Monday, 29 March 2010

"Questoes de Genero"... (II)




… Na Pratica!


Apenas para registar algumas experiencias pessoais que tive ao longo dos anos e que, pelo menos quanto a mim, exemplificam algumas das questoes a volta da “problematica do genero”:

- Uma vez, em Luanda, candidatei-me a um curso de “avaliadores de diamantes” que deveria ter lugar em Londres, oferecido por uma empresa diamantifera nacional. Fui, como todos os outros candidatos, submetida aos mais diversos testes. No fim, fui classificada entre os tres melhores candidatos, sendo que os outros dois eram homens. Mas os decisores, que eram Ingleses, comunicaram-me, “com muita pena”, que eu nao fora seleccionada por ser ainda “uma jovem mulher” e que, portanto, “depois podia casar e/ou engravidar e aquela profissao nao se compadecia com esse tipo de situacoes”…

- Alguns anos depois, participei pela transportadora aerea nacional, de um curso de “programacao de computadores” patrocinado por uma multinacional Americana. No inicio do curso, em que eu era a unica mulher entre 6 ou 7 homens, um dos tecnicos (Angolano) que o dirigia disse-me que “apostava que eu nunca iria conseguir conclui-lo”. Perguntei-lhe porque e ele respondeu-me, sem papas na lingua: “porque tu nao tens peito para isto”! Acontece que quando chegou a hora dos exames finais (conduzidos independentemente pela multinacional Americana) eu fui a unica do grupo que passei, tendo os meus colegas homens tido que cumprir um periodo extra de treino e serem submetidos a um segundo exame…

- De uma outra vez, em Portugal, como parte do processo de seleccao para um determinado emprego, fui submetida a testes psicotecnicos por uma empresa especializada. No fim, os managers da empresa chamaram-me em particular para me comunicarem que estavam espantados com os meus “extraordinarios resultados, dos melhores que eles ja’ tinham visto em muito tempo” e para me aconselharem a candidatar-me a um emprego melhor do que aquele para o qual tinha feito os testes…

- Mais alguns anos depois, em Londres, participei num concurso promovido por uma petrolifera para um emprego em Angola. Foi um longo processo, tanto em termos burocraticos como dos testes e entrevistas envolvidos, mas, to cut a long story short, no final acabei por ser informada de que “apesar de eu ter tido as melhores classificacoes nos testes tecnicos, psicotecnicos e linguisticos e de ter tido uma classificacao geral excelente – muito boa para um Angolano, acrescentaram para meu total desconforto e ate' "ofensa em nome de terceiros"! – eu nao tinha sido seleccionada naquela ocasiao”. Porque? Ao contrario do estipulado nos regulamentos do mercado de trabalho deste pais, nunca me deram qualquer explicacao! Nao sei se alguem chegou mesmo a ser seleccionado, sei apenas que, tambem naquela ocasiao, eu tinha sido a unica mulher participante daquele concurso…

P.S.: E, ja' agora, de registar tambem a experiencia que relato num dos comentarios a este post.


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- Alguns anos depois, participei pela transportadora aerea nacional, de um curso de “programacao de computadores” patrocinado por uma multinacional Americana. No inicio do curso, em que eu era a unica mulher entre 6 ou 7 homens, um dos tecnicos (Angolano) que o dirigia disse-me que “apostava que eu nunca iria conseguir conclui-lo”. Perguntei-lhe porque e ele respondeu-me, sem papas na lingua: “porque tu nao tens peito para isto”! Acontece que quando chegou a hora dos exames finais (conduzidos independentemente pela multinacional Americana) eu fui a unica do grupo que passei, tendo os meus colegas homens tido que cumprir um periodo extra de treino e serem submetidos a um segundo exame…

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- Mais alguns anos depois, em Londres, participei num concurso promovido por uma petrolifera para um emprego em Angola. Foi um longo processo, tanto em termos burocraticos como dos testes e entrevistas envolvidos, mas, to cut a long story short, no final acabei por ser informada de que “apesar de eu ter tido as melhores classificacoes nos testes tecnicos, psicotecnicos e linguisticos e de ter tido uma classificacao geral excelente – muito boa para um Angolano, acrescentaram para meu total desconforto e ate' "ofensa em nome de terceiros"! – eu nao tinha sido seleccionada naquela ocasiao”. Porque? Ao contrario do estipulado nos regulamentos do mercado de trabalho deste pais, nunca me deram qualquer explicacao! Nao sei se alguem chegou mesmo a ser seleccionado, sei apenas que, tambem naquela ocasiao, eu tinha sido a unica mulher participante daquele concurso…

P.S.: E, ja' agora, de registar tambem a experiencia que relato num dos comentarios a este post.


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