Voltando a receita para um “jet-set” nacional (Angolano ou Mocambicano): Uma Segunda Leitura, Um Olhar Diferente…
1. Confesso que postei aqui aquele texto do Mia Couto com “segundas intencoes” (nao más intencoes… apenas segundas). Desde que o li pela primeira vez, quando incialmente foi circulado ha cerca de 2 anos, me tem apetecido temperar as suas receitas com outros ingredientes a ver no que da’… mas, bom ou mau, espero que o prato final seja de um sabor diferente, idealmente para melhor. Tentarei “conspurcar” as receitas uma a uma e, como tenho que comecar por alguma, comecarei pelo que ele diz sobre as “rapadas” e “hipopadas” no que toca a Cultura:“(...) a única música que (o jet-setista) escuta são umas 'rapadas e hip-hopadas' que ele generosamente emite da aparelhagem do automóvel para toda a cidade.”
Pois bem, ha uma maka a correr neste momento na sanzala dos EUA entre a Oprah Winfrey e o artista de hip-hop Curtis Jackson, a.k.a. 50 Cent (entre outros, como o rapper/actor Ludacris, a.k.a. Chris Bridges). A maka resume-se ao seguinte: a Oprah critica a atitude misogena de uma certa musica hip-hop e o 50 Cent acusou-a por isso de ser uma “negra com mentalidade branca” ou, na tipificacao do cada vez mais sofisticado ‘black community lingo’, de ser uma “coconut”. Pelo meio, ambas as partes foram arregimentando adeptos das suas respectivas posicoes um pouco por todo o lado, inclusive na comunidade hip-hop. Do lado do 50 Cent houve um intelectual que se interrogou “como e’ que a Oprah se sentia na posicao de critica de um genero musical que e' essencialmente de sensibilidade negra”… Do lado da Oprah ha varias posicoes, incluindo a minha, que apesar de ja ter sido mais radical (nos tempos em que talvez me tenha parecido muito com os pais, ocidentais ou ocidentalizados um pouco por todo o mundo, dos anos 50/60 que viam no ‘rock and roll’ - que pouco mais e' do que um "derivado" do blues afro-americano - a maior ameaca ao mundo tal como o conheciam e em que o meu filho me ensinou que nao era ‘hi-p – ho-p’, como se estivesse com soluços... que se pronunciava mas sim straight ‘hipop’ e me fez interessar e, aos poucos, ir compreendendo melhor personagens, infelizmente tragicos, como o Tupac Shakur, por exemplo…), continuo a nao encontrar qualquer racionalidade na forma degradante como as mulheres sao geralmente retratadas, quer nas letras, quer nos videos desse genero musical...
1. Confesso que postei aqui aquele texto do Mia Couto com “segundas intencoes” (nao más intencoes… apenas segundas). Desde que o li pela primeira vez, quando incialmente foi circulado ha cerca de 2 anos, me tem apetecido temperar as suas receitas com outros ingredientes a ver no que da’… mas, bom ou mau, espero que o prato final seja de um sabor diferente, idealmente para melhor. Tentarei “conspurcar” as receitas uma a uma e, como tenho que comecar por alguma, comecarei pelo que ele diz sobre as “rapadas” e “hipopadas” no que toca a Cultura:“(...) a única música que (o jet-setista) escuta são umas 'rapadas e hip-hopadas' que ele generosamente emite da aparelhagem do automóvel para toda a cidade.”
Pois bem, ha uma maka a correr neste momento na sanzala dos EUA entre a Oprah Winfrey e o artista de hip-hop Curtis Jackson, a.k.a. 50 Cent (entre outros, como o rapper/actor Ludacris, a.k.a. Chris Bridges). A maka resume-se ao seguinte: a Oprah critica a atitude misogena de uma certa musica hip-hop e o 50 Cent acusou-a por isso de ser uma “negra com mentalidade branca” ou, na tipificacao do cada vez mais sofisticado ‘black community lingo’, de ser uma “coconut”. Pelo meio, ambas as partes foram arregimentando adeptos das suas respectivas posicoes um pouco por todo o lado, inclusive na comunidade hip-hop. Do lado do 50 Cent houve um intelectual que se interrogou “como e’ que a Oprah se sentia na posicao de critica de um genero musical que e' essencialmente de sensibilidade negra”… Do lado da Oprah ha varias posicoes, incluindo a minha, que apesar de ja ter sido mais radical (nos tempos em que talvez me tenha parecido muito com os pais, ocidentais ou ocidentalizados um pouco por todo o mundo, dos anos 50/60 que viam no ‘rock and roll’ - que pouco mais e' do que um "derivado" do blues afro-americano - a maior ameaca ao mundo tal como o conheciam e em que o meu filho me ensinou que nao era ‘hi-p – ho-p’, como se estivesse com soluços... que se pronunciava mas sim straight ‘hipop’ e me fez interessar e, aos poucos, ir compreendendo melhor personagens, infelizmente tragicos, como o Tupac Shakur, por exemplo…), continuo a nao encontrar qualquer racionalidade na forma degradante como as mulheres sao geralmente retratadas, quer nas letras, quer nos videos desse genero musical...
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