Tuesday, 19 June 2012

Meanwhile, Somewhere Else...




"Sou de um tempo mau, um tempo mau demais para ser lembrado mas é desse tempo, que não devemos finger que não existiu sob pena de um dia desses, ainda nos virem dizer que antes e depois do 25 de Abril de 1974, nunca houve ditadura e muito menos censura jornalística.
Negá-lo seria negar a história. E, a história não se nega, nem se renega. Como diria James Carvile, antigo estratega de Bill Clinton em relação à economia, diria eu agora, que é a história, estúpido!
Desse tempo persistem, perturbadores, sinais que andam a colocar políticos, governantes e cidadãos com medo de perderem o que lhes resta de liberdade e que lhes vai já escapando por medo de a usufruírem na plenitude. Esses sinais, mesmo reconhecendo que há entre nós muita promiscuidade entre negócios e política, ao instalar a devassa da vida privada de figuras públicas dos mais variados extractos e categorias sociais, estão a emblematizar a nossa miséria moral.
São sinais que exalam o medo pelo exercício, a todo o gás, do direito de cidadania, que assiste a quem, em democracia, acima das filiações partidárias, tem direito à repulsa e à indignação.
Medo de quem tem medo de se impor como cidadão livre, que seja capaz de caricaturar a política e os politicos e de afrontar o policiamento de que, à revelia da lei, são vítimas os seus passos e telefones. Medo porque o segredo de Estado, sempre o segredo de Estado, passou a configurar o Estado do nosso segredo..."

[GC in NJ - 15/06/2012]

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Negá-lo seria negar a história. E, a história não se nega, nem se renega. Como diria James Carvile, antigo estratega de Bill Clinton em relação à economia, diria eu agora, que é a história, estúpido!
Desse tempo persistem, perturbadores, sinais que andam a colocar políticos, governantes e cidadãos com medo de perderem o que lhes resta de liberdade e que lhes vai já escapando por medo de a usufruírem na plenitude. Esses sinais, mesmo reconhecendo que há entre nós muita promiscuidade entre negócios e política, ao instalar a devassa da vida privada de figuras públicas dos mais variados extractos e categorias sociais, estão a emblematizar a nossa miséria moral.
São sinais que exalam o medo pelo exercício, a todo o gás, do direito de cidadania, que assiste a quem, em democracia, acima das filiações partidárias, tem direito à repulsa e à indignação.
Medo de quem tem medo de se impor como cidadão livre, que seja capaz de caricaturar a política e os politicos e de afrontar o policiamento de que, à revelia da lei, são vítimas os seus passos e telefones. Medo porque o segredo de Estado, sempre o segredo de Estado, passou a configurar o Estado do nosso segredo..."

[GC in NJ - 15/06/2012]

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