Este é um disco que vem no seguimento dos 35 discos já editados por mim, no qual continuo a cantar semba e continuo a expressar o sentimento nacional e a vivência dos meus ancestrais africanos. Porque quero manter a coerência e a ligação com a minha terra de origem, que é Angola, e quero que a vivência fulgorosa do meu tempo seja um exemplo para a juventude de hoje, neste trabalho eu demonstro que não estou preocupado com as pizzas, com os hambúrgueres ou com as modas Rock & Roll, mas sim com a tradição de que eu sou seguidor: a tradição vivida no interior de Angola.
(…)
Só não se fizeram mais coisas por mim devido aos políticos, porque os políticos pertencem à engrenagem que nos ultrapassa a nós todos, sociedade civil. Para ter uma idéia, eu tive discos proibidos em Angola... No entanto, penso que evoluímos bastante e que hoje em dia contactámos com todo o mundo sem estar a ver, inclusivamente, a cor das pessoas.
COM "MESTRADOS" EM IMITAÇÃO, estamos a fazer da nossa vida uma rasura. Rasuramos em tudo!
(… )
Temos candidatos a médicos a fingirem que são formados por instituições privadas que nem laboratórios possuem e que, afinal, no fundo não passam de uma criminosa imitação de universidades. Estamos a ser "nobéis" na imitação de médicos, atentando contra a nossa imitada vida. "Distintos" licenciados em economia, que não são economistas, duvidam da infalibilidade da raiz quadrada e, ignorantes, arrogam-se a sentenciar que esta operação básica de aritmética, nem sempre dá certo... Por fim, exaustos, depois de termos brilhado em artes militares, regozijamo-nos por sermos promovidos a embaixadores, sem nunca termos ouvido falar sequer da Convenção de Genebra, quanto mais lê-la! Assim, nem uma simples imitação de diplomatas conseguimos ser...
Temos de impor a nós próprios outros níveis de exigência. Queremos ser uma potência na região mas não conseguimos sobreviver senão com a lei das importações! Gabamo-nos de sermos ricos mas acabamos por não ser senão endinheirados. Definitivamente temos de deixar de rasurar a vida...
[Mais aqui]
Ainda no NJ, um artigo sobre a transparencia na gestao dos recursos publicos:
De acordo com o Projecto de Orçamento Internacional (International Budget Project - IBP), Angola tinha, em 2006, quatro (4) por cento em 100 por cento no índice de Orçamento Aberto. Este índice avalia a quantidade de informação fornecida aos cidadãos em documentos orçamentais chave ao longo da sua execução anual.
O desempenho de Angola nesta matéria indica que o Governo dá aos cidadãos escassa ou nenhuma informação sobre o orçamento e actividades financeiras do Executivo central e que não há muito espaço para melhorar.
Todavia, o orçamento público (de Estado) é provavelmente o instrumento político mais importante que um Governo tem para dirigir um país. Num país rico em recursos, a gestão financeira pública é extremamente importante para a disciplina orçamental e para a qualidade do serviço prestado.
[Podera’ encontrar algo sobre o ramo Africano do IBP aqui]
Na passada sexta-feira, 20, dia em que era nomeado pelo Presidente da República como juiz conselheiro do novel Tribunal Constitucional, o antigo director das Eleições de 1992 aceitou conceder uma grande entrevista ao Cruzeiro do Sul:
Acho que vai ser sempre necessário trazer à memória as eleições de 92, porque as pessoas raciocinam por comparação. Todos nós tomamos as nossas decisões e temos as nossas aspirações sempre em comparação com outras pessoas, com outras situações. Neste momento, por exemplo, está a sofrer também comparação com outros processos eleitorais que vão acontecendo em Africa, nomeadamente no Quénia e no Zimbabué.
CS: O que ressalta dessa comparação?
OS: Há muita diferença. Em 92, fizeram-se duas eleições: as legislativas e as presidenciais; estava- se num período em que tinha terminado uma guerra que implicou vários processos complexos como a desmobilização, desarmamento, formação de um exército único, etc. Havia, portanto, vários condicionalismos e várias condições para que as eleições se realizassem. E todos sabemos hoje, quando fazemos um balanço da situação, que as eleições haviam sido avançadas com o grande anel de se conseguirem resultados fantásticos.
CS: Entretanto, o vento levaria tudo...
OS: Porque se esqueceu de que uma casa não se pode fazer sem fundamentos. Quando uma pessoa faz a sua casa na areia, o que acontece é que, ao mínimo vento, vai tudo por água abaixo. E foi o que aconteceu. A gente não construiu na rocha as eleições de 92.
CS: E agora, em 2008, este processo de preparação estará a assentar- se na rocha?
OS: Em 2008, todos nós temos noção de que houve um progresso muito grande, as pessoas tiveram tempo para pensar. Os eleitores também são outros. Haverá alguns ainda do tempo antigo, mas a grande maioria dos eleitores é aquela que, na altura, não podia votar porque não tinha dezoito anos. Poderão lembrar que eram crianças, jovens, mas a verdade é que são pessoas que tiveram acesso a outros meios de informação, a outros meios de educação, a globalização também veio manifestar-se nestes últimos anos. Hoje mesmo o angolano médio conhece todos os factos relacionados com eleições em toda a parte do mundo. Lê jornais, vê televisão, vai à Internet. Portanto, estamos perante uma realidade completamente diferente.
[Podera’ ler mais sobre Onofre dos Santos aqui]
O SA da-nos conta das suas “lides com a justica”…
Os jornalistas do Semanário Angolense Graça Campos e Sousa Neto foram condenados segunda-feira, 23, pela juíza Mariana Caley, da Sexta Secção da Sala de Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda, a penas respectivas de seis e dois meses de prisão correccional, tendo o segundo visto a sua pena suspensa por um período de dois anos. A sentença proferida contra Graça Campos é cumulativa, sendo referente a três de quatro processos apensados para julgamento em resposta a queixas apresentadas por Ana Maria de Oliveira, Julião António, Paulo Tjipilica e Natália do Espírito Santo.
… Agradece a solidariedade que tem recebido…
Sazonalmente, o Semanário Angolense tem sido alvo de processos judiciais em catadupa, como aconteceu na última leva, em que teve de responder a quatro acções de rajada, provavelmente com o fim último de fazer o jornal atirar a toalha ao tapete, na luta que vem fazendo pela liberdade de imprensa e por uma sociedade em que a corrupção e outras práticas que a enfermam, ao menos, não sejam tão escandalosas. É uma luta dura, com altos e baixos, sendo o actual momento, após as condenações de que foi alvo, que as reputa de injustas, uma prova séria à sua capacidade de resistência.
… E reporta sobre o que se diz sobre a crise Zimbabweana:
Por causa da sua intransigência mas, sobretudo, devido à sua determinação de converter o Zimbabwe num país de faz de conta, em que as liberdades e direitos democráticos estão confiscados, o presidente Robert Mugabe tornou-se uma figura execrável, contra a qual se pronunciam todos os líderes decentes do mundo. O Semanário Angolense faz um breve apanhado do que vai sendo dito pelo mundo fora sobre Mugabe e o seu país.
[Aqui]
Finalmente, na sua Koluna, Wilson Dada anuncia a sua entrada na blogosfera:
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