (“atrevidamente”) acabo de afirmar:

Todas essas sao questoes com que me venho debatendo desde a minha juventude e que aparecem reflectidas no meu livro de poesia “Sabores, Odores & Sonho” e teem sido recorrentes em artigos de opiniao que venho publicando, especialmente no periodo pos-2002, primeiro no Semanario Angolense e, nos ultimos seis anos, no meu blog.

Nao tenho estado, portanto, em silencio sobre tais questoes. Bem pelo contrario: por nelas insistir, tenho pago um preco demasiado alto na minha vida pessoal, familiar, social e profissional. Esse tem sido o custo do “nao silencio” para mim.

O "custo do silencio" advem do facto de, sem falsas modestias, se o meu trabalho e opinioes sobre essas questoes nao fosse sistematicamente menosprezado, subestimado, subalternizado e, nos extremos, ignorado ou vilipendiado, talvez agora o credito pelo “pioneirismo” no tratamento estruturado e sistematizado destas questoes nao estivesse a ser atribuido a investigadores europeus…

Sunday, 7 October 2012

A MORTE DE MARGARIDA MARANTE




Ainda nao estou refeita do choque.
Ainda nao consegui ter a certeza de que este (nao) e' verdadeiramente "o maior choque da minha vida".

Ela foi uma jornalista que nao creio que alguem que tenha vivido em Portugal antes ou durante o periodo em que la' vivi (1985-1995) nao tenha conhecido como uma Mulher - bonita (talvez o nariz nao fosse, quanto a mim, o seu melhor 'asset', mas o resto compensava...), elegante, extremamente inteligente e perspicaz e, para la' de tudo e de tod@s, uma imagem de probidade, propriedade, sanidade, sobriedade, seriedade e profissionalismo acima de qualquer suspeita, ou como diria o outro, "a prova de balas"!
Maria Elisa?... Manuela Moura Guedes?... Nao, pelo menos nas minhas contas elas nao contavam tanto como a Marante.
E assim ela ficou encapsulada no pequeno ecran da minha memoria ate' 1995 - Uma Grande Respeitavel Senhora Jornalista!

Ate' que, anteontem, aconteceu assim: aos 53 anos, morreu a jornalista Margarida Marante... Imediatamente me senti sensibilizada pela triste noticia e por isso a postei aqui. Apenas por isso: por aquela imagem encapsulada no pequeno ecran da minha memoria desde ha' quase 20 anos. Nunca mais soube nada do que deixei para tras em Portugal desde 1995. Nunca mais quiz saber. Mas a internet (que ainda nao existia na altura) encarrega-se agora de nos impor e de nos meter pelos olhos e pela vida adentro o que queremos e nao queremos saber. E assim soube que ela morreu de um ataque cardiaco...
Ate' ai nada de particularmente extraordinario.

Mas, algo na noticia me deixou com uma pulga atras da orelha: "(...) dramas da sua vida pessoal levaram-na ao abismo"...
Tentei entao saber mais. E... ainda nao estou recuperada do duplo choque!

Uma verdadeira estoria de Bebados, Bufos e Big Brothers!...
Pelo que li ate' agora parece resumir-se assim:

Casou-se pela segunda vez com um "macho dinamico de barba dura" que lhe destruiu completamente o Amor Proprio e a jogou "na sarjeta"... O fulano, tambem jornalista e, por sinal, um "retornado de Angola" cujo sobrenome continua a "possuir" um dos mais emblematicos musseques de Luanda, deixa-a entregue a um criminoso convicto e psicopata obcessivo que ele ajudara a sair da cadeia e de quem se torna "amigo do peito". Este por sua vez, feito seu "protector", aproveita-se da circunstancial vulnerabilidade dela para a envolver num relacionamento intimo com ele, que ela, num momento de lucidez, cedo decide terminar. Ao sentir-se rejeitado por ela, o psicopata arrasta-a para todos os infernos possiveis e imaginarios: espancamentos, violacoes (incluindo com cano de pistola pelo sexo adentro), sequestros, invasoes de domicilio, chantagens, etc. etc. etc.

Ela reage, luta, esperneia, denuncia, pede socorro: NINGUEM A OUVE!

Apesar de continuar a contar com o apoio e a casa do primeiro marido e pai dos seus tres filhos, a familia e os amigos ignoram o seu drama e abandonam-na 'a sua sorte: "proscrita" e "emparedada" entre o alcool e a droga.  E'... feitas as contas 'a vida, parece que tera' sido por aquele mesmo nariz "inoportuno" e por aquela boca "bem falante" que a morte lhe tera' entrado pelo corpo adentro...

Mas antes disso, ela, a grande entrevistadora, da' uma grande entrevista: formada em Direito e com experiencia profissional nessa area, quer voltar a ser quem era, dentro ou fora do pequeno ecran; conseguiu mandar o psicopata de volta para a cadeia de onde nunca devia ter saido; esteve numa clinica de desintoxicacao e conseguiu perder o excesso de peso; tem grandes projectos em maos; sente-se capaz de retomar a sua vida - com a inteligencia, perspicacia, profissionalismo  e competencia que se tornaram a sua 'trademark'. Afecta 'a Opus Dei, diz que so' se deixou envolver com o psicopata por "acreditar na humanidade" e nos "valores e principios da fe' crista" e por estar fragilizada pela relacao brutal que tivera com o tal "macho dinamico de barba dura", com quem gostaria de "nunca se ter encontrado", muito menos "casado". Mas que tudo estava resolvido quanto a ela. Que sempre fora muito discreta e recatada em relacao 'a sua vida privada, mas que tinha precisado de vir a publico denunciar o tormento a que estava sujeita e tambem "confessar os seus pecados".

Queria reclamar de volta o seu DIREITO 'A VIDA!
A Vida nao lhe deu esse Direito...
Foi hoje a enterrar.
 Paz 'a Sua Alma



[Quanto a mim, depois do choque, retomo a minha propria vida e substituo aquela imagem encapsulada no pequeno ecran da minha memoria por esta sua resposta, ha' dois anos, 'a pergunta "Não pensa escrever a sua história?" MM - Não a escrevi até agora, e também não o irei fazer. Hoje em dia toda a gente escreve livros a propósito de tudo e de nada. Tenho muito respeito pelos verdadeiros escritores.]




Ainda nao estou refeita do choque.
Ainda nao consegui ter a certeza de que este (nao) e' verdadeiramente "o maior choque da minha vida".

Ela foi uma jornalista que nao creio que alguem que tenha vivido em Portugal antes ou durante o periodo em que la' vivi (1985-1995) nao tenha conhecido como uma Mulher - bonita (talvez o nariz nao fosse, quanto a mim, o seu melhor 'asset', mas o resto compensava...), elegante, extremamente inteligente e perspicaz e, para la' de tudo e de tod@s, uma imagem de probidade, propriedade, sanidade, sobriedade, seriedade e profissionalismo acima de qualquer suspeita, ou como diria o outro, "a prova de balas"!
Maria Elisa?... Manuela Moura Guedes?... Nao, pelo menos nas minhas contas elas nao contavam tanto como a Marante.
E assim ela ficou encapsulada no pequeno ecran da minha memoria ate' 1995 - Uma Grande Respeitavel Senhora Jornalista!

Ate' que, anteontem, aconteceu assim: aos 53 anos, morreu a jornalista Margarida Marante... Imediatamente me senti sensibilizada pela triste noticia e por isso a postei aqui. Apenas por isso: por aquela imagem encapsulada no pequeno ecran da minha memoria desde ha' quase 20 anos. Nunca mais soube nada do que deixei para tras em Portugal desde 1995. Nunca mais quiz saber. Mas a internet (que ainda nao existia na altura) encarrega-se agora de nos impor e de nos meter pelos olhos e pela vida adentro o que queremos e nao queremos saber. E assim soube que ela morreu de um ataque cardiaco...
Ate' ai nada de particularmente extraordinario.

Mas, algo na noticia me deixou com uma pulga atras da orelha: "(...) dramas da sua vida pessoal levaram-na ao abismo"...
Tentei entao saber mais. E... ainda nao estou recuperada do duplo choque!

Uma verdadeira estoria de Bebados, Bufos e Big Brothers!...
Pelo que li ate' agora parece resumir-se assim:

Casou-se pela segunda vez com um "macho dinamico de barba dura" que lhe destruiu completamente o Amor Proprio e a jogou "na sarjeta"... O fulano, tambem jornalista e, por sinal, um "retornado de Angola" cujo sobrenome continua a "possuir" um dos mais emblematicos musseques de Luanda, deixa-a entregue a um criminoso convicto e psicopata obcessivo que ele ajudara a sair da cadeia e de quem se torna "amigo do peito". Este por sua vez, feito seu "protector", aproveita-se da circunstancial vulnerabilidade dela para a envolver num relacionamento intimo com ele, que ela, num momento de lucidez, cedo decide terminar. Ao sentir-se rejeitado por ela, o psicopata arrasta-a para todos os infernos possiveis e imaginarios: espancamentos, violacoes (incluindo com cano de pistola pelo sexo adentro), sequestros, invasoes de domicilio, chantagens, etc. etc. etc.

Ela reage, luta, esperneia, denuncia, pede socorro: NINGUEM A OUVE!

Apesar de continuar a contar com o apoio e a casa do primeiro marido e pai dos seus tres filhos, a familia e os amigos ignoram o seu drama e abandonam-na 'a sua sorte: "proscrita" e "emparedada" entre o alcool e a droga.  E'... feitas as contas 'a vida, parece que tera' sido por aquele mesmo nariz "inoportuno" e por aquela boca "bem falante" que a morte lhe tera' entrado pelo corpo adentro...

Mas antes disso, ela, a grande entrevistadora, da' uma grande entrevista: formada em Direito e com experiencia profissional nessa area, quer voltar a ser quem era, dentro ou fora do pequeno ecran; conseguiu mandar o psicopata de volta para a cadeia de onde nunca devia ter saido; esteve numa clinica de desintoxicacao e conseguiu perder o excesso de peso; tem grandes projectos em maos; sente-se capaz de retomar a sua vida - com a inteligencia, perspicacia, profissionalismo  e competencia que se tornaram a sua 'trademark'. Afecta 'a Opus Dei, diz que so' se deixou envolver com o psicopata por "acreditar na humanidade" e nos "valores e principios da fe' crista" e por estar fragilizada pela relacao brutal que tivera com o tal "macho dinamico de barba dura", com quem gostaria de "nunca se ter encontrado", muito menos "casado". Mas que tudo estava resolvido quanto a ela. Que sempre fora muito discreta e recatada em relacao 'a sua vida privada, mas que tinha precisado de vir a publico denunciar o tormento a que estava sujeita e tambem "confessar os seus pecados".

Queria reclamar de volta o seu DIREITO 'A VIDA!
A Vida nao lhe deu esse Direito...
Foi hoje a enterrar.
 Paz 'a Sua Alma



[Quanto a mim, depois do choque, retomo a minha propria vida e substituo aquela imagem encapsulada no pequeno ecran da minha memoria por esta sua resposta, ha' dois anos, 'a pergunta "Não pensa escrever a sua história?" MM - Não a escrevi até agora, e também não o irei fazer. Hoje em dia toda a gente escreve livros a propósito de tudo e de nada. Tenho muito respeito pelos verdadeiros escritores.]