Sunday, 11 July 2010

CICLOS


Estou no meu ciclo menstrual.
Mas este e’, a todos os titulos, um statement out of order (!) num espaco como este (e ainda por cima num post supostamente dedicado ao futebol... mas, supostamente tambem, os homens hoje so' teem tempo e olhos para a final do Mundial e caso alguem leia isto hoje, chances are: e' mulher). Sim, ha’ espacos em que ‘as mulheres nao e’ permitido (ou pelo menos a algumas delas - pois noutras, geralmente bem identificadas, em particular pela cor da pele, isso e' considerado sinal de "maturidade"...) falar do seu corpo ou expressar de algum modo a sua sexualidade, e muito menos falar dela – e’ taboo e ponto final.

Se quiser preservar a sua sanidade mental e nao abrir qualquer espaco a avancos ou ataques sexuais de todas as ordens e direccoes, uma mulher nao pode existir na sua plenitude, mesmo que o faca com a maior das decencias e recatos (na verdade, na minha experiencia, as vezes ate’ da’ a impressao de que nem e’ preciso tanto para atrair tais ataques: basta ousar existir)!

Porque, aparentemente, isso desperta as sexualidades reprimidas de outro/as e "castra" a sua capacidade de comunicacao normal como seres humanos: seres com corpo, coracao, alma e cerebro – nao apenas corpo. Parece intimida-los e "castra-los" ao ponto de os tornar "animais irracionais", i.e. capazes de "comunicar" apenas atraves da "(i)logica do sexo" (mormente atraves da pornografia) e como, nas circunstancias, tal (i)logica apenas pode levar a frustracao... da frustracao a agressao, ao odio, a calunia e a difamacao nao vai sequer um ciclo!) - ou seja, torna-los incapazes de comunicar. Ponto final.

Mas, meu Deus, tanta conversa a proposito de um statement que se pretendia apenas isso: um statement introdutorio ao tema ciclos! E' verdade... mas sempre farei mais este statement: a minha sexualidade e' tao naturalmente liberta, quanto conscientemente controlada - mas por mim e por mim apenas; o meu corpo (gordo ou nao!) e' tao sexualmente funcional, quanto e' meu e meu apenas. Nao autorizo, nunca autorizei, ninguem (e muito menos aos pares, bandos ou magotes!!!) a sobre eles tomar quaisquer liberdades indevidas. E agora sim, e' ponto final.

Passemos entao aos ciclos de que realmente queria hoje falar:

Onze Contos de Futebol
Sex, Lies & Stereotypes - Perspectives of a Mad Economist

Dois titulos, dois ciclos.

Com Camilo Jose' Cela e os seus Onze Contos de Futebol (da coleccao Pequenos Prazeres das Edicoes ASA, 1994), fechei o meu "ciclo lusofono" ha' precisamente 15 anos e dois dias (Cela - Galego nascido em 1916, Nobel da Literatura em 1989 e falecido no principio do ano de "todas as minhas mortes", 2002 - gostaria desse preciosismo...). Fecheio-o em convulsao, ao fim de varios ciclos de silencios, surdezes prenhes de interrogacoes, falas mudas, olhares cegos, fechamentos e descomunicacoes: um subito perder de sentidos - na mesma lingua.*

Com Sex, Lies & Stereotypes - Perspectives of a Mad Economist (editado pela primeira vez igualmente no ano de 1994) iniciei, pouco tempo depois, o meu ciclo anglofono. Iniciei-o em gestacao: de varios ciclos de descobertas, vozes, dialogos, aberturas e comunicacoes: um lento recobrar de sentidos - em outra lingua.

Esses dois titulos aparecem aqui hoje, creio que para assinalar o inicio de um novo ciclo, que ainda nao se me apresentou muito bem, mas que, seguramente, envolve uma ruptura - a algum nivel e de alguma ordem - com a reabertura do meu "ciclo lusofono", encetada com a criacao deste blog ha' 3 anos e cerca de 7 meses: de novo por silencios, surdezes prenhes de interrogacoes, falas mudas, olhares cegos, fechamentos e descomunicacoes - na mesma lingua (Cela epigrafa o conto que - no Calhamaco Terceiro dos Onze Contos, entitulado O Potro - se segue a Alta Escola, o Holocausto, com esta citacao que ele atribui a Voltaire: Sou muito amante da verdade, mas em caso nenhum do martirio. E eu li hoje algures alguem conhecido dizer que "cair duas vezes no mesmo buraco e' sinal de burrice e eu juro-vos que nao sou burro." Pois eu tambem nao!...).

Mas enquanto o novo ciclo nao se me apresenta como deve, reabro, ao fim de 15 anos e dois dias, os pequenos prazeres de Cela, para trazer aqui um pouco daquele dos onze contos (Alta Escola - que, quanto a mim, e' uma obra prima do nonsense ) que mais prazer me deu ler e dar a ler antes de perder os sentidos em Lisboa. Gostaria de o dar a ler hoje a todas as equipas Africanas participantes no Mundial de Futebol 2010, cujo ciclo hoje encerra na Africa do Sul. Embora estejam todas de parabens por pelo menos se terem qualificado para participar - e aqui uma mencao muito especial aos Black Stars do Ghana por terem conseguido chegar tao longe no campeonato - julgo que teriam muito a aprender com Gainsborough XXI...

[Aqui]


*[E abro aqui um (longo) parentesis para notar, porque nao e' demais faze-lo dadas as proporcoes e ramificacoes que ela atingiu, que toda esta campanha me foi (ou tem sido) movida por um pequeno grupo de "jornalistas", dos quais apenas um (este) pode dizer que alguma vez "me conheceu" e comigo "comunicou" - embora, diga-se de passagem, muito parcial e superficialmente, porque afinal so' tinha "uma coisa na cabeca" em relacao a mim...! -, sendo que os outros, uns "cruzaram-se" comigo na agencia ha' cerca de 30 anos, mas eram tao "timidos" que nunca sequer tentaram "comunicar" comigo, e outros nem sequer podem dizer que alguma vez me tenham conhecido, ainda que superficialmente... Resultado, dou-me conta agora, atraves dessa tal campanha, de que afinal andaram todos esses anos a remoer recalcamentos e a acumular "curiosidades", fantasias, ciumes e frustracoes em relacao a mim (sendo que a maior de todas elas parece ter sido o facto de eu ter conseguido dar a minha vida um rumo muito distinto do da vida deles, que agora sao taxados por algu(ma)ns de "bebados ou bufos"...), que finalmente conseguiram agora "libertar" (e espero bem que definitivamente! e espero melhor ainda que as suas "elegantes" mulheres velem melhor por isso...) atraves da (cobardemente encapotada!) agressao, sob a forma de insultos, difamacoes e inuendos de natureza sexual e sexista, entre outras irracionalidades e virulencias machistas!...]
E QUE VIVA A ESPAÑA!



Estou no meu ciclo menstrual.
Mas este e’, a todos os titulos, um statement out of order (!) num espaco como este (e ainda por cima num post supostamente dedicado ao futebol... mas, supostamente tambem, os homens hoje so' teem tempo e olhos para a final do Mundial e caso alguem leia isto hoje, chances are: e' mulher). Sim, ha’ espacos em que ‘as mulheres nao e’ permitido (ou pelo menos a algumas delas - pois noutras, geralmente bem identificadas, em particular pela cor da pele, isso e' considerado sinal de "maturidade"...) falar do seu corpo ou expressar de algum modo a sua sexualidade, e muito menos falar dela – e’ taboo e ponto final.

Se quiser preservar a sua sanidade mental e nao abrir qualquer espaco a avancos ou ataques sexuais de todas as ordens e direccoes, uma mulher nao pode existir na sua plenitude, mesmo que o faca com a maior das decencias e recatos (na verdade, na minha experiencia, as vezes ate’ da’ a impressao de que nem e’ preciso tanto para atrair tais ataques: basta ousar existir)!

Porque, aparentemente, isso desperta as sexualidades reprimidas de outro/as e "castra" a sua capacidade de comunicacao normal como seres humanos: seres com corpo, coracao, alma e cerebro – nao apenas corpo. Parece intimida-los e "castra-los" ao ponto de os tornar "animais irracionais", i.e. capazes de "comunicar" apenas atraves da "(i)logica do sexo" (mormente atraves da pornografia) e como, nas circunstancias, tal (i)logica apenas pode levar a frustracao... da frustracao a agressao, ao odio, a calunia e a difamacao nao vai sequer um ciclo!) - ou seja, torna-los incapazes de comunicar. Ponto final.

Mas, meu Deus, tanta conversa a proposito de um statement que se pretendia apenas isso: um statement introdutorio ao tema ciclos! E' verdade... mas sempre farei mais este statement: a minha sexualidade e' tao naturalmente liberta, quanto conscientemente controlada - mas por mim e por mim apenas; o meu corpo (gordo ou nao!) e' tao sexualmente funcional, quanto e' meu e meu apenas. Nao autorizo, nunca autorizei, ninguem (e muito menos aos pares, bandos ou magotes!!!) a sobre eles tomar quaisquer liberdades indevidas. E agora sim, e' ponto final.

Passemos entao aos ciclos de que realmente queria hoje falar:

Onze Contos de Futebol
Sex, Lies & Stereotypes - Perspectives of a Mad Economist

Dois titulos, dois ciclos.

Com Camilo Jose' Cela e os seus Onze Contos de Futebol (da coleccao Pequenos Prazeres das Edicoes ASA, 1994), fechei o meu "ciclo lusofono" ha' precisamente 15 anos e dois dias (Cela - Galego nascido em 1916, Nobel da Literatura em 1989 e falecido no principio do ano de "todas as minhas mortes", 2002 - gostaria desse preciosismo...). Fecheio-o em convulsao, ao fim de varios ciclos de silencios, surdezes prenhes de interrogacoes, falas mudas, olhares cegos, fechamentos e descomunicacoes: um subito perder de sentidos - na mesma lingua.*

Com Sex, Lies & Stereotypes - Perspectives of a Mad Economist (editado pela primeira vez igualmente no ano de 1994) iniciei, pouco tempo depois, o meu ciclo anglofono. Iniciei-o em gestacao: de varios ciclos de descobertas, vozes, dialogos, aberturas e comunicacoes: um lento recobrar de sentidos - em outra lingua.

Esses dois titulos aparecem aqui hoje, creio que para assinalar o inicio de um novo ciclo, que ainda nao se me apresentou muito bem, mas que, seguramente, envolve uma ruptura - a algum nivel e de alguma ordem - com a reabertura do meu "ciclo lusofono", encetada com a criacao deste blog ha' 3 anos e cerca de 7 meses: de novo por silencios, surdezes prenhes de interrogacoes, falas mudas, olhares cegos, fechamentos e descomunicacoes - na mesma lingua (Cela epigrafa o conto que - no Calhamaco Terceiro dos Onze Contos, entitulado O Potro - se segue a Alta Escola, o Holocausto, com esta citacao que ele atribui a Voltaire: Sou muito amante da verdade, mas em caso nenhum do martirio. E eu li hoje algures alguem conhecido dizer que "cair duas vezes no mesmo buraco e' sinal de burrice e eu juro-vos que nao sou burro." Pois eu tambem nao!...).

Mas enquanto o novo ciclo nao se me apresenta como deve, reabro, ao fim de 15 anos e dois dias, os pequenos prazeres de Cela, para trazer aqui um pouco daquele dos onze contos (Alta Escola - que, quanto a mim, e' uma obra prima do nonsense ) que mais prazer me deu ler e dar a ler antes de perder os sentidos em Lisboa. Gostaria de o dar a ler hoje a todas as equipas Africanas participantes no Mundial de Futebol 2010, cujo ciclo hoje encerra na Africa do Sul. Embora estejam todas de parabens por pelo menos se terem qualificado para participar - e aqui uma mencao muito especial aos Black Stars do Ghana por terem conseguido chegar tao longe no campeonato - julgo que teriam muito a aprender com Gainsborough XXI...

[Aqui]


*[E abro aqui um (longo) parentesis para notar, porque nao e' demais faze-lo dadas as proporcoes e ramificacoes que ela atingiu, que toda esta campanha me foi (ou tem sido) movida por um pequeno grupo de "jornalistas", dos quais apenas um (este) pode dizer que alguma vez "me conheceu" e comigo "comunicou" - embora, diga-se de passagem, muito parcial e superficialmente, porque afinal so' tinha "uma coisa na cabeca" em relacao a mim...! -, sendo que os outros, uns "cruzaram-se" comigo na agencia ha' cerca de 30 anos, mas eram tao "timidos" que nunca sequer tentaram "comunicar" comigo, e outros nem sequer podem dizer que alguma vez me tenham conhecido, ainda que superficialmente... Resultado, dou-me conta agora, atraves dessa tal campanha, de que afinal andaram todos esses anos a remoer recalcamentos e a acumular "curiosidades", fantasias, ciumes e frustracoes em relacao a mim (sendo que a maior de todas elas parece ter sido o facto de eu ter conseguido dar a minha vida um rumo muito distinto do da vida deles, que agora sao taxados por algu(ma)ns de "bebados ou bufos"...), que finalmente conseguiram agora "libertar" (e espero bem que definitivamente! e espero melhor ainda que as suas "elegantes" mulheres velem melhor por isso...) atraves da (cobardemente encapotada!) agressao, sob a forma de insultos, difamacoes e inuendos de natureza sexual e sexista, entre outras irracionalidades e virulencias machistas!...]
E QUE VIVA A ESPAÑA!


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