Sunday, 6 February 2011

Morro do Semba (IV) [Updated] R*



Legitimo herdeiro, natural e musical, de seu lendario pai, Liceu Vieira Dias, e' de Carlitos Vieira Dias que trago As Vozes de Um Canto para este Morro do Semba.




Carlitos Vieira Dias é um nome estreitamente ligado à renovação estética da guitarra angolana, e personalizou um estilo que facilmente o identifica. Colado às harmonias e ao fraseado dissonante característico do jazz, introduziu novas sonoridades à estrutura tradicional de execução do semba que, até então, nunca se emancipara dos acordes naturais. É um longo processo que vem das experiências rítmicas da guitarra do Ngola Ritmos, com Liceu Vieira Dias, Nino Ndongo e José Maria.



[Birin Birin]


Reconhece-se na sonoridade do guitarrista a alma de um povo e o som cadenciado de uma música que pretende dialogar com o mundo. Ele é a soma artística de vários indivíduos musicais, um perfil que o coloca, de forma inequívoca, na vanguarda da Música Popular Angolana.




[Palame']





[Serao igualmente de notar as suas ligacoes ao 'Jazz do Norte', atraves da sua colaboracao, entre outros, com Teta Lando, a que talvez nao seja totalmente alheio o facto de seu falecido pai, Liceu Vieira Dias, ter nascido no Kongo Kinshasa.]



[Marçalina]


[Colonial]

Carlitos Vieira Dias pertence a uma época em que eclodiam, em Luanda, e um pouco por todo o país, as formações de rock. Era o tempo dos “Electrónicos” do Zezinho de Andrade e Vun-Vun, “Os Rock’s” do Eduardo do Nascimento, Os Manos Saraiva e “Os Jovens” do Mário Bento e Tino Catela. A esse movimento, designado de “música moderna”, Carlitos Vieira Dias teve sempre uma distância prudente, porque tinha a consciência e a percepção da força dos ritmos angolanos. Era a adopção de uma filosofia estética, assente na valorização e estilização dos padrões da rítmica angolana. No quadro da integração de Carlitos Vieira Dias no “África Show”, de 1969 a 1971, surge o encontro com Alberto Teta Lando – um dos períodos mais criativos do guitarrista. Deste encontro, uma das fases mais belas e prolíferas de Alberto Teta Lando, resultou a gravação de “Kimbemba”, “Luvuamu”, entre outros temas, e do álbum “Independência” (1974), com o agrupamento “Os Merengues”.



[Passo do Sangazuza]


[Tabernáculo]



“As vozes de um canto” é, inequivocamente, uma referência na carreira musical de Carlitos Vieira Dias e na história da música angolana, um CD onde se alinham os temas: Birin-birin, Palamé, Marçalina, Lemba, Colonial, Clube Marítimo Africano, Passo do Sangazuza, Nzala, Mukajame e Eme ngui mona ngola, consagrando o guitarrista num importante intérprete, num álbum em que o autor revisita clássicos da Música Popular Angolana.



[Eme Ngui Mona Ngola]


[Texto parcialmente adaptado daqui]


*Postado inicialmente a 22/12/10



Legitimo herdeiro, natural e musical, de seu lendario pai,
Liceu Vieira Dias, e' de Carlitos Vieira Dias que trago As Vozes de Um Canto para este Morro do Semba.




Carlitos Vieira Dias é um nome estreitamente ligado à renovação estética da guitarra angolana, e personalizou um estilo que facilmente o identifica. Colado às harmonias e ao fraseado dissonante característico do jazz, introduziu novas sonoridades à estrutura tradicional de execução do semba que, até então, nunca se emancipara dos acordes naturais. É um longo processo que vem das experiências rítmicas da guitarra do Ngola Ritmos, com Liceu Vieira Dias, Nino Ndongo e José Maria.



[Birin Birin]


Reconhece-se na sonoridade do guitarrista a alma de um povo e o som cadenciado de uma música que pretende dialogar com o mundo. Ele é a soma artística de vários indivíduos musicais, um perfil que o coloca, de forma inequívoca, na vanguarda da Música Popular Angolana.




[Palame']





[Serao igualmente de notar as suas ligacoes ao 'Jazz do Norte', atraves da sua colaboracao, entre outros, com Teta Lando, a que talvez nao seja totalmente alheio o facto de seu falecido pai, Liceu Vieira Dias, ter nascido no Kongo Kinshasa.]



[Marçalina]


[Colonial]

Carlitos Vieira Dias pertence a uma época em que eclodiam, em Luanda, e um pouco por todo o país, as formações de rock. Era o tempo dos “Electrónicos” do Zezinho de Andrade e Vun-Vun, “Os Rock’s” do Eduardo do Nascimento, Os Manos Saraiva e “Os Jovens” do Mário Bento e Tino Catela. A esse movimento, designado de “música moderna”, Carlitos Vieira Dias teve sempre uma distância prudente, porque tinha a consciência e a percepção da força dos ritmos angolanos. Era a adopção de uma filosofia estética, assente na valorização e estilização dos padrões da rítmica angolana. No quadro da integração de Carlitos Vieira Dias no “África Show”, de 1969 a 1971, surge o encontro com Alberto Teta Lando – um dos períodos mais criativos do guitarrista. Deste encontro, uma das fases mais belas e prolíferas de Alberto Teta Lando, resultou a gravação de “Kimbemba”, “Luvuamu”, entre outros temas, e do álbum “Independência” (1974), com o agrupamento “Os Merengues”.



[Passo do Sangazuza]


[Tabernáculo]



“As vozes de um canto” é, inequivocamente, uma referência na carreira musical de Carlitos Vieira Dias e na história da música angolana, um CD onde se alinham os temas: Birin-birin, Palamé, Marçalina, Lemba, Colonial, Clube Marítimo Africano, Passo do Sangazuza, Nzala, Mukajame e Eme ngui mona ngola, consagrando o guitarrista num importante intérprete, num álbum em que o autor revisita clássicos da Música Popular Angolana.



[Eme Ngui Mona Ngola]


[Texto parcialmente adaptado daqui]


*Postado inicialmente a 22/12/10

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