Thursday, 28 December 2006

OXALA CRESCAM PITANGAS

Bom, este documentario ja' nao e' propriamente noticia, mas acredito que tal como eu, que apenas hoje recebi informacao sobre ele do meu amigo Luis Silva, havera mais quem ainda nao tenha sabido dele. Portanto, aqui vai...

“Oxalá Cresçam Pitangas” revela a realidade por detrás da permanente fantasia luandense. 10 vozes vão expondo com ritmo, dignidade e coerência, um espaço ocupado por várias gerações e dinâmicas sociais complexas. Luanda ainda não havia sido filmada sob esta perspectiva realista e humana: conflitos entre a população e a esfera política, a proliferação do sector informal, as desilusões e as aspirações, o questionamento do espaço urbano e do futuro de uma Angola em acelerado crescimento.

Os 10 personagens falam também das suas vidas, do seu modo de agir sobre a realidade, da música que não pode parar. Aparece uma Luanda onde a imaginação e a felicidade defrontam as manobras de sobrevivência. Onde a Língua é mexida para se adaptar às necessidades criativas de tantas pessoas e tantas linguagens.

Este é um filme sobre uma Luanda que recria constantemente a sua identidade: os dias, as noites e todos os ritmos da cidade que não sabe adormecer. Luanda mistura fenómenos urbanos e rurais. O sector informal, sendo a grande alternativa, agita o país e dinamiza as relações. Os jovens colocam diariamente a imaginação ao serviço da sobrevivência e da felicidade, inventando formas de viver e sobreviver – por necessidade e pelo gosto de se sentirem vivos.

Palco de arte, festa e alegria, em Luanda a tristeza e a felicidade convivem com a euforia. Os casamentos são sempre festivos; os funerais nem sempre são tristes. Há um substracto intencional de felicidade nas acções e intenções dos luandenses.

A linguagem falada traduz um modo de pensar mais local e típico. Num português carregado de calões e de adaptações, reflecte-se o modo interventivo de as pessoas agirem sobre a realidade. Nos gestos e nas falas, aparece, pois, a fantasia que acompanha os ritmos do quotidiano. Acidade vive, noite e dia, com música nos lares, nas viaturas, nas ruas. É possível ter uma vivência rítmica do quotidiano pela importância que se dá à música e ao convívio. Com uma visão que acentua a esperança no futuro, Oxalá Cresçam Pitangas é uma viagem pelas pessoas, pelas ruas e pelas histórias de Luanda.

Dividindo a produção e a realização do projecto, Ondjaki e Kiluanje Liberdade, nascidos depois da independência de Angola, decidiram juntar preocupações sociais a uma visão estética própria.
Se o filme nasce do desejo de questionar Luanda na sua modernidade, há uma busca ainda mais profunda: o que desejam os luandenses para o seu futuro? Que cidade sonham habitar e construir? Como incorporam as adversidades sem perder o sorriso?
Partindo das ocupações e das histórias dos personagens, falando do campo prático, ocupacional, mas passando por memórias e experiências, os realizadores mergulharam nas ambiências positivas de Luanda, deixando a fantasia sobrepôr-se ao sofrimento, sem fugir às verdades sociais. Filmando Luanda a partir de dentro: abordando a vivência, o olhar e a voz daqueles que a frequentam.
Para inventar uma conversa sobre a cidade. Para que novas vozes estéticas, angolanas, possam reinventar e modificar Luanda, Angola.

Intervalo com jindungu kabombo
(intervalo o tempo com palavras IN CULTAS génese de saber
OCULTO, cultivo amor (com/sem) culpa formal, forma-se a
alma, desespiritualiza-se a material, oxalá cresçam pitangas no papel!)
Antonio Domingos Goncalves

Encontre mais detalhes
aqui.

Bom, este documentario ja' nao e' propriamente noticia, mas acredito que tal como eu, que apenas hoje recebi informacao sobre ele do meu amigo Luis Silva, havera mais quem ainda nao tenha sabido dele. Portanto, aqui vai...

“Oxalá Cresçam Pitangas” revela a realidade por detrás da permanente fantasia luandense. 10 vozes vão expondo com ritmo, dignidade e coerência, um espaço ocupado por várias gerações e dinâmicas sociais complexas. Luanda ainda não havia sido filmada sob esta perspectiva realista e humana: conflitos entre a população e a esfera política, a proliferação do sector informal, as desilusões e as aspirações, o questionamento do espaço urbano e do futuro de uma Angola em acelerado crescimento.

Os 10 personagens falam também das suas vidas, do seu modo de agir sobre a realidade, da música que não pode parar. Aparece uma Luanda onde a imaginação e a felicidade defrontam as manobras de sobrevivência. Onde a Língua é mexida para se adaptar às necessidades criativas de tantas pessoas e tantas linguagens.

Este é um filme sobre uma Luanda que recria constantemente a sua identidade: os dias, as noites e todos os ritmos da cidade que não sabe adormecer. Luanda mistura fenómenos urbanos e rurais. O sector informal, sendo a grande alternativa, agita o país e dinamiza as relações. Os jovens colocam diariamente a imaginação ao serviço da sobrevivência e da felicidade, inventando formas de viver e sobreviver – por necessidade e pelo gosto de se sentirem vivos.

Palco de arte, festa e alegria, em Luanda a tristeza e a felicidade convivem com a euforia. Os casamentos são sempre festivos; os funerais nem sempre são tristes. Há um substracto intencional de felicidade nas acções e intenções dos luandenses.

A linguagem falada traduz um modo de pensar mais local e típico. Num português carregado de calões e de adaptações, reflecte-se o modo interventivo de as pessoas agirem sobre a realidade. Nos gestos e nas falas, aparece, pois, a fantasia que acompanha os ritmos do quotidiano. Acidade vive, noite e dia, com música nos lares, nas viaturas, nas ruas. É possível ter uma vivência rítmica do quotidiano pela importância que se dá à música e ao convívio. Com uma visão que acentua a esperança no futuro, Oxalá Cresçam Pitangas é uma viagem pelas pessoas, pelas ruas e pelas histórias de Luanda.

Dividindo a produção e a realização do projecto, Ondjaki e Kiluanje Liberdade, nascidos depois da independência de Angola, decidiram juntar preocupações sociais a uma visão estética própria.
Se o filme nasce do desejo de questionar Luanda na sua modernidade, há uma busca ainda mais profunda: o que desejam os luandenses para o seu futuro? Que cidade sonham habitar e construir? Como incorporam as adversidades sem perder o sorriso?
Partindo das ocupações e das histórias dos personagens, falando do campo prático, ocupacional, mas passando por memórias e experiências, os realizadores mergulharam nas ambiências positivas de Luanda, deixando a fantasia sobrepôr-se ao sofrimento, sem fugir às verdades sociais. Filmando Luanda a partir de dentro: abordando a vivência, o olhar e a voz daqueles que a frequentam.
Para inventar uma conversa sobre a cidade. Para que novas vozes estéticas, angolanas, possam reinventar e modificar Luanda, Angola.

Intervalo com jindungu kabombo
(intervalo o tempo com palavras IN CULTAS génese de saber
OCULTO, cultivo amor (com/sem) culpa formal, forma-se a
alma, desespiritualiza-se a material, oxalá cresçam pitangas no papel!)
Antonio Domingos Goncalves

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