Wednesday, 10 December 2008

O FIM DA ECONOMIA DE CASINO COMO FIM DAS IDEOLOGIAS...

Ja’ aqui toquei ao de leve na forma como alguns veem a actual crise economica global como “o fim da economia de casino”. Tambem ja’ aqui tinha feito uma breve alusao ao “ideologos de todo o mundo uni-vos!” como um possivel slogan a ser adoptado na nova “era Obama” que ai vem...

Mas em nenhuma dessas ocasioes me passou pela cabeca algo como isto:
O governador do Banco Central do Zimbabwe (Reserve Bank of Zimbabwe – RBZ), Gideon Gono, acaba de lancar um livro entitulado “A Economia de Casino do Zimbabwe: Medidas Extraordinarias para Desafios Extraordinarios”.

Segundo ele, “no meu humilde livro, nao lido tanto com a minha historia pessoal, mas tento principalmente lancar luz sobre as profundas questoes filosoficas que marcaram a orientacao e a conduta do RBZ sob a minha supervisao nos ultimos cinco anos. Assim que arregacei as mangas para comecar a trabalhar a 1 de Dezembro de 2003, fui confrontado pela crua realidade da nossa economia degenerando-se literalmente numa economia de casino, devido a ganancia individual e, em alguns casos, colectiva, indisciplina, corrupcao, fraude e uma geral falta de unidade de objectivos entre os stakeholders.”

Nao se poderia aplicar essa descricao a Wall Street dos ultimos anos? Veja-se, em particular, como a crise ali e' atribuida as facilidades de acesso ao credito habitacional concedidas, durante as administracoes Carter e Clinton, a comunidade negra na America e as analogias entre essa analise e a questao da redistribuicao da terra na base da crise no Zimbabwe... Nao poderia esse livro ter sido escrito por Alan Greenspan ou, talvez mais apropriadamente, por Ben Bernanke? Nao sera’ a possibilidade de pronunciar Gono, Greenspan e Bernanke (e, ja’ agora, Melo e Cockburn) numa mesma frase, o prenuncio do “fim das ideologias”?

Mas o fantastico desta historia nao termina ai. Diz Gono, recentemente reconduzido por Mugabe na governacao do RBZ, que George Bush e Condoleezza Rice lhe ofereceram um posto de chefia no Banco Mundial, tendo o board deste reunido tres vezes para o convencer a aceita-lo, mas... ele regeitou a oferta.

Ja’ aqui toquei ao de leve na forma como alguns veem a actual crise economica global como “o fim da economia de casino”. Tambem ja’ aqui tinha feito uma breve alusao ao “ideologos de todo o mundo uni-vos!” como um possivel slogan a ser adoptado na nova “era Obama” que ai vem...

Mas em nenhuma dessas ocasioes me passou pela cabeca algo como isto:
O governador do Banco Central do Zimbabwe (Reserve Bank of Zimbabwe – RBZ), Gideon Gono, acaba de lancar um livro entitulado “A Economia de Casino do Zimbabwe: Medidas Extraordinarias para Desafios Extraordinarios”.

Segundo ele, “no meu humilde livro, nao lido tanto com a minha historia pessoal, mas tento principalmente lancar luz sobre as profundas questoes filosoficas que marcaram a orientacao e a conduta do RBZ sob a minha supervisao nos ultimos cinco anos. Assim que arregacei as mangas para comecar a trabalhar a 1 de Dezembro de 2003, fui confrontado pela crua realidade da nossa economia degenerando-se literalmente numa economia de casino, devido a ganancia individual e, em alguns casos, colectiva, indisciplina, corrupcao, fraude e uma geral falta de unidade de objectivos entre os stakeholders.”

Nao se poderia aplicar essa descricao a Wall Street dos ultimos anos? Veja-se, em particular, como a crise ali e' atribuida as facilidades de acesso ao credito habitacional concedidas, durante as administracoes Carter e Clinton, a comunidade negra na America e as analogias entre essa analise e a questao da redistribuicao da terra na base da crise no Zimbabwe... Nao poderia esse livro ter sido escrito por Alan Greenspan ou, talvez mais apropriadamente, por Ben Bernanke? Nao sera’ a possibilidade de pronunciar Gono, Greenspan e Bernanke (e, ja’ agora, Melo e Cockburn) numa mesma frase, o prenuncio do “fim das ideologias”?

Mas o fantastico desta historia nao termina ai. Diz Gono, recentemente reconduzido por Mugabe na governacao do RBZ, que George Bush e Condoleezza Rice lhe ofereceram um posto de chefia no Banco Mundial, tendo o board deste reunido tres vezes para o convencer a aceita-lo, mas... ele regeitou a oferta.

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