Thursday, 11 February 2010

Jean-Baptiste Debret e a Coloracao da "Nossa" Escravidao no Brasil


Nos comentários que acompanham as pranchas de Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, é ambíguo o olhar que Debret lança aos negros. Embora reconheça que neste país “tudo assenta no escravo negro” e condene os castigos públicos - “revoltantes para um europeu” (DEBRET: 1954,85-86) -, o pintor segue descrevendo os negros sob a ótica racista própria ao século XIX.


Em comentário sobre os castigos dados aos escravos, destacado por vários autores, Debret diz que “o negro é indolente, vegeta onde se encontra, compraz-se na sua nulidade e faz da preguiça sua ambição; por isso a prisão é para ele um asilo sossegado, que pode satisfazer sem perigo sua paixão pela inação [...].”


O impacto desta visualidade tão desconexa de seu acervo imagético, viria desenvolver, potencializado por seu olhar estrangeiro, uma certa qualidade de 'esquizo'...


Esse olhar estrangeiro, por vezes assemelha-se ao olhar da criança - o olhar-imaginação, que estabelece conflito entre o que vê e o que acha que vê.


Debret vê o Brasil como imensas manchas de cor, seu olhar é pictórico; não obstante, em sua narrativa, por vezes o imaginário precede o diagnóstico – o real é construído.



[Sobre Jean-Baptiste Debret]

Nos comentários que acompanham as pranchas de Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, é ambíguo o olhar que Debret lança aos negros. Embora reconheça que neste país “tudo assenta no escravo negro” e condene os castigos públicos - “revoltantes para um europeu” (DEBRET: 1954,85-86) -, o pintor segue descrevendo os negros sob a ótica racista própria ao século XIX.


Em comentário sobre os castigos dados aos escravos, destacado por vários autores, Debret diz que “o negro é indolente, vegeta onde se encontra, compraz-se na sua nulidade e faz da preguiça sua ambição; por isso a prisão é para ele um asilo sossegado, que pode satisfazer sem perigo sua paixão pela inação [...].”


O impacto desta visualidade tão desconexa de seu acervo imagético, viria desenvolver, potencializado por seu olhar estrangeiro, uma certa qualidade de 'esquizo'...


Esse olhar estrangeiro, por vezes assemelha-se ao olhar da criança - o olhar-imaginação, que estabelece conflito entre o que vê e o que acha que vê.


Debret vê o Brasil como imensas manchas de cor, seu olhar é pictórico; não obstante, em sua narrativa, por vezes o imaginário precede o diagnóstico – o real é construído.



[Sobre Jean-Baptiste Debret]

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