A dimensao da figura de Malcolm X como um icon que continua a inspirar varias geracoes pode ser medida pela frequencia com que a sua imagem e citacoes das suas frases circulam no Facebook.
Um icon, indeed! E nisso, em certa medida, chega a se-lo mais que o seu “rival” Martin Luther King….
Porem, nao sei se estarei muito enganada em supor que a forma como e as razoes pelas quais Malcolm X inspira os seus seguidores e admiradores tende a seguir a mesma trajectoria que a que me levou a admira-lo mais numa determinada fase da minha vida do que noutra. Essa trajectoria pode ser, grosso modo, caracterizada por duas fases distintas, que tambem coincidem com o percurso da propria vida de Malcolm X e do seu pensamento ideologico e posicionamentos politicos e religiosos: uma e’ a fase “pre - Nacao do Islao”, outra a fase “pos - Peregrinacao a Meca”. Pelo meio fica um periodo marcado pelos conflitos e contradicoes proprios desse tipo de transicoes e evolucoes.
E’ desse periodo que data o seu mais famoso e controverso discurso, conhecido como “The Chikens Come Home to Roost”, e tambem aquele que, a prazo, lhe iria, tragicamente, custar a propria vida….
Desse discurso, ha’ uma passagem em particular que, para mim, apesar da evolucao posterior do seu proprio pensamento ideologico, como acima aludi, e da minha discordancia com outras partes do mesmo discurso e, no fundo, com as suas motivacoes (algo que assinalei de passagem aqui), continua a ter um impacto que “still rings true” em varias situacoes actuais, mesmo se salvaguardadas as devidas distancias historicas, geograficas, temporais e contextuais.
De facto, reflectindo bem, o discurso continua tao "powerful", mesmo que eu e muitos outros discordem dele, em partes ou no todo, que esteve na base do mais dramatico evento da campanha presidencial de Obama em 2008: o episodio do Reverend Wright, que no seu "outburst" contra Obama recorreu precisamente ao "chickens come home to roost!...
Mas, "mais perto de casa", veja-se, por exemplo, um debate recente por ai que, pelo menos aparentemente e certamente nao para mim, acabou por ficar “reduzido” a uma disputa entre dois discursos: um dito “democratico-revolucionario e angolano-africano” e outro taxado de “colonial-fascista e racista-revanchista”. Ou, em termos mais simples, um de "esquerda" e outro de "direita".
Nao pude deixar de associar essas classificacoes “maniqueistas” ao que Malcolm X designava “white liberals” por um lado e “white conservatives” por outro, sendo que as similaridades nao terminam por ai…
“In this deceitful American game of power politics, the Negroes (i.e., the race problem, the integration and civil rights issues) are nothing but tools, used by one group of whites called Liberals against another group of whites called Conservatives, either to get into power or to remain in power. Among whites here in America, the political teams are no longer divided into Democrats and Republicans. The whites who are now struggling for control of the American political throne are divided into "liberal" and "conservative" camps. The white liberals from both parties cross party lines to work together toward the same goal, and white conservatives from both parties do likewise.
The white liberal differs from the white conservative only in one way: the liberal is more deceitful than the conservative. The liberal is more hypocritical than the conservative. Both want power, but the white liberal is the one who has perfected the art of posing as the Negro's friend and benefactor; and by winning the friendship, allegiance, and support of the Negro, the white liberal is able to use the Negro as a pawn or tool in this political "football game" that is constantly raging between the white liberals and white conservatives.
Politically the American Negro is nothing but a football and the white liberals control this mentally dead ball through tricks of tokenism: false promises of integration and civil rights. In this profitable game of deceiving and exploiting the political politician of the American Negro, those white liberals have the willing cooperation of the Negro civil rights leaders. These "leaders" sell out our people for just a few crumbs of token recognition and token gains. These "leaders" are satisfied with token victories and token progress because they themselves are nothing but token leaders.”
[Malcolm X]
E POR FALAR EM MALCOLM X...
POSTS RELACIONADOS:
No comments:
Post a Comment