We observe with fraternal interest the progress that our Angolan brothers and sisters are making along a similar path. We do know that the path you tread is not the same one we have travelled, and that some of the obstacles have been even more difficult than those we had to surmount.
(...)
There is a South African saying that, "If you are in one boat, you have to row together." We are indeed in one boat - in one Southern African region. As we navigated the storms of our region's history under colonialism and minority rule, so now we will row together on the calm waters of freedom and peace that lead to development and a better life for our peoples.
[Nelson Mandela - Aqui]
[imagem daqui]
Havia prometido, ja’ ha’ algum tempo, regressar a estas declaracoes do Professor Fernando Mourao, especialmente no que elas se referem ao processo de integracao economica na regiao da SADC.
Desde entao, por varias razoes, tinha praticamente colocado de parte aquela ideia. Mas, num ano em que, mais uma vez, Angola detem a presidencia rotativa daquela organizacao e para marcar o Dia de Africa, decidi voltar hoje a ela.
Trata-se de um tema que (espero que compreensivelmente pelo que aqui relato), nao me e’ facil abordar. Mas nao apenas por razoes pessoais: e’ que, frequentemente, me confronto com a constatacao de que o objectivo estrategico, de longo prazo, nobre e maior, da integracao economica regional, tao caro a luta pelo desenvolvimento do continente Africano, desde os primordios do movimento Pan-Africanista e ate’ mesmo antes dele, parece estar a ser secundarizado, subalternizado ou preterido (senao mesmo, em alguns casos, sabotado) por objectivos tacticos e auto-defensivos de curto-prazo, em face da aparente ausencia de um compromisso mais forte e decidido para com aquele objectivo estrategico.
E nao, nao estou sequer a falar de “proteccionismo”, que tambem pode ser um objectivo “nobre e maior” em certas circunstancias perfeitamente justificaveis tanto do ponto de vista politico-estrategico, como economico. Falo, sim, de uma ideia rasa e peregrina que se pode resumir no seguinte: “so’ pode estar interessado no comercio inter e intra-regional – e, logo, no Protocolo do Comercio da SADC e sua implementacao – quem tenha uma ‘visao mercantilista’ do desenvolvimento economico e, pior do que isso, quem ‘nao respeite’ a historia politico-ideologica e militar na base da qual a SADC evoluiu, desde os tempos dos Paises da Linha da Frente contra o regime do Apartheid na Africa do Sul, passando pela SADCC, ate’ aos dias de hoje e, como tal, so' assim se pode permitir o ‘atrevimento politico’ de "trair Angola e os martires daquela causa" para prestar-se a servir as ‘agendas neo-liberais’ dos paises ocidentais e seus "lacaios regionais"…
E essa ideia tem servido de base a alguns ataques pessoais de que tenho sido alvo, aberta ou veladamente, normalmente de circulos ditos “de esquerda” e alegadamente “anti-globalizacao”, a quem tudo quanto aparentemente “se lhes oferece” perceber e dizer sobre o assunto e’ algo como: “quem anda nessas lides do Comercio, so’ pode estar exclusivamente na mira do dinheiro (ou, mais rasteiramente, "andar atras do prejuizo"), preferencialmente em dolares, e a servir ‘ignorante e iletradamente’ os bichos-papoes da Uniao Europeia (UE), das Instituicoes de Bretton Woods (BM e FMI) e da Organizacao Mundial do Comercio (OMC) – sim, ja’ li e ouvi literalmente isso, entre varias outras fontes, como parte do discurso de umas certas “bocas intelectualoides”!
... Ao que direi apenas: “santa ignorancia (e arrogancia!) e que infinita tristeza e dor de alma”!...
[Continua]
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