Saturday 28 May 2011

Kwando a Diferenca




... Mais do que um 'problema' ou um 'desafio', se torna uma sordida, obscena, pornografica, porca, nojenta, esquizofrenica e sinistra permanente RACISTA, SUPREMACISTA BRANCA DE EXTREMA DIREITA, NEO-NAZI
AMEACA DE MORTE!






[E... para que NUNCA se perca, aqui fica a "confissao" da dita vulta, publicada no seu blog:


TESTAMENTO


… quero dançar, dançar sempre até me evaporar, até os meus pés e a minha alma se rasgarem em fragmentos que se espalharão pela terra de todas as vidas que vivi, de todas as vidas que pisei, de todas as vidas que construí e destruí. De todas as vidas que sonhei e nem conheci.
Que o céu me arranque os olhos castanhos e os faça azuis de mar e cinzentos de tempestade. Que os ogros me levem o coração inscrito de sinuosas cicatrizes. E que tu me guardes a pele transparente e inofensiva e dela faças uma janela para coar o sol. O meu sol.
E que a raiva do meu corpo, te deite brutalmente sobre a areia de uma praia qualquer, onde te arrancarei a roupa e os complexos, onde te amputarei o génio e a identidade, onde te extirparei a serenidade e o sorriso, para te possuir, selvagem, extinguindo-me na vontade de te engolir para sempre.
Na intensidade de um orgasmo lúgubre, conseguirei então o que desejo, afinal, e que há de mais belo em ti:
a tua alma pura e frágil!..


Ana Clara Guerra Marques - "Premio Nacional de Cultura e Artes" de Angola - a.k.a. "A Diva das Kostas Largas (Nuas) do P(h)oder" - publicado no seu blog a 06 de Marco de 2008 , mas de que so' ontem me apercebi...]







DESAFIO

De sangue na ponta
lança desafio a palavra
jorrada do colo tão nosso,
tranzido.

Trata-se apenas
de a encontrar
neste saco placentário
em frase
e a voz para a dizer
pelo furacão em transe

cumprindo o tempo
do poema parido assim
em desespero
quando de paz se quer
alado, se desfaz
como suspiro na boca
ao lado.

[A.S. in S.O.S.]



[... Prefiro deixar as questoes culturais de parte nesta discussao, porque ai entao e' que vamos encontrar verdadeiramente as maiores falacias do tal "projecto de sociedade"...]






Regresso hoje brevemente ao Meu Liceu para dele “desencantar” dois fantasmas (ou melhor, vultos!) que por la’ pairavam e que continuam a ensombrar, a atormentar e a infernizar a minha vida depois de dele ter saido ha’ mais de 30 anos…

Como aqui notei, no antigo Liceu Feminino de Luanda existia um invisivel ‘muro de apartheid’ que produziu ‘Donas Guiomares de Lencastre’ por um lado e ‘Rainhas Nzinga Mbandis’ por outro. E, como sera’ facil de imaginar, de um lado daquele muro estavam mulheres e raparigas – professoras e alunas – brancas, e do outro estavam negras - apenas alunas -, com algumas mesticas um pouco dos dois lados.

O que ja’ nao seria assim tao facil de imaginar, era que aquele ‘muro de apartheid’ tambem separava outros dois mundos: um habitado por lesbicas e outro por heterosexuais. E embora o primeiro desses mundos fosse ‘ultra-minoritario’ - ao contrario do que se passava no que separava negras e brancas, onde estas eram maioritarias -, apesar de aparentemente “insuspeito”, ele tornava-se visivel a quem o pudesse observar mais de perto, especialmente depois do 25 de Abril de 1974.

Falo, obviamente, apenas do que posso falar: do que vi, ouvi e senti durante o periodo em que o frequentei como aluna, entre 1972 e 1976. De outros periodos, anteriores e posteriors, poderao porventura testemunhar com mais propriedade, e quica com diferentes apreciacoes ou pontos de vista, aquelas (e/ou aqueles) que os terao vivido. Dos reais e/ou imaginados ‘sexual shenanigans’ que por la’ se terao passado, homo ou heterosexuais, tao pouco posso falar com qualquer propriedade, uma vez que nunca os vi, nem os vivi e muito menos os senti: ja' andava entao demasiado ocupada com o meu engajamento politico, em Luanda e fora dela. Nem mesmo os de que ‘todo o mundo’ por vezes (nao) fala e que terao tido lugar especialmente em 74/75, em particular desde que os ‘rapazes’ dos outros liceus de Luanda, vulgo “a malta do liceu”, lhe arrombou os cadeados, lhe escancarou as grades e lhe pulou as cercas para por la’ passar a assentar arraiais…

Mas pude, no entanto, dar-me conta do grupo das lesbicas – em particular de duas, uma professora e outra aluna. Eram especialmente notorias por tenderem a dedicar-se a educacao fisica e ao desporto ou, mais geralmente, as “disciplinas do corpo”, nas quais uma sua, agora tristemente celebre, offspring (que na altura, como aqui observei, eu nao conhecia e que, de resto, felizmente continuo a nao ter o desprazer de conhecer pessoalmente, senao atraves dos seus actos de vulturismo racista, terrorista e assassino contra mim… Conhecia, no entanto, a mae dela, que tambem la’ era professora - embora nunca tenha sido minha professora - e lembro-me de uma vez, na sala das professoras(*), essa outra professora de que falo lhe ter dado uma ‘palmadona’ no traseiro – e’, aquela bunDona e’ hereditaria…– que fez acompanhar de umas palavras de “apreciacao” que eu antes apenas ouvira sair da boca de homens…) se haveria de “especializar”…

Com aquela professora haveria de ter um contacto mais proximo, quando ambas fizemos parte do Conselho Directivo do Liceu, durante um curto periodo de tentativa de "experimentacao" de uma certa “miscigenacao” hierarquica, funcional, social, racial e cultural, que tentava espelhar e replicar o que se comecava a passar um pouco por todo o lado em Luanda e no pais em geral durante aquele (in)famoso e efemero ‘Periodo Revolucionario em Curso’, vulgo PREC, findo o qual nao nos voltamos a ver. Mas aquele foi estritamente um contacto digamos que, por falta de melhor designacao, "profissional" e que nunca extravazou os limites do liceu e das relacoes professora-aluna, embora ela tambem nunca tivesse sido pessoalmente minha professora...(**)

Anos mais tarde, porem, ja’ na decada de 80, alguem amigo comum levou-me a casa da tal professora (por sinal tambem localizada na entao "minha" rua dos Ex-Combatentes ), mas numa altura em que ela se encontrava fora do pais. Eu estava com o meu filho, na altura com uns 3 ou 4 anitos de idade, e lembro-me de a sua, julgo que, 'companheira' na altura, que la’ nos recebeu, as tantas me ter atirado com algo como “para que trazer filhos a este mundo – so’ para virem sofrer?”… O que naquele momento me deixou algo perturbada e sem saber muito bem o que lhe responder, mas que agora nao posso deixar de relacionar com um certo “pobres e insignificantes criaturas rejeitadas e por isso verdes e doentes, etc…”, ao qual reagi inicialmente aqui (e que posteriormente auto-censurei) e ao qual me venho frequentemente referindo neste blog!...

Tao pouco posso deixar de relacionar todas essas memorias com
TODA ESTA MERDA!!!





(*) Sendo de notar aqui, en passant, que uma daquelas tais professoras tambem fez, mais tarde, parte da "Embaixada do Sr. Rui Mingas (... tambem ele um 'especialista em assuntos do fisico'...) em Portugal"...

(**)... E julgo que tera' sido ai que comecei a apreender o conceito de "diversidade", a respeitar a "diferenca" e a dar-me conta da minha propria "identidade", a afirma-la e a defende-la e, logo, a nao ter problemas em admitir e dizer sem qualquer hesitacao e muito menos "complexos":
"NAO, NAO SOMOS, NUNCA FOMOS, TODOS IGUAIS!"...






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AMEACA DE MORTE!






[E... para que NUNCA se perca, aqui fica a "confissao" da dita vulta, publicada no seu blog:


TESTAMENTO


… quero dançar, dançar sempre até me evaporar, até os meus pés e a minha alma se rasgarem em fragmentos que se espalharão pela terra de todas as vidas que vivi, de todas as vidas que pisei, de todas as vidas que construí e destruí. De todas as vidas que sonhei e nem conheci.
Que o céu me arranque os olhos castanhos e os faça azuis de mar e cinzentos de tempestade. Que os ogros me levem o coração inscrito de sinuosas cicatrizes. E que tu me guardes a pele transparente e inofensiva e dela faças uma janela para coar o sol. O meu sol.
E que a raiva do meu corpo, te deite brutalmente sobre a areia de uma praia qualquer, onde te arrancarei a roupa e os complexos, onde te amputarei o génio e a identidade, onde te extirparei a serenidade e o sorriso, para te possuir, selvagem, extinguindo-me na vontade de te engolir para sempre.
Na intensidade de um orgasmo lúgubre, conseguirei então o que desejo, afinal, e que há de mais belo em ti:
a tua alma pura e frágil!..


Ana Clara Guerra Marques - "Premio Nacional de Cultura e Artes" de Angola - a.k.a. "A Diva das Kostas Largas (Nuas) do P(h)oder" - publicado no seu blog a 06 de Marco de 2008 , mas de que so' ontem me apercebi...]







DESAFIO

De sangue na ponta
lança desafio a palavra
jorrada do colo tão nosso,
tranzido.

Trata-se apenas
de a encontrar
neste saco placentário
em frase
e a voz para a dizer
pelo furacão em transe

cumprindo o tempo
do poema parido assim
em desespero
quando de paz se quer
alado, se desfaz
como suspiro na boca
ao lado.

[A.S. in S.O.S.]



[... Prefiro deixar as questoes culturais de parte nesta discussao, porque ai entao e' que vamos encontrar verdadeiramente as maiores falacias do tal "projecto de sociedade"...]






Regresso hoje brevemente ao Meu Liceu para dele “desencantar” dois fantasmas (ou melhor, vultos!) que por la’ pairavam e que continuam a ensombrar, a atormentar e a infernizar a minha vida depois de dele ter saido ha’ mais de 30 anos…

Como aqui notei, no antigo Liceu Feminino de Luanda existia um invisivel ‘muro de apartheid’ que produziu ‘Donas Guiomares de Lencastre’ por um lado e ‘Rainhas Nzinga Mbandis’ por outro. E, como sera’ facil de imaginar, de um lado daquele muro estavam mulheres e raparigas – professoras e alunas – brancas, e do outro estavam negras - apenas alunas -, com algumas mesticas um pouco dos dois lados.

O que ja’ nao seria assim tao facil de imaginar, era que aquele ‘muro de apartheid’ tambem separava outros dois mundos: um habitado por lesbicas e outro por heterosexuais. E embora o primeiro desses mundos fosse ‘ultra-minoritario’ - ao contrario do que se passava no que separava negras e brancas, onde estas eram maioritarias -, apesar de aparentemente “insuspeito”, ele tornava-se visivel a quem o pudesse observar mais de perto, especialmente depois do 25 de Abril de 1974.

Falo, obviamente, apenas do que posso falar: do que vi, ouvi e senti durante o periodo em que o frequentei como aluna, entre 1972 e 1976. De outros periodos, anteriores e posteriors, poderao porventura testemunhar com mais propriedade, e quica com diferentes apreciacoes ou pontos de vista, aquelas (e/ou aqueles) que os terao vivido. Dos reais e/ou imaginados ‘sexual shenanigans’ que por la’ se terao passado, homo ou heterosexuais, tao pouco posso falar com qualquer propriedade, uma vez que nunca os vi, nem os vivi e muito menos os senti: ja' andava entao demasiado ocupada com o meu engajamento politico, em Luanda e fora dela. Nem mesmo os de que ‘todo o mundo’ por vezes (nao) fala e que terao tido lugar especialmente em 74/75, em particular desde que os ‘rapazes’ dos outros liceus de Luanda, vulgo “a malta do liceu”, lhe arrombou os cadeados, lhe escancarou as grades e lhe pulou as cercas para por la’ passar a assentar arraiais…

Mas pude, no entanto, dar-me conta do grupo das lesbicas – em particular de duas, uma professora e outra aluna. Eram especialmente notorias por tenderem a dedicar-se a educacao fisica e ao desporto ou, mais geralmente, as “disciplinas do corpo”, nas quais uma sua, agora tristemente celebre, offspring (que na altura, como aqui observei, eu nao conhecia e que, de resto, felizmente continuo a nao ter o desprazer de conhecer pessoalmente, senao atraves dos seus actos de vulturismo racista, terrorista e assassino contra mim… Conhecia, no entanto, a mae dela, que tambem la’ era professora - embora nunca tenha sido minha professora - e lembro-me de uma vez, na sala das professoras(*), essa outra professora de que falo lhe ter dado uma ‘palmadona’ no traseiro – e’, aquela bunDona e’ hereditaria…– que fez acompanhar de umas palavras de “apreciacao” que eu antes apenas ouvira sair da boca de homens…) se haveria de “especializar”…

Com aquela professora haveria de ter um contacto mais proximo, quando ambas fizemos parte do Conselho Directivo do Liceu, durante um curto periodo de tentativa de "experimentacao" de uma certa “miscigenacao” hierarquica, funcional, social, racial e cultural, que tentava espelhar e replicar o que se comecava a passar um pouco por todo o lado em Luanda e no pais em geral durante aquele (in)famoso e efemero ‘Periodo Revolucionario em Curso’, vulgo PREC, findo o qual nao nos voltamos a ver. Mas aquele foi estritamente um contacto digamos que, por falta de melhor designacao, "profissional" e que nunca extravazou os limites do liceu e das relacoes professora-aluna, embora ela tambem nunca tivesse sido pessoalmente minha professora...(**)

Anos mais tarde, porem, ja’ na decada de 80, alguem amigo comum levou-me a casa da tal professora (por sinal tambem localizada na entao "minha" rua dos Ex-Combatentes ), mas numa altura em que ela se encontrava fora do pais. Eu estava com o meu filho, na altura com uns 3 ou 4 anitos de idade, e lembro-me de a sua, julgo que, 'companheira' na altura, que la’ nos recebeu, as tantas me ter atirado com algo como “para que trazer filhos a este mundo – so’ para virem sofrer?”… O que naquele momento me deixou algo perturbada e sem saber muito bem o que lhe responder, mas que agora nao posso deixar de relacionar com um certo “pobres e insignificantes criaturas rejeitadas e por isso verdes e doentes, etc…”, ao qual reagi inicialmente aqui (e que posteriormente auto-censurei) e ao qual me venho frequentemente referindo neste blog!...

Tao pouco posso deixar de relacionar todas essas memorias com
TODA ESTA MERDA!!!





(*) Sendo de notar aqui, en passant, que uma daquelas tais professoras tambem fez, mais tarde, parte da "Embaixada do Sr. Rui Mingas (... tambem ele um 'especialista em assuntos do fisico'...) em Portugal"...

(**)... E julgo que tera' sido ai que comecei a apreender o conceito de "diversidade", a respeitar a "diferenca" e a dar-me conta da minha propria "identidade", a afirma-la e a defende-la e, logo, a nao ter problemas em admitir e dizer sem qualquer hesitacao e muito menos "complexos":
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