"Os Ceita, uma família em ascenção"
"Com a nomeação de mais um Ceita, desta feita para PCA do BCI, esta família já é, claramente, o novo caso de ascenção/sucesso na vida público-institucional angolana. Depois da EPAL (águas), ENANA (aeroportos) e Instituto Nacional de Estatística (INE), a mais recente nomeação chamou a nossa atenção e deu origem a este apontamento mais "intimo". Afinal de contas a família é a base de qualquer sociedade."
[aqui]
OU
"Camarao que dorme a onda leva!"...
"As trapalhadas que atormentam a gestão da EPAL, uma empresa deficitária, levaram, finalmente, a ministra da Energia e Águas,Emanuela Vieira Lopes, a tomar pela primeira vez uma decisão acertada: mandou repôr os salários dos administradores daquela empresa depois do seu Presidente ter decidido atribuir para si um ordenado na ordem dos 30 mil dólares mensais! Depois de sucessivas denúncias da comissão sindical sobre a fraudulência da sua gestão, que passa pela inclusão de familiares na folha de salários, não há dúvida de que, desta forma, não poderá haver “água para todos”. Um caso para o Tribunal de Contas averiguar."
[in Novo Jornal, edicao no. 201]
... A propostio destas duas versoes desta historia de fulgurante "sucesso familiar" numa sociedade tipo 'Nova Angola' em que, cada vez mais, o nepotismo, o amiguismo, o favoritismo, o cabritismo, o clientelismo, o trafico de influencias e a patronagem ditam as regras da "ascensao social", ocorreu-me revisitar o ultimo relatorio do Forum Economico Mundial aqui recentemente abordado, relativamente a competitividade da economia angolana.
Dele elaborei o grafico abaixo, que revela que Angola regista as piores classificacoes (a excepcao da "confianca do publico nas instituicoes", em que se situa ligeiramente acima do Zimbabwe e da Africa do Sul) comparativamente a outros paises da regiao (aqui usei como sample para a comparacao o Botswana, Mocambique, Africa do Sul e Zimbabwe, mas resultados similares se poderiam obter se se usasem outros paises) para indicadores como:
- Etica e corrupcao
- Desvio de fundos publicos
- Confianca do publico nas instituicoes
- Pagamentos irregulares e "gazoza"
- Favoritismo nas decisoes de oficiais governamentais
- Etica Corporativa
- Responsabilizacao
Enfim ... Um caso para "quem" averiguar?...
ADENDA
Bom... com o anuncio hoje (02/12/11) da exoneracao pelo Presidente da Republica da Ministra da Energia e Aguas, Emanuela Vieira Lopes, tudo leva a crer que “alguem” deve ter “investigado alguma coisa” (… uma vez que os gritos de “bradar aos ceus” contra a ma’ prestacao dos sectores de agua e electricidade sob a tutela do seu ministerio por parte do povo – incluindo, ao que julgo saber por alguns ‘ecos da imprensa angolana’, entre viagens em primeira classe, tournees por Luanda em carros top de gama com 'sapadores' a abrir caminho e conto(a)s de dinheiro a rodos, por pelo menos um membro da familia Ceita… – ha’ muito se fazem ouvir, mas nao pareciam conduzir a nenhuma “luz no fundo do tunel”…) e a sua “primeira decisao acertada” tera’ chegado tarde demais!...
Enfim, triste “fim” para a “historia de sucesso” de uma ministra que no inicio do seu mandato ficou notoria por afirmar algo como “se nao fosse o Presidente da Republica nos nao teriamos a capacidade energetica que temos hoje”!...
[Novo logo da EDEL - "Empresa de Distribuição de Escuridão de Luanda"]
Triste tambem para a politica de “quotas” na luta pela paridade do genero nos orgaos de decisao… E, a este proposito, volto a esta historia e ao meu ja’ “antigo” comentario sobre essa questao, colocado aqui, do qual destaco a seguinte passagem:
"A questao da discriminacao positiva e’ precisamente uma daquelas em que frequentemente “a porca torce o rabo”. Num mundo ideal, isto e’, onde ha leis e politicas nao discriminatorias directa ou indirectamente contra as mulheres e onde elas sao efectivamente implementadas, a discriminacao positiva pode ser ate’ detrimental para a causa das mulheres, porque muitas vezes apenas para se cumprirem ‘quotas de participacao’ no mercado de trabalho ou na vida politica, da-se preferencia a mulheres apenas pela sua condicao feminina e nao pelas suas competencias ou potencialidades, em detrimento de homens mais qualificados e capazes. Quando isso acontece e a mulher escolhida depois ‘nao da conta do recado’ no exercicio das suas funcoes, cria-se nao so animosidade por parte dos homens e da sociedade (onde se destacam muitas vezes as outras mulheres…) mas prejudica-se tambem o proprio principio da discriminacao positiva, o que pode levar a que futuramente mulheres efectivamente mais competentes em determinadas areas e funcoes sejam preteridas em favor de homens tao ou menos competentes. Mas como o mundo nao e’ ideal, o trabalho de advocacia do genero e’ importante no sentido de se criar um quadro juridico-institucional efectivo e eficiente que torne a discriminacao positiva desnecessaria e que garanta que a seleccao seja sempre feita apenas com base na competencia e nao no sexo de cada individuo."
Seja como for, votos de boa sorte ao novo incumbente!
E, ja' agora, mais esta "achega":
in Novo Jornal, edicao #203
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