Monday, 12 July 2010

JUST POETRY (XX)

MÚSICA SANGUÍNEA

No cimo do tambor
continuar brincando, queria,
mas não.
Cantar o belo,
mas as mãos, os olhos, a carne?
(...)
ter olhos passando tempo
pelo imediato,
eu passo
por aqui, sempre
(como não encontro o infinito)
a angústia no caso
que não há.
Como romper, rasgar
para essa lua entrar,
que luz?
Aonde o sol
e o tempo para soltar a voz,
a fórmula do amar
à força de estar, quem entende?
Oh, discreto riso,
suave tristeza,
olho molhado, olhando-se,
amor fardado (falhado?)
o que será dessa
música sanguínea?



DESAFIO

De sangue na ponta
(da) lança desafio a palavra
jorrada do colo tão nosso,
tranzido.

Trata-se apenas
de a encontrar
neste saco placentário
em frase
e a voz para a dizer
pelo furacão em transe

cumprindo o tempo
do poema parido assim
em desespero
quando de paz se quer
alado, se desfaz
como suspiro na boca
ao lado.



CANTO DOS OLHOS

Olhamos para os cantos
buscando um espaço
anunciado tempo de sonho
em espiral
no percurso das veias
já corroídas pelo vazio,
raíz da loucura
se não preenchido a tempo.
É nosso o mais precário pedaço
esfriado algures no lado
cálido do ser
fonte em cristal,
onde por vezes um grito nasce
espirrando vagos temores
e logo perece amordaçado
entre os dentes,
revolta?
Uma vontade grande
de ter respostas
ignoradas pela água
se as perguntas vêm da carne,
o caos se instala em cada célula
ameaça desmoronar o castelo
sonhado real na língua do mar,
deixando-nos na palma da mão
um lamento
se na transparência da lágrima
nenhum caminho acontece.


[A.S. in S.O.S.]
MÚSICA SANGUÍNEA

No cimo do tambor
continuar brincando, queria,
mas não.
Cantar o belo,
mas as mãos, os olhos, a carne?
(...)
ter olhos passando tempo
pelo imediato,
eu passo
por aqui, sempre
(como não encontro o infinito)
a angústia no caso
que não há.
Como romper, rasgar
para essa lua entrar,
que luz?
Aonde o sol
e o tempo para soltar a voz,
a fórmula do amar
à força de estar, quem entende?
Oh, discreto riso,
suave tristeza,
olho molhado, olhando-se,
amor fardado (falhado?)
o que será dessa
música sanguínea?



DESAFIO

De sangue na ponta
(da) lança desafio a palavra
jorrada do colo tão nosso,
tranzido.

Trata-se apenas
de a encontrar
neste saco placentário
em frase
e a voz para a dizer
pelo furacão em transe

cumprindo o tempo
do poema parido assim
em desespero
quando de paz se quer
alado, se desfaz
como suspiro na boca
ao lado.



CANTO DOS OLHOS

Olhamos para os cantos
buscando um espaço
anunciado tempo de sonho
em espiral
no percurso das veias
já corroídas pelo vazio,
raíz da loucura
se não preenchido a tempo.
É nosso o mais precário pedaço
esfriado algures no lado
cálido do ser
fonte em cristal,
onde por vezes um grito nasce
espirrando vagos temores
e logo perece amordaçado
entre os dentes,
revolta?
Uma vontade grande
de ter respostas
ignoradas pela água
se as perguntas vêm da carne,
o caos se instala em cada célula
ameaça desmoronar o castelo
sonhado real na língua do mar,
deixando-nos na palma da mão
um lamento
se na transparência da lágrima
nenhum caminho acontece.


[A.S. in
S.O.S.]

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