[Salvador Correia/Mutu ya Kevela durante o ME: Nesta foto pode ver-se o Buca - primeiro de pe' do lado esquerdo e o Tirso, estudante da Escola Industrial - terceiro depois do Buca]*
"O Salvador Correia tornou‐se sede de convívio e dos plenários de Luanda. “(…) Os estudantes começaram a despertar para a vida associativa (…) em assembleias muito participadas, com muito entusiasmo (…). Vivia‐se um espaço de democracia pautada pelos intervenientes. Começou a esbater‐se a separação entre liceus e escolas comerciais e industriais. Foi um passo importante para acabar com a discriminação económica e social. E alguns começaram a participar. Por esta altura ou um pouco mais tarde começou a ser visível a africanização da sociedade angolana. Nesse sentido, a Pró‐AEESL decidiu substituir os nomes portugueses dos estabelecimentos de ensino por outros da História de Angola. Assim, o Liceu D. Guiomar de Lencastre, ou Liceu Feminino, passou a chamar‐se N’Zinga M’Bandi, o Liceu Salvador Correia ficou Mutu Ya Kevela, o Liceu Paulo Dias de Novais designou‐se por N’Gola Kiluanji, a Escola Industrial transformou‐se em Bula Matadi e a Comercial Vicente Ferreira ficou 1º de Maio."
[Entrevista a Timóteo Macedo]
[Liceu D. Guiomar de Lencastre/Nzinga Mbandi: novamente o Tirso, no centro, tendo ao seu lado e a sua frente as manas filhas da cantora Lily Tchiumba - com uma delas, a Paula, viria a partilhar algumas aventuras anos depois no eixo Lubango/Namibe; encostada ao pilar a Arlete Bolonhes - ela foi, comigo, uma das duas que representamos as alunas durante algum tempo no Conselho Directivo do Liceu; encontramo-nos nos ultimos anos na Africa do Sul, onde ela reside, tendo uma das ocasioes sido 'reportada' aqui - ela esta' em conversa comigo no canto inferior esquerdo da composicao fotografica]*
“(…) Escolhi o nome de uma rainha angolana. Tinha de ser mulher, a rainha N’Zinga M’Bandi que se tinha distinguido. Eu e outras alunas fomos à fachada do liceu para tentarmos arrancar as letras, mas eram num metal pesado, foi impossível. Depois mudaram e ficou N’Zinga M’Bandi (…)”.
[Entrevista a Maria Adelina Batista]
COMENTARIO: Quem "deu" o nome Nzinga Mbandi ao "meu liceu"? Nao creio que tenha sido uma so' pessoa em particular. Mas ainda que assim o tenha sido, o importante naquela altura era nao so' "(re)nomea-lo" mas "faze-lo" Nzinga Mbandi. E quem melhor do que as "meninas de origem Africana" aqui referidas para o fazer? Como aqui afirmei: "O Liceu Feminino Produziu tanto Meninas Guiomares de Lencastres, protegidas na Sala das Professoras… Como Mulheres desprotegidas na Cerca, que o fizeram Nzinga Mbandi"... Porque nao, nao somos, nunca fomos "todas iguais"!
E fizemo-lo (e aqui nao posso deixar de fazer uma mencao especial 'a Mila') em varias frentes: organizando as nossas varias reunioes e RGAs, participando no Conselho Directivo, organizando e participando em actividades politico-culturais e desportivas, fazendo os nossos jornais murais, comecando a cultivar lavras de legumes no quintal traseiro do liceu,
participando nas campanhas de producao e de alfabetizacao, etc., etc., etc....
participando nas campanhas de producao e de alfabetizacao, etc., etc., etc....
Mas, acima de tudo, ficamos la' para o que desse e viesse (... no meu caso mesmo depois de a minha familia mais proxima ter tambem "bazado" para Portugal por razoes ponderosas!...) e, ao contrario do que ja' fui cavilosamente acusada de "nao ter sido capaz de fazer" por uma certa vulta de triste memoria, AGUENTAMOS A (nossa) DIPANDA e, pelo menos no meu caso, AGUENTAMOS ESTOICAMENTE TODAS AS INTEMPERIES DA 'UGGLY AFRIKA'!...
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