Sunday 6 May 2012

Gostei de Ler [7]

[imagem daqui]  

 

Um pouco mais pelo jornalismo

06 de Maio, 2012

O exercício das liberdades exige a máxima responsabilidade. No jornalismo, essa responsabilidade é apoiada em critérios de base que dão sentido aos conteúdos. Um dos critérios de obediência obrigatória no jornalismo é o rigor informativo. Mas também é preciso respeitar o critério da verdade dos factos, do contraditório cingido aos factos e da actualidade dos acontecimentos.
Sem o respeito pelos princípios técnicos, éticos e deontológicos, o jornalismo fica exposto a todo o tipo de pressões e interferências, perde dignidade, não existe.
E num ambiente em que o jornalismo está perdido em combate, por culpa própria dos seus profissionais, falar em liberdade de imprensa é apenas procurar um alibi.
A liberdade de imprensa tem os seus limites definidos na lei com toda a clareza. Quem vai além desse território está a cometer um excesso que, regra geral, causa danos irremediáveis às pessoas e instituições que são vítimas de tal comportamento ilegal por parte de jornalistas e empresas de comunicação.
Não há direitos absolutos e muito menos liberdades ilimitadas. Os jornalistas não estão acima da lei.
O jornalismo não é, nunca foi e jamais será uma actividade de malfeitores que se dedicam a assassinar a honra alheia, a violar a vida privada, a roubar a imagem ou a palavra de outrem.
Mas o certo é que passou mais um Dia da Liberdade de Imprensa e faltou a reflexão séria e interna sobre o exercício do jornalismo nas sociedades democráticas. Os jornalistas parecem pouco ou nada preocupados com estes problemas da profissão, com o que assistimos hoje nos velhos ou novos Media.
Temos em Angola inúmeros exemplos que deviam servir de ponto de partida para uma reflexão associativa sobre o presente e o futuro da nossa profissão. Mas do resto do mundo também vêm muitos sinais de inquietação. Entre nós continua a haver um défice profissional que permite todos os abusos e atentados. Os atropelos às técnicas e ao código profissional são tantos e tão graves que ninguém de bom senso pode falar, em alguns casos, de um sucedâneo mais ou menos falsificado de jornalismo, quanto mais de jornalismo, essa actividade nobre e fundamental da democracia.
O jornalismo é muito mais do que opinião. Os jornalistas são técnicos que produzem mensagens no respeito escrupuloso pelas regras, pelo código ético e deontológico. Mal vamos quando os jornalistas se põem na posição de juízes a julgar os outros ou a servir-se da sua posição dominante para defender projectos políticos. A Liberdade de Imprensa, nessas circunstâncias, é gravemente ferida e, em muitos casos, não sobrevive aos ferimentos. Mas a sua morte é da exclusiva responsabilidade dos jornalistas.
Nada de arranjar bodes expiatórios ou alibis.
Uma vez por ano, a Liberdade de Imprensa é recordada com discursos e proclamações. As declarações desgarradas fazem pouco sentido se não colocadas no quadro de uma troca de ideias entre profissionais sobre o quadro em que o jornalismo angolano se desenvolve, para que deixe de ser uma espécie de mar onde tudo desagua. Não existe diálogo associativo, não existe um título que sirva de referência e que distinga e responsabilize os jornalistas.
Neste sentido, no Dia da Liberdade de Imprensa, a classe perdeu uma oportunidade para mostrar maturidade e responsabilidade como parte fundamental da reconstrução da Nação, da democracia e do desenvolvimento do país.
A Liberdade de Imprensa exige profissionalismo e esse patamar só se atinge com saber e muito rigor. Era bom que daqui a um ano todos soubéssemos um pouco mais e fossemos capazes de fazer um pouco mais pela nossa profissão.

 Jose' Ribeiro
[Aqui]

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Um pouco mais pelo jornalismo

06 de Maio, 2012

O exercício das liberdades exige a máxima responsabilidade. No jornalismo, essa responsabilidade é apoiada em critérios de base que dão sentido aos conteúdos. Um dos critérios de obediência obrigatória no jornalismo é o rigor informativo. Mas também é preciso respeitar o critério da verdade dos factos, do contraditório cingido aos factos e da actualidade dos acontecimentos.
Sem o respeito pelos princípios técnicos, éticos e deontológicos, o jornalismo fica exposto a todo o tipo de pressões e interferências, perde dignidade, não existe.
E num ambiente em que o jornalismo está perdido em combate, por culpa própria dos seus profissionais, falar em liberdade de imprensa é apenas procurar um alibi.
A liberdade de imprensa tem os seus limites definidos na lei com toda a clareza. Quem vai além desse território está a cometer um excesso que, regra geral, causa danos irremediáveis às pessoas e instituições que são vítimas de tal comportamento ilegal por parte de jornalistas e empresas de comunicação.
Não há direitos absolutos e muito menos liberdades ilimitadas. Os jornalistas não estão acima da lei.
O jornalismo não é, nunca foi e jamais será uma actividade de malfeitores que se dedicam a assassinar a honra alheia, a violar a vida privada, a roubar a imagem ou a palavra de outrem.
Mas o certo é que passou mais um Dia da Liberdade de Imprensa e faltou a reflexão séria e interna sobre o exercício do jornalismo nas sociedades democráticas. Os jornalistas parecem pouco ou nada preocupados com estes problemas da profissão, com o que assistimos hoje nos velhos ou novos Media.
Temos em Angola inúmeros exemplos que deviam servir de ponto de partida para uma reflexão associativa sobre o presente e o futuro da nossa profissão. Mas do resto do mundo também vêm muitos sinais de inquietação. Entre nós continua a haver um défice profissional que permite todos os abusos e atentados. Os atropelos às técnicas e ao código profissional são tantos e tão graves que ninguém de bom senso pode falar, em alguns casos, de um sucedâneo mais ou menos falsificado de jornalismo, quanto mais de jornalismo, essa actividade nobre e fundamental da democracia.
O jornalismo é muito mais do que opinião. Os jornalistas são técnicos que produzem mensagens no respeito escrupuloso pelas regras, pelo código ético e deontológico. Mal vamos quando os jornalistas se põem na posição de juízes a julgar os outros ou a servir-se da sua posição dominante para defender projectos políticos. A Liberdade de Imprensa, nessas circunstâncias, é gravemente ferida e, em muitos casos, não sobrevive aos ferimentos. Mas a sua morte é da exclusiva responsabilidade dos jornalistas.
Nada de arranjar bodes expiatórios ou alibis.
Uma vez por ano, a Liberdade de Imprensa é recordada com discursos e proclamações. As declarações desgarradas fazem pouco sentido se não colocadas no quadro de uma troca de ideias entre profissionais sobre o quadro em que o jornalismo angolano se desenvolve, para que deixe de ser uma espécie de mar onde tudo desagua. Não existe diálogo associativo, não existe um título que sirva de referência e que distinga e responsabilize os jornalistas.
Neste sentido, no Dia da Liberdade de Imprensa, a classe perdeu uma oportunidade para mostrar maturidade e responsabilidade como parte fundamental da reconstrução da Nação, da democracia e do desenvolvimento do país.
A Liberdade de Imprensa exige profissionalismo e esse patamar só se atinge com saber e muito rigor. Era bom que daqui a um ano todos soubéssemos um pouco mais e fossemos capazes de fazer um pouco mais pela nossa profissão.

 Jose' Ribeiro
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