Sunday, 16 September 2012

Mukanda as “Nossas Familias” [Actualizado]





Confesso que, ocasionalmente, tenho que dar razao a quem se sinta “justificado” para questionar a “minha inteligencia”…
E’ que, por vezes, perante coisas que parecem tornar-se imediatamente obvias para ‘todo o mundo’, eu sou de compreensao muiiiiito lennnnnnta!...
E’ o caso das varias vertentes da tristemente celebre campanha mediatica de que tenho sido alvo ha’ ja’ varios anos e especialmente desde que criei este blog.
Sao, efectivamente, varias essas vertentes, indo da pura inveja e odio irracionais por parte de gente que nunca me conheceu pessoalmente, ou do despeito de pessoas que se julgam mais merecedoras das coisas por que lutei e conquistei ate’ agora na vida, ou pelos ressaibos de quem um dia fantasiou, ou continua a fantasiar, ter um lugar na minha vida que nunca pode ou podera’ ter, indo ate’ as tacticas mais baixas de um jogo politico-partidario do qual nunca fiz, nem nunca quis fazer parte – o meu jogo, caso ainda seja necessario repeti-lo, e’ tao simples quanto isto: Paz, Democracia, Cidadania e Direitos Humanos para TODOS E TODAS – um jogo, portanto, que nao tem necessariamente que passar pelo campo politico-partidario e, muito menos, pelos seus mais baixos e sujos golpes; um jogo, portanto, em que “nao vale tudo”: nele vale acima de tudo a JUSTICA!

Assim, equacionar racional e congruentemente todas essas vertentes para compreender essa campanha, nao e’ tarefa facil, especialmente quando tudo se passa como num baile de mascaras com personagens cegos, surdos e mudos, escondidos por detras de cortinas de fumo e/ou de ferro… Por isso, perdoem-me os “questionadores da minha inteligencia” pela minha “comprensao lenta” sobre tudo isso!

Vem isto a proposito de apenas nos ultimos tempos (… alias, tal como me levou tempo demasiado para fazer a (radio) (bio) logi(c)a de “uma outra kampanha”…) se ter vindo a clarificar na minha mente uma dessas vertentes, que para outros ha’ muito se tera’ revelado obvia: chamemos-lhe “a questao das familias”… E essa clarificacao, devo-a a nas ultimas semanas ter sido levada a revisitar algumas vezes esta alocucao, da qual consta o seguinte paragrafo:

(…) 
"Essa reelaboracao possibilitaria, no interior do pais, o exercicio de uma pratica politica quotidianamente democratica, que concederia aos cidadaos o controlo de todo o sistema de actividades que constituem a nossa base civilizacional e facilitaria o tao ansiado regresso a Patria de tantos de nos que pugnamos por uma organizacao social eficiente e por um relacionamento entre os individuos onde o comportamento social digno e honesto ou o respeito pela liberdade, individualidade e direito a diferenca do outro, sao valores a cumprir escrupulosamente, e temos dificuldade em adaptarmo-nos a uma ordem social onde, ao interesse do cidadao nacional se sobrepoe amiude o poder economico ou o prestigio social que, quantas vezes injustificada e injustamente, sao concedidos ao cidadao estrangeiro; onde aos direitos do individuo se sobrepoe o poder discricionario de um estado cujas instituicoes raramente funcionam sem que tambem funcionem os esquemas da corrupcao mais ou menos generalizada; onde ‘a dignidade dos grandes valores, se sobrepoe, voluntaria ou involuntariamente, a “nomenclatura” das “grandes familias”."

Esta ultima frase, percebo-o agora, ter-me-ha’ colocado “em maus lencois”, ou “em rota de colisao” com as “nossas grandes familias”… E porque me levou tanto tempo a percebe-lo? Porque eu nao mencionei nomes e precedi-a das palavras “voluntaria ou involuntariamente”… Ou, dito de outro modo – e usando as palavras de Eleanor Roosevelt: “Great minds discuss ideas, average minds discuss events, small minds discuss people” –, nao tendo pretendido “discutir pessoas” (isso fazem o/as kuribotas), nem eventos (isso e’ suposto ser feito pelos “jornalistas”), eu tentei apenas “discutir ideias”, nao por me auto-considerar uma "great mind", mas sobretudo pelo respeito que me mereciam as pessoas (e familias) a quem dirigi aquela alocucao.

Mas, perante observacoes como esta, terei eu incorrido em alguma inverdade?

Qualquer que seja a resposta, devo aqui reiterar que nao pretendi visar nenhuma familia em particular, mas apenas o sistema de “nomenclatura” a que todos os angolanos teem estado sujeitos (incluindo, portanto, membros das tais “grandes familias”) desde a independencia.

[Publicado inicialmente a 17/06/2012]


CONTINUACAO


Tinha prometido continuar esta ‘mukanda’, mas entretanto outras prioridades se me impuseram.
A continuacao foi escrita ao mesmo tempo que a primeira parte que postei ha’ ja’ alguns meses e consistia basicamente em algumas ‘up-close and personal’ mensagens mais ou menos codificadas a alguns membros das nossas ‘grandes familias’ que conheci de mais ou menos perto, em alturas da vida do nosso pais Angola em que a bajulacao ainda nao era a moeda corrente em que se tornou hoje e em que alguns dos membros de tais familias ainda nao se tinham deixado ‘enclausurar’, voluntaria ou involuntariamente, nas “redomas de vidro” em que parecem viver em tempos mais recentes.

Em varios momentos desde que a escrevi cheguei a decidir nao a publicar precisamente por isso: para que se a nao confundisse com a bajulacao (ou ‘name dropping’) que ja’ nos vai enjoando (quando nao enojando) um pouco a todos, especialmente nestes tempos de Facebook e de "vale-tudismos" e "lambe-botismos" na luta pela "ascensao social" a qualquer preco.

E nao mudei de ideias, nao a vou publicar na sua versao original. Limitar-me-ei a mencionar alguns nomes que saberao, sem que eu as tenha que explicitar, as razoes porque os menciono neste contexto.  Nao o contexto de crispacao, animosidade e ate’ confrontacao que tem marcado um pouco os varios discursos – incluindo o meu, especialmente em situacoes que marcaram de forma problematica o curso da minha vida –, sobre o ‘lugar social’ dessas familias, em particular na Angola do pos-independencia, mas um contexto de tentativa de ‘racionalizacao’ de alguns conflitos, mais ou menos pessoais, que, se existem, nao teem sempre forcosamente que ser generalizados, nem a todas as familias envolvidas, nem a todas as situacoes e circunstancias a que se referem. E menos ainda, como cada vez mais se tem vindo a verificar, que ser oportunistica e manipulativamente usados por terceiros para criar conflitos pessoais ou inter-familiares onde eles nao teem qualquer cabimento.

E faco-o hoje especialmente porque a minha recente referencia ao Joao Vandunem (aqui) e ao Nazareth Vandunem (aqui) e os extractos que ontem postei (aqui) do ultimo “Hor@ga” do Gustavo Costa me levaram de volta a essa ja' quase esquecida ‘mukanda’.

Assim, sem mais delongas, para alem dos ja’ citados Joao e Nazareth, aqui ficam alguns outros nomes por quem tenho razoes para ter algum, maior ou menor, apreco – eles (excepto os que ja’ nao se encontram entre nos, ou talvez mesmo estes, onde quer que estejam…) saberao porque:

Zeca Vandunem, Quelinha Vandunem, Alda Vandunem, Francisca Vandunem, alguns dos irmaos Espirito Santo, Rui e Andre’ Mingas, Vicente e Justino Pinto de Andrade (… apesar dos ultimos pesares…) e seu falecido tio Mario, seu sobrinho homonimo ainda vivo, sua sobrinha Emilinha, a quem nao posso deixar de associar a Velha Guinhas, que foi um pouco Mae de todos eles e que tratou o meu filho, ainda bebe’, de “bucho virado”… e desculpem-me se a minha memoria nao me ajuda de momento a mencionar alguns outros que talvez devesse aqui rememorar. E falo apenas por mim, porque sei que alguns membros das geracoes mais velhas da minha familia terao as suas proprias razoes, provavelmente mais ponderosas, para se referirem sem azedume a alguns, os mesmos ou outros, membros dessas familias.

E pronto, ja’ nao podem dizer que “nunca vos fiz Boa Muxima”…

Tenham todos um bom Domingo em Familia!


POST RELACIONADO:

Rousseau +300




Confesso que, ocasionalmente, tenho que dar razao a quem se sinta “justificado” para questionar a “minha inteligencia”…
E’ que, por vezes, perante coisas que parecem tornar-se imediatamente obvias para ‘todo o mundo’, eu sou de compreensao muiiiiito lennnnnnta!...
E’ o caso das varias vertentes da tristemente celebre campanha mediatica de que tenho sido alvo ha’ ja’ varios anos e especialmente desde que criei este blog.
Sao, efectivamente, varias essas vertentes, indo da pura inveja e odio irracionais por parte de gente que nunca me conheceu pessoalmente, ou do despeito de pessoas que se julgam mais merecedoras das coisas por que lutei e conquistei ate’ agora na vida, ou pelos ressaibos de quem um dia fantasiou, ou continua a fantasiar, ter um lugar na minha vida que nunca pode ou podera’ ter, indo ate’ as tacticas mais baixas de um jogo politico-partidario do qual nunca fiz, nem nunca quis fazer parte – o meu jogo, caso ainda seja necessario repeti-lo, e’ tao simples quanto isto: Paz, Democracia, Cidadania e Direitos Humanos para TODOS E TODAS – um jogo, portanto, que nao tem necessariamente que passar pelo campo politico-partidario e, muito menos, pelos seus mais baixos e sujos golpes; um jogo, portanto, em que “nao vale tudo”: nele vale acima de tudo a JUSTICA!

Assim, equacionar racional e congruentemente todas essas vertentes para compreender essa campanha, nao e’ tarefa facil, especialmente quando tudo se passa como num baile de mascaras com personagens cegos, surdos e mudos, escondidos por detras de cortinas de fumo e/ou de ferro… Por isso, perdoem-me os “questionadores da minha inteligencia” pela minha “comprensao lenta” sobre tudo isso!

Vem isto a proposito de apenas nos ultimos tempos (… alias, tal como me levou tempo demasiado para fazer a (radio) (bio) logi(c)a de “uma outra kampanha”…) se ter vindo a clarificar na minha mente uma dessas vertentes, que para outros ha’ muito se tera’ revelado obvia: chamemos-lhe “a questao das familias”… E essa clarificacao, devo-a a nas ultimas semanas ter sido levada a revisitar algumas vezes esta alocucao, da qual consta o seguinte paragrafo:

(…) 
"Essa reelaboracao possibilitaria, no interior do pais, o exercicio de uma pratica politica quotidianamente democratica, que concederia aos cidadaos o controlo de todo o sistema de actividades que constituem a nossa base civilizacional e facilitaria o tao ansiado regresso a Patria de tantos de nos que pugnamos por uma organizacao social eficiente e por um relacionamento entre os individuos onde o comportamento social digno e honesto ou o respeito pela liberdade, individualidade e direito a diferenca do outro, sao valores a cumprir escrupulosamente, e temos dificuldade em adaptarmo-nos a uma ordem social onde, ao interesse do cidadao nacional se sobrepoe amiude o poder economico ou o prestigio social que, quantas vezes injustificada e injustamente, sao concedidos ao cidadao estrangeiro; onde aos direitos do individuo se sobrepoe o poder discricionario de um estado cujas instituicoes raramente funcionam sem que tambem funcionem os esquemas da corrupcao mais ou menos generalizada; onde ‘a dignidade dos grandes valores, se sobrepoe, voluntaria ou involuntariamente, a “nomenclatura” das “grandes familias”."

Esta ultima frase, percebo-o agora, ter-me-ha’ colocado “em maus lencois”, ou “em rota de colisao” com as “nossas grandes familias”… E porque me levou tanto tempo a percebe-lo? Porque eu nao mencionei nomes e precedi-a das palavras “voluntaria ou involuntariamente”… Ou, dito de outro modo – e usando as palavras de Eleanor Roosevelt: “Great minds discuss ideas, average minds discuss events, small minds discuss people” –, nao tendo pretendido “discutir pessoas” (isso fazem o/as kuribotas), nem eventos (isso e’ suposto ser feito pelos “jornalistas”), eu tentei apenas “discutir ideias”, nao por me auto-considerar uma "great mind", mas sobretudo pelo respeito que me mereciam as pessoas (e familias) a quem dirigi aquela alocucao.

Mas, perante observacoes como esta, terei eu incorrido em alguma inverdade?

Qualquer que seja a resposta, devo aqui reiterar que nao pretendi visar nenhuma familia em particular, mas apenas o sistema de “nomenclatura” a que todos os angolanos teem estado sujeitos (incluindo, portanto, membros das tais “grandes familias”) desde a independencia.

[Publicado inicialmente a 17/06/2012]


CONTINUACAO


Tinha prometido continuar esta ‘mukanda’, mas entretanto outras prioridades se me impuseram.
A continuacao foi escrita ao mesmo tempo que a primeira parte que postei ha’ ja’ alguns meses e consistia basicamente em algumas ‘up-close and personal’ mensagens mais ou menos codificadas a alguns membros das nossas ‘grandes familias’ que conheci de mais ou menos perto, em alturas da vida do nosso pais Angola em que a bajulacao ainda nao era a moeda corrente em que se tornou hoje e em que alguns dos membros de tais familias ainda nao se tinham deixado ‘enclausurar’, voluntaria ou involuntariamente, nas “redomas de vidro” em que parecem viver em tempos mais recentes.

Em varios momentos desde que a escrevi cheguei a decidir nao a publicar precisamente por isso: para que se a nao confundisse com a bajulacao (ou ‘name dropping’) que ja’ nos vai enjoando (quando nao enojando) um pouco a todos, especialmente nestes tempos de Facebook e de "vale-tudismos" e "lambe-botismos" na luta pela "ascensao social" a qualquer preco.

E nao mudei de ideias, nao a vou publicar na sua versao original. Limitar-me-ei a mencionar alguns nomes que saberao, sem que eu as tenha que explicitar, as razoes porque os menciono neste contexto.  Nao o contexto de crispacao, animosidade e ate’ confrontacao que tem marcado um pouco os varios discursos – incluindo o meu, especialmente em situacoes que marcaram de forma problematica o curso da minha vida –, sobre o ‘lugar social’ dessas familias, em particular na Angola do pos-independencia, mas um contexto de tentativa de ‘racionalizacao’ de alguns conflitos, mais ou menos pessoais, que, se existem, nao teem sempre forcosamente que ser generalizados, nem a todas as familias envolvidas, nem a todas as situacoes e circunstancias a que se referem. E menos ainda, como cada vez mais se tem vindo a verificar, que ser oportunistica e manipulativamente usados por terceiros para criar conflitos pessoais ou inter-familiares onde eles nao teem qualquer cabimento.

E faco-o hoje especialmente porque a minha recente referencia ao Joao Vandunem (aqui) e ao Nazareth Vandunem (aqui) e os extractos que ontem postei (aqui) do ultimo “Hor@ga” do Gustavo Costa me levaram de volta a essa ja' quase esquecida ‘mukanda’.

Assim, sem mais delongas, para alem dos ja’ citados Joao e Nazareth, aqui ficam alguns outros nomes por quem tenho razoes para ter algum, maior ou menor, apreco – eles (excepto os que ja’ nao se encontram entre nos, ou talvez mesmo estes, onde quer que estejam…) saberao porque:

Zeca Vandunem, Quelinha Vandunem, Alda Vandunem, Francisca Vandunem, alguns dos irmaos Espirito Santo, Rui e Andre’ Mingas, Vicente e Justino Pinto de Andrade (… apesar dos ultimos pesares…) e seu falecido tio Mario, seu sobrinho homonimo ainda vivo, sua sobrinha Emilinha, a quem nao posso deixar de associar a Velha Guinhas, que foi um pouco Mae de todos eles e que tratou o meu filho, ainda bebe’, de “bucho virado”… e desculpem-me se a minha memoria nao me ajuda de momento a mencionar alguns outros que talvez devesse aqui rememorar. E falo apenas por mim, porque sei que alguns membros das geracoes mais velhas da minha familia terao as suas proprias razoes, provavelmente mais ponderosas, para se referirem sem azedume a alguns, os mesmos ou outros, membros dessas familias.

E pronto, ja’ nao podem dizer que “nunca vos fiz Boa Muxima”…

Tenham todos um bom Domingo em Familia!


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Rousseau +300

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