Thursday, 10 December 2009

PERSONAGENS (V)



O (IN)CRIVEL SVENGALI


Era um predador.

Apanhou uma gazela desprevenida, perdida em sonhos, a caminho da Xicala.
Roubou-lhe a casa, os haveres e o dinheiro.

Vulto que era, desejava apoderar-se tambem dos seus amor-proprio, auto-estima, dignidade, identidade, alma e poesia – tal como havia feito o pai dele a sua mae, levando-o a renunciar ao seu verdadeiro nome de familia e, feito paranoico-esquizofrenico, a mergulhar de cabeca por toda a sua diletante vida em todos os vicios tipicos do bas fond, por entre generosas doses de alcool, liamba e heroina, dia sim, dia tambem...

Mas a gazela, ingénua e desprotegida, que nunca sequer disso suspeitara inicialmente, deixou-se por ele raptar para o que acabariam por ser 6 meses (seis!) de puro terror no seu tugurio. Conseguiu, no entanto, mas nao sem grandes lutas (!), manter-se ilesa dos vicios do predador, com cuja contaminacao ele frequentemente a ameacava...

Nunca comeram funge juntos porque, enquanto ela trabalhava, era geralmente ele que cozinhava e ‘a sua mesa nao se serviam “comidas do musseke”... nunca ouviram musica juntos porque nao era coisa que ele apreciasse (e la' dizia/cantava alguem: "nao se ama quem nao ouve a mesma cancao"...), nunca dancaram juntos porque nao era coisa que ele soubesse...

Ate’ que a gazela conseguiu fugir do seu cativeiro (ao fim de 6 meses - seis!), em estado de choque profundo, deixando-lhe em vomito tudo o que havia "debicado do prato dele" e comprado com o dinheiro dela na sua exclusiva loja diplomatica, levando consigo apenas e so’ tudo quanto aprendera com ele: a ter mais cuidado a caminho da Xicala!

Para todo o sempre despeitado com a fuga da sua presa de estimacao (a quem ele tratava, supostamente carinhosamente, por "bicho") e para selar as suas competencias de "pacheco", o predador haveria de usar de todo o tipo de golpes baixos e sujos para lhe colar lama ao nome (mas, especialmente, para escarnecer sobre a sua poesia - escrita ao longo de varios anos, antes e depois, mas nunca durante os tais fatidicos 6 meses (!), em que, diga-se de passagem ela nunca lera qualquer poema dele... - sobre a qual, aquando da sua publicacao cerca de 5 anos depois, embora perante ela se dissesse "agradavelmente surpreendido", a outros dizia ser "da autoria dele"...), usando para o efeito os servicos de um pequeno, mas eficiente, regimento de mestrandos seus e outros tantos dickheads, low lifes e sycophants (traduzido para mwangole': "aqueles que so' teem uma coisa na cabeca e vida deles e' so' fazere bwe' de kilapie', kuribotar e lamber botas") de vocacao e profissao, incluindo jornalistas/kuribotas frustrados; antigos combatentes de ocasiao eternamente encalacrados entre 'mulembeiras' e 'mafumeiras' ou entre Tomaz Vieira da Cruz e Mario Antonio de Oliveira; secretas "paiados"; "brigadistas" enraivecidos e cegos de inveja que nunca perdoariam a gazela ter entrado para o templo dos escribas primeiro do que eles, acompanhados de suas madrinhas com perguntas como "porque promover uns e nao outros?!"; “epigonos” muito dados ao uso e abuso de chavoes e palavroes como “poemario” e geralmente envelhecidas e deselegantes (em alguns casos tambem desgrenhadas e desdentadas), enciumadas, ressabiadas, recalcadas, frustradas e pseudo-intelectuais belles de jour locais... Essa foi a sua "heranca intelectual" - nao deixando de ser relevante aqui notar que quando ele a raptara, ja' a gazela tinha educacao de nivel universitario, enquanto ele nunca completara o ensino secundario!...

Mas tambem era um poeta "afectuoso", o (in)crivel Svengali predador. E bom cozinheiro. E de esquerda!

[Por isso conseguiu fazer das suas impunemente nas barbas do bando!]



O (IN)CRIVEL SVENGALI


Era um predador.

Apanhou uma gazela desprevenida, perdida em sonhos, a caminho da Xicala.
Roubou-lhe a casa, os haveres e o dinheiro.

Vulto que era, desejava apoderar-se tambem dos seus amor-proprio, auto-estima, dignidade, identidade, alma e poesia – tal como havia feito
o pai dele a sua mae, levando-o a renunciar ao seu verdadeiro nome de familia e, feito paranoico-esquizofrenico, a mergulhar de cabeca por toda a sua diletante vida em todos os vicios tipicos do bas fond, por entre generosas doses de alcool, liamba e heroina, dia sim, dia tambem...

Mas a gazela, ingénua e desprotegida, que nunca sequer disso suspeitara inicialmente, deixou-se por ele raptar para o que acabariam por ser 6 meses (seis!) de puro terror no seu tugurio. Conseguiu, no entanto, mas nao sem grandes lutas (!), manter-se ilesa dos vicios do predador, com cuja contaminacao ele frequentemente a ameacava...

Nunca comeram funge juntos porque, enquanto ela trabalhava, era geralmente ele que cozinhava e ‘a sua mesa nao se serviam “comidas do musseke”... nunca ouviram musica juntos porque nao era coisa que ele apreciasse (e la' dizia/cantava alguem: "nao se ama quem nao ouve a mesma cancao"...), nunca dancaram juntos porque nao era coisa que ele soubesse...

Ate’ que a gazela conseguiu fugir do seu cativeiro (ao fim de 6 meses - seis!), em estado de choque profundo, deixando-lhe em vomito tudo o que havia "debicado do prato dele" e comprado com o dinheiro dela na sua exclusiva loja diplomatica, levando consigo apenas e so’ tudo quanto aprendera com ele: a ter mais cuidado a caminho da Xicala!

Para todo o sempre despeitado com a fuga da sua presa de estimacao (a quem ele tratava, supostamente carinhosamente, por "bicho") e para selar as suas competencias de "pacheco", o predador haveria de usar de todo o tipo de golpes baixos e sujos para lhe colar lama ao nome (mas, especialmente, para escarnecer sobre a sua poesia - escrita ao longo de varios anos, antes e depois, mas nunca durante os tais fatidicos 6 meses (!), em que, diga-se de passagem ela nunca lera qualquer poema dele... - sobre a qual, aquando da sua publicacao cerca de 5 anos depois, embora perante ela se dissesse "agradavelmente surpreendido", a outros dizia ser "da autoria dele"...), usando para o efeito os servicos de um pequeno, mas eficiente, regimento de mestrandos seus e outros tantos dickheads, low lifes e sycophants (traduzido para mwangole': "aqueles que so' teem uma coisa na cabeca e vida deles e' so' fazere bwe' de kilapie', kuribotar e lamber botas") de vocacao e profissao, incluindo jornalistas/kuribotas frustrados; antigos combatentes de ocasiao eternamente encalacrados entre 'mulembeiras' e 'mafumeiras' ou entre Tomaz Vieira da Cruz e Mario Antonio de Oliveira; secretas "paiados"; "brigadistas" enraivecidos e cegos de inveja que nunca perdoariam a gazela ter entrado para o templo dos escribas primeiro do que eles, acompanhados de suas madrinhas com perguntas como "porque promover uns e nao outros?!"; “epigonos” muito dados ao uso e abuso de chavoes e palavroes como “poemario” e geralmente envelhecidas e deselegantes (em alguns casos tambem desgrenhadas e desdentadas), enciumadas, ressabiadas, recalcadas, frustradas e pseudo-intelectuais belles de jour locais... Essa foi a sua "heranca intelectual" - nao deixando de ser relevante aqui notar que quando ele a raptara, ja' a gazela tinha educacao de nivel universitario, enquanto ele nunca completara o ensino secundario!...

Mas tambem era um poeta "afectuoso", o (in)crivel Svengali predador. E bom cozinheiro. E de esquerda!

[Por isso conseguiu fazer das suas impunemente nas barbas do bando!]

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