Friday, 19 January 2007

KUNDERA, HOLLYWOOD & NOZ DE KABINDA...

Há 30 e muitos anos, em Paris, conheci a Irenka Dedicova, pintora, grande prémio de Praga, que me apresentava como o primo cigano que sabia ler as mãos. Na Insustentável Leveza do Ser a figura da Irenka é constante, aliás com grande fúria da mulher do Kundera. Divertimo-nos loucamente em Paris á base de noz de cola de Cabinda que na altura mascava para aguentar a pedalada. Saia de Angola, práticamente não dormia e compensava quando regressava. Anos mais tarde foi fazer uma exposição á Gulbenkian, em Lisboa e comprei-lhe um quadro que guardo com o maior carinho "L'autre coté". Foi contratada para ir a Hollywood dar apoio técnico ao filme "A Insustentável Leveza do Ser." O produtor era um Sam qualquer coisa o mesmo do "Voando sobre um Ninho de Cucos". Tiveram um caso, ele largou-a por uma jovem starlette, a Irenka regressa a Paris e suicida-se na noite de Natal. O meu quadro foi parar a casa do Servan-Schreiber do Grupo Expansion a quem telefonei pedindo a devolução. Convidou-me para jantar em casa dele. Arranquei para Paris, jantámos, ele contou histórias do tempo da Resistência, eu contei outras e voltei com o quadro debaixo do braço. Obrigou-me a escrever a história da minha zanga com a Irenka que durou mais de 10 anos: - uma cena de ciumes com um gato siamês que me deixou todo arranhado e ensanguentado ás 4 da manhã nas ruas de Paris. Ela assumiu a defesa do gato e eu fiquei furioso. A zanga acabou quando recebi uma foto autografada do gato pedindo desculpa.

Toda esta confusão para estabelecer o ténue link entre o Kundera e Angola.

(José Alçada)
Há 30 e muitos anos, em Paris, conheci a Irenka Dedicova, pintora, grande prémio de Praga, que me apresentava como o primo cigano que sabia ler as mãos. Na Insustentável Leveza do Ser a figura da Irenka é constante, aliás com grande fúria da mulher do Kundera. Divertimo-nos loucamente em Paris á base de noz de cola de Cabinda que na altura mascava para aguentar a pedalada. Saia de Angola, práticamente não dormia e compensava quando regressava. Anos mais tarde foi fazer uma exposição á Gulbenkian, em Lisboa e comprei-lhe um quadro que guardo com o maior carinho "L'autre coté". Foi contratada para ir a Hollywood dar apoio técnico ao filme "A Insustentável Leveza do Ser." O produtor era um Sam qualquer coisa o mesmo do "Voando sobre um Ninho de Cucos". Tiveram um caso, ele largou-a por uma jovem starlette, a Irenka regressa a Paris e suicida-se na noite de Natal. O meu quadro foi parar a casa do Servan-Schreiber do Grupo Expansion a quem telefonei pedindo a devolução. Convidou-me para jantar em casa dele. Arranquei para Paris, jantámos, ele contou histórias do tempo da Resistência, eu contei outras e voltei com o quadro debaixo do braço. Obrigou-me a escrever a história da minha zanga com a Irenka que durou mais de 10 anos: - uma cena de ciumes com um gato siamês que me deixou todo arranhado e ensanguentado ás 4 da manhã nas ruas de Paris. Ela assumiu a defesa do gato e eu fiquei furioso. A zanga acabou quando recebi uma foto autografada do gato pedindo desculpa.

Toda esta confusão para estabelecer o ténue link entre o Kundera e Angola.

(José Alçada)

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