Sunday, 29 November 2009
Saturday, 28 November 2009
80 ANOS DE LUCIO LARA
Esse foi so' um AC (Angola Combatente) que o Kota Lara me passou de kaxexe (tal como fazia o meu saudoso pai... ele nao devia, mas eu agradecia!) so' pra matar saudade...
Luanda, 2001]
“ RESTITUIÇÕES BANTU, VERSÕES ESCANDINAVAS “ (R)*
A PROPÓSITO DA EXPOSIÇÃO (NA GALERIA CELAMAR - ILHA DE LUANDA) DE "SONA, DESENHOS NA AREIA & ESCULTURA DE KIANA"
Por Simão SOUINDOULA
Historiador e Crítico de Arte Angolano
A presente exposição é organizada na sequência das pesquisas que resultaram na publicação da obra “ Sona, Desenhos na areia “ de Unni Skogen e Sonja Skaug e do concurso de artes plásticas, organizado em 2005, do qual derivou um magnífico calendário para 2006; tendo o conjunto desses programas beneficiado do apoio da empresa petrolífera Norueguesa Hydro, por ocasião da celebração do seu centenário. Ela reagrupa, num duo feminino inesperado, as obras de uma das autoras do livro, a Escandinava Skaug e uma das laureadas do concurso, a Bantu Kiana.
Essas duas mãos hábeis recriam, naturalmente, uma e outra, as tradições Angolanas através da geométrica expressão dos famosos pictogramas do nordeste de Angola e exploram igualmente outros temas ligados a natureza, sob outras escritas plásticas.
Este encontro, ilustração do são diálogo que deve ser estabelecido entre as culturas do mundo, é, portanto, caracterizado por uma dupla complementaridade, temática, mas também, técnica. Com efeito, a artista vinda do norte da Europa propõe os seus desenhos e pinturas sobre porcelana enquanto Kiana apresenta as suas surpreendentes esculturas em cimento branco, usando como única tela de fundo as ricas tradições culturais Angolanas.
Reunidas na ilha das sereias, verdadeiras Deusas protectoras da terra dos Axiluanda, cidade das corajosas “kitandeiras “, das pacientes “ kinguilas “ e das tenazes “ zungueiras “, as obras desses dois talentos, provindos de espaços geográficamente tão distantes, contribuirão, sem dúvida, para uma evolução não marginal e identificável da arte contemporânea Angolana e para o reforço, neste domínio, da promoção do conceito de género.
(Os meus agradecimentos a Simão Souindoula por me ter enviado este texto sobre um exemplo tão eloquente de genuína partilha cultural e uma das últimas edições do 'Tantã Cultural', de onde a fotografia foi retirada)
*[First posted 03/03/07]
Post Relacionado:
"Sona, Desenhos na Areia"
"Claude Levi-Strauss Revisitado"
Por Simão SOUINDOULA
Historiador e Crítico de Arte Angolano
A presente exposição é organizada na sequência das pesquisas que resultaram na publicação da obra “ Sona, Desenhos na areia “ de Unni Skogen e Sonja Skaug e do concurso de artes plásticas, organizado em 2005, do qual derivou um magnífico calendário para 2006; tendo o conjunto desses programas beneficiado do apoio da empresa petrolífera Norueguesa Hydro, por ocasião da celebração do seu centenário. Ela reagrupa, num duo feminino inesperado, as obras de uma das autoras do livro, a Escandinava Skaug e uma das laureadas do concurso, a Bantu Kiana.
Essas duas mãos hábeis recriam, naturalmente, uma e outra, as tradições Angolanas através da geométrica expressão dos famosos pictogramas do nordeste de Angola e exploram igualmente outros temas ligados a natureza, sob outras escritas plásticas.
Este encontro, ilustração do são diálogo que deve ser estabelecido entre as culturas do mundo, é, portanto, caracterizado por uma dupla complementaridade, temática, mas também, técnica. Com efeito, a artista vinda do norte da Europa propõe os seus desenhos e pinturas sobre porcelana enquanto Kiana apresenta as suas surpreendentes esculturas em cimento branco, usando como única tela de fundo as ricas tradições culturais Angolanas.
Reunidas na ilha das sereias, verdadeiras Deusas protectoras da terra dos Axiluanda, cidade das corajosas “kitandeiras “, das pacientes “ kinguilas “ e das tenazes “ zungueiras “, as obras desses dois talentos, provindos de espaços geográficamente tão distantes, contribuirão, sem dúvida, para uma evolução não marginal e identificável da arte contemporânea Angolana e para o reforço, neste domínio, da promoção do conceito de género.
(Os meus agradecimentos a Simão Souindoula por me ter enviado este texto sobre um exemplo tão eloquente de genuína partilha cultural e uma das últimas edições do 'Tantã Cultural', de onde a fotografia foi retirada)
*[First posted 03/03/07]
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"Claude Levi-Strauss Revisitado"
A PROPÓSITO DA EXPOSIÇÃO (NA GALERIA CELAMAR - ILHA DE LUANDA) DE "SONA, DESENHOS NA AREIA & ESCULTURA DE KIANA"
Por Simão SOUINDOULA
Historiador e Crítico de Arte Angolano
A presente exposição é organizada na sequência das pesquisas que resultaram na publicação da obra “ Sona, Desenhos na areia “ de Unni Skogen e Sonja Skaug e do concurso de artes plásticas, organizado em 2005, do qual derivou um magnífico calendário para 2006; tendo o conjunto desses programas beneficiado do apoio da empresa petrolífera Norueguesa Hydro, por ocasião da celebração do seu centenário. Ela reagrupa, num duo feminino inesperado, as obras de uma das autoras do livro, a Escandinava Skaug e uma das laureadas do concurso, a Bantu Kiana.
Essas duas mãos hábeis recriam, naturalmente, uma e outra, as tradições Angolanas através da geométrica expressão dos famosos pictogramas do nordeste de Angola e exploram igualmente outros temas ligados a natureza, sob outras escritas plásticas.
Este encontro, ilustração do são diálogo que deve ser estabelecido entre as culturas do mundo, é, portanto, caracterizado por uma dupla complementaridade, temática, mas também, técnica. Com efeito, a artista vinda do norte da Europa propõe os seus desenhos e pinturas sobre porcelana enquanto Kiana apresenta as suas surpreendentes esculturas em cimento branco, usando como única tela de fundo as ricas tradições culturais Angolanas.
Reunidas na ilha das sereias, verdadeiras Deusas protectoras da terra dos Axiluanda, cidade das corajosas “kitandeiras “, das pacientes “ kinguilas “ e das tenazes “ zungueiras “, as obras desses dois talentos, provindos de espaços geográficamente tão distantes, contribuirão, sem dúvida, para uma evolução não marginal e identificável da arte contemporânea Angolana e para o reforço, neste domínio, da promoção do conceito de género.
(Os meus agradecimentos a Simão Souindoula por me ter enviado este texto sobre um exemplo tão eloquente de genuína partilha cultural e uma das últimas edições do 'Tantã Cultural', de onde a fotografia foi retirada)
*[First posted 03/03/07]
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"Claude Levi-Strauss Revisitado"
Por Simão SOUINDOULA
Historiador e Crítico de Arte Angolano
A presente exposição é organizada na sequência das pesquisas que resultaram na publicação da obra “ Sona, Desenhos na areia “ de Unni Skogen e Sonja Skaug e do concurso de artes plásticas, organizado em 2005, do qual derivou um magnífico calendário para 2006; tendo o conjunto desses programas beneficiado do apoio da empresa petrolífera Norueguesa Hydro, por ocasião da celebração do seu centenário. Ela reagrupa, num duo feminino inesperado, as obras de uma das autoras do livro, a Escandinava Skaug e uma das laureadas do concurso, a Bantu Kiana.
Essas duas mãos hábeis recriam, naturalmente, uma e outra, as tradições Angolanas através da geométrica expressão dos famosos pictogramas do nordeste de Angola e exploram igualmente outros temas ligados a natureza, sob outras escritas plásticas.
Este encontro, ilustração do são diálogo que deve ser estabelecido entre as culturas do mundo, é, portanto, caracterizado por uma dupla complementaridade, temática, mas também, técnica. Com efeito, a artista vinda do norte da Europa propõe os seus desenhos e pinturas sobre porcelana enquanto Kiana apresenta as suas surpreendentes esculturas em cimento branco, usando como única tela de fundo as ricas tradições culturais Angolanas.
Reunidas na ilha das sereias, verdadeiras Deusas protectoras da terra dos Axiluanda, cidade das corajosas “kitandeiras “, das pacientes “ kinguilas “ e das tenazes “ zungueiras “, as obras desses dois talentos, provindos de espaços geográficamente tão distantes, contribuirão, sem dúvida, para uma evolução não marginal e identificável da arte contemporânea Angolana e para o reforço, neste domínio, da promoção do conceito de género.
(Os meus agradecimentos a Simão Souindoula por me ter enviado este texto sobre um exemplo tão eloquente de genuína partilha cultural e uma das últimas edições do 'Tantã Cultural', de onde a fotografia foi retirada)
*[First posted 03/03/07]
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"Sona, Desenhos na Areia"
"Claude Levi-Strauss Revisitado"
Tuesday, 24 November 2009
Au Jardin des Tuileries...
Marche' aux Puces, Paris, 1984
... WITH CHARLIE PARKER...
... WITH STRINGS!
(The Master Takes)
April in Paris
Just Friends
Everything Happens To Me
I Didn't Know What Time iIt Was
East of the Sun and West of the Moon
I'll Remember April
They Can't Take That (smile) Away From Me
April in Paris (live)
{et voila'!}
... WITH STRINGS!
(The Master Takes)
April in Paris
Just Friends
Everything Happens To Me
I Didn't Know What Time iIt Was
East of the Sun and West of the Moon
I'll Remember April
They Can't Take That (smile) Away From Me
April in Paris (live)
{et voila'!}
Tuesday, 17 November 2009
CLAUDE LEVI-STRAUSS REVISITADO
O Marxismo parecia-me evoluir no mesmo sentido da geologia e da psicanalise… Todos os tres mostravam que o entendimento consiste na reducao de um tipo de realidade a um outro; que a verdadeira realidade nunca e’ a mais obvia das realidades… em todos os casos, o problema e’ o mesmo: a relacao… entre a razao e a percepcao sensorial…
[Claude Levi-Strauss, 1908 – 2009]
Na pratica, a importancia da ideologia marxista para uma compreensao de Levi-Strauss e' dificil de determinar. O uso da dialetica por parte de Levi-Strauss, com a sequencia formal de tese-antitese-sintese, e' mais hegeliano do que marxista e a sua atitude para com a historia parece ser inteiramente contraria ao dogma marxista. Mas o quadro fica bastante confuso em virtude da interaccao dialetica entre o Existencialismo de Sartre e o Estruturalismo de Levi-Strauss.
Levi-Strauss encontrou-se pela primeira vez com Sartre em pessoa em Nova Iorque, corria o ano de 1946, mas ambos tinham relacoes comuns anteriores. Assim, Simone de Beauvoir e Merleau Ponty foram ambos estudantes normalistas com Levi-Strauss no Lycee Janson de Sailly (P.C.). Artigos de Levi-Strauss foram publicados amiude na revista de Sartre Les Temps Modernes mas, ao que parece, as relacoes pessoais entre os dois homens, por volta de 1955, estavam nitidamente tensas. Em Tristes Tropiques, Levi-Strauss comenta sobre o Existencialismo que:
Promover as preocupacoes particulares a categoria de problemas filosoficos e' perigoso e pode redundar numa especie de filosofia de vendeuse (W.W.: 62).
E todo o Capitulo 9 de La Pensee Sauvage e' dedicado a um ataque polemico contra a Critique de La Raison Dialectique, de Sartre. Levi-Strauss manifesta um especial desdem pela opiniao (aparente) de Sartre de que os membros de sociedades exoticas devem, necessariamente, ser incapazes de analise intelectual e dos poderes de demonstracao racional.
(...)
…a segunda fase do nosso empreendimento e’ que, embora nao nos apeguemos a elementos de qualquer sociedade, em particular, fazemos uso de todos eles para distinguir os principios da vida social que podem ser aplicados com o objectivo de reformar os nossos proprios costumes daqueles principios que regem os costumes que nos sao inteiramente estranhos… A nossa propria sociedade e’ a unica que podemos transformar e, apesar disso, nao destruir, dado que as mudancas introduzidas proviriam de dentro (W.W.: 391-2)
Como esta passagem nos mostra, Levi-Strauss e’ um visionario e o problema com os que teem visoes e’ que acham muito dificil reconhecer o mundo prosaico e trivial que o resto dos mortais ve a sua volta. Levi-Strauss empenha-se na sua antropologia porque concebe os povos primitivos como “modelos reduzidos” do que e’ essencial em toda a humanidade; mas os nobres selvagens resultantes, a maneira de Rousseau, habitam um mundo muito distante da imundicie e da miseria que e’ o terreno normalmente pisado pelo antropologo de campo.
Isto e’ importante. Um estudo cuidadoso de Tristes Tropiques revela que, em todo o curso de suas viagens brasileiras, Levi-Strauss nunca pode permanecer num lugar por mais de algumas semanas de cada vez e jamais esteve em condicoes de conversar facilmente com qualquer dos seus informantes nativos, na linguagem nativa deles. (…) Levi-Strauss nunca teve a oportunidade de sofrer essa experiencia desmoralizante nem se viu a bracos com as questoes envolvidas.
Existem muitas especies de investigacao antropologica mas o trabalho intensivo de campo, no estilo de Malinowski, empregando o vernaculo (...) e' um procedimento inteiramente diferente da cuidadosa mas menos abrangente descricao de maneiras e costumes, baseada no uso de informantes e interpretes especiais, que foi a fonte original para a maioria das observacoes etnograficas em que Levi-Strauss, como os seus predecessores frazerianos, preferiu confiar.
Em todos os seus escritos, Levi-Strauss pressupoe que o “modelo” simples, do primeiro estagio, gerado pelas impressoes originais do observador, corresponde fielmente a uma autentica (e muito importante) realidade etnografica – o “modelo consciente” que esta’ presente no espirito dos informantes do antropologo. Em contraste, aos antropologos que tiveram uma gama muito mais ampla e variada de experiencias de campo parece por demais obvio que esse modelo inicial pouco mais e’ do que uma amalgama de pressuposicoes tendenciosas do proprio observador.
A este respeito, muitos argumentaram que Levi-Strauss, como Frazer, e’ insuficientemente critico no tocante ao seu material basico de informacao. Ele parece ser capaz de descobrir justamente aquilo que estava procurando. Qualquer prova, por muito duvidosa que seja, e’ aceitavel – desde que se ajuste as expectativas logicamente calculadas; mas, sempre que os dados contrariam a teoria, Levi-Strauss contornara’ as provas ou mobilizara’ todos os recursos de sua poderosa invectiva para que a heresia seja expulsa, sem apelacao! Por isso e’ conveniente recordar que a formacao primordial de Levi-Strauss foi em Filosofia e Direito; ele comporta-se, sistematicamente, mais como um advogado defendendo uma causa do que como um cientista em busca da verdade ultima.
Mas o filosofo-advogado e’ tambem um poeta. The Seven Types of Ambiguity (1931), de William Empson, pertence a uma classe de critica literaria que e' inteiramente hostil aos estruturalistas contemporaneos; nao obstante, serve como excelente leitura introdutoria para quem quer que se candidate a estudar Levi-Strauss. Realmente, Levi-Strauss nao publicou poesia mas toda a sua atitude em relacao aos sons e significados, as combinacoes e permutas, dos elementos da linguagem denuncia a sua natureza. (...) Isso e' o terreno do poeta e os que se impacientam com a tortuosa ginastica da argumentacao de Levi-Strauss - como acontece com a maioria dos que o leem - precisam lembrar-se de que ele compartilha com Freud de uma capacidade sumamente extraordinaria: a de nos conduzir, sem que tenhamos consciencia disso, ate' aos mais profundos recessos das nossas emocoes secretas.
(…) Diga-se de passagem que todo o corpus dos escritos de Levi-Strauss esta’ repleto de referencias obliquas e jogos de palavras, que recordam a formula simbolista de Verlaine, pas de couleur, rien que la nuance. Davy (1965: 54) observou que os poetas simbolistas “insistiam em que a funcao da linguagem poetica e, particularmente das imagens, nao era ilustrar ideias mas consubstanciar uma experiencia indefinivel de qualquer outro modo”. "
[Copyright © Edmund Leach, 1970]
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Dance?
[Claude Levi-Strauss, 1908 – 2009]
Na pratica, a importancia da ideologia marxista para uma compreensao de Levi-Strauss e' dificil de determinar. O uso da dialetica por parte de Levi-Strauss, com a sequencia formal de tese-antitese-sintese, e' mais hegeliano do que marxista e a sua atitude para com a historia parece ser inteiramente contraria ao dogma marxista. Mas o quadro fica bastante confuso em virtude da interaccao dialetica entre o Existencialismo de Sartre e o Estruturalismo de Levi-Strauss.
Levi-Strauss encontrou-se pela primeira vez com Sartre em pessoa em Nova Iorque, corria o ano de 1946, mas ambos tinham relacoes comuns anteriores. Assim, Simone de Beauvoir e Merleau Ponty foram ambos estudantes normalistas com Levi-Strauss no Lycee Janson de Sailly (P.C.). Artigos de Levi-Strauss foram publicados amiude na revista de Sartre Les Temps Modernes mas, ao que parece, as relacoes pessoais entre os dois homens, por volta de 1955, estavam nitidamente tensas. Em Tristes Tropiques, Levi-Strauss comenta sobre o Existencialismo que:
Promover as preocupacoes particulares a categoria de problemas filosoficos e' perigoso e pode redundar numa especie de filosofia de vendeuse (W.W.: 62).
E todo o Capitulo 9 de La Pensee Sauvage e' dedicado a um ataque polemico contra a Critique de La Raison Dialectique, de Sartre. Levi-Strauss manifesta um especial desdem pela opiniao (aparente) de Sartre de que os membros de sociedades exoticas devem, necessariamente, ser incapazes de analise intelectual e dos poderes de demonstracao racional.
(...)
…a segunda fase do nosso empreendimento e’ que, embora nao nos apeguemos a elementos de qualquer sociedade, em particular, fazemos uso de todos eles para distinguir os principios da vida social que podem ser aplicados com o objectivo de reformar os nossos proprios costumes daqueles principios que regem os costumes que nos sao inteiramente estranhos… A nossa propria sociedade e’ a unica que podemos transformar e, apesar disso, nao destruir, dado que as mudancas introduzidas proviriam de dentro (W.W.: 391-2)
Como esta passagem nos mostra, Levi-Strauss e’ um visionario e o problema com os que teem visoes e’ que acham muito dificil reconhecer o mundo prosaico e trivial que o resto dos mortais ve a sua volta. Levi-Strauss empenha-se na sua antropologia porque concebe os povos primitivos como “modelos reduzidos” do que e’ essencial em toda a humanidade; mas os nobres selvagens resultantes, a maneira de Rousseau, habitam um mundo muito distante da imundicie e da miseria que e’ o terreno normalmente pisado pelo antropologo de campo.
Isto e’ importante. Um estudo cuidadoso de Tristes Tropiques revela que, em todo o curso de suas viagens brasileiras, Levi-Strauss nunca pode permanecer num lugar por mais de algumas semanas de cada vez e jamais esteve em condicoes de conversar facilmente com qualquer dos seus informantes nativos, na linguagem nativa deles. (…) Levi-Strauss nunca teve a oportunidade de sofrer essa experiencia desmoralizante nem se viu a bracos com as questoes envolvidas.
Existem muitas especies de investigacao antropologica mas o trabalho intensivo de campo, no estilo de Malinowski, empregando o vernaculo (...) e' um procedimento inteiramente diferente da cuidadosa mas menos abrangente descricao de maneiras e costumes, baseada no uso de informantes e interpretes especiais, que foi a fonte original para a maioria das observacoes etnograficas em que Levi-Strauss, como os seus predecessores frazerianos, preferiu confiar.
Em todos os seus escritos, Levi-Strauss pressupoe que o “modelo” simples, do primeiro estagio, gerado pelas impressoes originais do observador, corresponde fielmente a uma autentica (e muito importante) realidade etnografica – o “modelo consciente” que esta’ presente no espirito dos informantes do antropologo. Em contraste, aos antropologos que tiveram uma gama muito mais ampla e variada de experiencias de campo parece por demais obvio que esse modelo inicial pouco mais e’ do que uma amalgama de pressuposicoes tendenciosas do proprio observador.
A este respeito, muitos argumentaram que Levi-Strauss, como Frazer, e’ insuficientemente critico no tocante ao seu material basico de informacao. Ele parece ser capaz de descobrir justamente aquilo que estava procurando. Qualquer prova, por muito duvidosa que seja, e’ aceitavel – desde que se ajuste as expectativas logicamente calculadas; mas, sempre que os dados contrariam a teoria, Levi-Strauss contornara’ as provas ou mobilizara’ todos os recursos de sua poderosa invectiva para que a heresia seja expulsa, sem apelacao! Por isso e’ conveniente recordar que a formacao primordial de Levi-Strauss foi em Filosofia e Direito; ele comporta-se, sistematicamente, mais como um advogado defendendo uma causa do que como um cientista em busca da verdade ultima.
Mas o filosofo-advogado e’ tambem um poeta. The Seven Types of Ambiguity (1931), de William Empson, pertence a uma classe de critica literaria que e' inteiramente hostil aos estruturalistas contemporaneos; nao obstante, serve como excelente leitura introdutoria para quem quer que se candidate a estudar Levi-Strauss. Realmente, Levi-Strauss nao publicou poesia mas toda a sua atitude em relacao aos sons e significados, as combinacoes e permutas, dos elementos da linguagem denuncia a sua natureza. (...) Isso e' o terreno do poeta e os que se impacientam com a tortuosa ginastica da argumentacao de Levi-Strauss - como acontece com a maioria dos que o leem - precisam lembrar-se de que ele compartilha com Freud de uma capacidade sumamente extraordinaria: a de nos conduzir, sem que tenhamos consciencia disso, ate' aos mais profundos recessos das nossas emocoes secretas.
(…) Diga-se de passagem que todo o corpus dos escritos de Levi-Strauss esta’ repleto de referencias obliquas e jogos de palavras, que recordam a formula simbolista de Verlaine, pas de couleur, rien que la nuance. Davy (1965: 54) observou que os poetas simbolistas “insistiam em que a funcao da linguagem poetica e, particularmente das imagens, nao era ilustrar ideias mas consubstanciar uma experiencia indefinivel de qualquer outro modo”. "
[Copyright © Edmund Leach, 1970]
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O Marxismo parecia-me evoluir no mesmo sentido da geologia e da psicanalise… Todos os tres mostravam que o entendimento consiste na reducao de um tipo de realidade a um outro; que a verdadeira realidade nunca e’ a mais obvia das realidades… em todos os casos, o problema e’ o mesmo: a relacao… entre a razao e a percepcao sensorial…
[Claude Levi-Strauss, 1908 – 2009]
Na pratica, a importancia da ideologia marxista para uma compreensao de Levi-Strauss e' dificil de determinar. O uso da dialetica por parte de Levi-Strauss, com a sequencia formal de tese-antitese-sintese, e' mais hegeliano do que marxista e a sua atitude para com a historia parece ser inteiramente contraria ao dogma marxista. Mas o quadro fica bastante confuso em virtude da interaccao dialetica entre o Existencialismo de Sartre e o Estruturalismo de Levi-Strauss.
Levi-Strauss encontrou-se pela primeira vez com Sartre em pessoa em Nova Iorque, corria o ano de 1946, mas ambos tinham relacoes comuns anteriores. Assim, Simone de Beauvoir e Merleau Ponty foram ambos estudantes normalistas com Levi-Strauss no Lycee Janson de Sailly (P.C.). Artigos de Levi-Strauss foram publicados amiude na revista de Sartre Les Temps Modernes mas, ao que parece, as relacoes pessoais entre os dois homens, por volta de 1955, estavam nitidamente tensas. Em Tristes Tropiques, Levi-Strauss comenta sobre o Existencialismo que:
Promover as preocupacoes particulares a categoria de problemas filosoficos e' perigoso e pode redundar numa especie de filosofia de vendeuse (W.W.: 62).
E todo o Capitulo 9 de La Pensee Sauvage e' dedicado a um ataque polemico contra a Critique de La Raison Dialectique, de Sartre. Levi-Strauss manifesta um especial desdem pela opiniao (aparente) de Sartre de que os membros de sociedades exoticas devem, necessariamente, ser incapazes de analise intelectual e dos poderes de demonstracao racional.
(...)
…a segunda fase do nosso empreendimento e’ que, embora nao nos apeguemos a elementos de qualquer sociedade, em particular, fazemos uso de todos eles para distinguir os principios da vida social que podem ser aplicados com o objectivo de reformar os nossos proprios costumes daqueles principios que regem os costumes que nos sao inteiramente estranhos… A nossa propria sociedade e’ a unica que podemos transformar e, apesar disso, nao destruir, dado que as mudancas introduzidas proviriam de dentro (W.W.: 391-2)
Como esta passagem nos mostra, Levi-Strauss e’ um visionario e o problema com os que teem visoes e’ que acham muito dificil reconhecer o mundo prosaico e trivial que o resto dos mortais ve a sua volta. Levi-Strauss empenha-se na sua antropologia porque concebe os povos primitivos como “modelos reduzidos” do que e’ essencial em toda a humanidade; mas os nobres selvagens resultantes, a maneira de Rousseau, habitam um mundo muito distante da imundicie e da miseria que e’ o terreno normalmente pisado pelo antropologo de campo.
Isto e’ importante. Um estudo cuidadoso de Tristes Tropiques revela que, em todo o curso de suas viagens brasileiras, Levi-Strauss nunca pode permanecer num lugar por mais de algumas semanas de cada vez e jamais esteve em condicoes de conversar facilmente com qualquer dos seus informantes nativos, na linguagem nativa deles. (…) Levi-Strauss nunca teve a oportunidade de sofrer essa experiencia desmoralizante nem se viu a bracos com as questoes envolvidas.
Existem muitas especies de investigacao antropologica mas o trabalho intensivo de campo, no estilo de Malinowski, empregando o vernaculo (...) e' um procedimento inteiramente diferente da cuidadosa mas menos abrangente descricao de maneiras e costumes, baseada no uso de informantes e interpretes especiais, que foi a fonte original para a maioria das observacoes etnograficas em que Levi-Strauss, como os seus predecessores frazerianos, preferiu confiar.
Em todos os seus escritos, Levi-Strauss pressupoe que o “modelo” simples, do primeiro estagio, gerado pelas impressoes originais do observador, corresponde fielmente a uma autentica (e muito importante) realidade etnografica – o “modelo consciente” que esta’ presente no espirito dos informantes do antropologo. Em contraste, aos antropologos que tiveram uma gama muito mais ampla e variada de experiencias de campo parece por demais obvio que esse modelo inicial pouco mais e’ do que uma amalgama de pressuposicoes tendenciosas do proprio observador.
A este respeito, muitos argumentaram que Levi-Strauss, como Frazer, e’ insuficientemente critico no tocante ao seu material basico de informacao. Ele parece ser capaz de descobrir justamente aquilo que estava procurando. Qualquer prova, por muito duvidosa que seja, e’ aceitavel – desde que se ajuste as expectativas logicamente calculadas; mas, sempre que os dados contrariam a teoria, Levi-Strauss contornara’ as provas ou mobilizara’ todos os recursos de sua poderosa invectiva para que a heresia seja expulsa, sem apelacao! Por isso e’ conveniente recordar que a formacao primordial de Levi-Strauss foi em Filosofia e Direito; ele comporta-se, sistematicamente, mais como um advogado defendendo uma causa do que como um cientista em busca da verdade ultima.
Mas o filosofo-advogado e’ tambem um poeta. The Seven Types of Ambiguity (1931), de William Empson, pertence a uma classe de critica literaria que e' inteiramente hostil aos estruturalistas contemporaneos; nao obstante, serve como excelente leitura introdutoria para quem quer que se candidate a estudar Levi-Strauss. Realmente, Levi-Strauss nao publicou poesia mas toda a sua atitude em relacao aos sons e significados, as combinacoes e permutas, dos elementos da linguagem denuncia a sua natureza. (...) Isso e' o terreno do poeta e os que se impacientam com a tortuosa ginastica da argumentacao de Levi-Strauss - como acontece com a maioria dos que o leem - precisam lembrar-se de que ele compartilha com Freud de uma capacidade sumamente extraordinaria: a de nos conduzir, sem que tenhamos consciencia disso, ate' aos mais profundos recessos das nossas emocoes secretas.
(…) Diga-se de passagem que todo o corpus dos escritos de Levi-Strauss esta’ repleto de referencias obliquas e jogos de palavras, que recordam a formula simbolista de Verlaine, pas de couleur, rien que la nuance. Davy (1965: 54) observou que os poetas simbolistas “insistiam em que a funcao da linguagem poetica e, particularmente das imagens, nao era ilustrar ideias mas consubstanciar uma experiencia indefinivel de qualquer outro modo”. "
[Copyright © Edmund Leach, 1970]
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Dance?
[Claude Levi-Strauss, 1908 – 2009]
Na pratica, a importancia da ideologia marxista para uma compreensao de Levi-Strauss e' dificil de determinar. O uso da dialetica por parte de Levi-Strauss, com a sequencia formal de tese-antitese-sintese, e' mais hegeliano do que marxista e a sua atitude para com a historia parece ser inteiramente contraria ao dogma marxista. Mas o quadro fica bastante confuso em virtude da interaccao dialetica entre o Existencialismo de Sartre e o Estruturalismo de Levi-Strauss.
Levi-Strauss encontrou-se pela primeira vez com Sartre em pessoa em Nova Iorque, corria o ano de 1946, mas ambos tinham relacoes comuns anteriores. Assim, Simone de Beauvoir e Merleau Ponty foram ambos estudantes normalistas com Levi-Strauss no Lycee Janson de Sailly (P.C.). Artigos de Levi-Strauss foram publicados amiude na revista de Sartre Les Temps Modernes mas, ao que parece, as relacoes pessoais entre os dois homens, por volta de 1955, estavam nitidamente tensas. Em Tristes Tropiques, Levi-Strauss comenta sobre o Existencialismo que:
Promover as preocupacoes particulares a categoria de problemas filosoficos e' perigoso e pode redundar numa especie de filosofia de vendeuse (W.W.: 62).
E todo o Capitulo 9 de La Pensee Sauvage e' dedicado a um ataque polemico contra a Critique de La Raison Dialectique, de Sartre. Levi-Strauss manifesta um especial desdem pela opiniao (aparente) de Sartre de que os membros de sociedades exoticas devem, necessariamente, ser incapazes de analise intelectual e dos poderes de demonstracao racional.
(...)
…a segunda fase do nosso empreendimento e’ que, embora nao nos apeguemos a elementos de qualquer sociedade, em particular, fazemos uso de todos eles para distinguir os principios da vida social que podem ser aplicados com o objectivo de reformar os nossos proprios costumes daqueles principios que regem os costumes que nos sao inteiramente estranhos… A nossa propria sociedade e’ a unica que podemos transformar e, apesar disso, nao destruir, dado que as mudancas introduzidas proviriam de dentro (W.W.: 391-2)
Como esta passagem nos mostra, Levi-Strauss e’ um visionario e o problema com os que teem visoes e’ que acham muito dificil reconhecer o mundo prosaico e trivial que o resto dos mortais ve a sua volta. Levi-Strauss empenha-se na sua antropologia porque concebe os povos primitivos como “modelos reduzidos” do que e’ essencial em toda a humanidade; mas os nobres selvagens resultantes, a maneira de Rousseau, habitam um mundo muito distante da imundicie e da miseria que e’ o terreno normalmente pisado pelo antropologo de campo.
Isto e’ importante. Um estudo cuidadoso de Tristes Tropiques revela que, em todo o curso de suas viagens brasileiras, Levi-Strauss nunca pode permanecer num lugar por mais de algumas semanas de cada vez e jamais esteve em condicoes de conversar facilmente com qualquer dos seus informantes nativos, na linguagem nativa deles. (…) Levi-Strauss nunca teve a oportunidade de sofrer essa experiencia desmoralizante nem se viu a bracos com as questoes envolvidas.
Existem muitas especies de investigacao antropologica mas o trabalho intensivo de campo, no estilo de Malinowski, empregando o vernaculo (...) e' um procedimento inteiramente diferente da cuidadosa mas menos abrangente descricao de maneiras e costumes, baseada no uso de informantes e interpretes especiais, que foi a fonte original para a maioria das observacoes etnograficas em que Levi-Strauss, como os seus predecessores frazerianos, preferiu confiar.
Em todos os seus escritos, Levi-Strauss pressupoe que o “modelo” simples, do primeiro estagio, gerado pelas impressoes originais do observador, corresponde fielmente a uma autentica (e muito importante) realidade etnografica – o “modelo consciente” que esta’ presente no espirito dos informantes do antropologo. Em contraste, aos antropologos que tiveram uma gama muito mais ampla e variada de experiencias de campo parece por demais obvio que esse modelo inicial pouco mais e’ do que uma amalgama de pressuposicoes tendenciosas do proprio observador.
A este respeito, muitos argumentaram que Levi-Strauss, como Frazer, e’ insuficientemente critico no tocante ao seu material basico de informacao. Ele parece ser capaz de descobrir justamente aquilo que estava procurando. Qualquer prova, por muito duvidosa que seja, e’ aceitavel – desde que se ajuste as expectativas logicamente calculadas; mas, sempre que os dados contrariam a teoria, Levi-Strauss contornara’ as provas ou mobilizara’ todos os recursos de sua poderosa invectiva para que a heresia seja expulsa, sem apelacao! Por isso e’ conveniente recordar que a formacao primordial de Levi-Strauss foi em Filosofia e Direito; ele comporta-se, sistematicamente, mais como um advogado defendendo uma causa do que como um cientista em busca da verdade ultima.
Mas o filosofo-advogado e’ tambem um poeta. The Seven Types of Ambiguity (1931), de William Empson, pertence a uma classe de critica literaria que e' inteiramente hostil aos estruturalistas contemporaneos; nao obstante, serve como excelente leitura introdutoria para quem quer que se candidate a estudar Levi-Strauss. Realmente, Levi-Strauss nao publicou poesia mas toda a sua atitude em relacao aos sons e significados, as combinacoes e permutas, dos elementos da linguagem denuncia a sua natureza. (...) Isso e' o terreno do poeta e os que se impacientam com a tortuosa ginastica da argumentacao de Levi-Strauss - como acontece com a maioria dos que o leem - precisam lembrar-se de que ele compartilha com Freud de uma capacidade sumamente extraordinaria: a de nos conduzir, sem que tenhamos consciencia disso, ate' aos mais profundos recessos das nossas emocoes secretas.
(…) Diga-se de passagem que todo o corpus dos escritos de Levi-Strauss esta’ repleto de referencias obliquas e jogos de palavras, que recordam a formula simbolista de Verlaine, pas de couleur, rien que la nuance. Davy (1965: 54) observou que os poetas simbolistas “insistiam em que a funcao da linguagem poetica e, particularmente das imagens, nao era ilustrar ideias mas consubstanciar uma experiencia indefinivel de qualquer outro modo”. "
[Copyright © Edmund Leach, 1970]
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PHILOSOPHY,
POETRY
Monday, 16 November 2009
O DIA EM QUE O LEAO (NAO) COMEU PELA PRIMEIRA VEZ A ESTRELA…
Masque (2003) - Amidou Dossou, Benin
Foi o dia em que alguem, algures entre a Maianga e a Cidade Alta, resolveu que a literatura angolana precisava de algo assim como uma “biblioteca asseptica”: “ja’ era preciso um trabalho assim, uma especie de condensado para que as novas geracoes entendam como a personalidade dos povos de Angola se foi afirmando atraves da literatura…” – tera’ (alegadamente) sentenciado o mais elevado dos espiritas.
Mas, infelizmente, invocados os espiritos (maiores e menores; mais ou menos elevados), a razao nao voltou a sala: engalfinharam-se todos, ao longo de alinhamentos racicos, numa guerra aberta, numa rixa de bar de beco onde so’ faltou puxar canivetes e, no melhor dos casos, em trocas de azedos galhardetes com lugar de destaque nas parangonas…
Ate’ que, aparentemente, acabaram por se decidir mansamente por um fugaz pacto de regime, ou de elites, pois so’ assim ficariam todos copiosamente servidos dos espolios da guerra, em plena comunhao: onde e’ promovido, contemplado, nomeado, agraciado, galardoado, premiado, ou tambem achincalhado, alguem de um lado do bilo, alguem do outro lado tambem tem de o ser… e.g., se num ano e' premiada uma cantora lirica negra, no ano seguinte tem de ser uma "ex-balarina classica" branca; se no espaco de uma semana morrem dois 'epigonos', um de cada lado da barricada e nos antipodas um do outro em termos de mundovisao, ha' que conceder-lhes ex-aequo et bono uma "indelevel heranca intelectual"... e por ai fora.
Acontece, porem, que ha’ pelo meio desse campo de batalha umas estranhas (estrangeiras?) criaturas que nunca nele voluntariamente se meteram, nem nunca se propuseram envolver-se em nenhuma guerra com qualquer dos lados da contenda, mesmo porque para tal nunca foram invocadas ou convocadas e, acima de tudo, nao teem nem nunca tiveram qualquer apetencia pelos espolios em questao.
… OU DE COMO OS SONHOS ANDAM EM PARAFUSO
(PARA USO DESUSO E ABUSO) …
Dangbé (2005)- Cyprien Tokoudagdaba, Benin
Récade(2004)- Cyprien Tokoudagdaba, Benin
Assim, nesse ambiente de paz podre, como ovo de cobra se pariu a hipocrita neofita “ideologia dos (pretensos) afectos”, cuja vitima mais notoria tem sido a possibilidade (supostamente conquistada no pos-guerra com os novos tempos de construcao democratica) de qualquer debate intelectual minimamente objectivo, racional e construtivo sobre as questoes de fundo subjacentes a tal disputa - espante-se, pois, a multidao, de que a Historia de Angola, e da Africa em geral, seja pouco mais do que uma eterna sucessao de aparentemente "inexplicaveis", ou "exclusivamente incitadas pelo ocidente", guerras fratricidas...Acontece, porem, que ha’ pelo meio desse campo de batalha umas estranhas (estrangeiras?) criaturas que nunca nele voluntariamente se meteram, nem nunca se propuseram envolver-se em nenhuma guerra com qualquer dos lados da contenda, mesmo porque para tal nunca foram invocadas ou convocadas e, acima de tudo, nao teem nem nunca tiveram qualquer apetencia pelos espolios em questao.
… OU DE COMO OS SONHOS ANDAM EM PARAFUSO
(PARA USO DESUSO E ABUSO) …
Dangbé (2005)- Cyprien Tokoudagdaba, Benin
Mas… como diz a multidao de cobra ao pescoco e presa ao chao: “sai debaixo, porque onde bilam os elefantes, o capim e’ que paga”, ou seja, as tais estranhas criaturas [“pobres e insignificantes”, segundo uma certa ‘onca chorona’ contra quem, em tempos nao assim tao longinquos mas que agora a todos convem varrer para debaixo do tapete, um dos lados chegou a emitir um abaixo-assinado acusando-a de “sistematicas praticas social e racialmente discriminatorias” (o que a levou, num passe de magica, do dia para a noite, a trocar as sapatilhas de ballet classico pela mascara MwanaPwo para assim se afirmar "mais negra e mais angolana” - no que, diga-se de passagem, a sua famosa, exotica e prestimosa bunDONA muito a tem ajudado - do que os seus criticos todos juntos e, mais ainda, do que a propria Angolanidade… ao ponto de agora ate' se permitir deliberar e ordenar sobre quem "merece" ou nao ser Angolano - o que, de resto, ultimamente vem "fazendo genero" entre certas criaturas de nacionalidade e/ou identidade duvidosa... -, e, agora que se diz "mae da danca contemporanea em Africa (...!)", se calhar ate' da propria Africanidade!), numa certa academia de musica e danca classica – onde, incidentalmente, ha’ vinte e tal anos, numa das unicas tres ocasioes em que me lembro de a ter visto na vida (ja' agora, as duas outras foram, respectivamente, em Luanda, nas imediacoes do Liceu Feminino, quando pela primeira vez lhe reparei no traseiro e, em Lisboa, durante um evento da embaixada de Angola com a presenca de JES, em que ela, como dedicada cortesã e servidora do poder, apresentava uma danca especialmente dedicada a S.Excia.), nao pude deixar de reparar nela num dia em que, como por vezes fazia depois da minha aula de piano com o meu professor kaTchokwe que tinha sido treinado por uma mestra Sovietica, quando geralmente ja’ nao se encontrava mais ninguem no edificio, me entregava ao livre exercicio de “jazzin' up” os acordes classicos que com ele tinha praticado, ela apareceu a porta da sala onde o fazia, acompanhada por um ou dois dos seus ‘leoes’, com o ar inquisitorial-nazi de quem pergunta e diz “qu'essa merda?! porra!!!”, mas, perante o meu olhar sereno, acabou por se retirar com os seus acompanhantes sem uma palavra…]!
Requin (2004) - Cyprien Toukoudagba, Benin
Resulta que a dita “ideologia dos (pretensos) afectos” apenas tem conseguido criar, alimentar e reproduzir “ogros”, ou seja, monstros, vultos e glitterati esquizofrenicos, coadjuvados, quais sombras omnipresentes, omnipotentes e omniscientes, por seus ghost writers, "assistentes de criacao" e "conselheiros tecnicos indigenas" mais suas infaliveis coortes de sycophantas, sedentos de poder absoluto e dominacao exclusiva das parangonas e determinados a destroçar a catanada todos os sonhos que desconseguem usar, abusar e desusar…
Resulta que a dita “ideologia dos (pretensos) afectos” apenas tem conseguido criar, alimentar e reproduzir “ogros”, ou seja, monstros, vultos e glitterati esquizofrenicos, coadjuvados, quais sombras omnipresentes, omnipotentes e omniscientes, por seus ghost writers, "assistentes de criacao" e "conselheiros tecnicos indigenas" mais suas infaliveis coortes de sycophantas, sedentos de poder absoluto e dominacao exclusiva das parangonas e determinados a destroçar a catanada todos os sonhos que desconseguem usar, abusar e desusar…
E a razao... essa, enquanto o ambiente na sala continua de cortar a catanada, permanece angustiosamente inatingivel num qualquer labirinto entre a lua e a estrela, enquanto a ‘onca chorona’, transmudada na sua outra pele de cobra (Rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs), continua, com toda a destreza e leveza que lhe sao conhecidas, dominando as parangonas e debicando dos pratos patrocinadores do
p(h)oder do estado onde tudo lhe e’ servido de bandeja, com ou sem desfalque: o reino e a vontade!
Mas… como tambem dizem os coitados de chupa no pe’: “o p(h)oder corrompe e o
p(h)oder absoluto corrompe absolutamente”, mas… ta’ tudo bem!
p(h)oder do estado onde tudo lhe e’ servido de bandeja, com ou sem desfalque: o reino e a vontade!
Mas… como tambem dizem os coitados de chupa no pe’: “o p(h)oder corrompe e o
p(h)oder absoluto corrompe absolutamente”, mas… ta’ tudo bem!
[… mas a musica ja’ nos desce mais 'as maos…]
Ilustracoes (excepto a ultima): Gaïa – Art Moderne et Contemporain d’Afrique (2007)
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Masque (2003) - Amidou Dossou, Benin
Foi o dia em que alguem, algures entre a Maianga e a Cidade Alta, resolveu que a literatura angolana precisava de algo assim como uma “biblioteca asseptica”: “ja’ era preciso um trabalho assim, uma especie de condensado para que as novas geracoes entendam como a personalidade dos povos de Angola se foi afirmando atraves da literatura…” – tera’ (alegadamente) sentenciado o mais elevado dos espiritas.
Mas, infelizmente, invocados os espiritos (maiores e menores; mais ou menos elevados), a razao nao voltou a sala: engalfinharam-se todos, ao longo de alinhamentos racicos, numa guerra aberta, numa rixa de bar de beco onde so’ faltou puxar canivetes e, no melhor dos casos, em trocas de azedos galhardetes com lugar de destaque nas parangonas…
Ate’ que, aparentemente, acabaram por se decidir mansamente por um fugaz pacto de regime, ou de elites, pois so’ assim ficariam todos copiosamente servidos dos espolios da guerra, em plena comunhao: onde e’ promovido, contemplado, nomeado, agraciado, galardoado, premiado, ou tambem achincalhado, alguem de um lado do bilo, alguem do outro lado tambem tem de o ser… e.g., se num ano e' premiada uma cantora lirica negra, no ano seguinte tem de ser uma "ex-balarina classica" branca; se no espaco de uma semana morrem dois 'epigonos', um de cada lado da barricada e nos antipodas um do outro em termos de mundovisao, ha' que conceder-lhes ex-aequo et bono uma "indelevel heranca intelectual"... e por ai fora.
Acontece, porem, que ha’ pelo meio desse campo de batalha umas estranhas (estrangeiras?) criaturas que nunca nele voluntariamente se meteram, nem nunca se propuseram envolver-se em nenhuma guerra com qualquer dos lados da contenda, mesmo porque para tal nunca foram invocadas ou convocadas e, acima de tudo, nao teem nem nunca tiveram qualquer apetencia pelos espolios em questao.
… OU DE COMO OS SONHOS ANDAM EM PARAFUSO
(PARA USO DESUSO E ABUSO) …
Dangbé (2005)- Cyprien Tokoudagdaba, Benin
Récade(2004)- Cyprien Tokoudagdaba, Benin
Assim, nesse ambiente de paz podre, como ovo de cobra se pariu a hipocrita neofita “ideologia dos (pretensos) afectos”, cuja vitima mais notoria tem sido a possibilidade (supostamente conquistada no pos-guerra com os novos tempos de construcao democratica) de qualquer debate intelectual minimamente objectivo, racional e construtivo sobre as questoes de fundo subjacentes a tal disputa - espante-se, pois, a multidao, de que a Historia de Angola, e da Africa em geral, seja pouco mais do que uma eterna sucessao de aparentemente "inexplicaveis", ou "exclusivamente incitadas pelo ocidente", guerras fratricidas...Acontece, porem, que ha’ pelo meio desse campo de batalha umas estranhas (estrangeiras?) criaturas que nunca nele voluntariamente se meteram, nem nunca se propuseram envolver-se em nenhuma guerra com qualquer dos lados da contenda, mesmo porque para tal nunca foram invocadas ou convocadas e, acima de tudo, nao teem nem nunca tiveram qualquer apetencia pelos espolios em questao.
… OU DE COMO OS SONHOS ANDAM EM PARAFUSO
(PARA USO DESUSO E ABUSO) …
Dangbé (2005)- Cyprien Tokoudagdaba, Benin
Mas… como diz a multidao de cobra ao pescoco e presa ao chao: “sai debaixo, porque onde bilam os elefantes, o capim e’ que paga”, ou seja, as tais estranhas criaturas [“pobres e insignificantes”, segundo uma certa ‘onca chorona’ contra quem, em tempos nao assim tao longinquos mas que agora a todos convem varrer para debaixo do tapete, um dos lados chegou a emitir um abaixo-assinado acusando-a de “sistematicas praticas social e racialmente discriminatorias” (o que a levou, num passe de magica, do dia para a noite, a trocar as sapatilhas de ballet classico pela mascara MwanaPwo para assim se afirmar "mais negra e mais angolana” - no que, diga-se de passagem, a sua famosa, exotica e prestimosa bunDONA muito a tem ajudado - do que os seus criticos todos juntos e, mais ainda, do que a propria Angolanidade… ao ponto de agora ate' se permitir deliberar e ordenar sobre quem "merece" ou nao ser Angolano - o que, de resto, ultimamente vem "fazendo genero" entre certas criaturas de nacionalidade e/ou identidade duvidosa... -, e, agora que se diz "mae da danca contemporanea em Africa (...!)", se calhar ate' da propria Africanidade!), numa certa academia de musica e danca classica – onde, incidentalmente, ha’ vinte e tal anos, numa das unicas tres ocasioes em que me lembro de a ter visto na vida (ja' agora, as duas outras foram, respectivamente, em Luanda, nas imediacoes do Liceu Feminino, quando pela primeira vez lhe reparei no traseiro e, em Lisboa, durante um evento da embaixada de Angola com a presenca de JES, em que ela, como dedicada cortesã e servidora do poder, apresentava uma danca especialmente dedicada a S.Excia.), nao pude deixar de reparar nela num dia em que, como por vezes fazia depois da minha aula de piano com o meu professor kaTchokwe que tinha sido treinado por uma mestra Sovietica, quando geralmente ja’ nao se encontrava mais ninguem no edificio, me entregava ao livre exercicio de “jazzin' up” os acordes classicos que com ele tinha praticado, ela apareceu a porta da sala onde o fazia, acompanhada por um ou dois dos seus ‘leoes’, com o ar inquisitorial-nazi de quem pergunta e diz “qu'essa merda?! porra!!!”, mas, perante o meu olhar sereno, acabou por se retirar com os seus acompanhantes sem uma palavra…]!
Requin (2004) - Cyprien Toukoudagba, Benin
Resulta que a dita “ideologia dos (pretensos) afectos” apenas tem conseguido criar, alimentar e reproduzir “ogros”, ou seja, monstros, vultos e glitterati esquizofrenicos, coadjuvados, quais sombras omnipresentes, omnipotentes e omniscientes, por seus ghost writers, "assistentes de criacao" e "conselheiros tecnicos indigenas" mais suas infaliveis coortes de sycophantas, sedentos de poder absoluto e dominacao exclusiva das parangonas e determinados a destroçar a catanada todos os sonhos que desconseguem usar, abusar e desusar…
Resulta que a dita “ideologia dos (pretensos) afectos” apenas tem conseguido criar, alimentar e reproduzir “ogros”, ou seja, monstros, vultos e glitterati esquizofrenicos, coadjuvados, quais sombras omnipresentes, omnipotentes e omniscientes, por seus ghost writers, "assistentes de criacao" e "conselheiros tecnicos indigenas" mais suas infaliveis coortes de sycophantas, sedentos de poder absoluto e dominacao exclusiva das parangonas e determinados a destroçar a catanada todos os sonhos que desconseguem usar, abusar e desusar…
E a razao... essa, enquanto o ambiente na sala continua de cortar a catanada, permanece angustiosamente inatingivel num qualquer labirinto entre a lua e a estrela, enquanto a ‘onca chorona’, transmudada na sua outra pele de cobra (Rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs), continua, com toda a destreza e leveza que lhe sao conhecidas, dominando as parangonas e debicando dos pratos patrocinadores do
p(h)oder do estado onde tudo lhe e’ servido de bandeja, com ou sem desfalque: o reino e a vontade!
Mas… como tambem dizem os coitados de chupa no pe’: “o p(h)oder corrompe e o
p(h)oder absoluto corrompe absolutamente”, mas… ta’ tudo bem!
p(h)oder do estado onde tudo lhe e’ servido de bandeja, com ou sem desfalque: o reino e a vontade!
Mas… como tambem dizem os coitados de chupa no pe’: “o p(h)oder corrompe e o
p(h)oder absoluto corrompe absolutamente”, mas… ta’ tudo bem!
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Ilustracoes (excepto a ultima): Gaïa – Art Moderne et Contemporain d’Afrique (2007)
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JUST POETRY (VIII)
EM BUSCA DE CERTEZA
Do chão ruge um leão
que
após comer uma estrela
encontra a lua
e
nela se estatela
em fugaz mansidão
aí desprende-se da tela
a onça chorona
que
num salto pleno de destreza
tudo transporta com leveza
para a parangona.
Invocados os espíritos
à sala
volta a razão
e
a tragédia se instala
conduzindo a angústia
pelo labirinto
em plena comunhão
dá-se então à música um reforço
e a ela se volta
presa ao chão
a multidão
que
não conseguindo matar a cobra
vive com ela ao pescoço
e diz que tá tudo bem.
Resulta que os sonhos
andam em parafuso
para uso desuso e abuso
novela na barriga
chupa (a)o pé
dos coitados
mas a música já
nos desce mais às mãos
nada há que nos falte
tudo vem a nós
o reino e a vontade
se não houver desfalque
e
sobretudo
se não duvidarmos
das nossas mãos
e
soubermos buscar a certeza
na ponta da estrela.
(A.S., in 'Poemario Proscrito' - catalogado algures sob "geracao das incertezas")
[Ilustracao: Tomckokôkô (1999) - JOEL NAMBOZOUINA, Republica Centro-Africana]
Do chão ruge um leão
que
após comer uma estrela
encontra a lua
e
nela se estatela
em fugaz mansidão
aí desprende-se da tela
a onça chorona
que
num salto pleno de destreza
tudo transporta com leveza
para a parangona.
Invocados os espíritos
à sala
volta a razão
e
a tragédia se instala
conduzindo a angústia
pelo labirinto
em plena comunhão
dá-se então à música um reforço
e a ela se volta
presa ao chão
a multidão
que
não conseguindo matar a cobra
vive com ela ao pescoço
e diz que tá tudo bem.
Resulta que os sonhos
andam em parafuso
para uso desuso e abuso
novela na barriga
chupa (a)o pé
dos coitados
mas a música já
nos desce mais às mãos
nada há que nos falte
tudo vem a nós
o reino e a vontade
se não houver desfalque
e
sobretudo
se não duvidarmos
das nossas mãos
e
soubermos buscar a certeza
na ponta da estrela.
(A.S., in 'Poemario Proscrito' - catalogado algures sob "geracao das incertezas")
[Ilustracao: Tomckokôkô (1999) - JOEL NAMBOZOUINA, Republica Centro-Africana]
EM BUSCA DE CERTEZA
Do chão ruge um leão
que
após comer uma estrela
encontra a lua
e
nela se estatela
em fugaz mansidão
aí desprende-se da tela
a onça chorona
que
num salto pleno de destreza
tudo transporta com leveza
para a parangona.
Invocados os espíritos
à sala
volta a razão
e
a tragédia se instala
conduzindo a angústia
pelo labirinto
em plena comunhão
dá-se então à música um reforço
e a ela se volta
presa ao chão
a multidão
que
não conseguindo matar a cobra
vive com ela ao pescoço
e diz que tá tudo bem.
Resulta que os sonhos
andam em parafuso
para uso desuso e abuso
novela na barriga
chupa (a)o pé
dos coitados
mas a música já
nos desce mais às mãos
nada há que nos falte
tudo vem a nós
o reino e a vontade
se não houver desfalque
e
sobretudo
se não duvidarmos
das nossas mãos
e
soubermos buscar a certeza
na ponta da estrela.
(A.S., in 'Poemario Proscrito' - catalogado algures sob "geracao das incertezas")
[Ilustracao: Tomckokôkô (1999) - JOEL NAMBOZOUINA, Republica Centro-Africana]
Do chão ruge um leão
que
após comer uma estrela
encontra a lua
e
nela se estatela
em fugaz mansidão
aí desprende-se da tela
a onça chorona
que
num salto pleno de destreza
tudo transporta com leveza
para a parangona.
Invocados os espíritos
à sala
volta a razão
e
a tragédia se instala
conduzindo a angústia
pelo labirinto
em plena comunhão
dá-se então à música um reforço
e a ela se volta
presa ao chão
a multidão
que
não conseguindo matar a cobra
vive com ela ao pescoço
e diz que tá tudo bem.
Resulta que os sonhos
andam em parafuso
para uso desuso e abuso
novela na barriga
chupa (a)o pé
dos coitados
mas a música já
nos desce mais às mãos
nada há que nos falte
tudo vem a nós
o reino e a vontade
se não houver desfalque
e
sobretudo
se não duvidarmos
das nossas mãos
e
soubermos buscar a certeza
na ponta da estrela.
(A.S., in 'Poemario Proscrito' - catalogado algures sob "geracao das incertezas")
[Ilustracao: Tomckokôkô (1999) - JOEL NAMBOZOUINA, Republica Centro-Africana]
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S.O.S.
Thursday, 12 November 2009
Premio Nacional dos Direitos Humanos
O jornalista do Folha 8 Domingos da Cruz, o activista Luís Araújo e a ONG OMUNGA de Benguela, venceram a primeira edição do Prémio Nacional dos Direitos Humanos.
Presidido pelo político Marcolino Moco, o júri atribuiu o Prémio Nacional dos Direitos Humanos na categoria “Ricardo de Melo” a Domingos da Cruz pelo engajamento na abordagem de assuntos relacionados com os Direitos Humanos.
Já a Luis Araújo, que coordena a ONG SOS-Habitat, coube o galardão na categoria “Kimpa Vita”, pelo seu empenho na defesa dos desalojados e despojados dos seus haveres nas demolições em Luanda, ao passo que à ONG OMUNGA, sedeada em Benguela, coube o prémio na categoria “Organizações da Sociedade Civil” pela sua intervenção na defesa das crianças desamparadas na cidade do Lobito.
O prémio consta de um diploma e um valor monetário equivalente em Kwanzas a 5 mil dólares americanos. O Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos em parceria com a Fundação Open Society instituíram o Prémio Nacional de Direitos Humanos da sociedade civil, enquanto distinção de mérito a ser atribuída anualmente a uma organização ou activista promotor e defensor dos Direitos Humanos, de nacionalidade angolana, que se destaque na defesa dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais.
O Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos (CCDH), plataforma das organizações angolanas que trabalham em prol dos Direitos Humanos e a Fundação Open SocietyAngola (FOS-A) realçam que o mesmo visa homenagear organizações e pessoas singulares cujo trabalho em prol da promoção, defesa e respeito pelos Direitos Humanos, seja merecedor de destaque e reconhecimento por toda a sociedade.
O Prémio aberto a todos os promotores, defensores dos Direitos Humanos nacionais, residentes e não residentes no país, cujas acções sejam dignas de reconhecimento, consistirá na atribuição de um diploma e de uma quantia no valor equivalente em Kwanzas a USD 5.000,00 (Cinco Mil Dólares Americanos).
Os prémios serão divididos em três categorias, designadamente «Beatriz Kimpa Vita», a ser atribuído a um activista que se tenha destacado na defesa dos Direitos Humanos, «Ricardo de Melo» a ser atribuído a um jornalista nacional que se tenha destacado na promoção dos Direitos Humanos, e o «Organização da Sociedade Civil», a ser atribuído a uma organização que se tenha destacado na área da promoção e defesa dos Direitos Humanos.
= Noticia daqui =
= Imagem daqui =
Presidido pelo político Marcolino Moco, o júri atribuiu o Prémio Nacional dos Direitos Humanos na categoria “Ricardo de Melo” a Domingos da Cruz pelo engajamento na abordagem de assuntos relacionados com os Direitos Humanos.
Já a Luis Araújo, que coordena a ONG SOS-Habitat, coube o galardão na categoria “Kimpa Vita”, pelo seu empenho na defesa dos desalojados e despojados dos seus haveres nas demolições em Luanda, ao passo que à ONG OMUNGA, sedeada em Benguela, coube o prémio na categoria “Organizações da Sociedade Civil” pela sua intervenção na defesa das crianças desamparadas na cidade do Lobito.
O prémio consta de um diploma e um valor monetário equivalente em Kwanzas a 5 mil dólares americanos. O Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos em parceria com a Fundação Open Society instituíram o Prémio Nacional de Direitos Humanos da sociedade civil, enquanto distinção de mérito a ser atribuída anualmente a uma organização ou activista promotor e defensor dos Direitos Humanos, de nacionalidade angolana, que se destaque na defesa dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais.
O Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos (CCDH), plataforma das organizações angolanas que trabalham em prol dos Direitos Humanos e a Fundação Open SocietyAngola (FOS-A) realçam que o mesmo visa homenagear organizações e pessoas singulares cujo trabalho em prol da promoção, defesa e respeito pelos Direitos Humanos, seja merecedor de destaque e reconhecimento por toda a sociedade.
O Prémio aberto a todos os promotores, defensores dos Direitos Humanos nacionais, residentes e não residentes no país, cujas acções sejam dignas de reconhecimento, consistirá na atribuição de um diploma e de uma quantia no valor equivalente em Kwanzas a USD 5.000,00 (Cinco Mil Dólares Americanos).
Os prémios serão divididos em três categorias, designadamente «Beatriz Kimpa Vita», a ser atribuído a um activista que se tenha destacado na defesa dos Direitos Humanos, «Ricardo de Melo» a ser atribuído a um jornalista nacional que se tenha destacado na promoção dos Direitos Humanos, e o «Organização da Sociedade Civil», a ser atribuído a uma organização que se tenha destacado na área da promoção e defesa dos Direitos Humanos.
= Noticia daqui =
= Imagem daqui =
O jornalista do Folha 8 Domingos da Cruz, o activista Luís Araújo e a ONG OMUNGA de Benguela, venceram a primeira edição do Prémio Nacional dos Direitos Humanos.
Presidido pelo político Marcolino Moco, o júri atribuiu o Prémio Nacional dos Direitos Humanos na categoria “Ricardo de Melo” a Domingos da Cruz pelo engajamento na abordagem de assuntos relacionados com os Direitos Humanos.
Já a Luis Araújo, que coordena a ONG SOS-Habitat, coube o galardão na categoria “Kimpa Vita”, pelo seu empenho na defesa dos desalojados e despojados dos seus haveres nas demolições em Luanda, ao passo que à ONG OMUNGA, sedeada em Benguela, coube o prémio na categoria “Organizações da Sociedade Civil” pela sua intervenção na defesa das crianças desamparadas na cidade do Lobito.
O prémio consta de um diploma e um valor monetário equivalente em Kwanzas a 5 mil dólares americanos. O Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos em parceria com a Fundação Open Society instituíram o Prémio Nacional de Direitos Humanos da sociedade civil, enquanto distinção de mérito a ser atribuída anualmente a uma organização ou activista promotor e defensor dos Direitos Humanos, de nacionalidade angolana, que se destaque na defesa dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais.
O Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos (CCDH), plataforma das organizações angolanas que trabalham em prol dos Direitos Humanos e a Fundação Open SocietyAngola (FOS-A) realçam que o mesmo visa homenagear organizações e pessoas singulares cujo trabalho em prol da promoção, defesa e respeito pelos Direitos Humanos, seja merecedor de destaque e reconhecimento por toda a sociedade.
O Prémio aberto a todos os promotores, defensores dos Direitos Humanos nacionais, residentes e não residentes no país, cujas acções sejam dignas de reconhecimento, consistirá na atribuição de um diploma e de uma quantia no valor equivalente em Kwanzas a USD 5.000,00 (Cinco Mil Dólares Americanos).
Os prémios serão divididos em três categorias, designadamente «Beatriz Kimpa Vita», a ser atribuído a um activista que se tenha destacado na defesa dos Direitos Humanos, «Ricardo de Melo» a ser atribuído a um jornalista nacional que se tenha destacado na promoção dos Direitos Humanos, e o «Organização da Sociedade Civil», a ser atribuído a uma organização que se tenha destacado na área da promoção e defesa dos Direitos Humanos.
= Noticia daqui =
= Imagem daqui =
Presidido pelo político Marcolino Moco, o júri atribuiu o Prémio Nacional dos Direitos Humanos na categoria “Ricardo de Melo” a Domingos da Cruz pelo engajamento na abordagem de assuntos relacionados com os Direitos Humanos.
Já a Luis Araújo, que coordena a ONG SOS-Habitat, coube o galardão na categoria “Kimpa Vita”, pelo seu empenho na defesa dos desalojados e despojados dos seus haveres nas demolições em Luanda, ao passo que à ONG OMUNGA, sedeada em Benguela, coube o prémio na categoria “Organizações da Sociedade Civil” pela sua intervenção na defesa das crianças desamparadas na cidade do Lobito.
O prémio consta de um diploma e um valor monetário equivalente em Kwanzas a 5 mil dólares americanos. O Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos em parceria com a Fundação Open Society instituíram o Prémio Nacional de Direitos Humanos da sociedade civil, enquanto distinção de mérito a ser atribuída anualmente a uma organização ou activista promotor e defensor dos Direitos Humanos, de nacionalidade angolana, que se destaque na defesa dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais.
O Conselho de Coordenação dos Direitos Humanos (CCDH), plataforma das organizações angolanas que trabalham em prol dos Direitos Humanos e a Fundação Open SocietyAngola (FOS-A) realçam que o mesmo visa homenagear organizações e pessoas singulares cujo trabalho em prol da promoção, defesa e respeito pelos Direitos Humanos, seja merecedor de destaque e reconhecimento por toda a sociedade.
O Prémio aberto a todos os promotores, defensores dos Direitos Humanos nacionais, residentes e não residentes no país, cujas acções sejam dignas de reconhecimento, consistirá na atribuição de um diploma e de uma quantia no valor equivalente em Kwanzas a USD 5.000,00 (Cinco Mil Dólares Americanos).
Os prémios serão divididos em três categorias, designadamente «Beatriz Kimpa Vita», a ser atribuído a um activista que se tenha destacado na defesa dos Direitos Humanos, «Ricardo de Melo» a ser atribuído a um jornalista nacional que se tenha destacado na promoção dos Direitos Humanos, e o «Organização da Sociedade Civil», a ser atribuído a uma organização que se tenha destacado na área da promoção e defesa dos Direitos Humanos.
= Noticia daqui =
= Imagem daqui =
Wednesday, 11 November 2009
Monday, 9 November 2009
VIRIATO DA CRUZ
AQUELE POR QUEM (INICIALMENTE) SE ESPERAVA...
«As leis do condicionamento industrial e as pautas aduaneiras dos industriais de Portugal, freando a actividade dos industriais de Angola. Existe um controlo absoluto em toda a industria e todo o comércio de Angola, visando, fundamentalmente, manter Angola em situação de perpétua dependência económica em relação a Portugal e as potências imperialistas.
O colonialismo inoculou, pois, em todo o organismo de Angola, o micróbio da ruína, do ódio, do atraso, da miséria, do obscurantismo, da reacção. O caminho em que nos vêm obrigando a seguir é, portanto, absolutamente contrário aos supremos interesses do povo angolano: aos da nossa sobrevivência, da nossa liberdade, do rápido e livre progresso económico, da nossa felicidade, de pão, terra, paz e cultura para todos.»
Viriato da Cruz, Dezembro de 1956
Serão de Menino
Na noite morna, escura de breu,
enquanto na vasta sanzala do céu,
de volta de estrelas, quais fogaréus,
os anjos escutam parábolas de santos...
na noite de breu
ao quente da voz
de suas avós,
meninos se encantam
de contos bantos...
"Era uma vez uma corça
dona de cabra sem macho...
.........................................
... Matreiro, o cágado lento
tuc... tuc... foi entrando
para o conselho animal...
("- Tão tarde que ele chegou!")
Abriu a boca e falou -
deu a sentença final:
"- Não tenham medo da força!
Se o leão o alheio retém
- luta ao Mal! Vitória ao Bem!
tire-se ao leão, dê-se à corça."
Mas quando lá fora
o vento irado nas fresta chora
e ramos xuaxalha de altas mulembas
e portas bambas batem em massembas
os meninos se apertam de olhos abertos:
- Eué
- É casumbi...
E a gente grande -
bem perto dali
feijão descascando para o quitande-
a gente grande com gosto ri...
Com gosto ri, porque ela diz
que o casumbi males só faz
a quem não tem amor, aos mais
seres buscam, em negra noite,
essa outra voz de casumbi
essa outra voz - Felicidade...
Mamã Negra
(canto da esperança)
(À memória do poeta haitiano Jacques Roumain)
Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça,
Drama de carne e sangue
Que a Vida escreveu com a pena dos séculos!
Pela tua voz
Vozes vindas dos canaviais dos arrozais dos cafezais
[dos seringais dos algodoais!...
Vozes das plantações de Virgínia
dos campos das Carolinas
Alabama
Cuba
Brasil...
Vozes dos engenhos dos bangüês das tongas dos eitos
[das pampas das minas!
Vozes de Harlem Hill District South
vozes das sanzalas!
Vozes gemendo blues, subindo do Mississipi, ecoando
[dos vagões!
Vozes chorando na voz de Corrothers:
Lord God, what will have we done
- Vozes de toda América! Vozes de toda África!
Voz de todas as vozes, na voz altiva de Langston
Na bela voz de Guillén...
Pelo teu dorso
Rebrilhantes dorsos aso sóis mais fortes do mundo!
Rebrilhantes dorsos, fecundando com sangue, com suor
[amaciando as mais ricas terras do mundo!
Rebrilhantes dorsos (ai, a cor desses dorsos...)
Rebrilhantes dorsos torcidos no "tronco", pendentes da
[forca, caídos por Lynch!
Rebrilhantes dorsos (Ah, como brilham esses dorsos!)
ressuscitados em Zumbi, em Toussaint alevantados!
Rebrilhantes dorsos...
brilhem, brilhem, batedores de jazz
rebentem, rebentem, grilhetas da Alma
evade-te, ó Alma, nas asas da Música!
...do brilho do Sol, do Sol fecundo
imortal
e belo...
Pelo teu regaço, minha Mãe,
Outras gentes embaladas
à voz da ternura ninadas
do teu leite alimentadas
de bondade e poesia
de música ritmo e graça...
santos poetas e sábios...
Outras gentes... não teus filhos,
que estes nascendo alimárias
semoventes, coisas várias,
mais são filhos da desgraça:
a enxada é o seu brinquedo
trabalho escravo - folguedo...
Pelos teus olhos, minha Mãe
Vejo oceanos de dor
Claridades de sol-posto, paisagens
Roxas paisagens
Dramas de Cam e Jafé...
Mas vejo (Oh! se vejo!...)
mas vejo também que a luz roubada aos teus
[olhos, ora esplende
demoniacamente tentadora - como a Certeza...
cintilantemente firme - como a Esperança...
em nós outros, teus filhos,
gerando, formando, anunciando -
o dia da humanidade
O DIA DA HUMANIDADE!...
[Biography]
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«As leis do condicionamento industrial e as pautas aduaneiras dos industriais de Portugal, freando a actividade dos industriais de Angola. Existe um controlo absoluto em toda a industria e todo o comércio de Angola, visando, fundamentalmente, manter Angola em situação de perpétua dependência económica em relação a Portugal e as potências imperialistas.
O colonialismo inoculou, pois, em todo o organismo de Angola, o micróbio da ruína, do ódio, do atraso, da miséria, do obscurantismo, da reacção. O caminho em que nos vêm obrigando a seguir é, portanto, absolutamente contrário aos supremos interesses do povo angolano: aos da nossa sobrevivência, da nossa liberdade, do rápido e livre progresso económico, da nossa felicidade, de pão, terra, paz e cultura para todos.»
Viriato da Cruz, Dezembro de 1956
Serão de Menino
Na noite morna, escura de breu,
enquanto na vasta sanzala do céu,
de volta de estrelas, quais fogaréus,
os anjos escutam parábolas de santos...
na noite de breu
ao quente da voz
de suas avós,
meninos se encantam
de contos bantos...
"Era uma vez uma corça
dona de cabra sem macho...
.........................................
... Matreiro, o cágado lento
tuc... tuc... foi entrando
para o conselho animal...
("- Tão tarde que ele chegou!")
Abriu a boca e falou -
deu a sentença final:
"- Não tenham medo da força!
Se o leão o alheio retém
- luta ao Mal! Vitória ao Bem!
tire-se ao leão, dê-se à corça."
Mas quando lá fora
o vento irado nas fresta chora
e ramos xuaxalha de altas mulembas
e portas bambas batem em massembas
os meninos se apertam de olhos abertos:
- Eué
- É casumbi...
E a gente grande -
bem perto dali
feijão descascando para o quitande-
a gente grande com gosto ri...
Com gosto ri, porque ela diz
que o casumbi males só faz
a quem não tem amor, aos mais
seres buscam, em negra noite,
essa outra voz de casumbi
essa outra voz - Felicidade...
Mamã Negra
(canto da esperança)
(À memória do poeta haitiano Jacques Roumain)
Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça,
Drama de carne e sangue
Que a Vida escreveu com a pena dos séculos!
Pela tua voz
Vozes vindas dos canaviais dos arrozais dos cafezais
[dos seringais dos algodoais!...
Vozes das plantações de Virgínia
dos campos das Carolinas
Alabama
Cuba
Brasil...
Vozes dos engenhos dos bangüês das tongas dos eitos
[das pampas das minas!
Vozes de Harlem Hill District South
vozes das sanzalas!
Vozes gemendo blues, subindo do Mississipi, ecoando
[dos vagões!
Vozes chorando na voz de Corrothers:
Lord God, what will have we done
- Vozes de toda América! Vozes de toda África!
Voz de todas as vozes, na voz altiva de Langston
Na bela voz de Guillén...
Pelo teu dorso
Rebrilhantes dorsos aso sóis mais fortes do mundo!
Rebrilhantes dorsos, fecundando com sangue, com suor
[amaciando as mais ricas terras do mundo!
Rebrilhantes dorsos (ai, a cor desses dorsos...)
Rebrilhantes dorsos torcidos no "tronco", pendentes da
[forca, caídos por Lynch!
Rebrilhantes dorsos (Ah, como brilham esses dorsos!)
ressuscitados em Zumbi, em Toussaint alevantados!
Rebrilhantes dorsos...
brilhem, brilhem, batedores de jazz
rebentem, rebentem, grilhetas da Alma
evade-te, ó Alma, nas asas da Música!
...do brilho do Sol, do Sol fecundo
imortal
e belo...
Pelo teu regaço, minha Mãe,
Outras gentes embaladas
à voz da ternura ninadas
do teu leite alimentadas
de bondade e poesia
de música ritmo e graça...
santos poetas e sábios...
Outras gentes... não teus filhos,
que estes nascendo alimárias
semoventes, coisas várias,
mais são filhos da desgraça:
a enxada é o seu brinquedo
trabalho escravo - folguedo...
Pelos teus olhos, minha Mãe
Vejo oceanos de dor
Claridades de sol-posto, paisagens
Roxas paisagens
Dramas de Cam e Jafé...
Mas vejo (Oh! se vejo!...)
mas vejo também que a luz roubada aos teus
[olhos, ora esplende
demoniacamente tentadora - como a Certeza...
cintilantemente firme - como a Esperança...
em nós outros, teus filhos,
gerando, formando, anunciando -
o dia da humanidade
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Coisas do Arco da Velha... (R)*
Repostado a proposito de "(...) precisamos de ir para além do semba, do kizomba e do kú-duro, pois só assim progrediremos...", "bundas obsceno-populares vs. klassico-kulturais", "vulgares contraccoes pelvicas" e outras intelectualisses deste genero... ou, mais ainda, deste:
"A onda em si mesma não me parece grave; grave afigura-se-me o apoio de sectores que deveriam ter algum cuidado e o paternalismo com que a onda tem sido acarinhada e promovida a patamares preocupantes. As pessoas sem memória são como navegadores sem bússola. Trata-se das piores maldições que existem. Em 1974, 1975 e 1976, para silenciar um grupo de intelectuais descontentes, um esforçado mas modesto professor primário foi promovido a Teórico do Marxismo, mas deixar-nos-ia em 1977."
[Jeronimo Belo ao NJ, sobre a "actual onda de Kuduro" - 2011]
DE RIR... DE CHORAR... OU SIMPLESMENTE DE BRADAR AOS CEUS?! (Ignorar e' dificil...)
Encontrei hoje no interessante blog "Jazz no Pais do Improviso" este "achado pre-historico", para cuja reproducao aqui agradeco desde ja a compreensao do JNPDI, porque acho que estas coisas devem ser divulgadas o mais possivel para que, efectivamente, "a Historia nao se repita":
"PARA QUE A HISTÓRIA NÃO SE REPITA... ...aqui ficam algumas das condições que o Ministério da Educação Popular definiu, durante o Governo de Hitler, para a atribuição de licenças para espectáculos de música de dança.
DEPARTMENT OF POPULAR EDUCATION AND ART
Conditions Governing the Grant of Licenses for Dance Music
NEGROID: Belonging to a Negro race. This includes the African Negroes (and also those living outside of Africa), also Pygmies, Bushmen and Hottentots. NEGRITO: In the wider sense of the term, the short-statured, curly or frizzy-haired, dark-skinned inhabitants of Southeastern Asia, Melanesia and Central Africa.
1. Music: The Embargo on Negroid and Negrito Factors in dance Music and Music for Entertainments.
2. Introduction: The following regulations are intended to indicate the revival of the European spirit in the music played in this country for dances and amusements, by freeing the latter from the elements of that primitive Negroid and/or Negrito music, which may be justly regarded as being in flagrant conflict with the Europeon conception of music. These regulations constitute a transitory measure born of practical considerations and which must of necessity precede a general revival.
3. Prohibition: It is forbidden to play in public music which possesses to a marked degree characteristic features of the method of improvisation, execution, composition and arrangement adopted by Negroes and colored people. It is forbidden in publications, reports, programs, printed or verbal announcements, etc.: (a) to describe music played or to be played with the words "jazz" or "jazz music." (b) to use the technical jargon described below, except in reference to or as a description of the instrumental and vocal dance music of the North American Negroes. Exceptions may Be permitted where such music is intended for a strictly scientific or strictly educational purpose and where such music is interpreted by persons having two or more Negroid or Negritic grandparents.
4. Descripton of The Main Characteristic Features of the Above-Mentioned Music which Differ from the European Conception of Music: The use of tonally undefined mordents, Ostentatious trills, double-stopping or ascendant glissandi, obtained in the Negro style by excessive vibrato, lip technique and/or shaking of the musical instrument. In jazz terminology, the effects known as "dinge," "smear" and "whip." Also the use of intentional vocalization of an instrumental tone by imitating a throaty sound. In jazz terminology, the adoption of the "growl" on brass wind instruments, and also the "scratchy" clarinet tone. Also the use of any intentional instrumentalization of the singing voice by substituting senseless syllables for the words in the text by "metalizing" the voice. In jazz terminology, so-called "scat" singing and the vocal imitation of brass wind instruments. Also the use in Negro fashion of harshly timbered and harshly dynamic intonations unless already described. In jazz terminology, the use of "hot" intonations. Also the use in Negro fashion of dampers on brass and woodwind instruments in which the formation of the tone is achieved in solo items with more than the normal pressure. This does not apply to saxophones or trombones. Likewise forbidden, in the melody, is any melody formed in the manner characteristic of Negro players, and which can be unmistakably recognized.
5. Expressly Forbidden: The adoption in Negro fashion of short motifs of exaggerated pitch and rhythm, repeated more than three times without interruption by a solo instrument (or soloist), or more than sixteen times in succession without interruption by a group of instruments played by a band. In jazz terminology, any adoption of "licks" and "riffs" repeated more than three times in succession by a soloist or more than sixteen times for one section or for two or more sections. Also the exaggeration of Negroid bass forms, based on the broken tritone. In jazz terminology, the "boogie-woogie," "honky tonk" or "barrelhouse" style.
6. Instruments Banned: Use of very primitive instruments such as the Cuban Negro "quijada" (jaw of a donkey) and the North American Negro "washboard." Also the use of rubber mutes (plungers) for wind brass instruments, the imitation of a throaty tone in the use of mutes which, whether accompanied by any special movement of the hand or not, effect an imitation of a nasal sound. In jazz terminology, use of "plungers" and "Wah Wah" dampers. The so-called "tone color" mutes may, however, be used. Also the playing in Negro fashion of long, drawn-out percussion solos or an imitation thereof for more than two or four three-time beats, more frequently than three times or twice in the course of 32 successive beats in a complete interpretation. In jazz terminology, "stop choruses" by percussion instruments, except brass cymbals. There is no objection to providing a chorus with percussion solos in places where a break could also come, but at not more than three such places. Also the use of a constant, long drawn-out exaggerated tonal emphasis on the second and fourth beats in 4/4 time. In jazz terminology, the use of the long drawn-out "off beat" effect."
Ilustracao: Dancing in a Shebeen (Zantsi, AVA Collection - SA)
Encontrei hoje no interessante blog "Jazz no Pais do Improviso" este "achado pre-historico", para cuja reproducao aqui agradeco desde ja a compreensao do JNPDI, porque acho que estas coisas devem ser divulgadas o mais possivel para que, efectivamente, "a Historia nao se repita":
"PARA QUE A HISTÓRIA NÃO SE REPITA... ...aqui ficam algumas das condições que o Ministério da Educação Popular definiu, durante o Governo de Hitler, para a atribuição de licenças para espectáculos de música de dança.
DEPARTMENT OF POPULAR EDUCATION AND ART
Conditions Governing the Grant of Licenses for Dance Music
NEGROID: Belonging to a Negro race. This includes the African Negroes (and also those living outside of Africa), also Pygmies, Bushmen and Hottentots. NEGRITO: In the wider sense of the term, the short-statured, curly or frizzy-haired, dark-skinned inhabitants of Southeastern Asia, Melanesia and Central Africa.
1. Music: The Embargo on Negroid and Negrito Factors in dance Music and Music for Entertainments.
2. Introduction: The following regulations are intended to indicate the revival of the European spirit in the music played in this country for dances and amusements, by freeing the latter from the elements of that primitive Negroid and/or Negrito music, which may be justly regarded as being in flagrant conflict with the Europeon conception of music. These regulations constitute a transitory measure born of practical considerations and which must of necessity precede a general revival.
3. Prohibition: It is forbidden to play in public music which possesses to a marked degree characteristic features of the method of improvisation, execution, composition and arrangement adopted by Negroes and colored people. It is forbidden in publications, reports, programs, printed or verbal announcements, etc.: (a) to describe music played or to be played with the words "jazz" or "jazz music." (b) to use the technical jargon described below, except in reference to or as a description of the instrumental and vocal dance music of the North American Negroes. Exceptions may Be permitted where such music is intended for a strictly scientific or strictly educational purpose and where such music is interpreted by persons having two or more Negroid or Negritic grandparents.
4. Descripton of The Main Characteristic Features of the Above-Mentioned Music which Differ from the European Conception of Music: The use of tonally undefined mordents, Ostentatious trills, double-stopping or ascendant glissandi, obtained in the Negro style by excessive vibrato, lip technique and/or shaking of the musical instrument. In jazz terminology, the effects known as "dinge," "smear" and "whip." Also the use of intentional vocalization of an instrumental tone by imitating a throaty sound. In jazz terminology, the adoption of the "growl" on brass wind instruments, and also the "scratchy" clarinet tone. Also the use of any intentional instrumentalization of the singing voice by substituting senseless syllables for the words in the text by "metalizing" the voice. In jazz terminology, so-called "scat" singing and the vocal imitation of brass wind instruments. Also the use in Negro fashion of harshly timbered and harshly dynamic intonations unless already described. In jazz terminology, the use of "hot" intonations. Also the use in Negro fashion of dampers on brass and woodwind instruments in which the formation of the tone is achieved in solo items with more than the normal pressure. This does not apply to saxophones or trombones. Likewise forbidden, in the melody, is any melody formed in the manner characteristic of Negro players, and which can be unmistakably recognized.
5. Expressly Forbidden: The adoption in Negro fashion of short motifs of exaggerated pitch and rhythm, repeated more than three times without interruption by a solo instrument (or soloist), or more than sixteen times in succession without interruption by a group of instruments played by a band. In jazz terminology, any adoption of "licks" and "riffs" repeated more than three times in succession by a soloist or more than sixteen times for one section or for two or more sections. Also the exaggeration of Negroid bass forms, based on the broken tritone. In jazz terminology, the "boogie-woogie," "honky tonk" or "barrelhouse" style.
6. Instruments Banned: Use of very primitive instruments such as the Cuban Negro "quijada" (jaw of a donkey) and the North American Negro "washboard." Also the use of rubber mutes (plungers) for wind brass instruments, the imitation of a throaty tone in the use of mutes which, whether accompanied by any special movement of the hand or not, effect an imitation of a nasal sound. In jazz terminology, use of "plungers" and "Wah Wah" dampers. The so-called "tone color" mutes may, however, be used. Also the playing in Negro fashion of long, drawn-out percussion solos or an imitation thereof for more than two or four three-time beats, more frequently than three times or twice in the course of 32 successive beats in a complete interpretation. In jazz terminology, "stop choruses" by percussion instruments, except brass cymbals. There is no objection to providing a chorus with percussion solos in places where a break could also come, but at not more than three such places. Also the use of a constant, long drawn-out exaggerated tonal emphasis on the second and fourth beats in 4/4 time. In jazz terminology, the use of the long drawn-out "off beat" effect."
Ilustracao: Dancing in a Shebeen (Zantsi, AVA Collection - SA)
*[First posted 11/01/07]
Repostado a proposito de "(...) precisamos de ir para além do semba, do kizomba e do kú-duro, pois só assim progrediremos...", "bundas obsceno-populares vs. klassico-kulturais", "vulgares contraccoes pelvicas" e outras intelectualisses deste genero... ou, mais ainda, deste:
"A onda em si mesma não me parece grave; grave afigura-se-me o apoio de sectores que deveriam ter algum cuidado e o paternalismo com que a onda tem sido acarinhada e promovida a patamares preocupantes. As pessoas sem memória são como navegadores sem bússola. Trata-se das piores maldições que existem. Em 1974, 1975 e 1976, para silenciar um grupo de intelectuais descontentes, um esforçado mas modesto professor primário foi promovido a Teórico do Marxismo, mas deixar-nos-ia em 1977."
[Jeronimo Belo ao NJ, sobre a "actual onda de Kuduro" - 2011]
DE RIR... DE CHORAR... OU SIMPLESMENTE DE BRADAR AOS CEUS?! (Ignorar e' dificil...)
Encontrei hoje no interessante blog "Jazz no Pais do Improviso" este "achado pre-historico", para cuja reproducao aqui agradeco desde ja a compreensao do JNPDI, porque acho que estas coisas devem ser divulgadas o mais possivel para que, efectivamente, "a Historia nao se repita":
"PARA QUE A HISTÓRIA NÃO SE REPITA... ...aqui ficam algumas das condições que o Ministério da Educação Popular definiu, durante o Governo de Hitler, para a atribuição de licenças para espectáculos de música de dança.
DEPARTMENT OF POPULAR EDUCATION AND ART
Conditions Governing the Grant of Licenses for Dance Music
NEGROID: Belonging to a Negro race. This includes the African Negroes (and also those living outside of Africa), also Pygmies, Bushmen and Hottentots. NEGRITO: In the wider sense of the term, the short-statured, curly or frizzy-haired, dark-skinned inhabitants of Southeastern Asia, Melanesia and Central Africa.
1. Music: The Embargo on Negroid and Negrito Factors in dance Music and Music for Entertainments.
2. Introduction: The following regulations are intended to indicate the revival of the European spirit in the music played in this country for dances and amusements, by freeing the latter from the elements of that primitive Negroid and/or Negrito music, which may be justly regarded as being in flagrant conflict with the Europeon conception of music. These regulations constitute a transitory measure born of practical considerations and which must of necessity precede a general revival.
3. Prohibition: It is forbidden to play in public music which possesses to a marked degree characteristic features of the method of improvisation, execution, composition and arrangement adopted by Negroes and colored people. It is forbidden in publications, reports, programs, printed or verbal announcements, etc.: (a) to describe music played or to be played with the words "jazz" or "jazz music." (b) to use the technical jargon described below, except in reference to or as a description of the instrumental and vocal dance music of the North American Negroes. Exceptions may Be permitted where such music is intended for a strictly scientific or strictly educational purpose and where such music is interpreted by persons having two or more Negroid or Negritic grandparents.
4. Descripton of The Main Characteristic Features of the Above-Mentioned Music which Differ from the European Conception of Music: The use of tonally undefined mordents, Ostentatious trills, double-stopping or ascendant glissandi, obtained in the Negro style by excessive vibrato, lip technique and/or shaking of the musical instrument. In jazz terminology, the effects known as "dinge," "smear" and "whip." Also the use of intentional vocalization of an instrumental tone by imitating a throaty sound. In jazz terminology, the adoption of the "growl" on brass wind instruments, and also the "scratchy" clarinet tone. Also the use of any intentional instrumentalization of the singing voice by substituting senseless syllables for the words in the text by "metalizing" the voice. In jazz terminology, so-called "scat" singing and the vocal imitation of brass wind instruments. Also the use in Negro fashion of harshly timbered and harshly dynamic intonations unless already described. In jazz terminology, the use of "hot" intonations. Also the use in Negro fashion of dampers on brass and woodwind instruments in which the formation of the tone is achieved in solo items with more than the normal pressure. This does not apply to saxophones or trombones. Likewise forbidden, in the melody, is any melody formed in the manner characteristic of Negro players, and which can be unmistakably recognized.
5. Expressly Forbidden: The adoption in Negro fashion of short motifs of exaggerated pitch and rhythm, repeated more than three times without interruption by a solo instrument (or soloist), or more than sixteen times in succession without interruption by a group of instruments played by a band. In jazz terminology, any adoption of "licks" and "riffs" repeated more than three times in succession by a soloist or more than sixteen times for one section or for two or more sections. Also the exaggeration of Negroid bass forms, based on the broken tritone. In jazz terminology, the "boogie-woogie," "honky tonk" or "barrelhouse" style.
6. Instruments Banned: Use of very primitive instruments such as the Cuban Negro "quijada" (jaw of a donkey) and the North American Negro "washboard." Also the use of rubber mutes (plungers) for wind brass instruments, the imitation of a throaty tone in the use of mutes which, whether accompanied by any special movement of the hand or not, effect an imitation of a nasal sound. In jazz terminology, use of "plungers" and "Wah Wah" dampers. The so-called "tone color" mutes may, however, be used. Also the playing in Negro fashion of long, drawn-out percussion solos or an imitation thereof for more than two or four three-time beats, more frequently than three times or twice in the course of 32 successive beats in a complete interpretation. In jazz terminology, "stop choruses" by percussion instruments, except brass cymbals. There is no objection to providing a chorus with percussion solos in places where a break could also come, but at not more than three such places. Also the use of a constant, long drawn-out exaggerated tonal emphasis on the second and fourth beats in 4/4 time. In jazz terminology, the use of the long drawn-out "off beat" effect."
Ilustracao: Dancing in a Shebeen (Zantsi, AVA Collection - SA)
Encontrei hoje no interessante blog "Jazz no Pais do Improviso" este "achado pre-historico", para cuja reproducao aqui agradeco desde ja a compreensao do JNPDI, porque acho que estas coisas devem ser divulgadas o mais possivel para que, efectivamente, "a Historia nao se repita":
"PARA QUE A HISTÓRIA NÃO SE REPITA... ...aqui ficam algumas das condições que o Ministério da Educação Popular definiu, durante o Governo de Hitler, para a atribuição de licenças para espectáculos de música de dança.
DEPARTMENT OF POPULAR EDUCATION AND ART
Conditions Governing the Grant of Licenses for Dance Music
NEGROID: Belonging to a Negro race. This includes the African Negroes (and also those living outside of Africa), also Pygmies, Bushmen and Hottentots. NEGRITO: In the wider sense of the term, the short-statured, curly or frizzy-haired, dark-skinned inhabitants of Southeastern Asia, Melanesia and Central Africa.
1. Music: The Embargo on Negroid and Negrito Factors in dance Music and Music for Entertainments.
2. Introduction: The following regulations are intended to indicate the revival of the European spirit in the music played in this country for dances and amusements, by freeing the latter from the elements of that primitive Negroid and/or Negrito music, which may be justly regarded as being in flagrant conflict with the Europeon conception of music. These regulations constitute a transitory measure born of practical considerations and which must of necessity precede a general revival.
3. Prohibition: It is forbidden to play in public music which possesses to a marked degree characteristic features of the method of improvisation, execution, composition and arrangement adopted by Negroes and colored people. It is forbidden in publications, reports, programs, printed or verbal announcements, etc.: (a) to describe music played or to be played with the words "jazz" or "jazz music." (b) to use the technical jargon described below, except in reference to or as a description of the instrumental and vocal dance music of the North American Negroes. Exceptions may Be permitted where such music is intended for a strictly scientific or strictly educational purpose and where such music is interpreted by persons having two or more Negroid or Negritic grandparents.
4. Descripton of The Main Characteristic Features of the Above-Mentioned Music which Differ from the European Conception of Music: The use of tonally undefined mordents, Ostentatious trills, double-stopping or ascendant glissandi, obtained in the Negro style by excessive vibrato, lip technique and/or shaking of the musical instrument. In jazz terminology, the effects known as "dinge," "smear" and "whip." Also the use of intentional vocalization of an instrumental tone by imitating a throaty sound. In jazz terminology, the adoption of the "growl" on brass wind instruments, and also the "scratchy" clarinet tone. Also the use of any intentional instrumentalization of the singing voice by substituting senseless syllables for the words in the text by "metalizing" the voice. In jazz terminology, so-called "scat" singing and the vocal imitation of brass wind instruments. Also the use in Negro fashion of harshly timbered and harshly dynamic intonations unless already described. In jazz terminology, the use of "hot" intonations. Also the use in Negro fashion of dampers on brass and woodwind instruments in which the formation of the tone is achieved in solo items with more than the normal pressure. This does not apply to saxophones or trombones. Likewise forbidden, in the melody, is any melody formed in the manner characteristic of Negro players, and which can be unmistakably recognized.
5. Expressly Forbidden: The adoption in Negro fashion of short motifs of exaggerated pitch and rhythm, repeated more than three times without interruption by a solo instrument (or soloist), or more than sixteen times in succession without interruption by a group of instruments played by a band. In jazz terminology, any adoption of "licks" and "riffs" repeated more than three times in succession by a soloist or more than sixteen times for one section or for two or more sections. Also the exaggeration of Negroid bass forms, based on the broken tritone. In jazz terminology, the "boogie-woogie," "honky tonk" or "barrelhouse" style.
6. Instruments Banned: Use of very primitive instruments such as the Cuban Negro "quijada" (jaw of a donkey) and the North American Negro "washboard." Also the use of rubber mutes (plungers) for wind brass instruments, the imitation of a throaty tone in the use of mutes which, whether accompanied by any special movement of the hand or not, effect an imitation of a nasal sound. In jazz terminology, use of "plungers" and "Wah Wah" dampers. The so-called "tone color" mutes may, however, be used. Also the playing in Negro fashion of long, drawn-out percussion solos or an imitation thereof for more than two or four three-time beats, more frequently than three times or twice in the course of 32 successive beats in a complete interpretation. In jazz terminology, "stop choruses" by percussion instruments, except brass cymbals. There is no objection to providing a chorus with percussion solos in places where a break could also come, but at not more than three such places. Also the use of a constant, long drawn-out exaggerated tonal emphasis on the second and fourth beats in 4/4 time. In jazz terminology, the use of the long drawn-out "off beat" effect."
Ilustracao: Dancing in a Shebeen (Zantsi, AVA Collection - SA)
*[First posted 11/01/07]
Saturday, 7 November 2009
O QUE NOSOTROS ANDAMOS PR'AQUI A PERDER... (16)
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SOBRE PRATICAS LABORAIS DE EMPRESAS PORTUGUESAS EM ANGOLA
[Como uma especie de “complemento”, em portugues, ao post anterior, esta noticia sobre as praticas laborais de empresas portuguesas em Angola…]
Empresas portuguesas lideram violações aos direitos dos trabalhadores (NJ)
As empresas portuguesas são as que mais desrespeitam os direitos dos trabalhadores em Angola. A constatação saiu do encontro que em Luanda juntou representantes do Sindicato do Ramo da Construção, Materiais de Construção e Habitação de cinco províncias do país. Falando ao Novo Jornal, Albano Calei secretário-geral do sindicato de Benguela referiu que no topo da lista das violações está a desatenção dos empregadores no cumprimento do estipulado na lei geral do trabalho e na lei sindical.
Aquele dirigente sindical refere que as dificuldades criadas pelos líderes das empresas portuguesas presentes em território nacional na constituição das comissão sindicais, relacionam- se única e simplesmente com o pensamento “errado” do empregador em que, após conhecerem a lei, os trabalhadores exigem condições salariais e sociais acima das possibilidades da empresa.
Dizendo ser conhecedor de um elevado número de casos desta natureza, Albano Calei chama a atenção para a atitude prepotente evidenciada por muitos gestores, logo à chegada ao nosso país. “São muitos os responsáveis que entram no mercado nacional da construção, criam empresas e não se preocupam com o cumprimento da lei” esclarece o sindicalista que mais adiante adverte que se eles (empregadores) continuarem a fazer ouvidos de mercador, mais cedo do que esperam chegará a resposta no âmbito da lei.
Os sindicalistas de Benguela, Luanda, Cunene, Cabinda e Namibe, reunidos na capital do país, delinearam estratégias de actuação viradas para a formação dos líderes das comissões sindicais. Afinal, diz ele, também é verdade que não são poucas as vezes que, sem conhecer a situação económica da empresa em que labutam, os representantes sindicais elaboram cadernos reivindicativos em desobediência aos parâmetros estabelecidos na lei. E quando se dão situações deste género, o empregador simplesmente não consegue resolver.
Identificada a dificuldade em grande parte das empresas lusas de construção e algumas de outros países em facilitar a constituição das comissões sindicais, a atenção volta- se para a busca de soluções que facilitem o diálogo entre as partes. Com este propósito, foi aprovada uma curta resolução que os sindicalistas acreditam ser o primeiro passo para a inversão do quadro.
Solicitam e prometem acompanhar de perto a aplicação da Lei Geral do Trabalho e da Lei Sindical, como instrumento jurídico. Com a sua aplicação, acredita o entrevistado, os trabalhadores serão fortemente beneficiados, mas igualmente o empregador poderá, a partir dessa base de conversação, melhorar o entendimento.
(IN) SEGURANÇA NO TRABALHO
Na mira da acção sindical, estão também as empresas chinesas que agem à margem da lei vigente no país. Afirma que um dos grandes problemas difíceis de ser resolvido é a segurança no trabalho, que não é cumprida. Sublinha que muitos pensam que segurança é apenas capacete e fato, quando é muito mais do que isso. Atira que na sua maioria, as empresas de construção olham apenas para os lucros, esquivando- se a cumprir as suas obrigações laborais.
Concentrando-se na província de Benguela, onde as empresas portuguesas são as maiores empregadores no ramo da construção civil, Albano Calei assegura que a estratégia para melhorar o relacionamento entre as partes em causa, está montada. “A situação de Benguela é melhor comparativamente às outras quatro províncias” lembra o entrevistado que apesar da melhor relação entre sindicato e empresas, assume que há um pequeno grupo apostado em criar barreiras. Por essa razão assegura estar a trabalhar na realização de um seminário com diversos sindicatos que vai aprovar caminhos com o objectivo de manter, posteriormente, contactos directos com as empresas e explicar os benefícios do cumprimento da lei em vigor.
[Aqui]
Empresas portuguesas lideram violações aos direitos dos trabalhadores (NJ)
As empresas portuguesas são as que mais desrespeitam os direitos dos trabalhadores em Angola. A constatação saiu do encontro que em Luanda juntou representantes do Sindicato do Ramo da Construção, Materiais de Construção e Habitação de cinco províncias do país. Falando ao Novo Jornal, Albano Calei secretário-geral do sindicato de Benguela referiu que no topo da lista das violações está a desatenção dos empregadores no cumprimento do estipulado na lei geral do trabalho e na lei sindical.
Aquele dirigente sindical refere que as dificuldades criadas pelos líderes das empresas portuguesas presentes em território nacional na constituição das comissão sindicais, relacionam- se única e simplesmente com o pensamento “errado” do empregador em que, após conhecerem a lei, os trabalhadores exigem condições salariais e sociais acima das possibilidades da empresa.
Dizendo ser conhecedor de um elevado número de casos desta natureza, Albano Calei chama a atenção para a atitude prepotente evidenciada por muitos gestores, logo à chegada ao nosso país. “São muitos os responsáveis que entram no mercado nacional da construção, criam empresas e não se preocupam com o cumprimento da lei” esclarece o sindicalista que mais adiante adverte que se eles (empregadores) continuarem a fazer ouvidos de mercador, mais cedo do que esperam chegará a resposta no âmbito da lei.
Os sindicalistas de Benguela, Luanda, Cunene, Cabinda e Namibe, reunidos na capital do país, delinearam estratégias de actuação viradas para a formação dos líderes das comissões sindicais. Afinal, diz ele, também é verdade que não são poucas as vezes que, sem conhecer a situação económica da empresa em que labutam, os representantes sindicais elaboram cadernos reivindicativos em desobediência aos parâmetros estabelecidos na lei. E quando se dão situações deste género, o empregador simplesmente não consegue resolver.
Identificada a dificuldade em grande parte das empresas lusas de construção e algumas de outros países em facilitar a constituição das comissões sindicais, a atenção volta- se para a busca de soluções que facilitem o diálogo entre as partes. Com este propósito, foi aprovada uma curta resolução que os sindicalistas acreditam ser o primeiro passo para a inversão do quadro.
Solicitam e prometem acompanhar de perto a aplicação da Lei Geral do Trabalho e da Lei Sindical, como instrumento jurídico. Com a sua aplicação, acredita o entrevistado, os trabalhadores serão fortemente beneficiados, mas igualmente o empregador poderá, a partir dessa base de conversação, melhorar o entendimento.
(IN) SEGURANÇA NO TRABALHO
Na mira da acção sindical, estão também as empresas chinesas que agem à margem da lei vigente no país. Afirma que um dos grandes problemas difíceis de ser resolvido é a segurança no trabalho, que não é cumprida. Sublinha que muitos pensam que segurança é apenas capacete e fato, quando é muito mais do que isso. Atira que na sua maioria, as empresas de construção olham apenas para os lucros, esquivando- se a cumprir as suas obrigações laborais.
Concentrando-se na província de Benguela, onde as empresas portuguesas são as maiores empregadores no ramo da construção civil, Albano Calei assegura que a estratégia para melhorar o relacionamento entre as partes em causa, está montada. “A situação de Benguela é melhor comparativamente às outras quatro províncias” lembra o entrevistado que apesar da melhor relação entre sindicato e empresas, assume que há um pequeno grupo apostado em criar barreiras. Por essa razão assegura estar a trabalhar na realização de um seminário com diversos sindicatos que vai aprovar caminhos com o objectivo de manter, posteriormente, contactos directos com as empresas e explicar os benefícios do cumprimento da lei em vigor.
[Aqui]
[Como uma especie de “complemento”, em portugues, ao post anterior, esta noticia sobre as praticas laborais de empresas portuguesas em Angola…]
Empresas portuguesas lideram violações aos direitos dos trabalhadores (NJ)
As empresas portuguesas são as que mais desrespeitam os direitos dos trabalhadores em Angola. A constatação saiu do encontro que em Luanda juntou representantes do Sindicato do Ramo da Construção, Materiais de Construção e Habitação de cinco províncias do país. Falando ao Novo Jornal, Albano Calei secretário-geral do sindicato de Benguela referiu que no topo da lista das violações está a desatenção dos empregadores no cumprimento do estipulado na lei geral do trabalho e na lei sindical.
Aquele dirigente sindical refere que as dificuldades criadas pelos líderes das empresas portuguesas presentes em território nacional na constituição das comissão sindicais, relacionam- se única e simplesmente com o pensamento “errado” do empregador em que, após conhecerem a lei, os trabalhadores exigem condições salariais e sociais acima das possibilidades da empresa.
Dizendo ser conhecedor de um elevado número de casos desta natureza, Albano Calei chama a atenção para a atitude prepotente evidenciada por muitos gestores, logo à chegada ao nosso país. “São muitos os responsáveis que entram no mercado nacional da construção, criam empresas e não se preocupam com o cumprimento da lei” esclarece o sindicalista que mais adiante adverte que se eles (empregadores) continuarem a fazer ouvidos de mercador, mais cedo do que esperam chegará a resposta no âmbito da lei.
Os sindicalistas de Benguela, Luanda, Cunene, Cabinda e Namibe, reunidos na capital do país, delinearam estratégias de actuação viradas para a formação dos líderes das comissões sindicais. Afinal, diz ele, também é verdade que não são poucas as vezes que, sem conhecer a situação económica da empresa em que labutam, os representantes sindicais elaboram cadernos reivindicativos em desobediência aos parâmetros estabelecidos na lei. E quando se dão situações deste género, o empregador simplesmente não consegue resolver.
Identificada a dificuldade em grande parte das empresas lusas de construção e algumas de outros países em facilitar a constituição das comissões sindicais, a atenção volta- se para a busca de soluções que facilitem o diálogo entre as partes. Com este propósito, foi aprovada uma curta resolução que os sindicalistas acreditam ser o primeiro passo para a inversão do quadro.
Solicitam e prometem acompanhar de perto a aplicação da Lei Geral do Trabalho e da Lei Sindical, como instrumento jurídico. Com a sua aplicação, acredita o entrevistado, os trabalhadores serão fortemente beneficiados, mas igualmente o empregador poderá, a partir dessa base de conversação, melhorar o entendimento.
(IN) SEGURANÇA NO TRABALHO
Na mira da acção sindical, estão também as empresas chinesas que agem à margem da lei vigente no país. Afirma que um dos grandes problemas difíceis de ser resolvido é a segurança no trabalho, que não é cumprida. Sublinha que muitos pensam que segurança é apenas capacete e fato, quando é muito mais do que isso. Atira que na sua maioria, as empresas de construção olham apenas para os lucros, esquivando- se a cumprir as suas obrigações laborais.
Concentrando-se na província de Benguela, onde as empresas portuguesas são as maiores empregadores no ramo da construção civil, Albano Calei assegura que a estratégia para melhorar o relacionamento entre as partes em causa, está montada. “A situação de Benguela é melhor comparativamente às outras quatro províncias” lembra o entrevistado que apesar da melhor relação entre sindicato e empresas, assume que há um pequeno grupo apostado em criar barreiras. Por essa razão assegura estar a trabalhar na realização de um seminário com diversos sindicatos que vai aprovar caminhos com o objectivo de manter, posteriormente, contactos directos com as empresas e explicar os benefícios do cumprimento da lei em vigor.
[Aqui]
Empresas portuguesas lideram violações aos direitos dos trabalhadores (NJ)
As empresas portuguesas são as que mais desrespeitam os direitos dos trabalhadores em Angola. A constatação saiu do encontro que em Luanda juntou representantes do Sindicato do Ramo da Construção, Materiais de Construção e Habitação de cinco províncias do país. Falando ao Novo Jornal, Albano Calei secretário-geral do sindicato de Benguela referiu que no topo da lista das violações está a desatenção dos empregadores no cumprimento do estipulado na lei geral do trabalho e na lei sindical.
Aquele dirigente sindical refere que as dificuldades criadas pelos líderes das empresas portuguesas presentes em território nacional na constituição das comissão sindicais, relacionam- se única e simplesmente com o pensamento “errado” do empregador em que, após conhecerem a lei, os trabalhadores exigem condições salariais e sociais acima das possibilidades da empresa.
Dizendo ser conhecedor de um elevado número de casos desta natureza, Albano Calei chama a atenção para a atitude prepotente evidenciada por muitos gestores, logo à chegada ao nosso país. “São muitos os responsáveis que entram no mercado nacional da construção, criam empresas e não se preocupam com o cumprimento da lei” esclarece o sindicalista que mais adiante adverte que se eles (empregadores) continuarem a fazer ouvidos de mercador, mais cedo do que esperam chegará a resposta no âmbito da lei.
Os sindicalistas de Benguela, Luanda, Cunene, Cabinda e Namibe, reunidos na capital do país, delinearam estratégias de actuação viradas para a formação dos líderes das comissões sindicais. Afinal, diz ele, também é verdade que não são poucas as vezes que, sem conhecer a situação económica da empresa em que labutam, os representantes sindicais elaboram cadernos reivindicativos em desobediência aos parâmetros estabelecidos na lei. E quando se dão situações deste género, o empregador simplesmente não consegue resolver.
Identificada a dificuldade em grande parte das empresas lusas de construção e algumas de outros países em facilitar a constituição das comissões sindicais, a atenção volta- se para a busca de soluções que facilitem o diálogo entre as partes. Com este propósito, foi aprovada uma curta resolução que os sindicalistas acreditam ser o primeiro passo para a inversão do quadro.
Solicitam e prometem acompanhar de perto a aplicação da Lei Geral do Trabalho e da Lei Sindical, como instrumento jurídico. Com a sua aplicação, acredita o entrevistado, os trabalhadores serão fortemente beneficiados, mas igualmente o empregador poderá, a partir dessa base de conversação, melhorar o entendimento.
(IN) SEGURANÇA NO TRABALHO
Na mira da acção sindical, estão também as empresas chinesas que agem à margem da lei vigente no país. Afirma que um dos grandes problemas difíceis de ser resolvido é a segurança no trabalho, que não é cumprida. Sublinha que muitos pensam que segurança é apenas capacete e fato, quando é muito mais do que isso. Atira que na sua maioria, as empresas de construção olham apenas para os lucros, esquivando- se a cumprir as suas obrigações laborais.
Concentrando-se na província de Benguela, onde as empresas portuguesas são as maiores empregadores no ramo da construção civil, Albano Calei assegura que a estratégia para melhorar o relacionamento entre as partes em causa, está montada. “A situação de Benguela é melhor comparativamente às outras quatro províncias” lembra o entrevistado que apesar da melhor relação entre sindicato e empresas, assume que há um pequeno grupo apostado em criar barreiras. Por essa razão assegura estar a trabalhar na realização de um seminário com diversos sindicatos que vai aprovar caminhos com o objectivo de manter, posteriormente, contactos directos com as empresas e explicar os benefícios do cumprimento da lei em vigor.
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Friday, 6 November 2009
THE WALL STREET JOURNAL ON THE RECOLONISATION OF ANGOLA
Nearly 35 years after winning independence from Portugal, Angola is being populated by its former colonizer once again -- this time by professionals and scores of workers laid off amid the economic slump.
Portugal has been hard hit by the global downturn. Unemployment in the second quarter was 9.2% and the economy is expected to shrink by 3.7% this year. Temporary and seasonal construction work in other European Union countries -- a mainstay for Portuguese laborers -- have been drying up. As workers from across Europe return to Portugal, a country of 10.6 million, they struggle to find jobs.
Portugal's former colony, meanwhile, has emerged in recent years as one of the world's fastest-growing economies. Angola's gross domestic product has grown well over 10% annually since 2004, and topped 20% in 2007, bolstered by oil production and mining. Even with the drop in oil prices in 2008, GDP grew 14.8% for the year.
Filomeno Vieira Lopes, an economist and member of the Angolan opposition party Front for Democracy, said three factors have contributed to economic growth. "First, there was the rise in petrol prices and the rise in production; second, the interest from China; and now, all the rebuilding after the war," he said.
While Angola is luring unemployed and underemployed Portuguese, it has many internal problems, including an unemployment rate of its own that has reached 40%, increasing inflation and widespread poverty. This reality has created a "certain a level of animosity," toward foreigners, who are seen as taking jobs from Angolans, said Mr. Vieira Lopes.
But for Justino Pinto de Andrade, a professor of economics at the Catholic University of Luanda, having foreigners -- particularly those who have come to work on rebuilding projects -- pour into his country is something positive, and temporary. Local companies were paralyzed for years during the wars, he said, putting the country's workers at a disadvantage in terms of training.
"Angola has to be constructed," said the professor. "Borders are disintegrating. They don't make sense in this globalized world. We need qualified people -- not just people with advanced school degrees, but people who are qualified in all senses of the word."
[Read More Here]
Nearly 35 years after winning independence from Portugal, Angola is being populated by its former colonizer once again -- this time by professionals and scores of workers laid off amid the economic slump.
Portugal has been hard hit by the global downturn. Unemployment in the second quarter was 9.2% and the economy is expected to shrink by 3.7% this year. Temporary and seasonal construction work in other European Union countries -- a mainstay for Portuguese laborers -- have been drying up. As workers from across Europe return to Portugal, a country of 10.6 million, they struggle to find jobs.
Portugal's former colony, meanwhile, has emerged in recent years as one of the world's fastest-growing economies. Angola's gross domestic product has grown well over 10% annually since 2004, and topped 20% in 2007, bolstered by oil production and mining. Even with the drop in oil prices in 2008, GDP grew 14.8% for the year.
Filomeno Vieira Lopes, an economist and member of the Angolan opposition party Front for Democracy, said three factors have contributed to economic growth. "First, there was the rise in petrol prices and the rise in production; second, the interest from China; and now, all the rebuilding after the war," he said.
While Angola is luring unemployed and underemployed Portuguese, it has many internal problems, including an unemployment rate of its own that has reached 40%, increasing inflation and widespread poverty. This reality has created a "certain a level of animosity," toward foreigners, who are seen as taking jobs from Angolans, said Mr. Vieira Lopes.
But for Justino Pinto de Andrade, a professor of economics at the Catholic University of Luanda, having foreigners -- particularly those who have come to work on rebuilding projects -- pour into his country is something positive, and temporary. Local companies were paralyzed for years during the wars, he said, putting the country's workers at a disadvantage in terms of training.
"Angola has to be constructed," said the professor. "Borders are disintegrating. They don't make sense in this globalized world. We need qualified people -- not just people with advanced school degrees, but people who are qualified in all senses of the word."
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Thursday, 5 November 2009
THIS DAY A YEAR AGO (*)
IT'S BEEN A LONG TIME COMING...
BUT CHANGE DID COME!
How this happened
Wednesday, 5 November, 2008 6:18 AM
From:
"Barack Obama"
To:
"Ana Santana"
Ana --
I'm about to head to Grant Park to talk to everyone gathered there, but I wanted to write to you first.
We just made history.
And I don't want you to forget how we did it.
You made history every single day during this campaign -- every day you knocked on doors, made a donation, or talked to your family, friends, and neighbors about why you believe it's time for change.
I want to thank all of you who gave your time, talent, and passion to this campaign.
We have a lot of work to do to get our country back on track, and I'll be in touch soon about what comes next.
But I want to be very clear about one thing...
All of this happened because of you.
Thank you,
Barack
(*) First posted 05/11/08
[A Change Is Gonna Come - Otis Redding]
IT'S BEEN A LONG TIME COMING...
BUT CHANGE DID COME!
How this happened
Wednesday, 5 November, 2008 6:18 AM
From:
"Barack Obama"
To:
"Ana Santana"
Ana --
I'm about to head to Grant Park to talk to everyone gathered there, but I wanted to write to you first.
We just made history.
And I don't want you to forget how we did it.
You made history every single day during this campaign -- every day you knocked on doors, made a donation, or talked to your family, friends, and neighbors about why you believe it's time for change.
I want to thank all of you who gave your time, talent, and passion to this campaign.
We have a lot of work to do to get our country back on track, and I'll be in touch soon about what comes next.
But I want to be very clear about one thing...
All of this happened because of you.
Thank you,
Barack
(*) First posted 05/11/08
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Tuesday, 3 November 2009
OLHARES DIVERSOS (XVI)
BENTO BENTO ao Pais
(…)
Nós, como dizia no princípio, estamos na primeira linha de combate contra uma oposição liderada por um opositor também de respeito e com alguma capacidade de intervenção. Mas graças à nossa própria capacidade e à nossa combatividade, e principalmente à nossa capacidade de organização e mobilização, temos levado vantagem sobre os nossos opositores. Depois há também os problemas que Luanda tem e nós temos estado a passar à população a mensagem segundo a qual é preciso trabalharmos com alguma velocidade, mas também termos alguma paciência porque nem todos os problemas poderão ser resolvidos de um dia para outro.
Temos também a considerar algumas falhas … talvez voluntaristas de alguns quadros do partido que deveriam dialogar cada vez mais, que deveriam procurar entender cada vez mais antes de partir para algumas medidas impopulares que poderiam ser materializadas num outro clima …
(…)
Porque muitas das pessoas visadas são nossos militantes também. Mas tivemos de fazer um trabalho para que as pessoas pudessem entender que o desenvolvimento às vezes dá nisso. Mas, também, será que a capacidade de alguns dos nossos quadros administrativos, sendo eles militantes do MPLA, ou não, que não têm em conta a forma como devem materializar algumas decisões do governo, que podem materializá-las de forma distinta. Mas saímos deste mandato que hoje cessa com o sentido de missão cumprida, com o espírito e o ânimo de soldados que acabam de sair de um duro combate.
(…)
É importante dizer que nós, do Comité Provincial do Partido de Luanda, os comités municipais, os comités de acção, somos de opinião de que é preciso pôr fim à ocupação anárquica de terrenos. É preciso pôr fim às negociatas de terrenos, que tem havido de forma generalizada nalguns municípios de Luanda. Razão pela qual, todos quantos utilizam a ocupação ilegal de terras para negócio ilícito… nós somos por uma posição drástica por parte do Estado. Agora, temos situações em que muitos dos nossos munícipes construíram ilegalmente, mas para benefício familiar. E muitas dessas casas são casas que foram construídas como fruto das poupanças das populações. E isto multiplicado, na prática, são milhares e milhares de dólares, ou de kwanzas.
Muitas dessas populações viram-se privadas dos seus bens, das suas residências de um momento para outro. Então nós fazemos um diálogo com essas populações. E o partido, a todos os níveis, principalmente na base, nos seus activistas, podem facilitar esse diálogo, fazendo compreender às pessoas que para construir devem seguir determinados pressupostos. Pois que torna-se doloroso que uma família se veja privada da sua residência e, principalmente, vendo crianças e mulheres ao relento. E aí, nós, às vezes, ficamos sem argumentos para explicar a uma família, para explicar às crianças e às mulheres que de um momento para outro ficaram sem as suas residências.
Quanto às cabanas de chapa isso resolve-se. Uma cabana de chapas destruída agora, ainda que estejam pessoas a residir nela, essas pessoas podem ser transferidas numa fracção de segundos, constroem noutro lugar. Mas uma casa definitiva, uma residência com três, quatro quartos, uma residência de primeiro andar, devemos ter cuidado. É melhor usarmos o diálogo, inclusive darmos algum tempo, porque as pessoas, depois, podem não ter os recursos para construir outras casas.
(…)
Há, por exemplo uma reflexão que às vezes nos tem chegado… de pessoas que vão ao Comité provincial, que são às dezenas e às vezes até às centenas, que nos dizem: o pior é tirarem os nossos terrenos, demolirem as nossas casas, e depois aparecerem condomínios privados. E aí ficamos sem respostas. Não era conveniente, por exemplo, negociar com as pessoas, os privados que têm esses terrenos e dar-lhes outras parcelas de terreno? Porque também muitos desses privados ligados a imobiliária, cujos terrenos têm sido resgatados, usufruíram da distribuição sem o próprio Estado se precaver que já aí residem pessoas.
Por isso é que só com o diálogo profundo, inteligente, prudente, com uma concertação de todas as estruturas do partido e organizações da sociedade civil poderemos levar a bom termo os processos de demolições, por um lado, e, por outro lado, o realojamento. Mas também somos contra aqueles que desafiam o Estado, porque há indivíduos que o Estado diz: não construam aqui. E ele insiste construindo. Aí não há alternativas. Mas para mim, Bento Bento, o mais doloroso é ver crianças e mulheres chorando ao relento, não pela cabana destruída, mas por uma casa de construção definitiva.
[Aqui]
(…)
Nós, como dizia no princípio, estamos na primeira linha de combate contra uma oposição liderada por um opositor também de respeito e com alguma capacidade de intervenção. Mas graças à nossa própria capacidade e à nossa combatividade, e principalmente à nossa capacidade de organização e mobilização, temos levado vantagem sobre os nossos opositores. Depois há também os problemas que Luanda tem e nós temos estado a passar à população a mensagem segundo a qual é preciso trabalharmos com alguma velocidade, mas também termos alguma paciência porque nem todos os problemas poderão ser resolvidos de um dia para outro.
Temos também a considerar algumas falhas … talvez voluntaristas de alguns quadros do partido que deveriam dialogar cada vez mais, que deveriam procurar entender cada vez mais antes de partir para algumas medidas impopulares que poderiam ser materializadas num outro clima …
(…)
Porque muitas das pessoas visadas são nossos militantes também. Mas tivemos de fazer um trabalho para que as pessoas pudessem entender que o desenvolvimento às vezes dá nisso. Mas, também, será que a capacidade de alguns dos nossos quadros administrativos, sendo eles militantes do MPLA, ou não, que não têm em conta a forma como devem materializar algumas decisões do governo, que podem materializá-las de forma distinta. Mas saímos deste mandato que hoje cessa com o sentido de missão cumprida, com o espírito e o ânimo de soldados que acabam de sair de um duro combate.
(…)
É importante dizer que nós, do Comité Provincial do Partido de Luanda, os comités municipais, os comités de acção, somos de opinião de que é preciso pôr fim à ocupação anárquica de terrenos. É preciso pôr fim às negociatas de terrenos, que tem havido de forma generalizada nalguns municípios de Luanda. Razão pela qual, todos quantos utilizam a ocupação ilegal de terras para negócio ilícito… nós somos por uma posição drástica por parte do Estado. Agora, temos situações em que muitos dos nossos munícipes construíram ilegalmente, mas para benefício familiar. E muitas dessas casas são casas que foram construídas como fruto das poupanças das populações. E isto multiplicado, na prática, são milhares e milhares de dólares, ou de kwanzas.
Muitas dessas populações viram-se privadas dos seus bens, das suas residências de um momento para outro. Então nós fazemos um diálogo com essas populações. E o partido, a todos os níveis, principalmente na base, nos seus activistas, podem facilitar esse diálogo, fazendo compreender às pessoas que para construir devem seguir determinados pressupostos. Pois que torna-se doloroso que uma família se veja privada da sua residência e, principalmente, vendo crianças e mulheres ao relento. E aí, nós, às vezes, ficamos sem argumentos para explicar a uma família, para explicar às crianças e às mulheres que de um momento para outro ficaram sem as suas residências.
Quanto às cabanas de chapa isso resolve-se. Uma cabana de chapas destruída agora, ainda que estejam pessoas a residir nela, essas pessoas podem ser transferidas numa fracção de segundos, constroem noutro lugar. Mas uma casa definitiva, uma residência com três, quatro quartos, uma residência de primeiro andar, devemos ter cuidado. É melhor usarmos o diálogo, inclusive darmos algum tempo, porque as pessoas, depois, podem não ter os recursos para construir outras casas.
(…)
Há, por exemplo uma reflexão que às vezes nos tem chegado… de pessoas que vão ao Comité provincial, que são às dezenas e às vezes até às centenas, que nos dizem: o pior é tirarem os nossos terrenos, demolirem as nossas casas, e depois aparecerem condomínios privados. E aí ficamos sem respostas. Não era conveniente, por exemplo, negociar com as pessoas, os privados que têm esses terrenos e dar-lhes outras parcelas de terreno? Porque também muitos desses privados ligados a imobiliária, cujos terrenos têm sido resgatados, usufruíram da distribuição sem o próprio Estado se precaver que já aí residem pessoas.
Por isso é que só com o diálogo profundo, inteligente, prudente, com uma concertação de todas as estruturas do partido e organizações da sociedade civil poderemos levar a bom termo os processos de demolições, por um lado, e, por outro lado, o realojamento. Mas também somos contra aqueles que desafiam o Estado, porque há indivíduos que o Estado diz: não construam aqui. E ele insiste construindo. Aí não há alternativas. Mas para mim, Bento Bento, o mais doloroso é ver crianças e mulheres chorando ao relento, não pela cabana destruída, mas por uma casa de construção definitiva.
[Aqui]
BENTO BENTO ao Pais
(…)
Nós, como dizia no princípio, estamos na primeira linha de combate contra uma oposição liderada por um opositor também de respeito e com alguma capacidade de intervenção. Mas graças à nossa própria capacidade e à nossa combatividade, e principalmente à nossa capacidade de organização e mobilização, temos levado vantagem sobre os nossos opositores. Depois há também os problemas que Luanda tem e nós temos estado a passar à população a mensagem segundo a qual é preciso trabalharmos com alguma velocidade, mas também termos alguma paciência porque nem todos os problemas poderão ser resolvidos de um dia para outro.
Temos também a considerar algumas falhas … talvez voluntaristas de alguns quadros do partido que deveriam dialogar cada vez mais, que deveriam procurar entender cada vez mais antes de partir para algumas medidas impopulares que poderiam ser materializadas num outro clima …
(…)
Porque muitas das pessoas visadas são nossos militantes também. Mas tivemos de fazer um trabalho para que as pessoas pudessem entender que o desenvolvimento às vezes dá nisso. Mas, também, será que a capacidade de alguns dos nossos quadros administrativos, sendo eles militantes do MPLA, ou não, que não têm em conta a forma como devem materializar algumas decisões do governo, que podem materializá-las de forma distinta. Mas saímos deste mandato que hoje cessa com o sentido de missão cumprida, com o espírito e o ânimo de soldados que acabam de sair de um duro combate.
(…)
É importante dizer que nós, do Comité Provincial do Partido de Luanda, os comités municipais, os comités de acção, somos de opinião de que é preciso pôr fim à ocupação anárquica de terrenos. É preciso pôr fim às negociatas de terrenos, que tem havido de forma generalizada nalguns municípios de Luanda. Razão pela qual, todos quantos utilizam a ocupação ilegal de terras para negócio ilícito… nós somos por uma posição drástica por parte do Estado. Agora, temos situações em que muitos dos nossos munícipes construíram ilegalmente, mas para benefício familiar. E muitas dessas casas são casas que foram construídas como fruto das poupanças das populações. E isto multiplicado, na prática, são milhares e milhares de dólares, ou de kwanzas.
Muitas dessas populações viram-se privadas dos seus bens, das suas residências de um momento para outro. Então nós fazemos um diálogo com essas populações. E o partido, a todos os níveis, principalmente na base, nos seus activistas, podem facilitar esse diálogo, fazendo compreender às pessoas que para construir devem seguir determinados pressupostos. Pois que torna-se doloroso que uma família se veja privada da sua residência e, principalmente, vendo crianças e mulheres ao relento. E aí, nós, às vezes, ficamos sem argumentos para explicar a uma família, para explicar às crianças e às mulheres que de um momento para outro ficaram sem as suas residências.
Quanto às cabanas de chapa isso resolve-se. Uma cabana de chapas destruída agora, ainda que estejam pessoas a residir nela, essas pessoas podem ser transferidas numa fracção de segundos, constroem noutro lugar. Mas uma casa definitiva, uma residência com três, quatro quartos, uma residência de primeiro andar, devemos ter cuidado. É melhor usarmos o diálogo, inclusive darmos algum tempo, porque as pessoas, depois, podem não ter os recursos para construir outras casas.
(…)
Há, por exemplo uma reflexão que às vezes nos tem chegado… de pessoas que vão ao Comité provincial, que são às dezenas e às vezes até às centenas, que nos dizem: o pior é tirarem os nossos terrenos, demolirem as nossas casas, e depois aparecerem condomínios privados. E aí ficamos sem respostas. Não era conveniente, por exemplo, negociar com as pessoas, os privados que têm esses terrenos e dar-lhes outras parcelas de terreno? Porque também muitos desses privados ligados a imobiliária, cujos terrenos têm sido resgatados, usufruíram da distribuição sem o próprio Estado se precaver que já aí residem pessoas.
Por isso é que só com o diálogo profundo, inteligente, prudente, com uma concertação de todas as estruturas do partido e organizações da sociedade civil poderemos levar a bom termo os processos de demolições, por um lado, e, por outro lado, o realojamento. Mas também somos contra aqueles que desafiam o Estado, porque há indivíduos que o Estado diz: não construam aqui. E ele insiste construindo. Aí não há alternativas. Mas para mim, Bento Bento, o mais doloroso é ver crianças e mulheres chorando ao relento, não pela cabana destruída, mas por uma casa de construção definitiva.
[Aqui]
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Nós, como dizia no princípio, estamos na primeira linha de combate contra uma oposição liderada por um opositor também de respeito e com alguma capacidade de intervenção. Mas graças à nossa própria capacidade e à nossa combatividade, e principalmente à nossa capacidade de organização e mobilização, temos levado vantagem sobre os nossos opositores. Depois há também os problemas que Luanda tem e nós temos estado a passar à população a mensagem segundo a qual é preciso trabalharmos com alguma velocidade, mas também termos alguma paciência porque nem todos os problemas poderão ser resolvidos de um dia para outro.
Temos também a considerar algumas falhas … talvez voluntaristas de alguns quadros do partido que deveriam dialogar cada vez mais, que deveriam procurar entender cada vez mais antes de partir para algumas medidas impopulares que poderiam ser materializadas num outro clima …
(…)
Porque muitas das pessoas visadas são nossos militantes também. Mas tivemos de fazer um trabalho para que as pessoas pudessem entender que o desenvolvimento às vezes dá nisso. Mas, também, será que a capacidade de alguns dos nossos quadros administrativos, sendo eles militantes do MPLA, ou não, que não têm em conta a forma como devem materializar algumas decisões do governo, que podem materializá-las de forma distinta. Mas saímos deste mandato que hoje cessa com o sentido de missão cumprida, com o espírito e o ânimo de soldados que acabam de sair de um duro combate.
(…)
É importante dizer que nós, do Comité Provincial do Partido de Luanda, os comités municipais, os comités de acção, somos de opinião de que é preciso pôr fim à ocupação anárquica de terrenos. É preciso pôr fim às negociatas de terrenos, que tem havido de forma generalizada nalguns municípios de Luanda. Razão pela qual, todos quantos utilizam a ocupação ilegal de terras para negócio ilícito… nós somos por uma posição drástica por parte do Estado. Agora, temos situações em que muitos dos nossos munícipes construíram ilegalmente, mas para benefício familiar. E muitas dessas casas são casas que foram construídas como fruto das poupanças das populações. E isto multiplicado, na prática, são milhares e milhares de dólares, ou de kwanzas.
Muitas dessas populações viram-se privadas dos seus bens, das suas residências de um momento para outro. Então nós fazemos um diálogo com essas populações. E o partido, a todos os níveis, principalmente na base, nos seus activistas, podem facilitar esse diálogo, fazendo compreender às pessoas que para construir devem seguir determinados pressupostos. Pois que torna-se doloroso que uma família se veja privada da sua residência e, principalmente, vendo crianças e mulheres ao relento. E aí, nós, às vezes, ficamos sem argumentos para explicar a uma família, para explicar às crianças e às mulheres que de um momento para outro ficaram sem as suas residências.
Quanto às cabanas de chapa isso resolve-se. Uma cabana de chapas destruída agora, ainda que estejam pessoas a residir nela, essas pessoas podem ser transferidas numa fracção de segundos, constroem noutro lugar. Mas uma casa definitiva, uma residência com três, quatro quartos, uma residência de primeiro andar, devemos ter cuidado. É melhor usarmos o diálogo, inclusive darmos algum tempo, porque as pessoas, depois, podem não ter os recursos para construir outras casas.
(…)
Há, por exemplo uma reflexão que às vezes nos tem chegado… de pessoas que vão ao Comité provincial, que são às dezenas e às vezes até às centenas, que nos dizem: o pior é tirarem os nossos terrenos, demolirem as nossas casas, e depois aparecerem condomínios privados. E aí ficamos sem respostas. Não era conveniente, por exemplo, negociar com as pessoas, os privados que têm esses terrenos e dar-lhes outras parcelas de terreno? Porque também muitos desses privados ligados a imobiliária, cujos terrenos têm sido resgatados, usufruíram da distribuição sem o próprio Estado se precaver que já aí residem pessoas.
Por isso é que só com o diálogo profundo, inteligente, prudente, com uma concertação de todas as estruturas do partido e organizações da sociedade civil poderemos levar a bom termo os processos de demolições, por um lado, e, por outro lado, o realojamento. Mas também somos contra aqueles que desafiam o Estado, porque há indivíduos que o Estado diz: não construam aqui. E ele insiste construindo. Aí não há alternativas. Mas para mim, Bento Bento, o mais doloroso é ver crianças e mulheres chorando ao relento, não pela cabana destruída, mas por uma casa de construção definitiva.
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Monday, 2 November 2009
"Para uma historia da danca contemporanea em Africa"...
mas pode encontrar detalhes aqui}
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KINANI 2009
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STEPHEN CHAN ON CHINA-AFRICA RELATIONS (R)*
I have been researching China-Africa relations lately and hadn’t been to a public lecture for a while, so it was a joy for me to meet Prof. Chan, author of The End of Certainty - Towards a New Internationalism, and hear him speak today on the subject from quite a challenging and insightful perspective at the University of Stellenbosch.
Forget Francis Fukuyama and Samuel Huntington, Stephen Chan is the public intellectual with his finger on the global pulse
Baroness Helena Kennedy
[You can read more about the intriguing scholar that Prof. Chan is and on his outstanding body of work here]
*[First posted 20/04/09]
I have been researching China-Africa relations lately and hadn’t been to a public lecture for a while, so it was a joy for me to meet Prof. Chan, author of The End of Certainty - Towards a New Internationalism, and hear him speak today on the subject from quite a challenging and insightful perspective at the University of Stellenbosch.
Forget Francis Fukuyama and Samuel Huntington, Stephen Chan is the public intellectual with his finger on the global pulse
Baroness Helena Kennedy
[You can read more about the intriguing scholar that Prof. Chan is and on his outstanding body of work here]
*[First posted 20/04/09]
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Sunday, 1 November 2009
The “Palanca Report”: Romancing and Nurturing the Palanca Negra Gigante
By Pedro Vaz Pinto
Months of preparations finally culminated on the crucially needed capture operation, and the results were staggering and above expectations. A huge success!
[Here]
Meses de preparativos finalmente culminaram na tão necessária operação de captura, e os resultados foram extraordinários e acima das expectativas. Um enorme sucesso!
[Aqui]
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[Aqui]
By Pedro Vaz Pinto
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Meses de preparativos finalmente culminaram na tão necessária operação de captura, e os resultados foram extraordinários e acima das expectativas. Um enorme sucesso!
[Aqui]
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