Thursday 17 April 2008

ECOS DA IMPRENSA ANGOLANA (5)

“Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.”

Manuel Alegre

Numa longa entrevista ao jornal A Capital, o director do Semanario Angolense (SA), Graca Campos, disserta sobre a actual panaramica da imprensa privada em Angola:


[Aqui]


No Jornal Angolense, Wilson Dada (Reginaldo Silva), conduz-nos pelos intersticios da pre-campanha eleitoral ja' iniciada:

“Depois do que aconteceu com as passeatas e meetings (comícios/ bebidos/maratonas) organizados pelo MPLA no último fim-desemana um pouco por todo o país, generosamente amplificados e ampliados pela sempre fiel comunicação social estatal, pode-se dizer que oficialmente teve inicio a pré-campanha eleitoral, embora a lei eleitoral não preveja nenhum período com esta designação.”


O kulunista partilha tambem algumas recebidas 'licoes de jornalismo' com os seus leitores:

“O reino da objectividade é a informação, a notícia, a cobertura, a reportagem, a análise, assim como o reino da tomada de posição era a opinião, o comentário, o artigo, o editorial. E fundamental separar e distinguir informação de opinião, indicar as diferenças de conteúdo e forma dos géneros jornalísticos, e apresentar toda a produção jornalística ao leitor/telespectador de forma a que ele perceba imediatamente o que é a exposição da realidade e o que é o juízo de valor". [Aqui]

No SA, o linguista e tradutor Adérito Miranda introduz-nos o “Segmento Mba como música”, na sua serie sobre “Linguística Bantu a partir do Kimbundu”:

"Conhecemos o segmento Mba com dois significados, sendo um no reino animal (pessoas, animais, população), que já foi aqui tratado abundantemente, e outro na música, como se pode ver nos vocábulos acima referenciados. Na música, o Mba representa ou reproduz fonologicamente uma batida no tambor ou em qualquer outro instrumento de percussão. Façamos então uma breve análise sobre aqueles casos." [Aqui]

Ainda no SA, Luis Kandjimbo apresenta uma recensao critica da obra de Arnaldo Santos, detendo-se particularmente no seu romance “A Casa Velha das Margens”:

“O autor do romance em apreço é natural de Luanda, onde nasceu em 1935. Fez os estudos primários e secundários em Luanda. Na década de 50, integrou o chamado «grupo da Cultura». Colaborou em várias publicações periódicas luandenses, entre as quais a revista Cultura, o Jornal de Angola (da década de 60), Abc e Mensagem da Casa dos Estudantes do Império. É membro fundador da União dos Escritores Angolanos (Uea). Passou a infância e a adolescência no bairro do Kinaxixi, topónimo que ocupa um lugar privilegiado na sua produção narrativa. Aos vinte anos de idade, publicou a sua primeira colectânea de contos, intitulada Quinaxixi. Com o livro de crónicas Tempo do Munhungo, arrebatou em 1968 o Prémio Mota Veiga, um dos poucos existentes em Luanda, nas décadas de 60 e 70.

Preciosista na depuração do texto narrativo curto e avaro da economia dos seus elementos, Arnaldo Santos submete a língua portuguesa a um singular tratamento articulando formas de expressão resultantes de modelos de comunicação angolanos a correspondentes formas de conteúdo. No dizer de Jorge Macedo, ele usa «lexias-kimbundo no interior de um português de luzidia correcção». Devido a esse labor oficinal, a sua obra narrativa não conheceu variações até à década de 90, gravitando em torno da forma breve do texto narrativo, entre o conto (Kinaxixi) e a crónica (Tempo do Munhungo). O seu romance que anuncia um outro fôlego, A Boneca de Quilengues, é publicado em 1991. No panorama da ficção narrativa angolana, é uma referência incontornável.” [Aqui]
“Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.”

Manuel Alegre

Numa longa entrevista ao jornal A Capital, o director do Semanario Angolense (SA), Graca Campos, disserta sobre a actual panaramica da imprensa privada em Angola:


[Aqui]


No Jornal Angolense, Wilson Dada (Reginaldo Silva), conduz-nos pelos intersticios da pre-campanha eleitoral ja' iniciada:

“Depois do que aconteceu com as passeatas e meetings (comícios/ bebidos/maratonas) organizados pelo MPLA no último fim-desemana um pouco por todo o país, generosamente amplificados e ampliados pela sempre fiel comunicação social estatal, pode-se dizer que oficialmente teve inicio a pré-campanha eleitoral, embora a lei eleitoral não preveja nenhum período com esta designação.”


O kulunista partilha tambem algumas recebidas 'licoes de jornalismo' com os seus leitores:

“O reino da objectividade é a informação, a notícia, a cobertura, a reportagem, a análise, assim como o reino da tomada de posição era a opinião, o comentário, o artigo, o editorial. E fundamental separar e distinguir informação de opinião, indicar as diferenças de conteúdo e forma dos géneros jornalísticos, e apresentar toda a produção jornalística ao leitor/telespectador de forma a que ele perceba imediatamente o que é a exposição da realidade e o que é o juízo de valor". [Aqui]

No SA, o linguista e tradutor Adérito Miranda introduz-nos o “Segmento Mba como música”, na sua serie sobre “Linguística Bantu a partir do Kimbundu”:

"Conhecemos o segmento Mba com dois significados, sendo um no reino animal (pessoas, animais, população), que já foi aqui tratado abundantemente, e outro na música, como se pode ver nos vocábulos acima referenciados. Na música, o Mba representa ou reproduz fonologicamente uma batida no tambor ou em qualquer outro instrumento de percussão. Façamos então uma breve análise sobre aqueles casos." [Aqui]

Ainda no SA, Luis Kandjimbo apresenta uma recensao critica da obra de Arnaldo Santos, detendo-se particularmente no seu romance “A Casa Velha das Margens”:

“O autor do romance em apreço é natural de Luanda, onde nasceu em 1935. Fez os estudos primários e secundários em Luanda. Na década de 50, integrou o chamado «grupo da Cultura». Colaborou em várias publicações periódicas luandenses, entre as quais a revista Cultura, o Jornal de Angola (da década de 60), Abc e Mensagem da Casa dos Estudantes do Império. É membro fundador da União dos Escritores Angolanos (Uea). Passou a infância e a adolescência no bairro do Kinaxixi, topónimo que ocupa um lugar privilegiado na sua produção narrativa. Aos vinte anos de idade, publicou a sua primeira colectânea de contos, intitulada Quinaxixi. Com o livro de crónicas Tempo do Munhungo, arrebatou em 1968 o Prémio Mota Veiga, um dos poucos existentes em Luanda, nas décadas de 60 e 70.

Preciosista na depuração do texto narrativo curto e avaro da economia dos seus elementos, Arnaldo Santos submete a língua portuguesa a um singular tratamento articulando formas de expressão resultantes de modelos de comunicação angolanos a correspondentes formas de conteúdo. No dizer de Jorge Macedo, ele usa «lexias-kimbundo no interior de um português de luzidia correcção». Devido a esse labor oficinal, a sua obra narrativa não conheceu variações até à década de 90, gravitando em torno da forma breve do texto narrativo, entre o conto (Kinaxixi) e a crónica (Tempo do Munhungo). O seu romance que anuncia um outro fôlego, A Boneca de Quilengues, é publicado em 1991. No panorama da ficção narrativa angolana, é uma referência incontornável.” [Aqui]

2 comments:

KImdaMagna said...

Como sempre magníficas prendas jornaloculturais ( e não só)encontro aqui no seu espaço.
Cara Koluki ( não querendo abusar da sua disponibilidade)peço-lhe que dê uma olhadela neste endereço na parte dos comentários ao blog http://kimangola.blogspot.com/2008/02/hugo-jos-azancot-de-menezes.html
Xaxuaxoalguém anónimo deixou quatro mensagens que gostaria que a Koluki analizasse e me trnsmitise o seu parecer trata-se do mesmo anónimo que havia anteriormente colocado a história do Azancot.

Koluki said...

Caro Kim,

Como me pediu, assim fiz: encontrei la' documentos que me parecem reais e fidedignos e, por isso, agradeco-lhe ter posto essa informacao disponivel, nao so' a mim como a outros leitores deste blog.

No entanto, parece-me um tanto leviano que alguem em posse de tal informaco nao recorra a meios formais para a divulgar, pondo-a assim ao servico de todos aqueles (principalmente os historiadores) interessados nessas questoes.

Tambem nao sei ate' que ponto, a memoria de Hugo de Menezes sera' bem servida por esse tipo de actuacao por parte de 'anonimos'...
Nao lhe posso, portanto, oferecer a 'analise' que me solicita sobre o conteudo daqueles documentos, mas quero crer que alguem o fara', certamente, de forma e pelas vias mais apropriadas e dignas da trajectoria politica de Hugo de Menezes e da sua familia mais proxima.

O que lhe posso, no entanto, oferecer sao alguns links que me foram facultados por alguem que manifestou interesse nessa questao e onde podera' constatar que o 'anonimo' em causa tem estado ha' algum tempo a circular amplamente os mesmos documentos em varios sites e blogs:

http://asingularidadedomeueu.wordpress.com/2007/02/08/angola-o-povo-no-poder-o-poder-ao-mplamdp-cde/
http://www.grupos.com.br/blog/ae_catarinense/?action=comment&post=18026
http://va.vidasalternativas.eu/?p=405
http://lestedeangola.weblog.com.pt/arquivo/225900.html
http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=5576
http://diplo.uol.com.br/forum1416 (9.4.08)
http://www.grupos.com.br/blog/ae_catarinense/?action=comment&post=18026 (05/12/2007)
http://angolasempre.blog.com/566615/ (2007/11/17)
http://www.africanidade.com/articles/172/1/GUINA-BISSAU-TUDO-DESMORONA-COMO-UM-BARALHO-DE-CARTAS/Paacutegina1.html
http://www.miguelportas.net/blog/?p=214 (Fevereiro 4, 2008 às 4:37)
http://arrastao.org/cinema/cuba-une-odysee-africaine/ (2 Abr 2008 )
http://www.cegueiralusa.com/2007/06/jos-eduardo-agualusa.html (5 DE FEVEREIRO DE 2008 0:43 )
http://blog.comunidades.net/heitor/index.php?op=arquivo&pagina=16&mmes=01&anon=2006 (MEIRELES 2008-04-08)
http://blog.ericawatanabe.com/2006/06/28/rapidas (Feb 19)
http://www.angoterra.com/rubrique-1078880.html (meireles - le mercredi

Aquele abraco!