Sunday, 6 May 2007

SUNDAY BRAAI


FOR SOME FOOD FOR THOUGHT

READ FERNANDO PACHECO'S

"A AJUDA AO DESENVOLVIMENTO EM ANGOLA"

(
HERE)

EXTRACTS:

Quem ajuda quem?

A cooperação, entendida na vertente da ajuda ao desenvolvimento, é uma actividade que faz correr rios de tinta em matéria de crítica. Qualquer forma de cooperação pressupõe participação das partes envolvidas de forma equilibrada, sobretudo no que diz respeito ao processo de tomada de decisões. No entanto, quando se fala de cooperação para o desenvolvimento, estamos, obviamente, perante uma falácia, porque, na realidade, ela é percebida como funcionando num único sentido: um dá e outro recebe, quer se trate de finanças, de bens materiais ou de ideias.

Finalmente…

Relativamente a Portugal, é reconhecido o papel fundamental que o país teve no período de vigência da troika ligada ao processo de paz. Mas foi perdendo influência, e hoje a cooperação com Portugal é vista como pouco eficaz e consistente, baseada em projectos sem coordenação. Muitas vezes pensamos que as relações pessoais podem trazer vantagens, mas já vimos que também podem trazer desvantagens. É preciso ter cuidado com o aproveitamento desses aspectos e não sobrevalorizar a língua e a história. Muitas vezes as percepções impedem o conhecimento da nova realidade que começa a nascer em Angola. Portugal, mesmo com poucos recursos financeiros, pode ocupar um lugar importante no núcleo duro de doadores, principalmente se souber tirar melhor partido das agências multilaterais, pois em Angola é quase nula a presença de portugueses nas instituições da União Europeia, do Banco Mundial ou das agências das Nações Unidas. Ultrapassados os complexos de colonizador e colonizado, Portugal pode integrar e influenciar o grupo de amigos que Angola necessita para fazerem a ponte com os países mais poderosos.


FOR SOME FOOD FOR THOUGHT

READ FERNANDO PACHECO'S

"A AJUDA AO DESENVOLVIMENTO EM ANGOLA"

(
HERE)

EXTRACTS:

Quem ajuda quem?

A cooperação, entendida na vertente da ajuda ao desenvolvimento, é uma actividade que faz correr rios de tinta em matéria de crítica. Qualquer forma de cooperação pressupõe participação das partes envolvidas de forma equilibrada, sobretudo no que diz respeito ao processo de tomada de decisões. No entanto, quando se fala de cooperação para o desenvolvimento, estamos, obviamente, perante uma falácia, porque, na realidade, ela é percebida como funcionando num único sentido: um dá e outro recebe, quer se trate de finanças, de bens materiais ou de ideias.

Finalmente…

Relativamente a Portugal, é reconhecido o papel fundamental que o país teve no período de vigência da troika ligada ao processo de paz. Mas foi perdendo influência, e hoje a cooperação com Portugal é vista como pouco eficaz e consistente, baseada em projectos sem coordenação. Muitas vezes pensamos que as relações pessoais podem trazer vantagens, mas já vimos que também podem trazer desvantagens. É preciso ter cuidado com o aproveitamento desses aspectos e não sobrevalorizar a língua e a história. Muitas vezes as percepções impedem o conhecimento da nova realidade que começa a nascer em Angola. Portugal, mesmo com poucos recursos financeiros, pode ocupar um lugar importante no núcleo duro de doadores, principalmente se souber tirar melhor partido das agências multilaterais, pois em Angola é quase nula a presença de portugueses nas instituições da União Europeia, do Banco Mundial ou das agências das Nações Unidas. Ultrapassados os complexos de colonizador e colonizado, Portugal pode integrar e influenciar o grupo de amigos que Angola necessita para fazerem a ponte com os países mais poderosos.

4 comments:

Cigarra said...

Li com gosto o excelente artigo de Fernado Pacheco.Análise lúcida e clara, com alguns pontos que considero críticos, particularmente este : "Em segundo lugar, a construção de um processo democrático a partir de dentro, que tenha em conta o peso da história e a realidade socio-cultural. Num país sem referências democráticas e onde a democracia foi «imposta» sem qualquer reflexão sobre os modelos a seguir, é difícil exigir o cumprimento da bíblia da boa governação, da transparência, da prestação de contas. É isso que me faz pensar no que alguém disse nesta conferência relativamente ao facto de Angola «ter de ser integrada» na comunidade internacional para ser ajudada, o que significa seguir a tal bíblia. Eu vejo as coisas de forma diferente. Países como Angola devem ser ajudados a integrarem-se na comunidade internacional, mas para isso é necessário que eles se sintam respeitados. E isso exige tempo, pois as ajudas impostas do exterior não têm em conta os ritmos dos que necessitam de ajuda. Angola não pode ser integrada de imediato na comunidade internacional como se pretende, porque não tem condições para isso."

Este parágrafo, acho-o particularmente pertinente!! :

" É necessário criar um capital social que permita confiança recíproca, e esse objectivo talvez possa ser alcançado se a ajuda ao desenvolvimento permitisse o reforço da sociedade civil em sentido lato – o que inclui as dinâmicas comunitárias em curso em muitas regiões –, que proporciona a criação de espaços onde a democracia não formal possa florescer."

De facto os modelos "importados, são um verdadeiro flagelo seja em que tipo de relação fôr!! Até nas relações familiares, pessoais.Cada realidade é única e sui generis e quem deseja aproximar-se seja de quem for, deve ter em conta a realidade que encontra.....elementar meu caro Watson!

Resultado : há um desaproveitamento de todo o tipo de recursos (humanos e financeiros) por causa deste equívoco que sai muito caro.

Não vos parece?

Abraços

Koluki said...

Bato',

Nao posso, infelizmente, alongar-me muito neste momento (porque estou em viagem e vou apenas aproveitando umas abertas para por a "escrita em dia" aqui no blog) sobre o artigo do Fernando Pacheco que tambem achei excelente.
Quero apenas registar uma preocupacao: nao ha qualquer duvida que "modelos importados" podem ser, e sao efectivamente, em regra, perniciosos para o que considero fundamental para a libertacao e aproveitamento total das potencialidades de qualquer economia e sociedade, isto e', o DESENVOLVIMENTO ENDOGENO.
No entanto, e' preciso tambem ter-se cuidado que nao e' com o isolacionismo e a autarcia que essas potencialidades se libertam e desenvolvem, pelo contrario, com eles apenas se atrofiam. O que me parece crucial para encontrar o ponto de equilibrio nessa dicotomia e' a consolidacao e solidificacao das bases estruturais da sociedade e economia em questao para que ela se possa sentir segura na sua abertura ao exterior e a fruicao dos 'inputs' que lhe possam advir de outros modelos e experiencias de desenvolvimento noutras partes do mundo e, ao mesmo tempo, partilhar as suas proprias experiencias e licoes com o resto do mundo.
Ora, para que tal consolidacao e estruturacao se verifiquem torna-se necessario prestar atencao ao facto de que os "modelos" disponiveis, como maior ou menor diferenciacao, conteem componentes basicos, tambem chamados "fundamentals", que tendem a ser universalmente adoptados e que teem o potencial de poderem ser adaptados com consideravel versatilidade as mais diversas sociedades e economias do mundo.
O que julgo ser necessario, e' que Angola, esteja atenta ao desenvolvimento e metodos de aplicacao desses modelos noutras partes do mundo e decida apenas rejeitar aqueles "fundamentals" para os quais possa efectivamente apresentar alternativas funcionais e crediveis. E nao me parece que isso ja' tenha acontecido, ou esteja a acontecer... ainda!

Anonymous said...

".....nao e' com o isolacionismo e a autarcia que essas potencialidades se libertam e desenvolvem, pelo contrario, com eles apenas se atrofiam..."

Concordo plenamente, Ana.....aliás, aprecio sobremaneira a forma clara,lúcida, inteligente e reveladora de um amplo conhecimento histórico/politico e social que os teus escritos revelam.Com eles aprendo....sempre!
A minha intevenção,não pretendeu ser, (como são as tuas - a de alguém que com profundos conhecimentos na áreas socio-polícas e históricas) nem exaustiva, nem completa (não tenho conhecimentos para isso).Apenas pretendia dar relevância ao assunto que Pachego abordou no seu artigo e matenho o que disse.Tu desenvolveste muitíssimo sobre o tema de uma forma que não sou capaz de o fazer.Gostei muito de ler!
Um beijo

Koluki said...

COMENTARIOS A CERTA ALTURA RETIRADOS, MAS QUE, APOS DEVIDA REFLEXAO E DADA A SEQUENCIA DOS ACONTECIMENTOS A QUE ELES SE REFEREM, ACHEI POR BEM VOLTAR A PUBLICAR 'FOR THE RECORD':

Koluki said...

Enquanto tento estoicamente conter a revolta, a repulsa, o nojo e a vontade de vomitar, recupero aqui para o espaco de comentarios a que ele foi dedicado, o "comentario" abaixo - e este e' apenas um dentre muitos que tenho mandado para o caixote do lixo desde que activei o "comment moderation"...

Trata-se do tipo de "comentario" que ocorre a uma certa "portugalidade" fazer a um post onde se pode ler, nomeadamente, "...Muitas vezes pensamos que as relações pessoais podem trazer vantagens, mas já vimos que também podem trazer desvantagens. É preciso ter cuidado com o aproveitamento desses aspectos e não sobrevalorizar a língua e a história....".
A mesma "portugalidade" que nao se cansa de bradar aos ceus que "deu novos mundos ao mundo" e "inventou o mulato"... se alguem ainda tinha duvidas de como... e' so' dar uma espreitadela as imagens que correspondem ao "texto"!!!!!
A mesma "portugalidade" que reza e vai a missa todos os dias, elege Salazar como "o maior portugues de todos os tempos" ou coisa que o valha, ao mesmo tempo que asperge agua benta sobre os "pecados seus de cada dia" para que as "maes negras de filhos nos bracos" continuem a vendar os olhos as "violacoes suas de todos os dias" e a ensinar aos frutos de tais violacoes a "olharem para os ceus onde nao podem ver cores"... porque "somos todos iguais", "somos todos humanos", "nao ha guardioes de cultura, decencia, moral, principios ou identidade"... e que viva para todo o sempre a rebaldaria nossa de seculos, que as pretas sao nossas... sobretudo quando "se armam em intelectuais"... Angola e' nossa! Angola e' Portugal!!!!

.....

Publish Reject
(Malonguito) 5/7/07 "
.....


Desabafo said...

Minha querida amiga,

Estou mesmo a ver que estou condenada a só comentar aqui nestas ocasiões, mas bem diz o ditado que os amigos, neste caso as amigas, são para as ocasiões não é?
Olha, como te disse da outra vez, embora nem sempre comente tenho estado sempre atenta a este blog e as animosidades, invejas, ódios e provocações, etc. etc. etc. que ele está a despoletar em várias frentes e direcções…
Desta vez isto é apenas a continuação do que me fez comentar da primeira vez e podes crer que enquanto eles não conseguirem fechar este blog e te desmoralizarem completamente não vão desistir... portanto, minha amiga, tens que reunir todas as forças contra ventos e marés se queres continuar a poder expressar-te livremente por este meio!
Realmente isto só pode vir de criaturas ASQUEROSAS e COBARDES que só se atrevem a fazer isto por trás do anonimato e da fotografia de um macaco. E dizem que têm "pau"?!
Mas o mais flagrante é que há por aí meninas brancas a fazerem alarde dos seus "movimentos pélvicos, que nem mais de 100 pessoas (africanas?) conseguem fazer”... mas eles não se lembram delas para fazerem essas porcarias! Porque será? Será porque branca, faça o que fizer, diga o que disser, é sempre "senhora" e preta mesmo que esteja no seu cantinho condignamente a fazer o seu trabalho ou tenha 3 doutoramentos, para eles não passa de uma preta e portanto só pode servir para “uma coisa”?!
Mas se lhes chamas racistas por isso, não precisas de esperar muito para eles te xingarem a ti, a tua mãe e o teu pai, a tua família toda e todos os teus ancestrais juntos e ainda te chamarem complexada por cima... isto se não tiverem a oportunidade de te violarem "de verdade" ou de te matarem mesmo!!!!
Como disse da outra vez, até pode ser que tenhas realmente amigos portugueses ou que haja portugueses amigos deste blog, mas o que é certo é que nestas ocasiões eles calam-se muito bem caladinhos e “stick to each other”! Mas felizmente já vais atraindo cada vez mais leitores Africanos e doutras partes do mundo, só que se calhar vais ter que passar a escrever só em Inglês…

Por isso minha irmã, MUITA força e coragem aí!

Estamos sempre contigo, mesmo de longe!!!

Tua kamba de sempre, “Desabafo”.


António Clemente said...

Manas, fiquem só calmas. Ninguém vai conseguir fechar este blog assim tão fácilmente a não ser que a Koluki assim decidir e já vimos que ela não é de desistências fáceis!
Quanto ao macaco, ele não passa mesmo de um macaco travestido de mulher e por isso pode até ser que tenha um “pauzito”... mas a verdade é que com pau ou sem ele, esteja ele onde estiver, no Malongo, na Tugália ou na Conchichina, vamos lhe descobrir e ele vai ver com quantos paus se faz uma canoa!!!!!!
É que em Angola, acreditem ou não, ainda há HOMENS!


Bato' said...

Cá vou eu também intervir de novo, por cuasa do lixo que andam a deitar neste quintal saboroso.Minha querida amiga "desbafo".....não digas que os amigos portuguese se remetem ao silêncio....please........começa a cansar referirmo-nos às pessoas pelas suas nacionalidades e raças....sorry, mas sinto isso....
Quem quer deitar a Ana abaixo, está cheio de inveja, roído de ciúmes pela excelente qualidade deste blog e dos seus artigos e não é bom dar cartas ao "inimigo" retaliando com as mesmas armas....
INDIFERENÇA, PASSA POR CIMA.....INORAR POR COMPLETO E PERSEVERAR NA QUALIDADE E NO EMPENHO..... é o meu ponto de vista.
Beijinhos de uma mulata d'Alma, preta de ancas, branca de visual....de olhos claros ( caíste no arguidar di lixíva,quando a sua mãe estavas a lavar rôpa no rio...é pru causa disso....)tudo ficou bem clarinho....até uzuólhos!! lol lol lol
"Os cães ladram e a caravana passa" meu povo....toca a seguir em frente!!


Desabafo said...

Bató,

Em primeiro lugar, embora goste muito de debates não aprecio trocas de galhardetes deste tipo. Mas, uma vez que é a segunda vez que se dirige a mim sobre as minhas opiniões, decidi responder-lhe desta vez.
Minha senhora, acho que cada um tem direito as suas opiniões e visões do mundo e da vida, mas desde que saiba respeitar as dos outros. Felizmente, somos ambas visitantes e hóspedes de um espaço onde as opiniões, mesmo as que são insultuosas para com a dona da casa, são aceites, e so não são respeitadas quando não o merecem.
Ora bem, nos dois comentários que me dirigiu vejo que o seu maior problema é eu referir-me a raças e nacionalidades, em particular aos portugueses. Já percebi que tem um problema com isso, talvez porque é ou se sente portuguesa. Mas eu nunca me referi a todos os portugueses, mas sim a um grupo que devido aos seus comportamentos acaba por confirmar os estereotipos que existem sobre os portugueses em todo o mundo, mas também reconheço que há excepções à regra.
Se a senhora vivesse no UK ou no EUA, veria que “malonguitos” e outra/os do gênero já teriam provocado centenas de comentários de repúdio e se ele/a tivesse a coragem de dar a cara e o nome estaria sujeita a condenação judicial! Porque esses são países que percebem de relações interraciais e têm comunidades negras fortes, organizadas e combativas, o que não acontece em Portugal nem nas suas ex-colónias! Ainda há pouco tempo deu-se nos EUA o caso Imus que ao pé do que esse “malonguito” anda a fazer com o nome, a poesia e a imagem pública da Koluki não passa de uma brincadeira de crianças!!!
Minha senhora, não se pretenda pôr na pele dos outros, quando não pode saber o que é a experiência deles. E não me venha também com tentativas de negação da realidade que está à vista de todos, porque disso já ando eu e muitos negros por esse mundo fora FARTOS!!! O que a tal “portugalidade” de que a Koluki fala sabe fazer muito bem é escrever poemas em nome da “mulher negra” ou da “mãe negra” sem ter a mínima idéia do que significa ser-se uma delas! Mas, no entanto, quando uma mulher/mãe negra escreve a sua própria poesia, o que fazem é transformá-la em pornografia!!! E vem-me a senhora dizer que isso é para se ignorar??? Bató, a Koluki tem uma mãe e um filho a quem dedicou o livro que está a ser levianamente emporcalhado daquela maneira e também tem um companheiro… como é que acha que eles podem simplesmente IGNORAR???!!!
Minha senhora, não vale a pena tentar atirar-me areia ou pôr-me chuinga nos olhos ou tapar-me o sol com uma peneira, porque este blog é escrito em português e inglês e está aberto a todo o mundo, mas no entanto de que raça e nacionalidade são os que só fazem aqui ou nos blogs deles merda contra este blog e a sua autora? Ela tem participado no African Path e noutros espaços e blogs, já viu alguém fazer-lhe ou dizer-lhe lá o que os seus amigos portugas lhe fazem e dizem aqui e nos blogs deles????