... O seu discurso e'...A Ministra da Família e Promoção da Mulher, Genoveva Lino, recomendou, ontem, em Luanda, ás famílias angolanas, a frequentarem a Igreja e ouvirem mais a palavra de Deus, como uma forma de alimentarem a sua espiritualidade.
Genoveva Lino falava depois da celebração eucarística, feita pelo Cardeal Franc Rodé, realizada na Paróquia da Nossa Senhora de Fátima, que contou com a presença dos bispos de Angola, membros do Executivo, sociedade civil e fiéis.
Genoveva Lino disse que quando as pessoas se guiam pela palavra de Deus e com muita fé, "ganham mais força para trabalhar no engrandecimento de Angola. Peço às famílias para que tenham fé para que possamos com Deus superar as nossas dores e ter mais força para trabalhar".
A ministra disse ainda que "estamos conscientes que há muito trabalho para fazer, as dificuldades que enfrentamos são enormes mas com ajuda do Senhor e a fé, vamos conseguir vencer". Numa sociedade em crescimento como Angola, as famílias devem seguir a palavra de Deus para que tenham uma vida mais digna. "Não há palavra melhor do que a do Senhor, cada cidadão deve ter, ler e absorver o grande livro sagrado, a bíblia, porque é o livro da vida. E se todos nós o seguirmos, teremos uma vida mais digna, tal como a própria bíblia diz, que feliz é a nação que o próprio Deus é o Senhor", disse Genoveva Lino.
[aqui]
... Inconstitucional!
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Artigo 10.º
(Estado laico)
1. A República de Angola é um Estado laico, havendo separação entre o Estado
e as igrejas, nos termos da lei.
[aqui]
ADENDA
DESCULPEM SENHORES BISPOS, MAS...
A conferência Episcopal de Angola e São Tomé poderá fazer-se representar junto
do parlamento angolano.
Segundo o documento final da II Assembleia Anual da CEAST, o órgão defende a integração na Assembleia nacional de Angola de um representante dos prelados dos dois países, para se fazer ouvir ao mais alto nível da nação.
[aqui]
O bispo Administrador do Saurimo Dom Emanuel Imbamba, secretário da conferência episcopal, defendeu a emenda da Constituição de modo a impedir o alastramento da religião Islâmica em Angola. Este foi um dos temas analisado na II Assembleia Plenária dos Bispos que hoje terminou.
Quando questionado sobre o que teria eventualmente falhado na igreja católica para que tivesse lugar este crescendo, o bispo Dom Imbamba atribuiu culpas ao marxismo –leninismo e à abrupta abertura à manifestação religiosa como causas próximas do actual ambiente.
[aqui]
... As Vossas pretensoes nao so' sao Inconstitucionais como Anti-Ecumenicas!
Vide:
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Artigo 10.º
(Estado laico)
1. A República de Angola é um Estado laico, havendo separação entre o Estado e as igrejas, nos termos da lei.
2. O Estado reconhece e respeita as diferentes confissões religiosas, as quais são livres na sua organização e no exercício das suas actividades, desde que as mesmas se conformem à Constituição e às leis da República de Angola.
3. O Estado protege as igrejas e as confissões religiosas, bem como os seus lugares e objectos de culto, desde que não atentem contra a Constituição e a ordem pública e se conformem com a Constituição e a lei.
Artigo 41.º
(Liberdade de consciência, de religião e de culto)
1. A liberdade de consciência, de crença religiosa e de culto é inviolável.
2. Ninguém pode ser privado dos seus direitos, perseguido ou isento de obrigações por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política.
3. É garantido o direito à objecção de consciência, nos termos da lei.
4. Ninguém pode ser questionado por qualquer autoridade acerca das suas convicções ou práticas religiosas, salvo para recolha de dados estatísticos não individualmente identificáveis.
Artigo 141.º
(Definição)
1. A Assembleia Nacional é o parlamento da República de Angola.
2. A Assembleia Nacional é um órgão unicamaral, representativo de todos os angolanos, que exprime a vontade soberana do povo e exerce o poder legislativo do Estado.
Artigo 142.º
(Composição)
A Assembleia Nacional é composta por Deputados eleitos nos termos da Constituição e da lei.
Artigo 236.º
(Limites materiais)
As alterações da Constituição têm de respeitar o seguinte:
g) A laicidade do Estado e o princípio da separação entre o Estado e as igrejas;
5 comments:
Esta promiscuidade é intolerável!
Demite-se e demite o governo e transfere as suas responsabilidades para Deus que é o senhor!?
Isto é mau de mais para ser verdade.No mínimo estas atordoadas são uma total falta de respeito pelos angolanos
Ola' Agry!
Quem e' vivo sempre da' sinais de vida nem que seja apenas pelo "chamado do Senhor"...
Olhe, pelo menos nisto nao poderiamos estar mais de acordo. Eu nasci e cresci na Igreja Catolica, diria que ate' quase "ao tutano", mas... desde que me conheco como adulta e como ser pensante, embora continue a respeitar certos rituais e a praticar alguns principios catolicos que muito me teem ajudado espiritualmente na minha vida atribulada, desde a adolescencia que deixei de ser catolica praticante e "promiscuidade intoleravel" e' realmente como tambem classifico esta falta de respeito por um pais que tem uma Constituicao que nao tem nada de parecido ou reminiscente da "Concordata"!
Enfim, como angolana, como mulher e como mae nao posso estar mais indignada.
Mas, enfim, sao estes os ventos que sopram para os lados de quem perdeu completamente o norte em todos os sentidos depois de aparentemente morta a "euforia revolucionaria" da "construcao do Homem Novo"!
Espero que compreenda entao, pelo menos em parte, algumas das minhas proprias "atoardas" contra os nossos "regimes e sociedades ditas revolucionarias de esquerda"...
Mas vocês não acreditam que Deus é Poderoizo?
Então?
Há anos que não discuto religiões e, sobretudo, com religiosos. Este breve comentário surgiu porque a postagem o encorajou, rs rs!
No que respeita aos ex-regimes, e seus mentores, progressistas, ocorre-me dizer-lhe que grande parte dessa gente nunca se situou na margem esquerda da politica.
Se se reconhece como verdade que só os idiotas é que não mudam de ideias, não o é menos o facto de os arrivistas, de todas as geografias, assumirem comportamentos miméticos e padecerem do que se pode designar de amnésia histórica.
A coerência e a verticalidade, em política, anda pelas ruas da amargura como é sabido
Abraço
Caro amigo,
Se nao estou em erro, ha' um ditado popular segundo o qual ha' 3 coisas que nao se discutem: politica, sexo e religiao.
Por vezes permito-me, relutantemente, discutir a primeira (sou mais dada a discussoes ideologico-filosoficas do que estritamente politicas), mas apenas "me meto" nas outras duas quando absolutamente forcada a tal.
E' que se a primeira e' uma questao do foro publico e, quer queiramos quer nao, inescapavel a qualquer cidadao (ha' um outro adagio que diz que "tudo e' politica: ate' comer"!) ja' as outras duas sao, ou devem ser, estritamente do foro pessoal e privado - a este respeito, tenho para mim que a minha relacao com Deus e' pessoal e privada, nao mediada por nenhuma igreja...
Portanto, por principio, nao discuto religiao, nem com (ou sobretudo!) com religiosos - mesmo quando, como vem acontecendo ultimamente, provocada ao extremo por ataques de certas 'donas negras' e 'ninfas brancas' ditas de esquerda ao que na cabeca delas figura como sendo "as minhas conviccoes religiosas" (you know, coisas como 'referencias ao Papa' e 'estorias de Adao e Eva'...).
Serve isto para dizer que a minha manifesta indignacao nao e' propriamente em relacao ao conteudo das afirmaceos da senhora: entendo que ela, tal como eu, voce e qualquer outro cidadao, temos direito as nossas conviccoes religiosas - incluindo o direito a nao termos nenhuma - e ate' de as expressarmos livremente em publico, mas... nao enquanto no exercicio do poder politico como membro do governo num estado laico!
Sao, portanto, as afirmacoes da Ministra, enquanto tal, que me indignam. E nao apenas porque Angola e' um estado laico, mas tambem porque ha' outras confissoes religiosas no pais para alem da catolica e, acima de tudo, ha' cidadaos angolanos nao religiosos e ate' a pratica de confissoes religiosas diferentes dentro da mesma familia, ja' para nao falar dos varios sincretismos religiosos que fazem parte de varias das nossas culturas.
Mas, mais importante do que tudo isso, para mim, e ai e' que concordo absolutamente consigo quando fala em "promiscuidade intoleravel", e' a reducao dos "valores e principios" civicos, eticos e morais aos "principios e praticas religiosas e, particularmente, catolicos".
E' mau, muito mau mesmo, quando se tenta prescrever politica publica com base na Biblia...
Enfim, quanto ao resto: nao conheco muito bem o background pessoal e politico desta senhora, pelo que me abstenho de comentar sobre os seus possiveis arrivismo, etc.
Mas nao deixa de ser interessante notar que os mais proeminentes (ou que assim se auto-proclamam) "intelectuais de esquerda", ou pelo menos os mais politicamente activos, na sociedade angolana estao praticamente todos associados a Universidade Catolica de Angola...
E com essa me calo.
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