Sunday, 7 January 2007

MUSSULO, MUSSULO... QUO VADIS MUSSULO?













A pergunta surge perante o acumular de noticias sobre a degradacao ambiental, ecologica, moral, enfim… que se vem observando no Mussulo (ver, por exemplo, aqui e aqui).
Alguem ainda se lembra do Mussulo antes da independencia? Dos tempos do Kapussoka? Todos os Luandenses, do musseque, do semi-musseque ou da baixa podiam e iam frequentemente… a familia toda… os mangais… os pinheiros… a contra-costa… as Bessa Nganas vistosas e orgulhosas do mercado de artesanato… o Mussulo nao era propriedade privada de ninguem, nao havia obstaculos de especie alguma. Alguem ainda se lembra do Mussulo ate meados dos anos 80? Nao ia para la quase ninguem… era uma ilha ainda mais deserta e apetecivel… ja nao havia Kapussoka, mas sempre dava para apanhar boleia em algum esporadico barco privado, ou nos botes militares… uma paz de espirito… nada de obstaculos (os que se sabia existirem eram suficientemente reconditos e devidamente ignorados) e muito menos impropriedades a vista. Mas… como “estamos sempre a subir”, agora parece ser pouco mais (admitindo que havera honrosas excepcoes) do que o musseque de betao, obstaculos e lixo de toda a especie e o mau gosto novo-riquista e exibicionista que se sabe!

Possiveis solucoes?



  1. Implementacao de decisoes do Governo Provincial de Luanda, repetidamente anunciadas mas nunca cumpridas, ou feitas cumprir, particularmente no que toca a remocao de obstaculos a livre circulacao;



  2. Imposicao de uma taxa tributaria a todos os proprietarios de moradias, mas nao residentes permanentes, a favor da municipalidade local, para que esta possa obter os meios tecnicos e humanos para limpeza e manutencao, incluindo a colocacao de instalacoes sanitarias e contentores de lixo em numero adequado, particularmente nas zonas mais frequentadas;



  3. Instituicao de uma brigada de fiscalizacao com poderes punitivos, a ser coadjuvada pela policia;



  4. Campanhas de educacao ambiental especificamente dirigidas aos visitantes de fim-de-semana;



  5. Limitacao drastica da circulacao de iates, motas aquaticas e afins (o que podera ser feito atraves de licenciamento limitado a determinadas areas e horas e punicao com multa avultada de quem o fizer sem licenca);



  6. Limitacao drastica dos niveis de poluicao sonora resultantes de aparelhagens de som e geradores (medida a ser regulada e controlada pela brigada de fiscalizacao);



  7. Reposicao do mercado local de artesanato (e outros produtos) com adequadas infrastruturas e limitacao do comercio local, tanto quanto possivel, as suas imediacoes;



  8. Reposicao das linhas do Kapussoka e seu reforco com pelo menos cinco ‘ferries’;



  9. Campanhas de educacao e sensibilizacao dos visitantes para o respeito dos habitos e culturas dos autoctones e da biodiversidade do Mussulo e ilhas adjacentes;



  10. Criacao de uma “Associacao dos Naturais, Proprietarios e Frequentadores do Mussulo” (ou designacao equivalente) com o objectivo de o preservar atraves da implementacao de regras de civilidade, respeito mutuo e conservacao ecologica e ambiental.

So' assim poderemos continuar a fruir tranquilamente o por-do-sol na contra-costa, como o pude fazer, e fotografar, em 2002:

















A pergunta surge perante o acumular de noticias sobre a degradacao ambiental, ecologica, moral, enfim… que se vem observando no Mussulo (ver, por exemplo, aqui e aqui).
Alguem ainda se lembra do Mussulo antes da independencia? Dos tempos do Kapussoka? Todos os Luandenses, do musseque, do semi-musseque ou da baixa podiam e iam frequentemente… a familia toda… os mangais… os pinheiros… a contra-costa… as Bessa Nganas vistosas e orgulhosas do mercado de artesanato… o Mussulo nao era propriedade privada de ninguem, nao havia obstaculos de especie alguma. Alguem ainda se lembra do Mussulo ate meados dos anos 80? Nao ia para la quase ninguem… era uma ilha ainda mais deserta e apetecivel… ja nao havia Kapussoka, mas sempre dava para apanhar boleia em algum esporadico barco privado, ou nos botes militares… uma paz de espirito… nada de obstaculos (os que se sabia existirem eram suficientemente reconditos e devidamente ignorados) e muito menos impropriedades a vista. Mas… como “estamos sempre a subir”, agora parece ser pouco mais (admitindo que havera honrosas excepcoes) do que o musseque de betao, obstaculos e lixo de toda a especie e o mau gosto novo-riquista e exibicionista que se sabe!

Possiveis solucoes?



  1. Implementacao de decisoes do Governo Provincial de Luanda, repetidamente anunciadas mas nunca cumpridas, ou feitas cumprir, particularmente no que toca a remocao de obstaculos a livre circulacao;



  2. Imposicao de uma taxa tributaria a todos os proprietarios de moradias, mas nao residentes permanentes, a favor da municipalidade local, para que esta possa obter os meios tecnicos e humanos para limpeza e manutencao, incluindo a colocacao de instalacoes sanitarias e contentores de lixo em numero adequado, particularmente nas zonas mais frequentadas;



  3. Instituicao de uma brigada de fiscalizacao com poderes punitivos, a ser coadjuvada pela policia;



  4. Campanhas de educacao ambiental especificamente dirigidas aos visitantes de fim-de-semana;



  5. Limitacao drastica da circulacao de iates, motas aquaticas e afins (o que podera ser feito atraves de licenciamento limitado a determinadas areas e horas e punicao com multa avultada de quem o fizer sem licenca);



  6. Limitacao drastica dos niveis de poluicao sonora resultantes de aparelhagens de som e geradores (medida a ser regulada e controlada pela brigada de fiscalizacao);



  7. Reposicao do mercado local de artesanato (e outros produtos) com adequadas infrastruturas e limitacao do comercio local, tanto quanto possivel, as suas imediacoes;



  8. Reposicao das linhas do Kapussoka e seu reforco com pelo menos cinco ‘ferries’;



  9. Campanhas de educacao e sensibilizacao dos visitantes para o respeito dos habitos e culturas dos autoctones e da biodiversidade do Mussulo e ilhas adjacentes;



  10. Criacao de uma “Associacao dos Naturais, Proprietarios e Frequentadores do Mussulo” (ou designacao equivalente) com o objectivo de o preservar atraves da implementacao de regras de civilidade, respeito mutuo e conservacao ecologica e ambiental.

So' assim poderemos continuar a fruir tranquilamente o por-do-sol na contra-costa, como o pude fazer, e fotografar, em 2002:





2 comments:

Anonymous said...

As propostas são interessantes, mas duvido que o Capapinha sózinho vai conseguir pôr ordem na sanzala…. não passará dos arranques. Acho que isso é um assunto em que o próprio JES tem que intervir, porque há muitos interesses dos poderosos em causa... Ele que viveu a maior parte dos seus 30 anos de poder no Futungo e no próprio Mussulo tem no mínimo o dever moral de assinar um decreto para fazer cumprir essas regras…..

Anonymous said...

De facto o Mussulo está a crescer desordenadamente e isso entristece-nos a todos.
Porém grande parte do Mussulo é propriedade privada há várias décadas, da empresa Carvalho & Freitas (Mutamba).
Esta proprietária é que deveria de uma vez por todas construir uns resorts interessantes e manter o acesso livre a toda a população quer à zona da costa quer da contra-costs.
A propriedade dessa empresa começa no "Buraco" e estende-se até metade da ilha.