Sunday, 11 November 2012

EM MAIS UM ANIVERSARIO DA “NOSSA DIPANDA”




Nao, nao estou particularmente inclinada a fazer uma (re)incursao pelos muitos e invios “caminhos do mato” dessa Dipanda que ainda e’ (e sera' sempre) mais nova do que eu.

Nem a verter “lagrimas” pelos “sangues derramados” ou “cicatrizes por sarar” – tenho-os sempre “’a mao de semear”.

Nem a deixar-me indulgir em “discursos patrioticos” e muito menos “patrioteiros”.

Nessa vertente, limitar-me-ei a citar um extracto de uma entrevista ao Novo Jornal (ultima edicao dedicada ‘a Independencia, 09/11/12) de Antonio dos Santos Franca, “Ndalu”, actualmente deputado ‘a Assembleia Nacional pelo MPLA e, por altura da independencia, Comandante das FAPLA, tendo entretanto desempenhado, entre outras funcoes, a de Embaixador de Angola nos EUA:

“Valeu a pena, estava em jogo a liberdade dos angolanos. Tomámos as rédeas dos nossos e lutámos para que as gerações futuras não tivessem este trabalho que nós tivemos. Claro que nós não esperamos agradecimentos, mas sim que os jovens sejam mais felizes e façam o melhor para o país. A juventude deve aprender mais sobre o fruto da independência para fazer melhor pelo seu país. Os jovens devem lutar mais para um melhor desenvolvimento do país e devem estudar para serem cada vez mais técnicos. Isto é também uma forma de luta que nós esperamos que vocês façam.”
E faco-o por duas razoes:
i) Algures durante a segunda metade da decada de 70 do seculo passado, viagei com ele e outros dirigentes do MPLA, numa delegacao em missao de servico ‘a Lunda (as Lundas ainda nao tinham sido divididas na altura). Comecamos a viagem de helicoptero a partir de Luanda, mas, por altura da regiao de Catete, o mau tempo fez com que o entao comandante Ndalu decidisse que era melhor voltarmos ‘a base, de onde reiniciamos a viagem por terra, num Land Rover, perfazendo toda a extensao do pais do Mar ao Leste…
Outros tempos; longinquos tempos.
ii) Porque o que, desde tais outros, longinquos tempos, decidi fazer da minha vida foi precisamente, entre outras coisas de igual ou maior monta (incluindo a nao menos importante tarefa de "tentar ser feliz"), “estudar para ser tecnica” para, tanto quanto possivel, servir o desenvolvimento do meu pais. Essa foi a minha “forma de luta” nos anos que se seguiram 'aquela inesquecivel viagem ate' hoje.
E essa luta custou-me, literalmente, todo o esforco, empenho e sacrificio que qualquer ser humano, homem ou mulher, pode dedicar a um ensejo durante o tempo util que tem reservado neste planeta e nas condicoes mais duras possiveis e imaginaveis.

E tudo, efectivamente, apenas para que um belo dia um certo 'bad boy' psicopata, filhinho de papai e de mamae, que mal me conhece de parte alguma e que entende que "tem inteligencia suficiente para pensar pela propria cabeca" pelo que nao precisa de fazer tal "forma de luta", que sempre teve tudo de mao beijada, primeiro pelo estado portugues e depois pelo estado angolano (excepto uns mesitos que passou na cadeia e 'a conta dos quais faz chantagem emocional ad eternum com 'todo o mundo' para obter "popularidade" a qualquer custo) a.k.a. BBBB (e seus acolit@s), nos "trilhos" de uma certa "diva da pornografia nacional" (e seus aficcionad@s), decida, com o apoio mais ou menos aberto ou velado de determinados elementos do "establishment" aos mais varios niveis, que tem "todo o direito e mais algum p(h)oder" para, irresponsavelmente, deitar todo aquele esforco por terra, (en)xafurdar todo aquele empenho na lama e transformar todos aqueles sacrificios numa eterna peregrinacao pelos caminhos tortuosos da "proscricao", da "banicao" e da "indigencia" pura e dura!...
Em nome de que?! Apenas do ciume, inveja, despeito, odio, misoginia, devassidao, depravacao, pornografia, deboche, ganancia, jactancia, vaidade, arrogancia ignorante, complexos, tribalismo e racismo?!

Perante isso e a aparente incapacidade do "sistema" de impedir que esse "espectaculo sordido e macabro" se continue a desenrolar impunemente aos olhos de "todo o mundo", pergunto:

COM QUE PAIS SE SONHOU NAQUELE JA' LONGINQUO 11 DE NOVEMBRO DE 1975?

QUE PAIS TEMOS HOJE EM 2012?

QUE PAIS, QUE ESTADO, QUE NACAO, QUE DEMOCRACIA, QUE SOCIEDADE QUEREMOS LEGAR AOS NOSSOS FILHOS, NETOS E BISNETOS?




Nao, nao estou particularmente inclinada a fazer uma (re)incursao pelos muitos e invios “caminhos do mato” dessa Dipanda que ainda e’ (e sera' sempre) mais nova do que eu.

Nem a verter “lagrimas” pelos “sangues derramados” ou “cicatrizes por sarar” – tenho-os sempre “’a mao de semear”.

Nem a deixar-me indulgir em “discursos patrioticos” e muito menos “patrioteiros”.

Nessa vertente, limitar-me-ei a citar um extracto de uma entrevista ao Novo Jornal (ultima edicao dedicada ‘a Independencia, 09/11/12) de Antonio dos Santos Franca, “Ndalu”, actualmente deputado ‘a Assembleia Nacional pelo MPLA e, por altura da independencia, Comandante das FAPLA, tendo entretanto desempenhado, entre outras funcoes, a de Embaixador de Angola nos EUA:

“Valeu a pena, estava em jogo a liberdade dos angolanos. Tomámos as rédeas dos nossos e lutámos para que as gerações futuras não tivessem este trabalho que nós tivemos. Claro que nós não esperamos agradecimentos, mas sim que os jovens sejam mais felizes e façam o melhor para o país. A juventude deve aprender mais sobre o fruto da independência para fazer melhor pelo seu país. Os jovens devem lutar mais para um melhor desenvolvimento do país e devem estudar para serem cada vez mais técnicos. Isto é também uma forma de luta que nós esperamos que vocês façam.”
E faco-o por duas razoes:
i) Algures durante a segunda metade da decada de 70 do seculo passado, viagei com ele e outros dirigentes do MPLA, numa delegacao em missao de servico ‘a Lunda (as Lundas ainda nao tinham sido divididas na altura). Comecamos a viagem de helicoptero a partir de Luanda, mas, por altura da regiao de Catete, o mau tempo fez com que o entao comandante Ndalu decidisse que era melhor voltarmos ‘a base, de onde reiniciamos a viagem por terra, num Land Rover, perfazendo toda a extensao do pais do Mar ao Leste…
Outros tempos; longinquos tempos.
ii) Porque o que, desde tais outros, longinquos tempos, decidi fazer da minha vida foi precisamente, entre outras coisas de igual ou maior monta (incluindo a nao menos importante tarefa de "tentar ser feliz"), “estudar para ser tecnica” para, tanto quanto possivel, servir o desenvolvimento do meu pais. Essa foi a minha “forma de luta” nos anos que se seguiram 'aquela inesquecivel viagem ate' hoje.
E essa luta custou-me, literalmente, todo o esforco, empenho e sacrificio que qualquer ser humano, homem ou mulher, pode dedicar a um ensejo durante o tempo util que tem reservado neste planeta e nas condicoes mais duras possiveis e imaginaveis.

E tudo, efectivamente, apenas para que um belo dia um certo 'bad boy' psicopata, filhinho de papai e de mamae, que mal me conhece de parte alguma e que entende que "tem inteligencia suficiente para pensar pela propria cabeca" pelo que nao precisa de fazer tal "forma de luta", que sempre teve tudo de mao beijada, primeiro pelo estado portugues e depois pelo estado angolano (excepto uns mesitos que passou na cadeia e 'a conta dos quais faz chantagem emocional ad eternum com 'todo o mundo' para obter "popularidade" a qualquer custo) a.k.a. BBBB (e seus acolit@s), nos "trilhos" de uma certa "diva da pornografia nacional" (e seus aficcionad@s), decida, com o apoio mais ou menos aberto ou velado de determinados elementos do "establishment" aos mais varios niveis, que tem "todo o direito e mais algum p(h)oder" para, irresponsavelmente, deitar todo aquele esforco por terra, (en)xafurdar todo aquele empenho na lama e transformar todos aqueles sacrificios numa eterna peregrinacao pelos caminhos tortuosos da "proscricao", da "banicao" e da "indigencia" pura e dura!...
Em nome de que?! Apenas do ciume, inveja, despeito, odio, misoginia, devassidao, depravacao, pornografia, deboche, ganancia, jactancia, vaidade, arrogancia ignorante, complexos, tribalismo e racismo?!

Perante isso e a aparente incapacidade do "sistema" de impedir que esse "espectaculo sordido e macabro" se continue a desenrolar impunemente aos olhos de "todo o mundo", pergunto:

COM QUE PAIS SE SONHOU NAQUELE JA' LONGINQUO 11 DE NOVEMBRO DE 1975?

QUE PAIS TEMOS HOJE EM 2012?

QUE PAIS, QUE ESTADO, QUE NACAO, QUE DEMOCRACIA, QUE SOCIEDADE QUEREMOS LEGAR AOS NOSSOS FILHOS, NETOS E BISNETOS?

Saturday, 10 November 2012

"STILL CRAZY AFTER ALL THESE YEARS"?


ESTAS AFIRMACOES FORAM FEITAS HA' 5 ANOS.

EM VESPERA DA COMEMORACAO DE MAIS UM ANIVERSARIO DA NOSSA DIPANDA E SEGUINDO UM POUCO A LOGICA DOS "PLANOS QUINQUENAIS" E DA SUA AVALIACAO PERIODICA, PERGUNTA-SE:

TERA' A SITUACAO EVOLUIDO PARA MELHOR OU PARA PIOR DE LA' PARA CA'?

OR... IT'S ALL "STILL CRAZY AFTER ALL THESE YEARS"?

"É a exteriorização que dá oportunidades. Se eu não parar com um Mercedes à porta de um hotel em Luanda, nem sequer me deixam entrar. Mas deixam entrar um branco ou um mulato. Entram em qualquer sítio. Eu próprio tenho a entrada barrada em alguns sítios. Amigos meus têm a entrada barrada em alguns sítios. Simplesmente porque somos negros. Acontece em hotéis ou em lojas nos novos condomínios que estão a surgir em Luanda. Um negro tem que exteriorizar riqueza e poder.
Os negros também estão excluídos dos cargos de poder?
O poder obedece a esquemas ainda muito mais sofisticados de racismo. Sente-se isso, e há tensão racial, o facto de se ser do Norte ou do Sul."

ESTAS AFIRMACOES FORAM FEITAS HA' 5 ANOS.

EM VESPERA DA COMEMORACAO DE MAIS UM ANIVERSARIO DA NOSSA DIPANDA E SEGUINDO UM POUCO A LOGICA DOS "PLANOS QUINQUENAIS" E DA SUA AVALIACAO PERIODICA, PERGUNTA-SE:

TERA' A SITUACAO EVOLUIDO PARA MELHOR OU PARA PIOR DE LA' PARA CA'?

OR... IT'S ALL "STILL CRAZY AFTER ALL THESE YEARS"?

"É a exteriorização que dá oportunidades. Se eu não parar com um Mercedes à porta de um hotel em Luanda, nem sequer me deixam entrar. Mas deixam entrar um branco ou um mulato. Entram em qualquer sítio. Eu próprio tenho a entrada barrada em alguns sítios. Amigos meus têm a entrada barrada em alguns sítios. Simplesmente porque somos negros. Acontece em hotéis ou em lojas nos novos condomínios que estão a surgir em Luanda. Um negro tem que exteriorizar riqueza e poder.
Os negros também estão excluídos dos cargos de poder?

Wednesday, 7 November 2012

THIS DAY 4 YEARS AGO...

IT'S BEEN A LONG TIME COMING...
BUT CHANGE DID COME!...


How this happened


Wednesday, 5 November, 2008 6:18 AM
From:
"Barack Obama"
To:
"Ana Santana"

Ana --

I'm about to head to Grant Park to talk to everyone gathered there, but I wanted to write to you first.

We just made history.

And I don't want you to forget how we did it.

You made history every single day during this campaign -- every day you knocked on doors, made a donation, or talked to your family, friends, and neighbors about why you believe it's time for change.

I want to thank all of you who gave your time, talent, and passion to this campaign.

We have a lot of work to do to get our country back on track, and I'll be in touch soon about what comes next.

But I want to be very clear about one thing...

All of this happened because of you.

Thank you,

Barack

Watch/read here his victory speech, where he says, as if singing with Otis:


(*) First posted 05/11/08

IT'S BEEN A LONG TIME COMING...
BUT CHANGE DID COME!...


How this happened


Wednesday, 5 November, 2008 6:18 AM
From:
"Barack Obama"
To:
"Ana Santana"

Ana --

I'm about to head to Grant Park to talk to everyone gathered there, but I wanted to write to you first.

We just made history.

And I don't want you to forget how we did it.

You made history every single day during this campaign -- every day you knocked on doors, made a donation, or talked to your family, friends, and neighbors about why you believe it's time for change.

I want to thank all of you who gave your time, talent, and passion to this campaign.

We have a lot of work to do to get our country back on track, and I'll be in touch soon about what comes next.

But I want to be very clear about one thing...

All of this happened because of you.

Thank you,

Barack

Watch/read here his victory speech, where he says, as if singing with Otis:


(*) First posted 05/11/08

Monday, 5 November 2012

THIS DAY 4 YEARS AGO...


PREPARING FOR TOMORROW...
[First posted 03/11/2008]




Barring an extraordinary shock, Barack Obama will win more than 270 electoral votes on Tuesday, giving him the White House. Hours before voting starts, John McCain has no clear path to reaching that goal. In fact, interviews with political strategists in both parties and election analysts and advisers to both presidential campaigns — including a detailed look at public and private polling data — indicate that an Obama victory with well over 300 electoral votes is a more likely outcome than a McCain victory.
[Keep reading here]



In the two years since Sen. Barack Obama announced his bid for the presidency, black Americans have been on an emotional roller coaster. Only recently have many of us allowed ourselves to envision what once seemed impossible: A U.S. president who is a person of color. With Obama leading in national pre-election polls, the suspense has become nearly unbearable.
Even deeper at the center of our current anxiety are at least two questions that carry all the complexity of black Americans' history in this country: What will it mean personally to us if he wins? And how will it affect the future of African Americans?
Win or lose, how will we cope?
[Keep reading here]
My thanks to BRE for calling my attention to these.


A Change Is Gonna Come - Otis Redding

PREPARING FOR TOMORROW...
[First posted 03/11/2008]




Barring an extraordinary shock, Barack Obama will win more than 270 electoral votes on Tuesday, giving him the White House. Hours before voting starts, John McCain has no clear path to reaching that goal. In fact, interviews with political strategists in both parties and election analysts and advisers to both presidential campaigns — including a detailed look at public and private polling data — indicate that an Obama victory with well over 300 electoral votes is a more likely outcome than a McCain victory.
[Keep reading here]



In the two years since Sen. Barack Obama announced his bid for the presidency, black Americans have been on an emotional roller coaster. Only recently have many of us allowed ourselves to envision what once seemed impossible: A U.S. president who is a person of color. With Obama leading in national pre-election polls, the suspense has become nearly unbearable.
Even deeper at the center of our current anxiety are at least two questions that carry all the complexity of black Americans' history in this country: What will it mean personally to us if he wins? And how will it affect the future of African Americans?
Win or lose, how will we cope?
[Keep reading here]
My thanks to BRE for calling my attention to these.


A Change Is Gonna Come - Otis Redding

Sunday, 4 November 2012

ESTE DIA HA' UM ANO...




"(...) 2. A 04/11/11, encontrava-me a trabalhar num computador de uma biblioteca publica ao lado de um companheiro Ghanense, Sly Quarcoopome, que fazia o mesmo e com quem conversava a proposito do meu post sobre este livro sobre os Black Panthers, que ambos tinhamos compulsado dias antes na mesma biblioteca e que eu postara a proposito do Black History Month, durante a celebracao do qual no ano passado ele tinha sido um dos oradores num dos eventos na mesma biblioteca que aqui na altura reportei.

Ele pediu-me que lhe enviasse o link, o que fiz atraves deste email. Depois de ele ter lido aquele post continuou a visitar o meu blog, onde ao ler este post sobre Gaddafi disse-me que "concordava inteiramente com o que eu ali dizia", ao que eu lhe respondi: "entao escreve ai no blog - faz um comentario ao post"... O que ele imediatamente fez - eu vi-o fazer o comentario ali mesmo ao meu lado! -, so' que... passaram-se varias horas, durante as quais por varias vezes, como eu nao recebia o comentario no meu blog, lhe perguntei se ele tinha mesmo enviado o comentario e ele me respondeu que sim e que tinha recebido a confirmacao! Pedi-lhe que o escrevesse novamente e o reenviasse e ele assim o fez, tendo-me mostrado a confirmacao do envio no computador dele, mas... aquele segundo comentario tambem nunca chegou ao meu blog!

Naquele mesmo dia, e de uma forma como nunca antes me tinha acontecido, a "qualidade e velocidade da minha banda larga" realmente fez-me "ter saudades da velocidade dos tempos do ta-ta": Levou-me pelo menos tres (3) horas para fazer o que normalmente me levaria uma (1) hora! Mais do que isso, "os cortes no serviço foram constantes e irritantes": em varias ocasioes durante aquela tarde, o sistema tornou-se completamente "congelado" e uma funcionaria da biblioteca que tem feito a extensao do tempo de uso do computador a mim alocado a partir do sistema central disse-me que naquele dia tinha havido pelo menos uma ocasiao em que ela tinha tentado fazer a extensao mas nao conseguiu porque o meu computador tinha simplesmente "desaparecido do sistema" - o que apenas acontecera com aquele computador e nunca tinha antes acontecido!

Em suma: fiquei realmente "a finalmente conhecer a verdadeira dimensão do nosso BIG-BROTHER..." como ameacava RS dois dias antes!

De notar igualmente que naquele mesmo dia 04/11/11 eu publicara este post em resposta a uma materia relacionada no blog de ACGM.(...)"






"(...) 2. A 04/11/11, encontrava-me a trabalhar num computador de uma biblioteca publica ao lado de um companheiro Ghanense, Sly Quarcoopome, que fazia o mesmo e com quem conversava a proposito do meu post sobre este livro sobre os Black Panthers, que ambos tinhamos compulsado dias antes na mesma biblioteca e que eu postara a proposito do Black History Month, durante a celebracao do qual no ano passado ele tinha sido um dos oradores num dos eventos na mesma biblioteca que aqui na altura reportei.

Ele pediu-me que lhe enviasse o link, o que fiz atraves deste email. Depois de ele ter lido aquele post continuou a visitar o meu blog, onde ao ler este post sobre Gaddafi disse-me que "concordava inteiramente com o que eu ali dizia", ao que eu lhe respondi: "entao escreve ai no blog - faz um comentario ao post"... O que ele imediatamente fez - eu vi-o fazer o comentario ali mesmo ao meu lado! -, so' que... passaram-se varias horas, durante as quais por varias vezes, como eu nao recebia o comentario no meu blog, lhe perguntei se ele tinha mesmo enviado o comentario e ele me respondeu que sim e que tinha recebido a confirmacao! Pedi-lhe que o escrevesse novamente e o reenviasse e ele assim o fez, tendo-me mostrado a confirmacao do envio no computador dele, mas... aquele segundo comentario tambem nunca chegou ao meu blog!

Naquele mesmo dia, e de uma forma como nunca antes me tinha acontecido, a "qualidade e velocidade da minha banda larga" realmente fez-me "ter saudades da velocidade dos tempos do ta-ta": Levou-me pelo menos tres (3) horas para fazer o que normalmente me levaria uma (1) hora! Mais do que isso, "os cortes no serviço foram constantes e irritantes": em varias ocasioes durante aquela tarde, o sistema tornou-se completamente "congelado" e uma funcionaria da biblioteca que tem feito a extensao do tempo de uso do computador a mim alocado a partir do sistema central disse-me que naquele dia tinha havido pelo menos uma ocasiao em que ela tinha tentado fazer a extensao mas nao conseguiu porque o meu computador tinha simplesmente "desaparecido do sistema" - o que apenas acontecera com aquele computador e nunca tinha antes acontecido!

Em suma: fiquei realmente "a finalmente conhecer a verdadeira dimensão do nosso BIG-BROTHER..." como ameacava RS dois dias antes!

De notar igualmente que naquele mesmo dia 04/11/11 eu publicara este post em resposta a uma materia relacionada no blog de ACGM.(...)"



Thursday, 1 November 2012

SANDY STORM...



WHAT IF?... 


LET'S NOT FORGET...


... BACK TO NEW YORK...





WHAT IF?... 


LET'S NOT FORGET...


... BACK TO NEW YORK...



Monday, 22 October 2012

SOBRE A TAL “LISTA NEGRA” [*]

 
Apenas algumas questoes:

  1. Depois de lhes terem ‘botado’ todos os defeitos possiveis e imaginarios – desde “defeitos de fabrico” (e.g. paredes a rachar) a outros “defeitos estruturais” (e.g. deficiente rede de distribuicao de agua, electricidade e telecomunicacoes, dificuldades de acesso rodoviario, etc.) – serao os apartamentos do Kilamba efectivamente a melhor “prenda” que o “todo poderoso partido-estado” tem para oferecer aos seus “melhores clientes”?
  1. E sera’ mesmo uma “prenda”, quando se lhes e’ “exigido” que efectuem “o deposito da primeira prestacao correspondente a tipologia pretendida” e apresentem, entre outros requisitos legais, o “ultimo titulo de vencimento”?
  1. Sendo designados “candidatos”, tera’ sido tal “candidatura” inequivocamente relacionada com a campanha eleitoral? Veja-se, a titulo de  exemplo, como a lista inclui, no grupo da "comunicacao social", com o numero 422, o recentemente falecido Aguiar dos Santos, o qual, pelos panegiricos que lhe foram tracados por altura do seu funeral, nao consta que fosse um "cliente" do "partido-estado"...
  1. Assumindo-se que, ‘a primeira vista, boa parte dos nomes constantes da lista nao serao necessariamente os cidadaos mais necessitados de casa em Luanda, poder-se-a’ supor que tais “beneficiarios” pretenderao negociar os respectivos apartamentos no “mercado secundario”, ou “paralelo”. Porem, dada a alegada “inviabilidade economica” do projecto (reportados precos acima da capacidade financeira dos cidadaos de rendimento baixo-medio), sera’ esse efectivamente um “bom negocio”?
  1. ‘A excepcao do grupo claramente designado como tendo “participado na campanha eleitoral”, o dos musicos, terao efectivamente todos os “listados” sido “agraciados” por “servicos prestados” ao MPLA?
E, finalmente, uma nota “marginal”, mas pessoalmente pertinente:

Porque sera’ que uma, “tao notoria”, “servidora do poder” e “pau mandado do JES”, como a autora destas linhas, nao consta de tal lista? Apenas por nao “se ter candidatado”?

*[Podera' consulta-la aqui]
 
 
Apenas algumas questoes:

  1. Depois de lhes terem ‘botado’ todos os defeitos possiveis e imaginarios – desde “defeitos de fabrico” (e.g. paredes a rachar) a outros “defeitos estruturais” (e.g. deficiente rede de distribuicao de agua, electricidade e telecomunicacoes, dificuldades de acesso rodoviario, etc.) – serao os apartamentos do Kilamba efectivamente a melhor “prenda” que o “todo poderoso partido-estado” tem para oferecer aos seus “melhores clientes”?
  1. E sera’ mesmo uma “prenda”, quando se lhes e’ “exigido” que efectuem “o deposito da primeira prestacao correspondente a tipologia pretendida” e apresentem, entre outros requisitos legais, o “ultimo titulo de vencimento”?
  1. Sendo designados “candidatos”, tera’ sido tal “candidatura” inequivocamente relacionada com a campanha eleitoral? Veja-se, a titulo de  exemplo, como a lista inclui, no grupo da "comunicacao social", com o numero 422, o recentemente falecido Aguiar dos Santos, o qual, pelos panegiricos que lhe foram tracados por altura do seu funeral, nao consta que fosse um "cliente" do "partido-estado"...
  1. Assumindo-se que, ‘a primeira vista, boa parte dos nomes constantes da lista nao serao necessariamente os cidadaos mais necessitados de casa em Luanda, poder-se-a’ supor que tais “beneficiarios” pretenderao negociar os respectivos apartamentos no “mercado secundario”, ou “paralelo”. Porem, dada a alegada “inviabilidade economica” do projecto (reportados precos acima da capacidade financeira dos cidadaos de rendimento baixo-medio), sera’ esse efectivamente um “bom negocio”?
  1. ‘A excepcao do grupo claramente designado como tendo “participado na campanha eleitoral”, o dos musicos, terao efectivamente todos os “listados” sido “agraciados” por “servicos prestados” ao MPLA?
E, finalmente, uma nota “marginal”, mas pessoalmente pertinente:

Porque sera’ que uma, “tao notoria”, “servidora do poder” e “pau mandado do JES”, como a autora destas linhas, nao consta de tal lista? Apenas por nao “se ter candidatado”?

*[Podera' consulta-la aqui]
 

Wednesday, 17 October 2012

"O CUSTO DO SILENCIO"



"This monograph is the first to identify an important theoretical overlap between Anglo-Saxon and Lusophone postcolonial theories: the systematic neglect of gender and sexual variables in the analysis of the marketing of cultural difference in the post colonial era. Drawing on the theoretical work of Graham Huggan and Boaventura de Sousa Santos, the author of this study discusses the political significance of this neglect by focusing on the asymmetrical positions occupied by two widely acclaimed Lusophone women writers, Paulina Chiziane of Mozambique and Lídia Jorge of Portugal. The book asks how these two contemporary writers deal with master narratives such as Lusofonia, exoticism, capitalism and post colonialism in their novels, and examines the implications of placing gender and sexual difference at the heart of the 'post colonial exotic'."

"Esta monografia e’ a primeira a identificar uma importante coincidencia (ou sobreposicao) conceptual nas teorias pos-coloniais Anglo-Saxonica e Lusofona: a sistematica negligencia das variaveis sexuais e de genero na publicitacao das diferencas culturais na era pos-colonial. Baseando-se no trabalho teorico de Graham Huggan e Boaventura de Sousa Santos, a autora deste estudo discute o significado politico dessa negligencia colocando o foco nas posicoes assimetricas ocupadas por duas bastante aclamadas escritoras Lusofonas, Paulina Chiziane de Mocambique e Lidia Jorge de Portugal. O livro interroga como estas duas escritoras contemporaneas lidam nas suas obras com narrativas matriciais tais como Lusofonia, exotismo, capitalismo e pos-colonialismo, e examina as implicacoes da colocacao da diferenca sexual e de genero no centro do ‘exotico pos-colonial’."

Assim reza a introducao a esta monografia inaugural de uma nova serie patrocinada pela Universidade de Oxford entitulada “Reconfigurando Identidades no Mundo Lusofono”, sobre a qual aqui postei no inicio desta semana.

Ocorrem-me as seguintes observacoes:

Este sera’, porventura, o primeiro trabalho de pendor teorico a debrucar-se sobre tais questoes. Mas nao e’, seguramente, o primeiro trabalho literario, ensaistico ou opinativo, a faze-lo.

Assumo plena responsabilidade do que (“atrevidamente”) acabo de afirmar:

Todas essas sao questoes com que me venho debatendo desde a minha juventude e que aparecem reflectidas no meu livro de poesia “Sabores, Odores & Sonho” e teem sido recorrentes em artigos de opiniao que venho publicando, especialmente no periodo pos-2002, primeiro no Semanario Angolense e, nos ultimos seis anos, no meu blog.

Nao tenho estado, portanto, em silencio sobre tais questoes. Bem pelo contrario: por nelas insistir, tenho pago um preco demasiado alto na minha vida pessoal, familiar, social e profissional. Esse tem sido o custo do “nao silencio” para mim.

O "custo do silencio" advem do facto de, sem falsas modestias, se o meu trabalho e opinioes sobre essas questoes nao fosse sistematicamente menosprezado, subestimado, subalternizado e, nos extremos, ignorado ou vilipendiado, talvez agora o credito pelo “pioneirismo” no tratamento estruturado e sistematizado destas questoes nao estivesse a ser atribuido a investigadores europeus…


"This monograph is the first to identify an important theoretical overlap between Anglo-Saxon and Lusophone postcolonial theories: the systematic neglect of gender and sexual variables in the analysis of the marketing of cultural difference in the post colonial era. Drawing on the theoretical work of Graham Huggan and Boaventura de Sousa Santos, the author of this study discusses the political significance of this neglect by focusing on the asymmetrical positions occupied by two widely acclaimed Lusophone women writers, Paulina Chiziane of Mozambique and Lídia Jorge of Portugal. The book asks how these two contemporary writers deal with master narratives such as Lusofonia, exoticism, capitalism and post colonialism in their novels, and examines the implications of placing gender and sexual difference at the heart of the 'post colonial exotic'."

"Esta monografia e’ a primeira a identificar uma importante coincidencia (ou sobreposicao) conceptual nas teorias pos-coloniais Anglo-Saxonica e Lusofona: a sistematica negligencia das variaveis sexuais e de genero na publicitacao das diferencas culturais na era pos-colonial. Baseando-se no trabalho teorico de Graham Huggan e Boaventura de Sousa Santos, a autora deste estudo discute o significado politico dessa negligencia colocando o foco nas posicoes assimetricas ocupadas por duas bastante aclamadas escritoras Lusofonas, Paulina Chiziane de Mocambique e Lidia Jorge de Portugal. O livro interroga como estas duas escritoras contemporaneas lidam nas suas obras com narrativas matriciais tais como Lusofonia, exotismo, capitalismo e pos-colonialismo, e examina as implicacoes da colocacao da diferenca sexual e de genero no centro do ‘exotico pos-colonial’."

Assim reza a introducao a esta monografia inaugural de uma nova serie patrocinada pela Universidade de Oxford entitulada “Reconfigurando Identidades no Mundo Lusofono”, sobre a qual aqui postei no inicio desta semana.

Ocorrem-me as seguintes observacoes:

Este sera’, porventura, o primeiro trabalho de pendor teorico a debrucar-se sobre tais questoes. Mas nao e’, seguramente, o primeiro trabalho literario, ensaistico ou opinativo, a faze-lo.

Assumo plena responsabilidade do que (“atrevidamente”) acabo de afirmar:

Todas essas sao questoes com que me venho debatendo desde a minha juventude e que aparecem reflectidas no meu livro de poesia “Sabores, Odores & Sonho” e teem sido recorrentes em artigos de opiniao que venho publicando, especialmente no periodo pos-2002, primeiro no Semanario Angolense e, nos ultimos seis anos, no meu blog.

Nao tenho estado, portanto, em silencio sobre tais questoes. Bem pelo contrario: por nelas insistir, tenho pago um preco demasiado alto na minha vida pessoal, familiar, social e profissional. Esse tem sido o custo do “nao silencio” para mim.

O "custo do silencio" advem do facto de, sem falsas modestias, se o meu trabalho e opinioes sobre essas questoes nao fosse sistematicamente menosprezado, subestimado, subalternizado e, nos extremos, ignorado ou vilipendiado, talvez agora o credito pelo “pioneirismo” no tratamento estruturado e sistematizado destas questoes nao estivesse a ser atribuido a investigadores europeus…

Sunday, 7 October 2012

A MORTE DE MARGARIDA MARANTE




Ainda nao estou refeita do choque.
Ainda nao consegui ter a certeza de que este (nao) e' verdadeiramente "o maior choque da minha vida".

Ela foi uma jornalista que nao creio que alguem que tenha vivido em Portugal antes ou durante o periodo em que la' vivi (1985-1995) nao tenha conhecido como uma Mulher - bonita (talvez o nariz nao fosse, quanto a mim, o seu melhor 'asset', mas o resto compensava...), elegante, extremamente inteligente e perspicaz e, para la' de tudo e de tod@s, uma imagem de probidade, propriedade, sanidade, sobriedade, seriedade e profissionalismo acima de qualquer suspeita, ou como diria o outro, "a prova de balas"!
Maria Elisa?... Manuela Moura Guedes?... Nao, pelo menos nas minhas contas elas nao contavam tanto como a Marante.
E assim ela ficou encapsulada no pequeno ecran da minha memoria ate' 1995 - Uma Grande Respeitavel Senhora Jornalista!

Ate' que, anteontem, aconteceu assim: aos 53 anos, morreu a jornalista Margarida Marante... Imediatamente me senti sensibilizada pela triste noticia e por isso a postei aqui. Apenas por isso: por aquela imagem encapsulada no pequeno ecran da minha memoria desde ha' quase 20 anos. Nunca mais soube nada do que deixei para tras em Portugal desde 1995. Nunca mais quiz saber. Mas a internet (que ainda nao existia na altura) encarrega-se agora de nos impor e de nos meter pelos olhos e pela vida adentro o que queremos e nao queremos saber. E assim soube que ela morreu de um ataque cardiaco...
Ate' ai nada de particularmente extraordinario.

Mas, algo na noticia me deixou com uma pulga atras da orelha: "(...) dramas da sua vida pessoal levaram-na ao abismo"...
Tentei entao saber mais. E... ainda nao estou recuperada do duplo choque!

Uma verdadeira estoria de Bebados, Bufos e Big Brothers!...
Pelo que li ate' agora parece resumir-se assim:

Casou-se pela segunda vez com um "macho dinamico de barba dura" que lhe destruiu completamente o Amor Proprio e a jogou "na sarjeta"... O fulano, tambem jornalista e, por sinal, um "retornado de Angola" cujo sobrenome continua a "possuir" um dos mais emblematicos musseques de Luanda, deixa-a entregue a um criminoso convicto e psicopata obcessivo que ele ajudara a sair da cadeia e de quem se torna "amigo do peito". Este por sua vez, feito seu "protector", aproveita-se da circunstancial vulnerabilidade dela para a envolver num relacionamento intimo com ele, que ela, num momento de lucidez, cedo decide terminar. Ao sentir-se rejeitado por ela, o psicopata arrasta-a para todos os infernos possiveis e imaginarios: espancamentos, violacoes (incluindo com cano de pistola pelo sexo adentro), sequestros, invasoes de domicilio, chantagens, etc. etc. etc.

Ela reage, luta, esperneia, denuncia, pede socorro: NINGUEM A OUVE!

Apesar de continuar a contar com o apoio e a casa do primeiro marido e pai dos seus tres filhos, a familia e os amigos ignoram o seu drama e abandonam-na 'a sua sorte: "proscrita" e "emparedada" entre o alcool e a droga.  E'... feitas as contas 'a vida, parece que tera' sido por aquele mesmo nariz "inoportuno" e por aquela boca "bem falante" que a morte lhe tera' entrado pelo corpo adentro...

Mas antes disso, ela, a grande entrevistadora, da' uma grande entrevista: formada em Direito e com experiencia profissional nessa area, quer voltar a ser quem era, dentro ou fora do pequeno ecran; conseguiu mandar o psicopata de volta para a cadeia de onde nunca devia ter saido; esteve numa clinica de desintoxicacao e conseguiu perder o excesso de peso; tem grandes projectos em maos; sente-se capaz de retomar a sua vida - com a inteligencia, perspicacia, profissionalismo  e competencia que se tornaram a sua 'trademark'. Afecta 'a Opus Dei, diz que so' se deixou envolver com o psicopata por "acreditar na humanidade" e nos "valores e principios da fe' crista" e por estar fragilizada pela relacao brutal que tivera com o tal "macho dinamico de barba dura", com quem gostaria de "nunca se ter encontrado", muito menos "casado". Mas que tudo estava resolvido quanto a ela. Que sempre fora muito discreta e recatada em relacao 'a sua vida privada, mas que tinha precisado de vir a publico denunciar o tormento a que estava sujeita e tambem "confessar os seus pecados".

Queria reclamar de volta o seu DIREITO 'A VIDA!
A Vida nao lhe deu esse Direito...
Foi hoje a enterrar.
 Paz 'a Sua Alma



[Quanto a mim, depois do choque, retomo a minha propria vida e substituo aquela imagem encapsulada no pequeno ecran da minha memoria por esta sua resposta, ha' dois anos, 'a pergunta "Não pensa escrever a sua história?" MM - Não a escrevi até agora, e também não o irei fazer. Hoje em dia toda a gente escreve livros a propósito de tudo e de nada. Tenho muito respeito pelos verdadeiros escritores.]




Ainda nao estou refeita do choque.
Ainda nao consegui ter a certeza de que este (nao) e' verdadeiramente "o maior choque da minha vida".

Ela foi uma jornalista que nao creio que alguem que tenha vivido em Portugal antes ou durante o periodo em que la' vivi (1985-1995) nao tenha conhecido como uma Mulher - bonita (talvez o nariz nao fosse, quanto a mim, o seu melhor 'asset', mas o resto compensava...), elegante, extremamente inteligente e perspicaz e, para la' de tudo e de tod@s, uma imagem de probidade, propriedade, sanidade, sobriedade, seriedade e profissionalismo acima de qualquer suspeita, ou como diria o outro, "a prova de balas"!
Maria Elisa?... Manuela Moura Guedes?... Nao, pelo menos nas minhas contas elas nao contavam tanto como a Marante.
E assim ela ficou encapsulada no pequeno ecran da minha memoria ate' 1995 - Uma Grande Respeitavel Senhora Jornalista!

Ate' que, anteontem, aconteceu assim: aos 53 anos, morreu a jornalista Margarida Marante... Imediatamente me senti sensibilizada pela triste noticia e por isso a postei aqui. Apenas por isso: por aquela imagem encapsulada no pequeno ecran da minha memoria desde ha' quase 20 anos. Nunca mais soube nada do que deixei para tras em Portugal desde 1995. Nunca mais quiz saber. Mas a internet (que ainda nao existia na altura) encarrega-se agora de nos impor e de nos meter pelos olhos e pela vida adentro o que queremos e nao queremos saber. E assim soube que ela morreu de um ataque cardiaco...
Ate' ai nada de particularmente extraordinario.

Mas, algo na noticia me deixou com uma pulga atras da orelha: "(...) dramas da sua vida pessoal levaram-na ao abismo"...
Tentei entao saber mais. E... ainda nao estou recuperada do duplo choque!

Uma verdadeira estoria de Bebados, Bufos e Big Brothers!...
Pelo que li ate' agora parece resumir-se assim:

Casou-se pela segunda vez com um "macho dinamico de barba dura" que lhe destruiu completamente o Amor Proprio e a jogou "na sarjeta"... O fulano, tambem jornalista e, por sinal, um "retornado de Angola" cujo sobrenome continua a "possuir" um dos mais emblematicos musseques de Luanda, deixa-a entregue a um criminoso convicto e psicopata obcessivo que ele ajudara a sair da cadeia e de quem se torna "amigo do peito". Este por sua vez, feito seu "protector", aproveita-se da circunstancial vulnerabilidade dela para a envolver num relacionamento intimo com ele, que ela, num momento de lucidez, cedo decide terminar. Ao sentir-se rejeitado por ela, o psicopata arrasta-a para todos os infernos possiveis e imaginarios: espancamentos, violacoes (incluindo com cano de pistola pelo sexo adentro), sequestros, invasoes de domicilio, chantagens, etc. etc. etc.

Ela reage, luta, esperneia, denuncia, pede socorro: NINGUEM A OUVE!

Apesar de continuar a contar com o apoio e a casa do primeiro marido e pai dos seus tres filhos, a familia e os amigos ignoram o seu drama e abandonam-na 'a sua sorte: "proscrita" e "emparedada" entre o alcool e a droga.  E'... feitas as contas 'a vida, parece que tera' sido por aquele mesmo nariz "inoportuno" e por aquela boca "bem falante" que a morte lhe tera' entrado pelo corpo adentro...

Mas antes disso, ela, a grande entrevistadora, da' uma grande entrevista: formada em Direito e com experiencia profissional nessa area, quer voltar a ser quem era, dentro ou fora do pequeno ecran; conseguiu mandar o psicopata de volta para a cadeia de onde nunca devia ter saido; esteve numa clinica de desintoxicacao e conseguiu perder o excesso de peso; tem grandes projectos em maos; sente-se capaz de retomar a sua vida - com a inteligencia, perspicacia, profissionalismo  e competencia que se tornaram a sua 'trademark'. Afecta 'a Opus Dei, diz que so' se deixou envolver com o psicopata por "acreditar na humanidade" e nos "valores e principios da fe' crista" e por estar fragilizada pela relacao brutal que tivera com o tal "macho dinamico de barba dura", com quem gostaria de "nunca se ter encontrado", muito menos "casado". Mas que tudo estava resolvido quanto a ela. Que sempre fora muito discreta e recatada em relacao 'a sua vida privada, mas que tinha precisado de vir a publico denunciar o tormento a que estava sujeita e tambem "confessar os seus pecados".

Queria reclamar de volta o seu DIREITO 'A VIDA!
A Vida nao lhe deu esse Direito...
Foi hoje a enterrar.
 Paz 'a Sua Alma



[Quanto a mim, depois do choque, retomo a minha propria vida e substituo aquela imagem encapsulada no pequeno ecran da minha memoria por esta sua resposta, ha' dois anos, 'a pergunta "Não pensa escrever a sua história?" MM - Não a escrevi até agora, e também não o irei fazer. Hoje em dia toda a gente escreve livros a propósito de tudo e de nada. Tenho muito respeito pelos verdadeiros escritores.]

Sunday, 16 September 2012

Mukanda as “Nossas Familias” [Actualizado]





Confesso que, ocasionalmente, tenho que dar razao a quem se sinta “justificado” para questionar a “minha inteligencia”…
E’ que, por vezes, perante coisas que parecem tornar-se imediatamente obvias para ‘todo o mundo’, eu sou de compreensao muiiiiito lennnnnnta!...
E’ o caso das varias vertentes da tristemente celebre campanha mediatica de que tenho sido alvo ha’ ja’ varios anos e especialmente desde que criei este blog.
Sao, efectivamente, varias essas vertentes, indo da pura inveja e odio irracionais por parte de gente que nunca me conheceu pessoalmente, ou do despeito de pessoas que se julgam mais merecedoras das coisas por que lutei e conquistei ate’ agora na vida, ou pelos ressaibos de quem um dia fantasiou, ou continua a fantasiar, ter um lugar na minha vida que nunca pode ou podera’ ter, indo ate’ as tacticas mais baixas de um jogo politico-partidario do qual nunca fiz, nem nunca quis fazer parte – o meu jogo, caso ainda seja necessario repeti-lo, e’ tao simples quanto isto: Paz, Democracia, Cidadania e Direitos Humanos para TODOS E TODAS – um jogo, portanto, que nao tem necessariamente que passar pelo campo politico-partidario e, muito menos, pelos seus mais baixos e sujos golpes; um jogo, portanto, em que “nao vale tudo”: nele vale acima de tudo a JUSTICA!

Assim, equacionar racional e congruentemente todas essas vertentes para compreender essa campanha, nao e’ tarefa facil, especialmente quando tudo se passa como num baile de mascaras com personagens cegos, surdos e mudos, escondidos por detras de cortinas de fumo e/ou de ferro… Por isso, perdoem-me os “questionadores da minha inteligencia” pela minha “comprensao lenta” sobre tudo isso!

Vem isto a proposito de apenas nos ultimos tempos (… alias, tal como me levou tempo demasiado para fazer a (radio) (bio) logi(c)a de “uma outra kampanha”…) se ter vindo a clarificar na minha mente uma dessas vertentes, que para outros ha’ muito se tera’ revelado obvia: chamemos-lhe “a questao das familias”… E essa clarificacao, devo-a a nas ultimas semanas ter sido levada a revisitar algumas vezes esta alocucao, da qual consta o seguinte paragrafo:

(…) 
"Essa reelaboracao possibilitaria, no interior do pais, o exercicio de uma pratica politica quotidianamente democratica, que concederia aos cidadaos o controlo de todo o sistema de actividades que constituem a nossa base civilizacional e facilitaria o tao ansiado regresso a Patria de tantos de nos que pugnamos por uma organizacao social eficiente e por um relacionamento entre os individuos onde o comportamento social digno e honesto ou o respeito pela liberdade, individualidade e direito a diferenca do outro, sao valores a cumprir escrupulosamente, e temos dificuldade em adaptarmo-nos a uma ordem social onde, ao interesse do cidadao nacional se sobrepoe amiude o poder economico ou o prestigio social que, quantas vezes injustificada e injustamente, sao concedidos ao cidadao estrangeiro; onde aos direitos do individuo se sobrepoe o poder discricionario de um estado cujas instituicoes raramente funcionam sem que tambem funcionem os esquemas da corrupcao mais ou menos generalizada; onde ‘a dignidade dos grandes valores, se sobrepoe, voluntaria ou involuntariamente, a “nomenclatura” das “grandes familias”."

Esta ultima frase, percebo-o agora, ter-me-ha’ colocado “em maus lencois”, ou “em rota de colisao” com as “nossas grandes familias”… E porque me levou tanto tempo a percebe-lo? Porque eu nao mencionei nomes e precedi-a das palavras “voluntaria ou involuntariamente”… Ou, dito de outro modo – e usando as palavras de Eleanor Roosevelt: “Great minds discuss ideas, average minds discuss events, small minds discuss people” –, nao tendo pretendido “discutir pessoas” (isso fazem o/as kuribotas), nem eventos (isso e’ suposto ser feito pelos “jornalistas”), eu tentei apenas “discutir ideias”, nao por me auto-considerar uma "great mind", mas sobretudo pelo respeito que me mereciam as pessoas (e familias) a quem dirigi aquela alocucao.

Mas, perante observacoes como esta, terei eu incorrido em alguma inverdade?

Qualquer que seja a resposta, devo aqui reiterar que nao pretendi visar nenhuma familia em particular, mas apenas o sistema de “nomenclatura” a que todos os angolanos teem estado sujeitos (incluindo, portanto, membros das tais “grandes familias”) desde a independencia.

[Publicado inicialmente a 17/06/2012]


CONTINUACAO


Tinha prometido continuar esta ‘mukanda’, mas entretanto outras prioridades se me impuseram.
A continuacao foi escrita ao mesmo tempo que a primeira parte que postei ha’ ja’ alguns meses e consistia basicamente em algumas ‘up-close and personal’ mensagens mais ou menos codificadas a alguns membros das nossas ‘grandes familias’ que conheci de mais ou menos perto, em alturas da vida do nosso pais Angola em que a bajulacao ainda nao era a moeda corrente em que se tornou hoje e em que alguns dos membros de tais familias ainda nao se tinham deixado ‘enclausurar’, voluntaria ou involuntariamente, nas “redomas de vidro” em que parecem viver em tempos mais recentes.

Em varios momentos desde que a escrevi cheguei a decidir nao a publicar precisamente por isso: para que se a nao confundisse com a bajulacao (ou ‘name dropping’) que ja’ nos vai enjoando (quando nao enojando) um pouco a todos, especialmente nestes tempos de Facebook e de "vale-tudismos" e "lambe-botismos" na luta pela "ascensao social" a qualquer preco.

E nao mudei de ideias, nao a vou publicar na sua versao original. Limitar-me-ei a mencionar alguns nomes que saberao, sem que eu as tenha que explicitar, as razoes porque os menciono neste contexto.  Nao o contexto de crispacao, animosidade e ate’ confrontacao que tem marcado um pouco os varios discursos – incluindo o meu, especialmente em situacoes que marcaram de forma problematica o curso da minha vida –, sobre o ‘lugar social’ dessas familias, em particular na Angola do pos-independencia, mas um contexto de tentativa de ‘racionalizacao’ de alguns conflitos, mais ou menos pessoais, que, se existem, nao teem sempre forcosamente que ser generalizados, nem a todas as familias envolvidas, nem a todas as situacoes e circunstancias a que se referem. E menos ainda, como cada vez mais se tem vindo a verificar, que ser oportunistica e manipulativamente usados por terceiros para criar conflitos pessoais ou inter-familiares onde eles nao teem qualquer cabimento.

E faco-o hoje especialmente porque a minha recente referencia ao Joao Vandunem (aqui) e ao Nazareth Vandunem (aqui) e os extractos que ontem postei (aqui) do ultimo “Hor@ga” do Gustavo Costa me levaram de volta a essa ja' quase esquecida ‘mukanda’.

Assim, sem mais delongas, para alem dos ja’ citados Joao e Nazareth, aqui ficam alguns outros nomes por quem tenho razoes para ter algum, maior ou menor, apreco – eles (excepto os que ja’ nao se encontram entre nos, ou talvez mesmo estes, onde quer que estejam…) saberao porque:

Zeca Vandunem, Quelinha Vandunem, Alda Vandunem, Francisca Vandunem, alguns dos irmaos Espirito Santo, Rui e Andre’ Mingas, Vicente e Justino Pinto de Andrade (… apesar dos ultimos pesares…) e seu falecido tio Mario, seu sobrinho homonimo ainda vivo, sua sobrinha Emilinha, a quem nao posso deixar de associar a Velha Guinhas, que foi um pouco Mae de todos eles e que tratou o meu filho, ainda bebe’, de “bucho virado”… e desculpem-me se a minha memoria nao me ajuda de momento a mencionar alguns outros que talvez devesse aqui rememorar. E falo apenas por mim, porque sei que alguns membros das geracoes mais velhas da minha familia terao as suas proprias razoes, provavelmente mais ponderosas, para se referirem sem azedume a alguns, os mesmos ou outros, membros dessas familias.

E pronto, ja’ nao podem dizer que “nunca vos fiz Boa Muxima”…

Tenham todos um bom Domingo em Familia!


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Rousseau +300




Confesso que, ocasionalmente, tenho que dar razao a quem se sinta “justificado” para questionar a “minha inteligencia”…
E’ que, por vezes, perante coisas que parecem tornar-se imediatamente obvias para ‘todo o mundo’, eu sou de compreensao muiiiiito lennnnnnta!...
E’ o caso das varias vertentes da tristemente celebre campanha mediatica de que tenho sido alvo ha’ ja’ varios anos e especialmente desde que criei este blog.
Sao, efectivamente, varias essas vertentes, indo da pura inveja e odio irracionais por parte de gente que nunca me conheceu pessoalmente, ou do despeito de pessoas que se julgam mais merecedoras das coisas por que lutei e conquistei ate’ agora na vida, ou pelos ressaibos de quem um dia fantasiou, ou continua a fantasiar, ter um lugar na minha vida que nunca pode ou podera’ ter, indo ate’ as tacticas mais baixas de um jogo politico-partidario do qual nunca fiz, nem nunca quis fazer parte – o meu jogo, caso ainda seja necessario repeti-lo, e’ tao simples quanto isto: Paz, Democracia, Cidadania e Direitos Humanos para TODOS E TODAS – um jogo, portanto, que nao tem necessariamente que passar pelo campo politico-partidario e, muito menos, pelos seus mais baixos e sujos golpes; um jogo, portanto, em que “nao vale tudo”: nele vale acima de tudo a JUSTICA!

Assim, equacionar racional e congruentemente todas essas vertentes para compreender essa campanha, nao e’ tarefa facil, especialmente quando tudo se passa como num baile de mascaras com personagens cegos, surdos e mudos, escondidos por detras de cortinas de fumo e/ou de ferro… Por isso, perdoem-me os “questionadores da minha inteligencia” pela minha “comprensao lenta” sobre tudo isso!

Vem isto a proposito de apenas nos ultimos tempos (… alias, tal como me levou tempo demasiado para fazer a (radio) (bio) logi(c)a de “uma outra kampanha”…) se ter vindo a clarificar na minha mente uma dessas vertentes, que para outros ha’ muito se tera’ revelado obvia: chamemos-lhe “a questao das familias”… E essa clarificacao, devo-a a nas ultimas semanas ter sido levada a revisitar algumas vezes esta alocucao, da qual consta o seguinte paragrafo:

(…) 
"Essa reelaboracao possibilitaria, no interior do pais, o exercicio de uma pratica politica quotidianamente democratica, que concederia aos cidadaos o controlo de todo o sistema de actividades que constituem a nossa base civilizacional e facilitaria o tao ansiado regresso a Patria de tantos de nos que pugnamos por uma organizacao social eficiente e por um relacionamento entre os individuos onde o comportamento social digno e honesto ou o respeito pela liberdade, individualidade e direito a diferenca do outro, sao valores a cumprir escrupulosamente, e temos dificuldade em adaptarmo-nos a uma ordem social onde, ao interesse do cidadao nacional se sobrepoe amiude o poder economico ou o prestigio social que, quantas vezes injustificada e injustamente, sao concedidos ao cidadao estrangeiro; onde aos direitos do individuo se sobrepoe o poder discricionario de um estado cujas instituicoes raramente funcionam sem que tambem funcionem os esquemas da corrupcao mais ou menos generalizada; onde ‘a dignidade dos grandes valores, se sobrepoe, voluntaria ou involuntariamente, a “nomenclatura” das “grandes familias”."

Esta ultima frase, percebo-o agora, ter-me-ha’ colocado “em maus lencois”, ou “em rota de colisao” com as “nossas grandes familias”… E porque me levou tanto tempo a percebe-lo? Porque eu nao mencionei nomes e precedi-a das palavras “voluntaria ou involuntariamente”… Ou, dito de outro modo – e usando as palavras de Eleanor Roosevelt: “Great minds discuss ideas, average minds discuss events, small minds discuss people” –, nao tendo pretendido “discutir pessoas” (isso fazem o/as kuribotas), nem eventos (isso e’ suposto ser feito pelos “jornalistas”), eu tentei apenas “discutir ideias”, nao por me auto-considerar uma "great mind", mas sobretudo pelo respeito que me mereciam as pessoas (e familias) a quem dirigi aquela alocucao.

Mas, perante observacoes como esta, terei eu incorrido em alguma inverdade?

Qualquer que seja a resposta, devo aqui reiterar que nao pretendi visar nenhuma familia em particular, mas apenas o sistema de “nomenclatura” a que todos os angolanos teem estado sujeitos (incluindo, portanto, membros das tais “grandes familias”) desde a independencia.

[Publicado inicialmente a 17/06/2012]


CONTINUACAO


Tinha prometido continuar esta ‘mukanda’, mas entretanto outras prioridades se me impuseram.
A continuacao foi escrita ao mesmo tempo que a primeira parte que postei ha’ ja’ alguns meses e consistia basicamente em algumas ‘up-close and personal’ mensagens mais ou menos codificadas a alguns membros das nossas ‘grandes familias’ que conheci de mais ou menos perto, em alturas da vida do nosso pais Angola em que a bajulacao ainda nao era a moeda corrente em que se tornou hoje e em que alguns dos membros de tais familias ainda nao se tinham deixado ‘enclausurar’, voluntaria ou involuntariamente, nas “redomas de vidro” em que parecem viver em tempos mais recentes.

Em varios momentos desde que a escrevi cheguei a decidir nao a publicar precisamente por isso: para que se a nao confundisse com a bajulacao (ou ‘name dropping’) que ja’ nos vai enjoando (quando nao enojando) um pouco a todos, especialmente nestes tempos de Facebook e de "vale-tudismos" e "lambe-botismos" na luta pela "ascensao social" a qualquer preco.

E nao mudei de ideias, nao a vou publicar na sua versao original. Limitar-me-ei a mencionar alguns nomes que saberao, sem que eu as tenha que explicitar, as razoes porque os menciono neste contexto.  Nao o contexto de crispacao, animosidade e ate’ confrontacao que tem marcado um pouco os varios discursos – incluindo o meu, especialmente em situacoes que marcaram de forma problematica o curso da minha vida –, sobre o ‘lugar social’ dessas familias, em particular na Angola do pos-independencia, mas um contexto de tentativa de ‘racionalizacao’ de alguns conflitos, mais ou menos pessoais, que, se existem, nao teem sempre forcosamente que ser generalizados, nem a todas as familias envolvidas, nem a todas as situacoes e circunstancias a que se referem. E menos ainda, como cada vez mais se tem vindo a verificar, que ser oportunistica e manipulativamente usados por terceiros para criar conflitos pessoais ou inter-familiares onde eles nao teem qualquer cabimento.

E faco-o hoje especialmente porque a minha recente referencia ao Joao Vandunem (aqui) e ao Nazareth Vandunem (aqui) e os extractos que ontem postei (aqui) do ultimo “Hor@ga” do Gustavo Costa me levaram de volta a essa ja' quase esquecida ‘mukanda’.

Assim, sem mais delongas, para alem dos ja’ citados Joao e Nazareth, aqui ficam alguns outros nomes por quem tenho razoes para ter algum, maior ou menor, apreco – eles (excepto os que ja’ nao se encontram entre nos, ou talvez mesmo estes, onde quer que estejam…) saberao porque:

Zeca Vandunem, Quelinha Vandunem, Alda Vandunem, Francisca Vandunem, alguns dos irmaos Espirito Santo, Rui e Andre’ Mingas, Vicente e Justino Pinto de Andrade (… apesar dos ultimos pesares…) e seu falecido tio Mario, seu sobrinho homonimo ainda vivo, sua sobrinha Emilinha, a quem nao posso deixar de associar a Velha Guinhas, que foi um pouco Mae de todos eles e que tratou o meu filho, ainda bebe’, de “bucho virado”… e desculpem-me se a minha memoria nao me ajuda de momento a mencionar alguns outros que talvez devesse aqui rememorar. E falo apenas por mim, porque sei que alguns membros das geracoes mais velhas da minha familia terao as suas proprias razoes, provavelmente mais ponderosas, para se referirem sem azedume a alguns, os mesmos ou outros, membros dessas familias.

E pronto, ja’ nao podem dizer que “nunca vos fiz Boa Muxima”…

Tenham todos um bom Domingo em Familia!


POST RELACIONADO:

Rousseau +300

Saturday, 15 September 2012

COM A "VERDADE" ME ENGANAS!...





OU

Slowly but surely, the truth comes afloat...


Mentiras! Só mentiras! Sempre mentiras! É disso, que andamos a viver ao longo de anos. Mentiras envenenadas. Aterradoras. Eternas mentiras! Mentiras que ao longo do tempo, envinagraram
a história. É assim. Sempre foi assim. No desporto. Mas também na cultura. E ainda na vida social. E, inevitavelmente também na política.
Ninguém por certo, com idade adulta, ter-se-á esquecido do poder corrosive
da máquina de propaganda do MPLA quando, em plenos anos da brasa de 74/75, anunciou ao mundo que a FNLA comia corações! A manipulação foi tão eficaz que até os próprios militantes deste movimento acreditaram! E, depois, antes ou depois pouco interessa agora, foi fabricada a história da bomba falsamente atribuída também à FNLA, que deflagraria então nas instalações de “A Província de Angola” cujo proprietário era Rui Correia de Freitas. Tudo mentira!
(...)
Vindos das matas, os chamados movimentos de libertação transportavam na lapela o emblema da liberdade e da democracia. Mentira! Os três juntos não passavam então de capelas da intolerância, da autocracia e da exclusão. O tempo, é claro, passou. No interior desses movimentos registaram-se muitas metamorfoses. Mas, as mentiras continuaram. Aqui e lá fora.
(…)
Aqui dentro não resistimos, ao longo da história, a arte de mentir. Como aconteceu na Jamba quando, em 1992, se proclamou: primeiro os angolanos! Segundo os angolanos! Terceiro os angolanos! Mentira! Empurraram-nos primeiro para a fogueira. Depois para uma nova e mais sangrenta guerra! Não foi, porém, a última mentira. Quem esteve naquele “santuário” da UNITA, de regresso garantiu à opinião pública, que, divertidos, com Tito Chingunji e Wilson dos Santos, gozavam de boa saúde. Mentira! Estavam, há muito, mortos…
(…)
Mas, de mentira em mentira não ficamos por aqui. Dizíamos ser intransigentes no combate ao racismo e ao tribalismo e ao que se designava por “liberalismo”. Mentira! Incorporamos, dentro de nós, o virus daquelas duas pragas e já não escondemos o tom ostensivo com que as exibimos para camuflar a nossa eloquente incompetência.
(…)
Fizemos gala da eficácia da lei da probidade como garante da transparência na gestão da coisa pública. Mentira! Gestores públicos ao mais alto nível e políticos com a mais alta responsabilidade foram os primeiros a violá-la!
(…)
Os partidos da oposição apresentaram-se como guardiões da pureza democrática. Mentira! Na generalidade dos casos permanecem avessos à liberdade e à cultura da crítica e não escondem as suas tentações totalitárias.
(…)
Asseguramos à opinião pública uma comunicação social plural e isenta. Mentira! Assistimos, de forma escandalosa, a uma grosseira manipulação da informação por parte dos órgãos de propaganda do Estado. E, lá volto eu, a Ian Leslie. Porquê? “Porque não conseguimos viver sem mentir”. É feio. Muito feio mesmo…

[Gustavo Costa - "Mentiras Natas", in NJ#242, 07/09/12]

Estamos a ser empurrados por nós próprios. Mas, entre nós, há quem se afirme como pertencendo a famílias mais representativas do que o resto da população. Mentira! Porque essas famílias, de “sangue azul”, padecem de amenésia, como se não soubéssemos a sua origem, esquecendo-se de que todos nós sabemos o que por lá perfila tudo: intelectuais honestos, exímios funcionários públicos, respeitosos chefes de família mas também antigos agentes da PIDE ou carrascos da DISA.
(…)
Metemos na cabeça que cultivamos um jornalismo de excelência. Mentira! Continuamos a não saber escrever e a não saber falar! Não estamos a ter capacidade para atrair novos leitores, ouvintes ou telespectadores. O jornalismo de investigação inexiste entre nós. Somos ainda muito medíocres!
Acreditamos que, como jornalistas, somos um modelo de integridade profissional. Outra mentira! Temos aversão ao contraditório. Caluniamos de forma gratuita os políticos e governantes. Invadimos a vida privada de figuras públicas. Algumas publicações, em condições normais, por essas e outras razões atentatórias às regras de um jornalismo responsável e eticamente irrepreensível, já teriam, há muito tempo, sido banidas da circulação.
Vergastamos a corrupção mas esquecemo-nos de que em muitos casos escrevemos por encomenda e não resistimos a tentação de sermos igualmente corrompidos. Fazemos grosseira chantagem para extorquir dinheiro aos empresários e, depois queremos dar lições de moral à sociedade.
Falamos da baixeza dos outros mas somos igualmente baixos!
Estamos longe, por isso, de ser, do ponto de vista moral, um exemplo de dignidade.
(…)
Depois, meus caros compatriotas, não me venham dizer que não foram avisados. Não digam que eu não disse o que outros, antes de mim, com muito maior autoridade do que eu, já disseram. É claro, que qualquer aviso nesta matéria, é pura coincidência. Porque, confesso, o mentiroso, aqui sou eu…
[Gustavo Costa - "A Minha Confissao de Mentiras", in NJ#243, 14/09/12]





OU

Slowly but surely, the truth comes afloat...


Mentiras! Só mentiras! Sempre mentiras! É disso, que andamos a viver ao longo de anos. Mentiras envenenadas. Aterradoras. Eternas mentiras! Mentiras que ao longo do tempo, envinagraram
a história. É assim. Sempre foi assim. No desporto. Mas também na cultura. E ainda na vida social. E, inevitavelmente também na política.
Ninguém por certo, com idade adulta, ter-se-á esquecido do poder corrosive
da máquina de propaganda do MPLA quando, em plenos anos da brasa de 74/75, anunciou ao mundo que a FNLA comia corações! A manipulação foi tão eficaz que até os próprios militantes deste movimento acreditaram! E, depois, antes ou depois pouco interessa agora, foi fabricada a história da bomba falsamente atribuída também à FNLA, que deflagraria então nas instalações de “A Província de Angola” cujo proprietário era Rui Correia de Freitas. Tudo mentira!
(...)
Vindos das matas, os chamados movimentos de libertação transportavam na lapela o emblema da liberdade e da democracia. Mentira! Os três juntos não passavam então de capelas da intolerância, da autocracia e da exclusão. O tempo, é claro, passou. No interior desses movimentos registaram-se muitas metamorfoses. Mas, as mentiras continuaram. Aqui e lá fora.
(…)
Aqui dentro não resistimos, ao longo da história, a arte de mentir. Como aconteceu na Jamba quando, em 1992, se proclamou: primeiro os angolanos! Segundo os angolanos! Terceiro os angolanos! Mentira! Empurraram-nos primeiro para a fogueira. Depois para uma nova e mais sangrenta guerra! Não foi, porém, a última mentira. Quem esteve naquele “santuário” da UNITA, de regresso garantiu à opinião pública, que, divertidos, com Tito Chingunji e Wilson dos Santos, gozavam de boa saúde. Mentira! Estavam, há muito, mortos…
(…)
Mas, de mentira em mentira não ficamos por aqui. Dizíamos ser intransigentes no combate ao racismo e ao tribalismo e ao que se designava por “liberalismo”. Mentira! Incorporamos, dentro de nós, o virus daquelas duas pragas e já não escondemos o tom ostensivo com que as exibimos para camuflar a nossa eloquente incompetência.
(…)
Fizemos gala da eficácia da lei da probidade como garante da transparência na gestão da coisa pública. Mentira! Gestores públicos ao mais alto nível e políticos com a mais alta responsabilidade foram os primeiros a violá-la!
(…)
Os partidos da oposição apresentaram-se como guardiões da pureza democrática. Mentira! Na generalidade dos casos permanecem avessos à liberdade e à cultura da crítica e não escondem as suas tentações totalitárias.
(…)
Asseguramos à opinião pública uma comunicação social plural e isenta. Mentira! Assistimos, de forma escandalosa, a uma grosseira manipulação da informação por parte dos órgãos de propaganda do Estado. E, lá volto eu, a Ian Leslie. Porquê? “Porque não conseguimos viver sem mentir”. É feio. Muito feio mesmo…

[Gustavo Costa - "Mentiras Natas", in NJ#242, 07/09/12]

Estamos a ser empurrados por nós próprios. Mas, entre nós, há quem se afirme como pertencendo a famílias mais representativas do que o resto da população. Mentira! Porque essas famílias, de “sangue azul”, padecem de amenésia, como se não soubéssemos a sua origem, esquecendo-se de que todos nós sabemos o que por lá perfila tudo: intelectuais honestos, exímios funcionários públicos, respeitosos chefes de família mas também antigos agentes da PIDE ou carrascos da DISA.
(…)
Metemos na cabeça que cultivamos um jornalismo de excelência. Mentira! Continuamos a não saber escrever e a não saber falar! Não estamos a ter capacidade para atrair novos leitores, ouvintes ou telespectadores. O jornalismo de investigação inexiste entre nós. Somos ainda muito medíocres!
Acreditamos que, como jornalistas, somos um modelo de integridade profissional. Outra mentira! Temos aversão ao contraditório. Caluniamos de forma gratuita os políticos e governantes. Invadimos a vida privada de figuras públicas. Algumas publicações, em condições normais, por essas e outras razões atentatórias às regras de um jornalismo responsável e eticamente irrepreensível, já teriam, há muito tempo, sido banidas da circulação.
Vergastamos a corrupção mas esquecemo-nos de que em muitos casos escrevemos por encomenda e não resistimos a tentação de sermos igualmente corrompidos. Fazemos grosseira chantagem para extorquir dinheiro aos empresários e, depois queremos dar lições de moral à sociedade.
Falamos da baixeza dos outros mas somos igualmente baixos!
Estamos longe, por isso, de ser, do ponto de vista moral, um exemplo de dignidade.
(…)
Depois, meus caros compatriotas, não me venham dizer que não foram avisados. Não digam que eu não disse o que outros, antes de mim, com muito maior autoridade do que eu, já disseram. É claro, que qualquer aviso nesta matéria, é pura coincidência. Porque, confesso, o mentiroso, aqui sou eu…
[Gustavo Costa - "A Minha Confissao de Mentiras", in NJ#243, 14/09/12]

Wednesday, 12 September 2012

QUEM “PENSA” O QUE?...


 “take 1”

Margarida Paredes - Quando a crítica ao MPLA sai dos corredores, sim dos corredores porque fora dos corredores os militantes votam por unanimidade e aclamação (tirando honrosas excepções como o mais velho Lukoki que confrontou JES directamente), os criticos são acusados de quererem visibilidade, de oportunismo político, de estarem a tentar se promoverem. No MPLA o debate tem que ser à porta fechada, no circulo secreto dos eleitos do partido, ...
no espaço fechado da politica partidária. Trazer as criticas para o espaço publico, à luz do dia, é visto como traição ao partido-nação! O MPLA não está habituado às regras do jogo democrático e criticas como esta criam mal-estar como se quem as enuncia fosse um corpo estranho, um traidor! Na verdade, gestos destes expõem a submissão e subalternização dos outros militantes ao chefe, expõem a inferioridade dos que rastejam à volta do "pai grande" e das suas redes de clientelismo. Para se ir contra a corrente da maior parte é preciso muita coragem!

“take 2”

Reginaldo Silva Não aceito que me ponham palavras na boca, mas gosto de abocanhar as palavras dos outros e das outras quando elas conseguem dizer de forma tão brilhante o que eu penso.
Este "poema" é dedicado à Margarida Paredes. Quando eu for grande quero ser como tu, mulher...

“take 3”

Margarida Paredes Reginaldo Silva querido muito obrigada pelo elogio, soube-me bem! Beijinhos

(…)

Miguel Filho Quem é o autor deste poema?

(…)

THE TAKE

[Extracto de uma entrevista de Pepetela ao Novo Jornal - 23/03/2012]

Quando diz que os interesses coíbem a liberdade de expressão, a que interesses se refere? Isso quer dizer que o MPLA se transformou num partido clientelista?

Pepetela - Em certa medida e em relação a uns tantos membros, o MPLA parece clientelista, pois eles se aproveitam do facto de serem militantes para obterem benefícios. Não falo da grande massa de militantes e simpatizantes que pouco ganham com o facto de o serem. Mas a nível de responsáveis, muitos têm negócios que só prosperam por causa da sua posição política. E ostentam as riquezas de forma pornográfica, por isso não há como enganar.

“LUKOKI DISSE O QUE MUITOS PENSAVAM ”

O que lhe parece a “ousadia” de Lukoki durante a última reunião do Comité central onde terá levantado a questão da distribuição da riqueza nacional e a da sucessão como pontos para uma próxima reunião do CC, por sinal agendada para esta sexta-feira.

Pepetela - O Ambrósio Lukoki, de quem me orgulho de ser amigo, é um homem vertical, de grande coragem e frontalidade, qualidades essas que lhe têm valido problemas sérios. Ele só teve a ousadia de dizer o que mais de metade da sala pensava mas, como sempre, cala. Fora, batem-lhe nas costas a dizer, falaste bem. Lá dentro, nem o defendem dos mesmos mabecos de sempre, a tentar morder as canelas dos grandes homens.
[AQUI]

 “take 1”

Margarida Paredes - Quando a crítica ao MPLA sai dos corredores, sim dos corredores porque fora dos corredores os militantes votam por unanimidade e aclamação (tirando honrosas excepções como o mais velho Lukoki que confrontou JES directamente), os criticos são acusados de quererem visibilidade, de oportunismo político, de estarem a tentar se promoverem. No MPLA o debate tem que ser à porta fechada, no circulo secreto dos eleitos do partido, ...
no espaço fechado da politica partidária. Trazer as criticas para o espaço publico, à luz do dia, é visto como traição ao partido-nação! O MPLA não está habituado às regras do jogo democrático e criticas como esta criam mal-estar como se quem as enuncia fosse um corpo estranho, um traidor! Na verdade, gestos destes expõem a submissão e subalternização dos outros militantes ao chefe, expõem a inferioridade dos que rastejam à volta do "pai grande" e das suas redes de clientelismo. Para se ir contra a corrente da maior parte é preciso muita coragem!

“take 2”

Reginaldo Silva Não aceito que me ponham palavras na boca, mas gosto de abocanhar as palavras dos outros e das outras quando elas conseguem dizer de forma tão brilhante o que eu penso.
Este "poema" é dedicado à Margarida Paredes. Quando eu for grande quero ser como tu, mulher...

“take 3”

Margarida Paredes Reginaldo Silva querido muito obrigada pelo elogio, soube-me bem! Beijinhos

(…)

Miguel Filho Quem é o autor deste poema?

(…)

THE TAKE

[Extracto de uma entrevista de Pepetela ao Novo Jornal - 23/03/2012]

Quando diz que os interesses coíbem a liberdade de expressão, a que interesses se refere? Isso quer dizer que o MPLA se transformou num partido clientelista?

Pepetela - Em certa medida e em relação a uns tantos membros, o MPLA parece clientelista, pois eles se aproveitam do facto de serem militantes para obterem benefícios. Não falo da grande massa de militantes e simpatizantes que pouco ganham com o facto de o serem. Mas a nível de responsáveis, muitos têm negócios que só prosperam por causa da sua posição política. E ostentam as riquezas de forma pornográfica, por isso não há como enganar.

“LUKOKI DISSE O QUE MUITOS PENSAVAM ”

O que lhe parece a “ousadia” de Lukoki durante a última reunião do Comité central onde terá levantado a questão da distribuição da riqueza nacional e a da sucessão como pontos para uma próxima reunião do CC, por sinal agendada para esta sexta-feira.

Pepetela - O Ambrósio Lukoki, de quem me orgulho de ser amigo, é um homem vertical, de grande coragem e frontalidade, qualidades essas que lhe têm valido problemas sérios. Ele só teve a ousadia de dizer o que mais de metade da sala pensava mas, como sempre, cala. Fora, batem-lhe nas costas a dizer, falaste bem. Lá dentro, nem o defendem dos mesmos mabecos de sempre, a tentar morder as canelas dos grandes homens.

Monday, 10 September 2012

Aguiar dos Santos: “Requiem” para um grupo de jornalistas angolanos? (Revisto)




Tinha ultrapassado a fasquia dos 55 anos, mas nao muito mais do que isso. Faleceu vitima de doenca prolongada envolvendo diabetes e uma perna amputada – condicao a que certamente nao tera’ sido estranho o consumo exagerado de alcool. Essa vai sendo, lamentavelmente, uma tendencia que parece vir a instalar-se cada vez mais entre um grupo de jornalistas dessa faixa etaria, sendo alguns um pouco mais novos, com quem me cruzei, mais de perto ou mais de longe, quando passei brevemente pela profissao. Deles lamento nao poder dizer que tenho saudades – infelizmente.

Ou seja, e para ser perfeitamente honesta, excepto de um ou de outro: por exemplo do Mario Campos, infelizmente tambem ja’ tragicamente falecido num "alcohol-related car accident", ou de um outro Campos, o Graca, tambem a debater-se com o mesmo tipo de diabetes que acabaram de vitimar o Aguiar e por quem, “apesar dos pesares”, ainda reservo alguma simpatia. E que me desculpe algum outro que porventura eu esteja, por qualquer lapso de memoria, a excluir desta “amostra” de apenas dois “exemplares”, mas o facto e’ que, de momento, nao consigo juntar-lhes mais nenhum outro nome. Talvez o Nazareth Vandunem – mas esse meu bom amigo, mais da Angop da Luciano Cordeiro do que da do Kinaxixi, nao o incluo no grupo a quem dedico este “requiem”. Tal como nao incluo alguns outros, como o Americo Goncalves, ou o Joao Melo, por exemplo.

O que explica o facto de, em cerca de 30 anos depois de ter saido da Agencia, nunca mais os ter sequer visto, sendo que com alguns deles, como um certo BBBB, nunca sequer me cheguei a cruzar no curto periodo em que fui “jornalista” – nem depois. O que explica tambem o facto de quando, nos ultimos anos, retomei o contacto, ‘a distancia, com alguns deles, o tenha feito, nao sem “reticencias” mas, certamente, com a secreta esperanca de que o “mau tempo no canal” ja’ tivesse passado…

Mas nao: toda a "karga pesada" das energias negativas que eles foram acumulando ao longo das decadas desde aquele tempo acabou por desabar sobre mim como a pior “tempestade” que alguem pode esperar ter que confrontar na vida. Todo o “tempo de sonho” que tentei guardar daquele periodo, desmoronou-se como o mais negro pesadelo com que alguma vez imaginei me pudesse vir a debater numa altura da minha vida em que tambem ja’ ultrapassei a fasquia dos 50 e tudo quanto desejava para mim, e para todos os Angolanos, era apenas um pouco de paz, tranquilidade e dignidade - em suma: O DIREITO 'A VIDA! Algo como “cumprindo o tempo do poema, parido assim em desespero, quando de paz se quer alado, se desfaz como suspiro, na boca ao lado.”

Conheci o Aguiar na Angop, nos idos de 79-81, e dele so’ me lembro de ter recebido “bad vibes”. Ele fazia parte de um grupo de jornalistas, quase todos nos ultimos anos ligados ‘a imprensa privada, que exerceu a profissao com, mais do que uma maior ou menor entrega, um determinado estilo de vida pouco saudavel, tanto fisica, como mental e espiritualmente - para dizer o minimo! Teem, no entanto, conseguido viver alguns anos mais do que o seu “saudoso Svengali” ou, ja’ agora, do que um certo “Coitado”, que nao conseguiram sequer dobrar o “cabo dos 50” - talvez por estes terem acrescentado ao alcool outras "substancias inominaveis". E, pelo menos nisso, podem considerar-se "felizes".

Digo adeus ao Aguiar desta forma, um tanto amarga, contrariando conscientemente a tradicao de nestes momentos apenas se tecerem panegiricos a quem nos deixa e cujo destino sabemos iremos todos seguir mais cedo ou mais tarde, porque gostaria, muito sinceramente, que o grupo de jornalistas que ele representou e as geracoes que os seguem e pretendem, naturalmente, adopta-los como “role models”, aproveitassem este momento para reflectirem seriamente (e isso seria o minimo exigivel de quem gasta tantos rios de tinta a exigir responsabilizacao dos governantes e outras pessoas publicas, ja' para nao falar nas palavras de condenacao que dirigem, hipocritamente, ao alcoolismo no seio das camadas mais jovens e ao 'lip service' que prestam ao "resgate dos valores e principios morais") sobre as suas opcoes de vida.

E, sobretudo, nas consequencias da “projeccao” de tais opcoes na vida de outras pessoas, especialmente mulheres (e criancas) – e nisso eles teem-se demonstrado “eximios mestres” do machismo, sexismo, misoginia, arrogancia, laxismo e irresponsabilidade, quando nao do racismo mais ou menos disfarcado (... no que sao histericamente incentivados por certas flausinas carentes, predadoras e sado-masoquistas que os consideram "queridos, intocaveis e machos dinamicos de barba dura"!...) –, que, como eu, nunca delas quizeram partilhar e que, precisamente por isso, eles tendem a tomar como “alvos a abater”, ou a arrastar a “golpes de (aka)martelo” para os seus “tugurios de vida” ou “leitos de morte”. Por isso acabamos por ter para com eles uma atitude que pode ser expressa por estas palavras: “vao morrer longe”!... 

E tudo porque, quem eles “elegem” suas vitimas preferidas, e’ quem tenha decidido seguir outros caminhos, mesmo se dentro do jornalismo, que vieram, com maior ou menor sucesso, a desembocar em realizacoes pessoais de maior merito, pelo esforco, sacrificio, abnegacao, disciplina e, acima de tudo, responsabilidade, que envolveram ao longo de toda uma vida... "da inveja e do odio" - ja' ouviram falar?...

E, pior do que tentarem arrastar 'a viva forca as suas vitimas para os seus fatidicos destinos, tentam ainda "by any means necessary", eles ou os seus "amigos do copo" que os sobrevivem, cobardemente culpabiliza-las pelas suas opcoes de vida, frustracoes e... mortes prematuras e inglorias! Em resumo, aos que sobrevivem o Aguiar tenho apenas esta mensagem: meus caros, e' tempo de se fazerem, e se demonstrarem, HOMENS!

Desculpem-me se isto soa a “demasiado amor proprio”, mas essa parece ser efectivamente a triste realidade dos factos.

Nao deixo, no entanto, de expressar ‘a familia enlutada os meus mais sinceros votos de pesar e de desejar Paz a Alma do Aguiar.

[Mais detalhes aqui]




Tinha ultrapassado a fasquia dos 55 anos, mas nao muito mais do que isso. Faleceu vitima de doenca prolongada envolvendo diabetes e uma perna amputada – condicao a que certamente nao tera’ sido estranho o consumo exagerado de alcool. Essa vai sendo, lamentavelmente, uma tendencia que parece vir a instalar-se cada vez mais entre um grupo de jornalistas dessa faixa etaria, sendo alguns um pouco mais novos, com quem me cruzei, mais de perto ou mais de longe, quando passei brevemente pela profissao. Deles lamento nao poder dizer que tenho saudades – infelizmente.

Ou seja, e para ser perfeitamente honesta, excepto de um ou de outro: por exemplo do Mario Campos, infelizmente tambem ja’ tragicamente falecido num "alcohol-related car accident", ou de um outro Campos, o Graca, tambem a debater-se com o mesmo tipo de diabetes que acabaram de vitimar o Aguiar e por quem, “apesar dos pesares”, ainda reservo alguma simpatia. E que me desculpe algum outro que porventura eu esteja, por qualquer lapso de memoria, a excluir desta “amostra” de apenas dois “exemplares”, mas o facto e’ que, de momento, nao consigo juntar-lhes mais nenhum outro nome. Talvez o Nazareth Vandunem – mas esse meu bom amigo, mais da Angop da Luciano Cordeiro do que da do Kinaxixi, nao o incluo no grupo a quem dedico este “requiem”. Tal como nao incluo alguns outros, como o Americo Goncalves, ou o Joao Melo, por exemplo.

O que explica o facto de, em cerca de 30 anos depois de ter saido da Agencia, nunca mais os ter sequer visto, sendo que com alguns deles, como um certo BBBB, nunca sequer me cheguei a cruzar no curto periodo em que fui “jornalista” – nem depois. O que explica tambem o facto de quando, nos ultimos anos, retomei o contacto, ‘a distancia, com alguns deles, o tenha feito, nao sem “reticencias” mas, certamente, com a secreta esperanca de que o “mau tempo no canal” ja’ tivesse passado…

Mas nao: toda a "karga pesada" das energias negativas que eles foram acumulando ao longo das decadas desde aquele tempo acabou por desabar sobre mim como a pior “tempestade” que alguem pode esperar ter que confrontar na vida. Todo o “tempo de sonho” que tentei guardar daquele periodo, desmoronou-se como o mais negro pesadelo com que alguma vez imaginei me pudesse vir a debater numa altura da minha vida em que tambem ja’ ultrapassei a fasquia dos 50 e tudo quanto desejava para mim, e para todos os Angolanos, era apenas um pouco de paz, tranquilidade e dignidade - em suma: O DIREITO 'A VIDA! Algo como “cumprindo o tempo do poema, parido assim em desespero, quando de paz se quer alado, se desfaz como suspiro, na boca ao lado.”

Conheci o Aguiar na Angop, nos idos de 79-81, e dele so’ me lembro de ter recebido “bad vibes”. Ele fazia parte de um grupo de jornalistas, quase todos nos ultimos anos ligados ‘a imprensa privada, que exerceu a profissao com, mais do que uma maior ou menor entrega, um determinado estilo de vida pouco saudavel, tanto fisica, como mental e espiritualmente - para dizer o minimo! Teem, no entanto, conseguido viver alguns anos mais do que o seu “saudoso Svengali” ou, ja’ agora, do que um certo “Coitado”, que nao conseguiram sequer dobrar o “cabo dos 50” - talvez por estes terem acrescentado ao alcool outras "substancias inominaveis". E, pelo menos nisso, podem considerar-se "felizes".

Digo adeus ao Aguiar desta forma, um tanto amarga, contrariando conscientemente a tradicao de nestes momentos apenas se tecerem panegiricos a quem nos deixa e cujo destino sabemos iremos todos seguir mais cedo ou mais tarde, porque gostaria, muito sinceramente, que o grupo de jornalistas que ele representou e as geracoes que os seguem e pretendem, naturalmente, adopta-los como “role models”, aproveitassem este momento para reflectirem seriamente (e isso seria o minimo exigivel de quem gasta tantos rios de tinta a exigir responsabilizacao dos governantes e outras pessoas publicas, ja' para nao falar nas palavras de condenacao que dirigem, hipocritamente, ao alcoolismo no seio das camadas mais jovens e ao 'lip service' que prestam ao "resgate dos valores e principios morais") sobre as suas opcoes de vida.

E, sobretudo, nas consequencias da “projeccao” de tais opcoes na vida de outras pessoas, especialmente mulheres (e criancas) – e nisso eles teem-se demonstrado “eximios mestres” do machismo, sexismo, misoginia, arrogancia, laxismo e irresponsabilidade, quando nao do racismo mais ou menos disfarcado (... no que sao histericamente incentivados por certas flausinas carentes, predadoras e sado-masoquistas que os consideram "queridos, intocaveis e machos dinamicos de barba dura"!...) –, que, como eu, nunca delas quizeram partilhar e que, precisamente por isso, eles tendem a tomar como “alvos a abater”, ou a arrastar a “golpes de (aka)martelo” para os seus “tugurios de vida” ou “leitos de morte”. Por isso acabamos por ter para com eles uma atitude que pode ser expressa por estas palavras: “vao morrer longe”!... 

E tudo porque, quem eles “elegem” suas vitimas preferidas, e’ quem tenha decidido seguir outros caminhos, mesmo se dentro do jornalismo, que vieram, com maior ou menor sucesso, a desembocar em realizacoes pessoais de maior merito, pelo esforco, sacrificio, abnegacao, disciplina e, acima de tudo, responsabilidade, que envolveram ao longo de toda uma vida... "da inveja e do odio" - ja' ouviram falar?...

E, pior do que tentarem arrastar 'a viva forca as suas vitimas para os seus fatidicos destinos, tentam ainda "by any means necessary", eles ou os seus "amigos do copo" que os sobrevivem, cobardemente culpabiliza-las pelas suas opcoes de vida, frustracoes e... mortes prematuras e inglorias! Em resumo, aos que sobrevivem o Aguiar tenho apenas esta mensagem: meus caros, e' tempo de se fazerem, e se demonstrarem, HOMENS!

Desculpem-me se isto soa a “demasiado amor proprio”, mas essa parece ser efectivamente a triste realidade dos factos.

Nao deixo, no entanto, de expressar ‘a familia enlutada os meus mais sinceros votos de pesar e de desejar Paz a Alma do Aguiar.

[Mais detalhes aqui]

Thursday, 6 September 2012

PORQUE QUE ESSA GENTE NUNCA MAIS APRENDE?!


E a mulher africana, entre a cultura e o novo mundo?

Ela agora tem vida nocturna, bebe, namora… Há evolução. Mas o que me inquieta é o desmembramento da família. Há as que querem ter filhos e manter a sua independência, mas isso depois tem consequências nos filhos. Qual será a socialização desses filhos? E que tipo de sociedade estamos a construir? Há a evolução da mulher, que é positivo. Estão no mundo académico, etc. o que me inquieta é a obsessão pelo frívolo, pelo material… temos de olhar para as mães que sofreram. Vejamos a história dos nacionalistas angolanos que passaram muito tempo nas prisões, quem sustentou e educou as famílias foram as mulheres, mas eram mulheres com outras preocupações, não a busca pelo cabelo brasileiro … a imagem. Somos muito o produto da educação e relação com as nossas mães, mas se ela não está contente com o que é, tem que ter um determinado aspecto, tem de ir ao Brasil arranjar o nariz e a barriga … naqueles tempos o importante era a solidez da mulher.
[...]
Nós perdemos a dignidade, não sabemos do nosso potencial, da nossa cultura, da nossa força perante o mundo. A diáspora vai ajudar a recuperar essa autoconfiança e a identificar quais são os nossos interesses. A Dambiza Moyo é uma intelectual que trabalhou para o Goldman Sach, trabalhou para vários bancos e vai comentando, em circuitos mais elevados, sobre África.
[Sousa Jamba, aqui]

Margarida Paredes: Parabéns Sousa Jamba! Gosto da maneira como questiona o mundo que o rodeia, a entrevista está cheia de interrogações e gosto das ligações que faz entre "nós" e os "outros". Apenas tropeça quando fala da mulher angolana, as masculinidades dos homens angolanos são muito complicadas e Sousa Jamba é um conservador... que fala da socialização dos filhos de uma mulher independente como um problema e como se a socialização dependesse apenas da mulher, o pai esse pode ser idendendente, pode seguir em frente, não é SJ? :) O interessante é que na maior parte das famílias angolanas são as mães que cuidam, educam e sustentam os filhos sem nunca deixarem de trabalhar! Sousa Jamba devia ter apontado o dedo aos homens, e não às mulheres! Quanto à frivolidade ou ao investimento que as mulheres fazem na imagem talvez elas estejam a dizer: - o que a mulher ocidental pode, nós podemos! a modernidade não é só para as mulheres brancas da classe média! Pois é a mulher angolana está no centro dos discursos da modernidade, muitas pertencem a associações de mulheres, reivindicam-se como feministas, estão em profissões tradicionalmente masculinas, lutam pela igualdade e Sousa Jamba não vê as lógicas sociais inovadoras das mulheres angolanas por trás das extensões brasileiras!

(...)

PONTO PREVIO

O meu artigo “A Proposito de Patriotas: Reflexoes sobre como Reconstruir Angoleme”, publicado em 1990/91 na revista portuguesa “Vertice”, constituiu uma analise critica do livro “Patriotas” de Sousa Jamba e uma reflexao sobre questoes ‘a volta da historia, democracia, cidadania, identidade e, sobretudo, do genero, em Angola. Sobre este ultimo, o artigo ficou particularmente marcado por uma critica algo ‘mordaz’ ‘a forma como as mulheres angolanas eram retratadas naquele livro – o que, devo nota-lo, nao tera’ sido “totalmente alheio” ao facto de Sousa Jamba na altura namorar com uma mulher branca inglesa, a celebre Julie que "lhe lia Shakespeare para o adormecer", que ele tornou “famosa” atraves das suas cronicas de entao para o semanario portugues “O Independente”.

Antes de o publicar – e porque nele levantava questoes sobre as quais me sentia um pouco em “terreno movedico”, por ter claramente a nocao de nunca terem sido antes levantadas (certamente nao nos termos em que o fiz naquele artigo) na literatura, ou na imprensa, angolana ou portuguesa –, enviei o seu ‘draft’ a varias pessoas conhecidas, entre angolanos e portugueses, nos meios culturais e literarios em Lisboa, incluindo a uma certa “mae da negritude branca pos-colonial”, pedindo-lhes as suas opinioes, criticas e sugestoes.

De todos eles, as unicas pessoas que se dignaram pegar no telefone para partilhar comigo os seus pontos de vista foram a Ana Mafalda Leite e… o Sousa Jamba, a quem eu tambem enviara o ‘draft’ e que me telefonou expressamente de Londres (se a minha memoria daquele periodo nao me atraicoa) para Lisboa, para me dizer basicamente algo como: “It’s ok, if that’s your opinion – by the way, an inteligent opinion – I’m fine with it”…

O artigo acabou por ser publicado sem grandes alteracoes ao ‘draft’ e, anos depois, vi-me transportada “aos trambolhoes” para Londres. Dentre os angolanos, fora da minha familia, aqui residentes na altura, que me tentaram contactar pouco depois da minha chegada, registo, com o devido agradecimento, os nomes de Joao Vandunem e de… Sousa Jamba. Infelizmente, com o Joao Vandunem o contacto nunca se chegou a efectivar (… embora nao me tenha esquecido daquele dia em que, alguns anos depois, quando eu estava a fazer o mestrado na LSE, ele, que trabalhava na BBC Africa mesmo ali ‘a frente, ter passado pelo ‘post office’ ao lado da LSE em que eu me encontrava ‘minding my own business’, ter voltado para tras, espreitado e… seguido o seu caminho. Um pouco como quando nos encontramos ha’ 3 anos no aeroporto 4 de Fevereiro, eu vinda da Africa do Sul e ele creio que de Lisboa e… seguimos cada um o seu destino…).

Mas, com o SJ o encontro efectivou-se: ele esteve em minha casa e convidou-me para sair uma vez (algo que mencionei num comentario no meu blog aqui ha’ uns anos e que depois achei por bem retirar) em que me levou a conhecer um pouco da “Afrika in London”. Conversamos e encontramo-nos uma ou duas outras vezes depois disso, uma das quais numa 'panel discussion' sobre Angola no Africa Centre em Covent Garden (e aqui devo mencionar um outro angolano com quem me cruzei em Londres e que, com o SJ, foi um dos panelistas naquele debate, o Manuel dos Santos Junior, meu antigo colega na UAN e na altura a fazer o doutoramento na Universidade de York e que tambem me telefonou algumas vezes e me enviou um belo postal de Natal no final daquele ano), mas acabamos tambem por seguir cada um o seu caminho… Ate’ que nos voltamos a “cruzar” atraves do Semanario Angolense (SA) – by the way: nos anos mais recentes, o Graca Campos quis publicar o “A Proposito de Patriotas” e tentou “orquestrar” um “fogo cruzado” no SA entre mim e o SJ ‘a volta daquele artigo, mas eu declinei –, e, nos ultimos meses, aqui no FB.

Pelo meio, ficaram as varias tentativas por parte de gente “metida” nessa tristemente celebre “campanha” de nos colocar “em rota de colisao”. E o proprio SJ tambem nao deixou de me dar razoes para voltar a “colidir” com ele… Mas o facto e’ que eu nao tenho muito geito, nem tempo, para “discutir razoes que certos egos desconhecem” e fiz-lhe um convite de “amizade” aqui no FB, que ele aceitou, ate’ que… acabei por “unfriend him”, tal como o fiz com alguns outros “personagens” que por aqui pululavam aparentemente apenas por eu os ter convidado...

Posto isto, voltemos ao “discurso” (leia-se “lip service”, a.k.a. "self-serving demagogic opportunism" - tornado mais do que obvio pelo facto de apenas ter comecado a ser "produzido" depois da minha recente serie sobre "sexismo, misoginia e racismo!" …) em epigrafe e ao titulo que dei a este post: “Porque que essa gente nunca mais aprende?!”

Quem me conheca minimamente, tera’ reparado que, de ha’ uns tempos a esta parte, e sobretudo desde que essa tal de “tristemente celebre campanha” se comecou a manifestar na imprensa e se foi propagando a varios circulos da sociedade angolana, entre os quais alguns que tinha, pelo menos ate’ cerca de tres anos atras, como “proximos”, deixei de ter muitos ‘qualms’ em abordar frontalmente certas questoes (e com elas certas pessoas que a elas se “empoleiram”) que noutros tempos, quando eu era a “miuda bonitinha, simpatica, cordata e compreensiva” para com ‘todo o mundo’, normalmente deixaria, ‘at my own peril’, no ‘backburner’… But... no more "nice girl" here!...

No entanto, porque o “ponto previo” ja’ levou demasiado do meu tempo e espaco para esta “cronica”, direi apenas o seguinte:

1. Quem se pretende “etnologa e/ou antropologa” devera’ saber que a etica e a deontologia da sua profissao o/a impedem de “falar pela/o outra/o” – a “senhora” nao e’ angolana, nao nasceu, nao cresceu e pouco viveu em Angola: com que “direito” se sente de falar em "nos e os outros" e “em nome das mulheres angolanas”, sendo que nao e' a primeira vez que o faz?! Especialmente quando, no espaco em que debitou tal “discurso verborreico”, ha’ mulheres angolanas a participar e que poderao faze-lo por si proprias. Nao o fazem? Provavelmente. Mas isso nao lhe concede qualquer direito de se arvorar em sua “porta-voz”... Certamente nao minha!

2. Quem se pretende “Mulher” com maiuscula, e ainda por cima “feminista”, nao se permite indulgir, nem “a brincar” (...hi hi hi hi...) , no tipo de comportamentos (viz. "querido, intocavel, macho dinamico de barba dura"...) por si protagonizados nesse mesmo espaco e “observados”, apenas para citar estes, nestes posts:

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/05/kwizz.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/06/do-bbbb.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/06/in-civilidades.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/03/reality-bites.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/05/o-meu-27-de-maio.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/07/malcolm-x-e-os-white-liberals.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/07/sobre-o-massacre-da-vila-alice.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/07/who-is-this-guy.html

http://koluki.blogspot.co.uk/p/falando-de-misoginia-i.html

http://koluki.blogspot.co.uk/p/falando-de-misoginia-ii.html

http://koluki.blogspot.co.uk/p/falando-de-misoginia-iii.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/08/falando-de-misoginia.html


E, ja' agora, meta na sua cabecinha de uma vez por todas o seguinte: eu nao estou, nunca estive, "em competicao em nenhum mercado sentimental ou sexual" - certamente nao consigo!


3. Nao," minha senhora", as “mulheres angolanas” nao andam, nunca andaram, meramente a “tentar emular” a “modernidade” das “mulheres ocidentais” – certamente nao a sua!...E, seguramente, nao na mesma medida em que as "mulheres brancas ocidentais" de que voce e' um triste exemplar, tentam a qualquer preco imitar (nao verdade deturpar!) a feminilidade, sensualidade e sexualidade das "mulheres negras angolanas/africanas"!... Talvez as suas amigas "coconuts - maes da negritude branca pos-colonial" a tenham deixado com essa impressao, mas... enganam-se todas redondamente!
As ("basicas"?) “mulheres angolanas” que, como eu, “cuidam, educam e sustentam os filhos sem nunca deixarem de trabalhar, que estão em profissões tradicionalmente masculinas e lutam pela igualdade”, estariam “muito bem tramadas” (!) se tentassem “imitar” a sua “modernidade” e suposto “vanguardismo de esquerda” de “mulher(zinha) branca (ocidental) da classe média” ou, melhor dito de uma "sorry excuse for a woman"!

Tenho dito.


P.S. 1: A Dambisa Moyo tambem usa “extensoes brasileiras”…

P.S. 2: Sugiro ao SJ que tente ponderar nesta "hipotese explicativa" para a mulher angolana/africana poder "não está(r) contente com o que é, tem que ter um determinado aspecto, tem de ir ao Brasil arranjar o nariz e a barriga": ao ver tanto homem angolano/africano a "preferir", real ou idealmente, mulheres brancas (... como umas certas Julies, Elkes, Margaridas, etc. etc. etc.), ela talvez tenha "metido na cabeca" que se nao tiver o mesmo "aspecto" que elas, nunca sera' "amada" por nenhum dos seus "brothers"!... E, ja' agora, sera' que os tais "brothers" pensam realmente na "solidez da mulher" quando "escolhem" tais mulheres brancas?... Se sim, porque sera' que muitos deles, como o proprio SJ, acabam por, senao casar-se, adoptar como "segunda mulher" uma Mulher Negra?!
Isso por um lado, e especificamente no que toca aos "cabelos" e, nos casos mais extremos, ao "clareamento" da pele.
Por outro lado, ha' mulheres de uma certa idade (especialmente num pais onde ha', pelo menos ate' prova em contrario, mais mulheres do que homens e "riqueza pornografica"), cujos maridos preferem as chamadas "catorzinhas" (... nao, nao sao estas que sao "predadoras" e que "se vendem" por "meia duzia de patacos furados" ou um "credito de telemovel", nao: eles e' que preferem "carne fresca"!...) especialmente quando as suas "mulheres de casa" ja' tiveram varios filhos e comecam a ficar "flacidas" e "desmazeladas" (ou, para usar as palavras do BBBB, no seu blog ha' uns tempos atras, "perdem a qualidade")... Sao estas mulheres que, com medo de perderem os seus "queridos, intocaveis, machos dinamicos de barba dura", quando podem, nao pensam duas vezes para, mesmo incorrendo em risco de vida, irem "recauchutar" os seus "bits and pieces" ao Brasil ou, ja' agora, 'a Africa do Sul e outros paises especializados nesse tipo de "efeitos especiais"!...

P.S. 3: Quanto ‘a “socializacao” dos filhos de “maes solteiras”, por opcao ou por qualquer outra razao, remeto-os especialmente para tres posts:

i) este: http://koluki.blogspot.co.uk/2011/10/de-volta-muxima.html – que dispensa comentarios a esse respeito

ii) este: http://koluki.blogspot.co.uk/2008/07/ecos-da-imprensa-angolana-16.html – em que faco um comentario relacionado com estas questoes, motivado por um artigo de SJ

iii) este: http://koluki2.blogspot.co.uk/2011/09/re-reflectindo.html – sobre a imagem do Yinka Shonibare que o ilustra, “Dysfunctional Family”, que nesta pagina postei ha’ umas semanas, escrevi isto em resposta a um meu amigo aqui: My own understanding of Yinka's idea of his series on "dysfunctionalities", which includes this one, is that what we normally take for granted as "normal" (e.g. the average 2-kids family) may actually be "dysfunctional", whereas what is generally thought of as such (e.g. the many one-parent families) can in reality be "normal" and "functional"...


E a mulher africana, entre a cultura e o novo mundo?

Ela agora tem vida nocturna, bebe, namora… Há evolução. Mas o que me inquieta é o desmembramento da família. Há as que querem ter filhos e manter a sua independência, mas isso depois tem consequências nos filhos. Qual será a socialização desses filhos? E que tipo de sociedade estamos a construir? Há a evolução da mulher, que é positivo. Estão no mundo académico, etc. o que me inquieta é a obsessão pelo frívolo, pelo material… temos de olhar para as mães que sofreram. Vejamos a história dos nacionalistas angolanos que passaram muito tempo nas prisões, quem sustentou e educou as famílias foram as mulheres, mas eram mulheres com outras preocupações, não a busca pelo cabelo brasileiro … a imagem. Somos muito o produto da educação e relação com as nossas mães, mas se ela não está contente com o que é, tem que ter um determinado aspecto, tem de ir ao Brasil arranjar o nariz e a barriga … naqueles tempos o importante era a solidez da mulher.
[...]
Nós perdemos a dignidade, não sabemos do nosso potencial, da nossa cultura, da nossa força perante o mundo. A diáspora vai ajudar a recuperar essa autoconfiança e a identificar quais são os nossos interesses. A Dambiza Moyo é uma intelectual que trabalhou para o Goldman Sach, trabalhou para vários bancos e vai comentando, em circuitos mais elevados, sobre África.
[Sousa Jamba,
aqui]

Margarida Paredes: Parabéns Sousa Jamba! Gosto da maneira como questiona o mundo que o rodeia, a entrevista está cheia de interrogações e gosto das ligações que faz entre "nós" e os "outros". Apenas tropeça quando fala da mulher angolana, as masculinidades dos homens angolanos são muito complicadas e Sousa Jamba é um conservador... que fala da socialização dos filhos de uma mulher independente como um problema e como se a socialização dependesse apenas da mulher, o pai esse pode ser idendendente, pode seguir em frente, não é SJ? :) O interessante é que na maior parte das famílias angolanas são as mães que cuidam, educam e sustentam os filhos sem nunca deixarem de trabalhar! Sousa Jamba devia ter apontado o dedo aos homens, e não às mulheres! Quanto à frivolidade ou ao investimento que as mulheres fazem na imagem talvez elas estejam a dizer: - o que a mulher ocidental pode, nós podemos! a modernidade não é só para as mulheres brancas da classe média! Pois é a mulher angolana está no centro dos discursos da modernidade, muitas pertencem a associações de mulheres, reivindicam-se como feministas, estão em profissões tradicionalmente masculinas, lutam pela igualdade e Sousa Jamba não vê as lógicas sociais inovadoras das mulheres angolanas por trás das extensões brasileiras!

(...)

PONTO PREVIO

O meu artigo “A Proposito de Patriotas: Reflexoes sobre como Reconstruir Angoleme”, publicado em 1990/91 na revista portuguesa “Vertice”, constituiu uma analise critica do livro “Patriotas” de Sousa Jamba e uma reflexao sobre questoes ‘a volta da historia, democracia, cidadania, identidade e, sobretudo, do genero, em Angola. Sobre este ultimo, o artigo ficou particularmente marcado por uma critica algo ‘mordaz’ ‘a forma como as mulheres angolanas eram retratadas naquele livro – o que, devo nota-lo, nao tera’ sido “totalmente alheio” ao facto de Sousa Jamba na altura namorar com uma mulher branca inglesa, a celebre Julie que "lhe lia Shakespeare para o adormecer", que ele tornou “famosa” atraves das suas cronicas de entao para o semanario portugues “O Independente”.

Antes de o publicar – e porque nele levantava questoes sobre as quais me sentia um pouco em “terreno movedico”, por ter claramente a nocao de nunca terem sido antes levantadas (certamente nao nos termos em que o fiz naquele artigo) na literatura, ou na imprensa, angolana ou portuguesa –, enviei o seu ‘draft’ a varias pessoas conhecidas, entre angolanos e portugueses, nos meios culturais e literarios em Lisboa, incluindo a uma certa “mae da negritude branca pos-colonial”, pedindo-lhes as suas opinioes, criticas e sugestoes.

De todos eles, as unicas pessoas que se dignaram pegar no telefone para partilhar comigo os seus pontos de vista foram a Ana Mafalda Leite e… o Sousa Jamba, a quem eu tambem enviara o ‘draft’ e que me telefonou expressamente de Londres (se a minha memoria daquele periodo nao me atraicoa) para Lisboa, para me dizer basicamente algo como: “It’s ok, if that’s your opinion – by the way, an inteligent opinion – I’m fine with it”…

O artigo acabou por ser publicado sem grandes alteracoes ao ‘draft’ e, anos depois, vi-me transportada “aos trambolhoes” para Londres. Dentre os angolanos, fora da minha familia, aqui residentes na altura, que me tentaram contactar pouco depois da minha chegada, registo, com o devido agradecimento, os nomes de Joao Vandunem e de… Sousa Jamba. Infelizmente, com o Joao Vandunem o contacto nunca se chegou a efectivar (… embora nao me tenha esquecido daquele dia em que, alguns anos depois, quando eu estava a fazer o mestrado na LSE, ele, que trabalhava na BBC Africa mesmo ali ‘a frente, ter passado pelo ‘post office’ ao lado da LSE em que eu me encontrava ‘minding my own business’, ter voltado para tras, espreitado e… seguido o seu caminho. Um pouco como quando nos encontramos ha’ 3 anos no aeroporto 4 de Fevereiro, eu vinda da Africa do Sul e ele creio que de Lisboa e… seguimos cada um o seu destino…).

Mas, com o SJ o encontro efectivou-se: ele esteve em minha casa e convidou-me para sair uma vez (algo que mencionei num comentario no meu blog aqui ha’ uns anos e que depois achei por bem retirar) em que me levou a conhecer um pouco da “Afrika in London”. Conversamos e encontramo-nos uma ou duas outras vezes depois disso, uma das quais numa 'panel discussion' sobre Angola no Africa Centre em Covent Garden (e aqui devo mencionar um outro angolano com quem me cruzei em Londres e que, com o SJ, foi um dos panelistas naquele debate, o Manuel dos Santos Junior, meu antigo colega na UAN e na altura a fazer o doutoramento na Universidade de York e que tambem me telefonou algumas vezes e me enviou um belo postal de Natal no final daquele ano), mas acabamos tambem por seguir cada um o seu caminho… Ate’ que nos voltamos a “cruzar” atraves do Semanario Angolense (SA) – by the way: nos anos mais recentes, o Graca Campos quis publicar o “A Proposito de Patriotas” e tentou “orquestrar” um “fogo cruzado” no SA entre mim e o SJ ‘a volta daquele artigo, mas eu declinei –, e, nos ultimos meses, aqui no FB.

Pelo meio, ficaram as varias tentativas por parte de gente “metida” nessa tristemente celebre “campanha” de nos colocar “em rota de colisao”. E o proprio SJ tambem nao deixou de me dar razoes para voltar a “colidir” com ele… Mas o facto e’ que eu nao tenho muito geito, nem tempo, para “discutir razoes que certos egos desconhecem” e fiz-lhe um convite de “amizade” aqui no FB, que ele aceitou, ate’ que… acabei por “unfriend him”, tal como o fiz com alguns outros “personagens” que por aqui pululavam aparentemente apenas por eu os ter convidado...

Posto isto, voltemos ao “discurso” (leia-se “lip service”, a.k.a. "self-serving demagogic opportunism" - tornado mais do que obvio pelo facto de apenas ter comecado a ser "produzido" depois da minha recente serie sobre "sexismo, misoginia e racismo!" …) em epigrafe e ao titulo que dei a este post: “Porque que essa gente nunca mais aprende?!”

Quem me conheca minimamente, tera’ reparado que, de ha’ uns tempos a esta parte, e sobretudo desde que essa tal de “tristemente celebre campanha” se comecou a manifestar na imprensa e se foi propagando a varios circulos da sociedade angolana, entre os quais alguns que tinha, pelo menos ate’ cerca de tres anos atras, como “proximos”, deixei de ter muitos ‘qualms’ em abordar frontalmente certas questoes (e com elas certas pessoas que a elas se “empoleiram”) que noutros tempos, quando eu era a “miuda bonitinha, simpatica, cordata e compreensiva” para com ‘todo o mundo’, normalmente deixaria, ‘at my own peril’, no ‘backburner’… But... no more "nice girl" here!...

No entanto, porque o “ponto previo” ja’ levou demasiado do meu tempo e espaco para esta “cronica”, direi apenas o seguinte:

1. Quem se pretende “etnologa e/ou antropologa” devera’ saber que a etica e a deontologia da sua profissao o/a impedem de “falar pela/o outra/o” – a “senhora” nao e’ angolana, nao nasceu, nao cresceu e pouco viveu em Angola: com que “direito” se sente de falar em "nos e os outros" e “em nome das mulheres angolanas”, sendo que nao e' a primeira vez que o faz?! Especialmente quando, no espaco em que debitou tal “discurso verborreico”, ha’ mulheres angolanas a participar e que poderao faze-lo por si proprias. Nao o fazem? Provavelmente. Mas isso nao lhe concede qualquer direito de se arvorar em sua “porta-voz”... Certamente nao minha!

2. Quem se pretende “Mulher” com maiuscula, e ainda por cima “feminista”, nao se permite indulgir, nem “a brincar” (...hi hi hi hi...) , no tipo de comportamentos (viz. "querido, intocavel, macho dinamico de barba dura"...) por si protagonizados nesse mesmo espaco e “observados”, apenas para citar estes, nestes posts:

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/05/kwizz.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/06/do-bbbb.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/06/in-civilidades.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/03/reality-bites.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/05/o-meu-27-de-maio.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/07/malcolm-x-e-os-white-liberals.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/07/sobre-o-massacre-da-vila-alice.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/07/who-is-this-guy.html

http://koluki.blogspot.co.uk/p/falando-de-misoginia-i.html

http://koluki.blogspot.co.uk/p/falando-de-misoginia-ii.html

http://koluki.blogspot.co.uk/p/falando-de-misoginia-iii.html

http://koluki.blogspot.co.uk/2012/08/falando-de-misoginia.html


E, ja' agora, meta na sua cabecinha de uma vez por todas o seguinte: eu nao estou, nunca estive, "em competicao em nenhum mercado sentimental ou sexual" - certamente nao consigo!


3. Nao," minha senhora", as “mulheres angolanas” nao andam, nunca andaram, meramente a “tentar emular” a “modernidade” das “mulheres ocidentais” – certamente nao a sua!...E, seguramente, nao na mesma medida em que as "mulheres brancas ocidentais" de que voce e' um triste exemplar, tentam a qualquer preco imitar (nao verdade deturpar!) a feminilidade, sensualidade e sexualidade das "mulheres negras angolanas/africanas"!... Talvez as suas amigas "coconuts - maes da negritude branca pos-colonial" a tenham deixado com essa impressao, mas... enganam-se todas redondamente!
As ("basicas"?) “mulheres angolanas” que, como eu, “cuidam, educam e sustentam os filhos sem nunca deixarem de trabalhar, que estão em profissões tradicionalmente masculinas e lutam pela igualdade”, estariam “muito bem tramadas” (!) se tentassem “imitar” a sua “modernidade” e suposto “vanguardismo de esquerda” de “mulher(zinha) branca (ocidental) da classe média” ou, melhor dito de uma "sorry excuse for a woman"!

Tenho dito.


P.S. 1: A Dambisa Moyo tambem usa “extensoes brasileiras”…

P.S. 2: Sugiro ao SJ que tente ponderar nesta "hipotese explicativa" para a mulher angolana/africana poder "não está(r) contente com o que é, tem que ter um determinado aspecto, tem de ir ao Brasil arranjar o nariz e a barriga": ao ver tanto homem angolano/africano a "preferir", real ou idealmente, mulheres brancas (... como umas certas Julies, Elkes, Margaridas, etc. etc. etc.), ela talvez tenha "metido na cabeca" que se nao tiver o mesmo "aspecto" que elas, nunca sera' "amada" por nenhum dos seus "brothers"!... E, ja' agora, sera' que os tais "brothers" pensam realmente na "solidez da mulher" quando "escolhem" tais mulheres brancas?... Se sim, porque sera' que muitos deles, como o proprio SJ, acabam por, senao casar-se, adoptar como "segunda mulher" uma Mulher Negra?!
Isso por um lado, e especificamente no que toca aos "cabelos" e, nos casos mais extremos, ao "clareamento" da pele.
Por outro lado, ha' mulheres de uma certa idade (especialmente num pais onde ha', pelo menos ate' prova em contrario, mais mulheres do que homens e "riqueza pornografica"), cujos maridos preferem as chamadas "catorzinhas" (... nao, nao sao estas que sao "predadoras" e que "se vendem" por "meia duzia de patacos furados" ou um "credito de telemovel", nao: eles e' que preferem "carne fresca"!...) especialmente quando as suas "mulheres de casa" ja' tiveram varios filhos e comecam a ficar "flacidas" e "desmazeladas" (ou, para usar as palavras do BBBB, no seu blog ha' uns tempos atras, "perdem a qualidade")... Sao estas mulheres que, com medo de perderem os seus "queridos, intocaveis, machos dinamicos de barba dura", quando podem, nao pensam duas vezes para, mesmo incorrendo em risco de vida, irem "recauchutar" os seus "bits and pieces" ao Brasil ou, ja' agora, 'a Africa do Sul e outros paises especializados nesse tipo de "efeitos especiais"!...

P.S. 3: Quanto ‘a “socializacao” dos filhos de “maes solteiras”, por opcao ou por qualquer outra razao, remeto-os especialmente para tres posts:

i) este: http://koluki.blogspot.co.uk/2011/10/de-volta-muxima.html – que dispensa comentarios a esse respeito

ii) este: http://koluki.blogspot.co.uk/2008/07/ecos-da-imprensa-angolana-16.html – em que faco um comentario relacionado com estas questoes, motivado por um artigo de SJ

iii) este: http://koluki2.blogspot.co.uk/2011/09/re-reflectindo.html – sobre a imagem do Yinka Shonibare que o ilustra, “Dysfunctional Family”, que nesta pagina postei ha’ umas semanas, escrevi isto em resposta a um meu amigo aqui: My own understanding of Yinka's idea of his series on "dysfunctionalities", which includes this one, is that what we normally take for granted as "normal" (e.g. the average 2-kids family) may actually be "dysfunctional", whereas what is generally thought of as such (e.g. the many one-parent families) can in reality be "normal" and "functional"...