Monday 22 December 2008

A RAINHA NZINGA MBANDI, URBI E ORBI – HA 345 ANOS, MORREU A “DIZONDA”

Rainha Nzinga Mbandi morreu há 345 anos

Por Simão Souindoula
Director do Museu da Escravatura de Angola e da Rede Internacional Bantulink


É a importante vertente que escolhemos analisar pela ocasião da passagem no dia 17 de Dezembro, data que marca a morte, em Santa Maria de Matamba - a tornada cristã - no ano de 1663, da “Dupla Soberana”.

Dia, surpreendemente, bem ordinário em Angola, apesar deste ter significado uma ruptura irreversível na evolução histórica de toda a parte ocidental da África central.

Tentaremos no quadro do presente exame, realçar os principais factos que provocaram o surgimento do mito da “Regina” do Ndongo e da Matamba, a sua gradual expansão na Europa e a perpetuação da tradição real que evoca esta “sacerdote” no além – Atlântico.
Apresentaremos, em seguida, os domínios que fixaram, nessas regiões ultra marinas, o mito da monarca, a importância das múltiplas iniciativas tomadas à volta desta figura e apreciação sobre a consideração que esta deve merecer.

Educação patriótica e Marcial

A singular estampilhagem da forte personalidade da futura heroína começa, desde a tenra idade, com o seu posicionamento parental visivelmente patrilinear.

Parece estar sob o cuidado particular do pai, que é, natural e duplamente, “Ngola” e “Kiluanji”, quer dizer, Líder Político e Chefe do Exército. A jovem, de forte corpulência física, será manifestamente marcada por uma educação muito patriótica e a adopção de uma conduta estritamente marcial. E inculcado a princesa, de temperamento já refractário, o espírito de bravura, o sentimento de honra, o sentido da diplomacia e da responsabilidade política e a intuição estratégica.

Esses traços de carácter serão perceptíveis durante toda a sua vida desta “ Nzinga Mbandi” que significa no Oriente do nosso pais, curiosas homofonia e homografia, “Homem-mulher”.

Com efeito, será necessário à futura e astuta Dona Anna de Sousa, todas essas características individuais para se impor junto dos seus irmãos, machistas convencidos, e demais familiares com espírito, naturalmente, conservador, cumprir as famosas duas missões diplomáticas, delicadas, efectuadas, corajosamente, e com brio, em 1622 e no ano seguinte, numa parte já ocupada do território do Ndongo, a muito desejada pela Coroa portuguesa, cidade - fortaleza de São Paulo de Loanda.

Parte da lenda da Embaixadora da ilha de Ndanji cristaliza-se a partir das referidas audiências, que decorreram num formato de conforto muito particular. Esses encontros, que envolveram as figuras dos Governadores da Colónia portuguesa, que tinham nem mais, nem menos, o título sintomático de Vice-Rei, cunharam definitivamente os espíritos na Colónia portuguesa e na metrópole sobre esta Princesa de ferro.

Marcaram igualmente as opiniões, o extraordinário domínio da língua portuguesa pela jovem diplomata vinda de Mbaka, se tivermos em conta o irrefragável testemunho do Padre italiano Cavazzi que confirma que a Regina “ …in idioma Portoghese nel quale era versatissima…”. A apreciação sobre o seu elevado grau de instrução sobre a língua e a civilização portuguesas e a sua viva inteligência estabeleceu, definitivamente, a sua auréola.

Outros factos erigirão, ao nível internacional, a lenda da “Federadora”, do proto – bantu sing- to attach, ligar.

Rainha Nzinga Mbandi morreu há 345 anos

Por Simão Souindoula
Director do Museu da Escravatura de Angola e da Rede Internacional Bantulink


É a importante vertente que escolhemos analisar pela ocasião da passagem no dia 17 de Dezembro, data que marca a morte, em Santa Maria de Matamba - a tornada cristã - no ano de 1663, da “Dupla Soberana”.

Dia, surpreendemente, bem ordinário em Angola, apesar deste ter significado uma ruptura irreversível na evolução histórica de toda a parte ocidental da África central.

Tentaremos no quadro do presente exame, realçar os principais factos que provocaram o surgimento do mito da “Regina” do Ndongo e da Matamba, a sua gradual expansão na Europa e a perpetuação da tradição real que evoca esta “sacerdote” no além – Atlântico.
Apresentaremos, em seguida, os domínios que fixaram, nessas regiões ultra marinas, o mito da monarca, a importância das múltiplas iniciativas tomadas à volta desta figura e apreciação sobre a consideração que esta deve merecer.

Educação patriótica e Marcial

A singular estampilhagem da forte personalidade da futura heroína começa, desde a tenra idade, com o seu posicionamento parental visivelmente patrilinear.

Parece estar sob o cuidado particular do pai, que é, natural e duplamente, “Ngola” e “Kiluanji”, quer dizer, Líder Político e Chefe do Exército. A jovem, de forte corpulência física, será manifestamente marcada por uma educação muito patriótica e a adopção de uma conduta estritamente marcial. E inculcado a princesa, de temperamento já refractário, o espírito de bravura, o sentimento de honra, o sentido da diplomacia e da responsabilidade política e a intuição estratégica.

Esses traços de carácter serão perceptíveis durante toda a sua vida desta “ Nzinga Mbandi” que significa no Oriente do nosso pais, curiosas homofonia e homografia, “Homem-mulher”.

Com efeito, será necessário à futura e astuta Dona Anna de Sousa, todas essas características individuais para se impor junto dos seus irmãos, machistas convencidos, e demais familiares com espírito, naturalmente, conservador, cumprir as famosas duas missões diplomáticas, delicadas, efectuadas, corajosamente, e com brio, em 1622 e no ano seguinte, numa parte já ocupada do território do Ndongo, a muito desejada pela Coroa portuguesa, cidade - fortaleza de São Paulo de Loanda.

Parte da lenda da Embaixadora da ilha de Ndanji cristaliza-se a partir das referidas audiências, que decorreram num formato de conforto muito particular. Esses encontros, que envolveram as figuras dos Governadores da Colónia portuguesa, que tinham nem mais, nem menos, o título sintomático de Vice-Rei, cunharam definitivamente os espíritos na Colónia portuguesa e na metrópole sobre esta Princesa de ferro.

Marcaram igualmente as opiniões, o extraordinário domínio da língua portuguesa pela jovem diplomata vinda de Mbaka, se tivermos em conta o irrefragável testemunho do Padre italiano Cavazzi que confirma que a Regina “ …in idioma Portoghese nel quale era versatissima…”. A apreciação sobre o seu elevado grau de instrução sobre a língua e a civilização portuguesas e a sua viva inteligência estabeleceu, definitivamente, a sua auréola.

Outros factos erigirão, ao nível internacional, a lenda da “Federadora”, do proto – bantu sing- to attach, ligar.

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