Sunday 3 May 2009

REVISITANDO TARRAFAL DE SANTIAGO

PRIMEIRA ENTREVISTA DE LUANDINO VIEIRA SOBRE O TARRAFAL

(Ao jornal portugues "Publico")


“Os anos de cadeia foram muito bons para mim”


No Tarrafal, Luandino Vieira escreveu sobre o que tinha vivido antes. Agora vai escrever sobre o que aprendeu no Tarrafal. Será “uma história de Angola”.

Trinta e cinco anos depois de fechar como campo de presos políticos — a 1 de Maio de 1974 —, o Tarrafal ainda pode ser uma terra arável na cabeça dos homens que lá não perderam a vida. Portugal foi isto, fez isto, há sobreviventes e muito está por contar. Luandino não costuma fazê-lo.

Aceitou esta entrevista — feita segunda-feira, ao longo de uma manhã, no Grémio Literário, em Lisboa — antes de ir apanhar o avião para Cabo Verde, onde hoje está, com antigos camaradas de presídio, no simpósio sobre o Tarrafal que decorreu desde terça. Já de Cabo Verde, disse que terá ainda coisas a acrescentar sobre o Tarrafal, em sequência a esta entrevista.

Nascido português em Lagoa de Furadouro, Ourém, a 4 de Maio de 1935, José Vieira Mateus da Graça fez-se angolano “pela sua participação no movimento de libertação nacional” de Angola, diz sempre a badana dos seus livros. Foi preso antes da guerra colonial, em 1959. Voltou a ser preso, e condenado a 14 anos de prisão, por “actividades subversivas contra a segurança externa do Estado”, em 1961. Com dois camaradas poetas, António Jacinto e António Cardoso, andou de cadeia em cadeia, em Angola. Em 1964 foram transferidos para o Tarrafal, de onde Luandino saiu em liberdade condicional em 1972.

[Continue lendo aqui]

***

Leia tambem aqui, declaracoes do Presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, durante o encerramento do Simposio Internacional Sobre o Campo de Concentracao do Tarrafal.
PRIMEIRA ENTREVISTA DE LUANDINO VIEIRA SOBRE O TARRAFAL

(Ao jornal portugues "Publico")


“Os anos de cadeia foram muito bons para mim”


No Tarrafal, Luandino Vieira escreveu sobre o que tinha vivido antes. Agora vai escrever sobre o que aprendeu no Tarrafal. Será “uma história de Angola”.

Trinta e cinco anos depois de fechar como campo de presos políticos — a 1 de Maio de 1974 —, o Tarrafal ainda pode ser uma terra arável na cabeça dos homens que lá não perderam a vida. Portugal foi isto, fez isto, há sobreviventes e muito está por contar. Luandino não costuma fazê-lo.

Aceitou esta entrevista — feita segunda-feira, ao longo de uma manhã, no Grémio Literário, em Lisboa — antes de ir apanhar o avião para Cabo Verde, onde hoje está, com antigos camaradas de presídio, no simpósio sobre o Tarrafal que decorreu desde terça. Já de Cabo Verde, disse que terá ainda coisas a acrescentar sobre o Tarrafal, em sequência a esta entrevista.

Nascido português em Lagoa de Furadouro, Ourém, a 4 de Maio de 1935, José Vieira Mateus da Graça fez-se angolano “pela sua participação no movimento de libertação nacional” de Angola, diz sempre a badana dos seus livros. Foi preso antes da guerra colonial, em 1959. Voltou a ser preso, e condenado a 14 anos de prisão, por “actividades subversivas contra a segurança externa do Estado”, em 1961. Com dois camaradas poetas, António Jacinto e António Cardoso, andou de cadeia em cadeia, em Angola. Em 1964 foram transferidos para o Tarrafal, de onde Luandino saiu em liberdade condicional em 1972.

[Continue lendo aqui]

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Leia tambem aqui, declaracoes do Presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, durante o encerramento do Simposio Internacional Sobre o Campo de Concentracao do Tarrafal.

1 comment:

umBhalane said...

Espero, faço sinceros votos para que Luandino Vieira, no seu melhor de saúde e intelectualidade, escreva muito, e bem, sobre esta fase da sua vida - "Agora vai escrever sobre o que aprendeu no Tarrafal".

Será óptimo que deixe o seu legado, as suas memórias, desse período da história.
Sim, porque o Tarrafal nivelou, foi transversal a muitos homens, a muitos credos políticos, e não só...

É fundamental ter memória, ter referências, ainda que possamos ter opiniões diversas.

Apenas por curiosidade, ao Público, comentei:

“Portugal foi isto, fez isto, há sobreviventes e muito está por contar.”

Portugal TAMBÉM foi isto, fez isto, há sobreviventes e muito está por contar.

Um pequeno pormenor.