Saturday, 2 October 2010

Outros Preconceitos...


Mas afinale os boers nao sao todos “declaradamente neo-nazis”?!
Como e’ que agora aparecem por ai imagens e mensagens destas?

Como os "peritos em Historia" e "PhDs em estudos inter-culturais" deve(ria)m saber, os boers (que convem aqui esclarecer, e' um termo que significa campones ou fazendeiro - farmer, em Ingles - pelo que nao abrange a totalidade dos Afrikaners) sempre estiveram longe de ser "os brancos mais ricos da Africa do Sul" (tal como os seus coloured sempre estiveram longe de ser os mulatos mais previligiados naquele pais"): alguem que conheca bem a genese da guerra Anglo-Boer e as intrincancias do Great Trek, sabera' identificar as causas estruturais da pobreza entre os Afrikaners e encontrara' imagens ainda piores do que essas ao longo da historia da ocupacao europeia da Africa do Sul, bem como de instancias de auto-segregacionismo na era pos-Apartheid (tenho em mente umas em particular que aqui trarei assim que as encontrar) que conduzem a situacoes de exclusao socio-economica e de falta de apoio institucional a luta contra a pobreza nessas comunidades por parte do estado...

Mas essa ideia de que "a pobreza entre alguns segmentos de brancos na Africa pos-colonial so' pode ser resultado da 'perseguicao' que lhes e' movida pelos governos de maioria negra" e', no fundo, reveladora, para alem da santa ignorancia, do substracto racista (ou realista?) da mentalidade dos seus autores e propagadores - e' que, claramente, para eles nem todos os homens nascem iguais; ou talvez sim, mas uns nascem mais iguais do que outros... : "shock, shock, horror, horror, onde e' que ja' se viu um branco pobre em Africa? Onde e' que ja' se viu um branco, ou mulato, varrer ruas em Angola?!"

Pessoalmente, confesso que nunca vi brancos, nem mulatos, a varrer ruas em Angola, mas ja' vi, na Angola colonial, quitandeiras brancas com cestas a cabeca gritando "fartura fresquinha!", tal como as kitandeiras negras de balaios a cabeca gritavam "e' maboke, mabokinha docinha minha senhora!"... A questao neste caso e' saber-se se a quitandeira branca era-o apenas ocasional e temporariamente (em geral, quando recem-chegada da sua igualmente pobre vida na metropole e antes de o marido fazer dinheiro suficiente na loja de fuba e vinho 'baptizado' no muceke para poder "tira-la das ruas"), ou permanente e estruturalmente, como em geral o era a kitandeira negra...

Questao semelhante se revelara' se se colocarem lado a lado essas imagens de boers pobres (e devo dizer que - como aqui referi - ja' vi muitos boers de pes descalcos - e sujos! - mas esse e' um 'habito cultural' que atravessa transversalmente as comunidades Afrikaners, entre ricos e pobres) com as da pobreza entre a maioria negra: hao-de encontrar, como ja' vi, familias e comunidades inteiras de negros a comerem directamente das lixeiras nos arredores das cidades brancas (entre outros, de boers ricos...).

Mas talvez a comparacao mais pertinente seja entre os numeros absolutos e relativos da pobreza entre brancos e negros na Africa do Sul. Revelem-nos quando os encontrarem, porque eu ai ja' dei!

Mas afinale os boers nao sao todos “declaradamente neo-nazis”?!
Como e’ que agora aparecem por ai imagens e mensagens destas?

Como os "peritos em Historia" e "PhDs em estudos inter-culturais" deve(ria)m saber, os boers (que convem aqui esclarecer, e' um termo que significa campones ou fazendeiro - farmer, em Ingles - pelo que nao abrange a totalidade dos Afrikaners) sempre estiveram longe de ser "os brancos mais ricos da Africa do Sul" (tal como os seus coloured sempre estiveram longe de ser os mulatos mais previligiados naquele pais"): alguem que conheca bem a genese da guerra Anglo-Boer e as intrincancias do Great Trek, sabera' identificar as causas estruturais da pobreza entre os Afrikaners e encontrara' imagens ainda piores do que essas ao longo da historia da ocupacao europeia da Africa do Sul, bem como de instancias de auto-segregacionismo na era pos-Apartheid (tenho em mente umas em particular que aqui trarei assim que as encontrar) que conduzem a situacoes de exclusao socio-economica e de falta de apoio institucional a luta contra a pobreza nessas comunidades por parte do estado...

Mas essa ideia de que "a pobreza entre alguns segmentos de brancos na Africa pos-colonial so' pode ser resultado da 'perseguicao' que lhes e' movida pelos governos de maioria negra" e', no fundo, reveladora, para alem da santa ignorancia, do substracto racista (ou realista?) da mentalidade dos seus autores e propagadores - e' que, claramente, para eles nem todos os homens nascem iguais; ou talvez sim, mas uns nascem mais iguais do que outros... : "shock, shock, horror, horror, onde e' que ja' se viu um branco pobre em Africa? Onde e' que ja' se viu um branco, ou mulato, varrer ruas em Angola?!"

Pessoalmente, confesso que nunca vi brancos, nem mulatos, a varrer ruas em Angola, mas ja' vi, na Angola colonial, quitandeiras brancas com cestas a cabeca gritando "fartura fresquinha!", tal como as kitandeiras negras de balaios a cabeca gritavam "e' maboke, mabokinha docinha minha senhora!"... A questao neste caso e' saber-se se a quitandeira branca era-o apenas ocasional e temporariamente (em geral, quando recem-chegada da sua igualmente pobre vida na metropole e antes de o marido fazer dinheiro suficiente na loja de fuba e vinho 'baptizado' no muceke para poder "tira-la das ruas"), ou permanente e estruturalmente, como em geral o era a kitandeira negra...

Questao semelhante se revelara' se se colocarem lado a lado essas imagens de boers pobres (e devo dizer que - como aqui referi - ja' vi muitos boers de pes descalcos - e sujos! - mas esse e' um 'habito cultural' que atravessa transversalmente as comunidades Afrikaners, entre ricos e pobres) com as da pobreza entre a maioria negra: hao-de encontrar, como ja' vi, familias e comunidades inteiras de negros a comerem directamente das lixeiras nos arredores das cidades brancas (entre outros, de boers ricos...).

Mas talvez a comparacao mais pertinente seja entre os numeros absolutos e relativos da pobreza entre brancos e negros na Africa do Sul. Revelem-nos quando os encontrarem, porque eu ai ja' dei!

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