Friday 26 September 2008

OS FILHOS DA AFRICA EM PORTUGAL

A Modernização da Exclusão Social

Por Marzia Grassi

O livro é o resultado da tese de doutoramento de Neusa Gusmão, a antropóloga brasileira, investigadora e professora da faculdade de
educação da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) de São Paulo.
Trata-se de uma pesquisa muito interessante sobre os imigrantes
originários dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) em Portugal e os seus filhos. O contexto escolhido pela autora é a cidade de Lisboa e a discussão teórica explora a possibilidade de existirem, na sociedade portuguesa, mecanismos peculiares na construção identitária, individual e colectiva que explicam a presença negra em Portugal. A autora questiona-se quanto ao significado de ser português ou africano em terras lusas, e, ao longo do seu trabalho, discute as características da identidade portuguesa de imigração, as suas auto-percepções e as suas atribuições, quer nos indivíduos oriundos das ex colónias, quer nos seus filhos, nascidos em Portugal ou saídos das terras africanas na infância. O caso da chamada "segunda geração" de imigrantes, mostra com evidência o sobressair da condição étnica como elemento diferenciador, que a autora explora ao longo de todo o trabalho, como uma condição
privilegiada para a percepção das dinâmicas dos conflitos.

Neusa Gusmão mostra no seu livro como a condição étnica é vivenciada pelos jovens no meio em que estão inseridos, discutindo esta questão em dois lugares de socialização, a escola e o bairro. Utilizando uma metodologia de observação directa dos contextos e de entrevistas aos jovens, protagonistas do estudo, e aos observadores privilegiados, a autora mostra a escola e o bairro como os lugares mais importantes, os contextos onde a socialização dos jovens depende da capacidade de negociação identitária que eles conseguem no contacto com o "outro" português.

[Continue lendo aqui]
A Modernização da Exclusão Social

Por Marzia Grassi

O livro é o resultado da tese de doutoramento de Neusa Gusmão, a antropóloga brasileira, investigadora e professora da faculdade de
educação da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) de São Paulo.
Trata-se de uma pesquisa muito interessante sobre os imigrantes
originários dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) em Portugal e os seus filhos. O contexto escolhido pela autora é a cidade de Lisboa e a discussão teórica explora a possibilidade de existirem, na sociedade portuguesa, mecanismos peculiares na construção identitária, individual e colectiva que explicam a presença negra em Portugal. A autora questiona-se quanto ao significado de ser português ou africano em terras lusas, e, ao longo do seu trabalho, discute as características da identidade portuguesa de imigração, as suas auto-percepções e as suas atribuições, quer nos indivíduos oriundos das ex colónias, quer nos seus filhos, nascidos em Portugal ou saídos das terras africanas na infância. O caso da chamada "segunda geração" de imigrantes, mostra com evidência o sobressair da condição étnica como elemento diferenciador, que a autora explora ao longo de todo o trabalho, como uma condição
privilegiada para a percepção das dinâmicas dos conflitos.

Neusa Gusmão mostra no seu livro como a condição étnica é vivenciada pelos jovens no meio em que estão inseridos, discutindo esta questão em dois lugares de socialização, a escola e o bairro. Utilizando uma metodologia de observação directa dos contextos e de entrevistas aos jovens, protagonistas do estudo, e aos observadores privilegiados, a autora mostra a escola e o bairro como os lugares mais importantes, os contextos onde a socialização dos jovens depende da capacidade de negociação identitária que eles conseguem no contacto com o "outro" português.

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