Sunday, 25 April 2010

JUST POETRY (XV)

Mulembeira Sem Folha

Já se soltou
uma folha da mulembeira
nosso abrigo,
não a podemos repôr
porque ao nosso sopro
de ansiedade se desprendeu
para o vento
que a poisou numa lágrima
de ignorância pingando
sem dar por nada

eis-nos de novo sem saber
porque não quebramos
logo esse galho
não explicando o sopro
o vento
tão pouco a lágrima.

Depois da tempestade
restamos abertos aos pássaros
bem no cimo do rio
espreitando a luz
mas não nos abraçamos,
só a língua nos damos
a beber

o regressar da folha
já em lágrima ignorada
por trás do sol
bem no cimo do rio
aguardando uma palavra
da mulemba.


A.S. in S.O.S.



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