Tuesday, 30 October 2007

CARLOS MOORE: SOBRE AS RELACOES BRASIL - AFRICA

Com os devidos agradecimentos a Martha Galrão, aqui ficam alguns extractos de uma entrevista a todos os titulos interessante e pertinente:

“As relações do Brasil com o continente africano podem evoluir para o neocolonialismo e os próprios dirigentes africanos são um fator nessa possível equação.”

Em virtude da visita do presidente Lula a quatro países africanos – Burkina Faso, Congo-Brazzaville, África do Sul e Angola –, realizada de 15 a 18 de outubro, o professor Carlos Moore, especialista em assuntos africanos e latino-americanos, aceitou conversar com o Ìrohìn. Nesta entrevista, ele analisa a natureza atual e a possível evolução dos vínculos entre o Brasil e o continente africano. Moore alerta sobre os possíveis perigos no horizonte dessas relações e, para evitá-los, evoca a intervenção da sociedade civil, tanto africana quanto brasileira.

Não podemos esquecer que se trata, fundamentalmente, de um continente enfraquecido, dominado pelo exterior e prostrado diante dos grandes interesses mundiais, após vários séculos de golpes duros, assaltos imperiais, intensos tráficos de escravizados e a conquista de todo o território continental pela Europa ocidental. A isso se agrega um processo de independência, a partir de 1957, já minado pelas relações neocolonialistas: a maioria esmagadora de líderes que chegaram ao poder já estava corrompida e entregue aos interesses hegemônicos mundiais. Tratava-se de elites coniventes com os interesses imperialistas e hegemônicos da Europa Ocidental, dos Estados Unidos e do Japão. E, ultimamente, essas elites se mostram também coniventes com as ambições hegemônicas e neo-imperiais de grandes potências emergentes como a China. É nesse contexto global que se insere a relação Brasil-África que se inicia perante nós.
(…)
Somado a isso há um outro fator, de natureza ideológica: a existência no Brasil, fruto de um passado fartamente conhecido, de um desprezo profundo para com o continente africano, seus descendentes e sua história. Ou seja, de modo geral, as elites dominantes do Brasil, profundamente eurocêntricas e europeizadas, admiradoras dos métodos norte-americanos e das normas e padrões euro-ocidentais, não consideram a África como parceiro a se respeitar, mas como o “Continente Negro” provedor de escravos, digno de ser explorado e humilhado. Essas elites têm em suas mãos praticamente todos os meios de comunicação e, assim, podem forjar – e forjam – todas as imagens distorcidas sobre o continente africano. Por sua vez, esse monopólio sobre a mídia poderá permitir que a opinião pública e a própria sociedade civil brasileira se mostrem omissas e até coniventes com a exploração desse continente. É aí onde reside o perigo: que, pouco a pouco, a opinião brasileira seja manipulada num sentido contrário a uma empatia e um sentimento de solidariedade com o continente ancestral da maioria da população do país.
(…)
Em um período de menos de trinta anos, não menos que 38 importantíssimos dirigentes africanos foram assassinados em circunstâncias que, na maioria dos casos, ainda não foram elucidadas. Ou seja, essas lideranças desapareceram seja pela via dos golpes de Estado, seja pela via dos assassinatos. A África nacionalista e pan-africana foi decapitada! Isso forma parte da explicação de porque a África está na atual situação de subdesenvolvimento terrível. Seus grandes líderes e pensadores foram dizimados. E quem tomou o poder em seus lugares? Observe a longevidade dos atuais governos e você verá que aqueles que estão no poder chegaram lá ou colocados pelos países do Ocidente ou urdindo sangrentos golpes de Estado em favor do Ocidente, em muitos dos casos matando aqueles que se opunham à exploração da África e que tinham grandes e inovadoras idéias sobre como emancipar e federar o continente. Então, eu diria que um dos grandes obstáculos para que o continente africano estabeleça uma relação em pé de igualdade com o resto do mundo são esses próprios dirigentes africanos. Em sua imensa maioria, as atuais elites africanas são, nesse sentido, um importante fator de subdesenvolvimento do continente africano.
(…)
De fato, nesta altura, eu não sei até que ponto esses laços atuais favorecem os povos africanos. O certo é que, pelo momento, esses laços vão beneficiar as elites africanas, por uma parte, e, sobretudo, a economia e as empresas brasileiras. Apesar disso, há forças conservadoras que não querem o estabelecimento desses laços com a África. Essas forças conservadoras – não apenas no Brasil, mas em todo o continente americano – são tradicionalmente negrofóbicas; herdaram da história um ódio e um desprezo para com o continente africano que as cega ao ponto de se opor ao desenvolvimento de relações econômicas entre suas empresas nacionais e os países africanos, embora essas relações – repito – favoreçam às suas próprias economias.
(…)
Nas condições que acabo de descrever, seria um milagre se isso não acontecesse; e eu não acredito em milagres. Para mim, é evidente que todas as condições estão dadas para que a relação Brasil-África não seja diferente das relações que o resto das nações poderosas do mundo tem estabelecido e mantido com esse continente. Todas as condições estão dadas para que as relações Brasil-África evoluam na direção de relações neocoloniais, com o Brasil assumindo, pouco a pouco, o papel cada vez mais acentuado de uma potência hegemônica, mas com cara “simpática”. Até porque o atual cenário de um mandatário simpático para com os verdadeiros interesses africanos pode não se estender além do mandato do presidente Lula. Tudo vai depender da conivência ou não da própria sociedade civil brasileira na situação que nos interessa.
(…)
As relações neocolonias surgem sempre de profundos desequilíbrios estruturais entre nações. Sobre essas relações vêm incidir, logo após, as elaborações ideológicas, que garantem a hegemonia do parceiro mais forte sobre o outro que se vê cada vez mais subalternizado na relação desigual. Como eu disse, no que diz respeito ao Brasil, o fator ideológico se dá na existência de uma superestrutura nacional negrofóbica e antiafricana, legado da escravidão. No Brasil, indiscutivelmente, mesmo diante de insistentes negações, existe um forte racismo estrutural e sistêmico, o qual está profundamente enraizado no imaginário social. Esses são fatores graves que não podem ser esquecidos, nem minimizados, quando se fala da África. Para se ter a medida disso, só é necessário observar como a mídia brasileira trata cotidianamente os problemas que atingem o continente africano: com um extremo grau de desprezo, insensibilidade e desrespeito, promovendo mentiras, meias-verdades e omitindo os fatos que, facilmente, poderiam explicar até os maiores horrores protagonizados nesse continente pelas suas elites neocoloniais e corruptas. Não há simpatia ou empatia nas reportagens para com os povos africanos, senão a vontade de apresentar o “Continente Negro” como algo bestial, um buraco escuro e sujo, primitivo, bárbaro, ameaçador! Ou seja, a África é apresentada na mídia nos mesmos termos que são apresentadas as favelas das grandes cidades brasileiras.
(…)
A resposta se encontra no reforço imediato da capacidade de intervenção democrática tanto da sociedade civil brasileira quanto da africana. As forças democráticas dentro do Brasil, sejam negros ou brancos, devem se coligar para se constituir em um fator de contrapeso político. Caso não seja assim, corre-se o risco de que a história se repita e que da imagem de um país “simpático, alegre, sambista e futebolista”, o Brasil vire, para a África, uma simples nova potência neocolonial. As multinacionais brasileiras terão de ser levadas a compreender que é de seu interesse, a longo prazo, contribuir para o bem-estar dos povos africanos, ao tempo que acumulam lucros nesse continente. E, também, terão de ser levadas a compreender que não é sustentável lucrar na África e ignorar a pobreza endêmica da África doméstica do Brasil. As interconexões entre essas duas realidades, embora não sejam tão visíveis agora, tenderão a aumentar no futuro próximo e haverá que ajudar as empresas multinacionais brasileiras a compreendê-las rapidamente. Ou seja, há que ajudar a avançar a causa da federalização da África, por uma parte, e ajudar a reduzir as desigualdades sociorraciais no Brasil, por outra. As multinacionais brasileiras podem contribuir positivamente em ambos os sentidos, o que contribuiria para simetrizar a relação com a África, ao tempo em que criaria um ambiente de confraternização democrática dentro do Brasil.
(…)
Ainda hoje a sociedade civil africana está bastante enfraquecida. Há, portanto, que ajudá-la a crescer e se fortalecer. Os movimentos sociais africanos têm sido tão reprimidos pelas ditaduras de seus países que é somente nos últimos quinze anos que começa a haver uma reorganização da sociedade civil, de modo a essa ter uma vida independente. Há que ajudar e incentivar esse processo de ressurgimento da sociedade civil africana.
(…)
Ao contrário da China, da Índia, da Europa ou do Japão, a maioria da população brasileira tem suas origens no continente africano. Precisamente por isso, eu penso que é o dever do movimento social e da sociedade civil brasileira zelar para que a intervenção econômica do Brasil naquele continente leve em consideração os interesses das sociedades civis africanas e dos povos por elas representados, os quais não estão sendo defendidos nem mesmo pelos governos africanos na sua maioria. Esse é um dos grandes deveres da sociedade civil brasileira, bem como de todas as forças democráticas desse país: defender os interesses da sociedade civil africana.
(…)
A África pode ajudar este país a operar uma transição tranqüila para uma verdadeira democracia multirracial mediante o empoderamento político, econômico e social da maioria populacional brasileira, que é de ascendência africana. Isso é, de todos modos, inevitável historicamente. A África, também, precisa de um Brasil forte como aliado para se defender da legendária cobiça das grandes potências externas por seus recursos naturais. Assim, há lugar para uma parceria estratégica sã entre o Brasil e o continente africano em torno da definição de uma agenda comum de longo prazo visando à eliminação dos grandes desequilíbrios internos e internacionais que se constituem, tanto para o Brasil quanto para a África, em perigosos fatores de ruptura e de conflitos violentos.

(Ler entrevista integral aqui)
Com os devidos agradecimentos a Martha Galrão, aqui ficam alguns extractos de uma entrevista a todos os titulos interessante e pertinente:

“As relações do Brasil com o continente africano podem evoluir para o neocolonialismo e os próprios dirigentes africanos são um fator nessa possível equação.”

Em virtude da visita do presidente Lula a quatro países africanos – Burkina Faso, Congo-Brazzaville, África do Sul e Angola –, realizada de 15 a 18 de outubro, o professor Carlos Moore, especialista em assuntos africanos e latino-americanos, aceitou conversar com o Ìrohìn. Nesta entrevista, ele analisa a natureza atual e a possível evolução dos vínculos entre o Brasil e o continente africano. Moore alerta sobre os possíveis perigos no horizonte dessas relações e, para evitá-los, evoca a intervenção da sociedade civil, tanto africana quanto brasileira.

Não podemos esquecer que se trata, fundamentalmente, de um continente enfraquecido, dominado pelo exterior e prostrado diante dos grandes interesses mundiais, após vários séculos de golpes duros, assaltos imperiais, intensos tráficos de escravizados e a conquista de todo o território continental pela Europa ocidental. A isso se agrega um processo de independência, a partir de 1957, já minado pelas relações neocolonialistas: a maioria esmagadora de líderes que chegaram ao poder já estava corrompida e entregue aos interesses hegemônicos mundiais. Tratava-se de elites coniventes com os interesses imperialistas e hegemônicos da Europa Ocidental, dos Estados Unidos e do Japão. E, ultimamente, essas elites se mostram também coniventes com as ambições hegemônicas e neo-imperiais de grandes potências emergentes como a China. É nesse contexto global que se insere a relação Brasil-África que se inicia perante nós.
(…)
Somado a isso há um outro fator, de natureza ideológica: a existência no Brasil, fruto de um passado fartamente conhecido, de um desprezo profundo para com o continente africano, seus descendentes e sua história. Ou seja, de modo geral, as elites dominantes do Brasil, profundamente eurocêntricas e europeizadas, admiradoras dos métodos norte-americanos e das normas e padrões euro-ocidentais, não consideram a África como parceiro a se respeitar, mas como o “Continente Negro” provedor de escravos, digno de ser explorado e humilhado. Essas elites têm em suas mãos praticamente todos os meios de comunicação e, assim, podem forjar – e forjam – todas as imagens distorcidas sobre o continente africano. Por sua vez, esse monopólio sobre a mídia poderá permitir que a opinião pública e a própria sociedade civil brasileira se mostrem omissas e até coniventes com a exploração desse continente. É aí onde reside o perigo: que, pouco a pouco, a opinião brasileira seja manipulada num sentido contrário a uma empatia e um sentimento de solidariedade com o continente ancestral da maioria da população do país.
(…)
Em um período de menos de trinta anos, não menos que 38 importantíssimos dirigentes africanos foram assassinados em circunstâncias que, na maioria dos casos, ainda não foram elucidadas. Ou seja, essas lideranças desapareceram seja pela via dos golpes de Estado, seja pela via dos assassinatos. A África nacionalista e pan-africana foi decapitada! Isso forma parte da explicação de porque a África está na atual situação de subdesenvolvimento terrível. Seus grandes líderes e pensadores foram dizimados. E quem tomou o poder em seus lugares? Observe a longevidade dos atuais governos e você verá que aqueles que estão no poder chegaram lá ou colocados pelos países do Ocidente ou urdindo sangrentos golpes de Estado em favor do Ocidente, em muitos dos casos matando aqueles que se opunham à exploração da África e que tinham grandes e inovadoras idéias sobre como emancipar e federar o continente. Então, eu diria que um dos grandes obstáculos para que o continente africano estabeleça uma relação em pé de igualdade com o resto do mundo são esses próprios dirigentes africanos. Em sua imensa maioria, as atuais elites africanas são, nesse sentido, um importante fator de subdesenvolvimento do continente africano.
(…)
De fato, nesta altura, eu não sei até que ponto esses laços atuais favorecem os povos africanos. O certo é que, pelo momento, esses laços vão beneficiar as elites africanas, por uma parte, e, sobretudo, a economia e as empresas brasileiras. Apesar disso, há forças conservadoras que não querem o estabelecimento desses laços com a África. Essas forças conservadoras – não apenas no Brasil, mas em todo o continente americano – são tradicionalmente negrofóbicas; herdaram da história um ódio e um desprezo para com o continente africano que as cega ao ponto de se opor ao desenvolvimento de relações econômicas entre suas empresas nacionais e os países africanos, embora essas relações – repito – favoreçam às suas próprias economias.
(…)
Nas condições que acabo de descrever, seria um milagre se isso não acontecesse; e eu não acredito em milagres. Para mim, é evidente que todas as condições estão dadas para que a relação Brasil-África não seja diferente das relações que o resto das nações poderosas do mundo tem estabelecido e mantido com esse continente. Todas as condições estão dadas para que as relações Brasil-África evoluam na direção de relações neocoloniais, com o Brasil assumindo, pouco a pouco, o papel cada vez mais acentuado de uma potência hegemônica, mas com cara “simpática”. Até porque o atual cenário de um mandatário simpático para com os verdadeiros interesses africanos pode não se estender além do mandato do presidente Lula. Tudo vai depender da conivência ou não da própria sociedade civil brasileira na situação que nos interessa.
(…)
As relações neocolonias surgem sempre de profundos desequilíbrios estruturais entre nações. Sobre essas relações vêm incidir, logo após, as elaborações ideológicas, que garantem a hegemonia do parceiro mais forte sobre o outro que se vê cada vez mais subalternizado na relação desigual. Como eu disse, no que diz respeito ao Brasil, o fator ideológico se dá na existência de uma superestrutura nacional negrofóbica e antiafricana, legado da escravidão. No Brasil, indiscutivelmente, mesmo diante de insistentes negações, existe um forte racismo estrutural e sistêmico, o qual está profundamente enraizado no imaginário social. Esses são fatores graves que não podem ser esquecidos, nem minimizados, quando se fala da África. Para se ter a medida disso, só é necessário observar como a mídia brasileira trata cotidianamente os problemas que atingem o continente africano: com um extremo grau de desprezo, insensibilidade e desrespeito, promovendo mentiras, meias-verdades e omitindo os fatos que, facilmente, poderiam explicar até os maiores horrores protagonizados nesse continente pelas suas elites neocoloniais e corruptas. Não há simpatia ou empatia nas reportagens para com os povos africanos, senão a vontade de apresentar o “Continente Negro” como algo bestial, um buraco escuro e sujo, primitivo, bárbaro, ameaçador! Ou seja, a África é apresentada na mídia nos mesmos termos que são apresentadas as favelas das grandes cidades brasileiras.
(…)
A resposta se encontra no reforço imediato da capacidade de intervenção democrática tanto da sociedade civil brasileira quanto da africana. As forças democráticas dentro do Brasil, sejam negros ou brancos, devem se coligar para se constituir em um fator de contrapeso político. Caso não seja assim, corre-se o risco de que a história se repita e que da imagem de um país “simpático, alegre, sambista e futebolista”, o Brasil vire, para a África, uma simples nova potência neocolonial. As multinacionais brasileiras terão de ser levadas a compreender que é de seu interesse, a longo prazo, contribuir para o bem-estar dos povos africanos, ao tempo que acumulam lucros nesse continente. E, também, terão de ser levadas a compreender que não é sustentável lucrar na África e ignorar a pobreza endêmica da África doméstica do Brasil. As interconexões entre essas duas realidades, embora não sejam tão visíveis agora, tenderão a aumentar no futuro próximo e haverá que ajudar as empresas multinacionais brasileiras a compreendê-las rapidamente. Ou seja, há que ajudar a avançar a causa da federalização da África, por uma parte, e ajudar a reduzir as desigualdades sociorraciais no Brasil, por outra. As multinacionais brasileiras podem contribuir positivamente em ambos os sentidos, o que contribuiria para simetrizar a relação com a África, ao tempo em que criaria um ambiente de confraternização democrática dentro do Brasil.
(…)
Ainda hoje a sociedade civil africana está bastante enfraquecida. Há, portanto, que ajudá-la a crescer e se fortalecer. Os movimentos sociais africanos têm sido tão reprimidos pelas ditaduras de seus países que é somente nos últimos quinze anos que começa a haver uma reorganização da sociedade civil, de modo a essa ter uma vida independente. Há que ajudar e incentivar esse processo de ressurgimento da sociedade civil africana.
(…)
Ao contrário da China, da Índia, da Europa ou do Japão, a maioria da população brasileira tem suas origens no continente africano. Precisamente por isso, eu penso que é o dever do movimento social e da sociedade civil brasileira zelar para que a intervenção econômica do Brasil naquele continente leve em consideração os interesses das sociedades civis africanas e dos povos por elas representados, os quais não estão sendo defendidos nem mesmo pelos governos africanos na sua maioria. Esse é um dos grandes deveres da sociedade civil brasileira, bem como de todas as forças democráticas desse país: defender os interesses da sociedade civil africana.
(…)
A África pode ajudar este país a operar uma transição tranqüila para uma verdadeira democracia multirracial mediante o empoderamento político, econômico e social da maioria populacional brasileira, que é de ascendência africana. Isso é, de todos modos, inevitável historicamente. A África, também, precisa de um Brasil forte como aliado para se defender da legendária cobiça das grandes potências externas por seus recursos naturais. Assim, há lugar para uma parceria estratégica sã entre o Brasil e o continente africano em torno da definição de uma agenda comum de longo prazo visando à eliminação dos grandes desequilíbrios internos e internacionais que se constituem, tanto para o Brasil quanto para a África, em perigosos fatores de ruptura e de conflitos violentos.

(Ler entrevista integral aqui)

3 comments:

Raquel Sabino Pereira said...

HELLO KOLUKI!!!!!!

AMANHÃ É FERIADO!!! PUS UMAS MÚSICAS PARA BOMBAR NO ATLÂNTICO AZUL!!!! GO AHEAD AND... JUMP!!!!!!

KANDANDOS!!!!

Anonymous said...

O Professor pinta um quadro sombrio, mas verdadeiro. Então a gente, Africanos e Brasileiros tem que se unir nessa nossa luta comum.
Viva a África e viva o Brasil!!

Juca (DR)
Brasil

Koluki said...

Hi SG!
I will!
K.

Juca: Obrigada pela mensagem. O quadro que o Prof. pinta e' de facto sombrio, se nao se adoptarem de ambas as partes pelo menos algumas das medidas que ele sugere (por favor, nao deixe de ler a entrevista completa), mas quanto a mim e' sobretudo LUCIDO e e' de lucidez que, no meu entender, mais se precisa entre os Africanos e os seus parceiros internacionais, nao so' o Brasil.
Ha' muita emotividade, muito aventureirismo, muito amadorismo, muito experimentalismo, muita conversa solta e fiada... mas muito pouca inteligencia,lucidez e, sobretudo, profundidade historica, na abordagem da actual situacao e do futuro de Africa, na maior parte dos casos por mera "arrogancia ignorante".
Portanto, foi com muito prazer que li esta entrevista, embora tenha as minhas reticencias quanto as ideias de Carlos Moore quanto a "federalizacao" de Africa...
Estamos Juntos!