"O grande inimigo da verdade, muitas vezes não é a mentira - deliberada, compulsiva e desonesta - , mas o mito - persistente, persuasivo e irrealista. Acreditar em mitos dá o conforto da opinião sem o desconforto do pensamento."
John F. Kennedy
"We cannot trample upon the humanity of others without devaluing our own. The Igbo, always practical, put it concretely in their proverb Onye ji onye n'ani ji onwe ya: "He who will hold another down in the mud must stay in the mud to keep him down."
[Chinua Achebe]
Ou, alternativamente, em Portugues: Yanick Ngombo, a.k.a. Afroman, membro da etnia Bakongo (tal como os Igbo, igualmente com um sentido bastante pratico das coisas mundanas, para que lhes sobre tempo suficiente para as coisas do espirito, como a metafisica ou a filosofia), diz numa das suas cancoes algo como isto: "... e' como o porco que arrasta o javali para uma luta na lama: os dois vao se sujar, mas o porco gosta porque assim ganha fama!
Regresso a este post, motivada por esta noticia e por ter lido aqui que na mesa redonda em questao nao houve debate. Poderia re-entitula-lo "Mais, mais uma vez... Revisitando Questoes de Genero", ou algo assim parecido. Mas nao o faco porque prefiro mante-lo tal como o postei pela primeira vez e porque... ele nao trata de "questoes de genero"!
Trata, isso sim, de PRECONCEITOS, de olhares aprioristicos, ou melhor, de um olhar (cego?), sobre a sociedade, ou sobre algumas pessoas na sociedade (ou seria ate', como tudo parece indicar, apenas sobre uma pessoa?!...) e do que me soa ate' hoje como uma INTROMISSAO GROSSEIRA na vida intima de pessoas privadas e de um JULGAMENTO SUMARIO em praca publica de SUPOSTOS comportamentos privados de pessoas privadas, com base em VEREDICTOS informados apenas pelo ponto de vista INQUISITORIAL de quem julga a distancia aquilo e quem NUNCA VIU, NEM DE PERTO NEM DE LONGE e NAO CONHECE, nem NUNCA CONHECEU, minimamente que seja... E, nessa medida, ate' porque se trata de um discurso cheio de ARGUMENTOS NON SEQUITUR, parece-me francamente faltar-lhe a ANALISE SOCIOLOGICA, para dizer o minimo!
Este e' precisamente um exemplo tipico daquilo a que Malveaux se referia ao dizer que "demasiados analistas sao apanhados na teia de Sexo, Mentiras e Estereotipos forjada pelos media para fazer politica publica"! E, neste caso, com a agravante de nao serem so' analistas, mas tambem politico(a)s, cuja filiacao partidaria 'garante' que as possiveis politicas publicas (assepticas?) adoptadas ou a adoptar neste dominio especifico venham a ser 'informadas' pelos seus preconceitos baseados em tais estereotipos...
Peco imensas desculpas, nao pretendo ofender ninguem, mas se se pretende realmente "resgatar valores", "mudar mentalidades" e/ou RECONCILIAR PESSOAS E FAMILIAS e, em ultima analise, a SOCIEDADE ANGOLANA, ha' que se deixar de ESTIGMATIZAR, AGREDIR, INSULTAR e OFENDER gratuita, indiscriminada e aleatoriamente pessoas cujas vozes JAMAIS SAO OUVIDAS, seja nos espacos (publicos ou privados) onde tais entrevistas sao concedidas, seja nas tais mesas redondas ou bicudas onde, de resto, tais questoes nao sao sequer debatidas... Enfim, ha' que saber-se OUVIR primeiro as PESSOAS visadas, para se conhecer a REALIDADE e para que se a possa analisar com propriedade, acuidade e o devido respeito pelos SERES HUMANOS, incluindo CRIANCAS INOCENTES, que se pretende julgar SEM QUALQUER FUNDAMENTO, assim apenas SOMANDO INSULTO A INJURIA!...
E tudo, aparentemente, apenas para se ALIVIAREM CONSCIENCIAS PESADAS (?) E TENTAR-SE JUSTIFICAR ESFARRAPADAMENTE O INJUSTIFICAVEL E DEFENDER O INDEFENSAVEL, ou, pior ainda, PARA SE FAZEREM CAMPANHAS DE AUTO-PROMOCAO PESSOAL A CUSTA DA HONRA E DO BOM NOME DE QUEM, CONTRA TODAS AS TENTACOES E 'APELOS' EM CONTRARIO, TEM LEVADO A SUA VIDA SACRIFICADAMENTE COM A MAIOR DAS DIGNIDADES E PROBIDADES (... e sobre isto devo lembrar que A VERDADE VEM SEMPRE AO DE CIMA)!
Ha' que deixar-se de tentar arranjar BODES EXPIATORIOS para todos os males e doencas da sociedade e de POLITIZAR E MANIPULAR TRAGEDIAS HUMANAS INDIVIDUAIS OU FAMILIARES para VENDER JORNAIS, fazer delas COBAIAS EM EXPERIENCIAS/ESPECULACOES PSEUDO-SOCIOLOGICAS OU PSEUDO-PSICANALITICAS e tentar delas retirar DIVIDENDOS POLITICOS!... Ha' que aprender-se a ouvir os VERDADEIROS REPRESENTANTES DA SOCIEDADE CIVIL, ou seja, entre outros, daqueles que foram tornados excluidos social, economica e politicamente pela DESTRUICAO DAS FAMILIAS E DO TECIDO ECONOMICO, SOCIAL, MORAL E ESPIRITUAL de que os representantes de quem hoje promove tais mesas redondas estao longe de estar isentos, pois foi com os seus INSENSIVEIS E INSENSATOS KAMARTELOS E METRALHADORAS que os destruiram!... Enfim, ha' que ter-se, no minimo, alguma capacidade de auto-analise e de AUTO-CRITICA!
Ha' que SABER-SE TER MORAL PARA SE SER MORALISTA! Mas, acima de tudo, HA' QUE DEFINIR-SE CLARAMENTE DE QUE PRINCIPIOS E VALORES, E DE QUEM EM CONCRETO, SE ESTA' A FALAR! Em suma, usando as proprias palavras da entrevistada, HA' QUE SABER-SE GERIR OS APELOS a intromissao ABUSIVA, LEVIANA, IRRESPONSAVEL e ate' CRIMINOSA, porque CALUNIOSA E DIFAMATORIA, na VIDA PRIVADA DO CIDADAO (neste caso, mais especificamente, da CIDADA), no que e' um exemplo flagrante de INVERSAO E SUBVERSAO PRECISAMENTE DOS VALORES E PRINCIPIOS que se alega pretender "RESGATAR"!
O que farei em seguida, um pouco tentando cobrir o "debate que nao houve", e' colocar algumas questoes muito simples, directas e incisivas (a vermelho) relativas a algumas passagens dessa entrevista. Nao espero respostas, espero apenas poder contribuir um pouco para a REFLEXAO que se impoe. E espero tambem que as questoes que aqui coloco possam ser recebidas por quem as leia com o mesmo espirito de TOLERANCIA E ABERTURA A DIVERSIDADE CULTURAL, POLITICA E INTELECTUAL com que decidi publicar aqui esta entrevista quando o fiz.
Resta-me dizer que nao conheco pessoalmente a entrevistada, nem nunca antes havia sequer ouvido ou lido o seu nome antes desta entrevista.
FATIMA VIEGAS
AO
PAIS
(…)
Temos (mulheres prepotentes). E por vezes a prepotência, o autoritarismo, servem para esconder outras coisas, essas pessoas têm sempre uma fragilidade, incompetência ou outras questões, pode ser algo recalcado, a pessoa pode ter sido violentamente maltratada na sua infância ou na sua juventude e depois, com poder, querem usar o poder com prepotência. Mas acho que se podem gerir as situações, a questão está mesmo na educação … Há a gestão que se deve fazer do poder, mas há também a gestão dos apelos. Já tivemos o cooperante, agora o expatriado, as catorzinhas …
{... Ja' nao teem as catorzinhas, os cooperantes e os expatriados?! Gostava mesmo de saber - mera curiosidade academica - porque nunca estive muito familiarizada com tais especimens e quando tive algum, reagi desta forma... E o que e' que esta sucessao de PEDRADAS (dirigidas, obviamente, nao aos homens que usam e abusam das ditas catorzinhas, nem aos cooperantes ou expatriados...) tem a ver com a questao da "prepotencia das mulheres"?}
(…)
Essas que têm conhecimento da situação do companheiro e que aceitam essa situação são mulheres que não se respeitam a si próprias. Não me venham dizer que é das dificuldades económicas porque qualquer ser humano que se organize pode sobreviver aos desafios. Se ela sabe que o companheiro já tem “n” mulheres nem sequer há uma relação, nem sequer a ligação entre eles é efectivamente vivida. Se ela não se respeitar a ela própria ninguém a respeita, é uma questão de valorizar a dignidade da pessoa humana. Salvo em questões culturais, nas comunidades em que a poligamia ou a poliandria é instituída.
{Sera' inteiramente objectivo, realistico ou justo este julgamento numa sociedade onde a poligamia, independentemente do meio cultural, e' praticamente uma INSTITUICAO com dia nacional consagrado e tudo: a sexta feira?!... E nao e' curioso que julgamento equivalente, ou apenas uma leve mencao, em algum momento seja feita ao HOMEM POLIGAMO?}
(…)
Esse rótulo do “tio Pacheco” deriva efectivamente da falta de educação, de princípios. Se ele foi educado em como era superior à mulher, que tem de estar sempre acima da mulher, quer do ponto de vista do conhecimento, quer do ponto de vista do trabalho e do ponto de vista da sociedade, ele, efectivamente não aceita esta situação. Mas já vivemos num mundo de paridade de valores, de trabalho e de oportunidades. Havendo essa paridade, o essencial é o diálogo e a convivência.
{"Ja' vivemos num mundo de paridade de valores, de trabalho e de oportunidades"?! Onde? No MPLA? Em Luanda? Em Angola?... Mas a questao fundamental nao e' sequer essa: e' que, tanto quanto julgo entender da cancao da Patricia Faria, com o Kota Bonga, sobre o tal de "Pacheco", trata-se de alguem que "so' quer cama e mesa... depois de sacar toda a escama, arrasta o meu nome na lama... mama nao se meta so' la', esse homem esta' cheio de astucia, ele nao procura emprego, depois quer somar um bom posto... mas ele so' quer cama e mesa... esta' a pensar que a mulher e' limpeza"!...}
(…)
Infelizmente temos uma sociedade muito mais agarrada aos bens materiais que à parte espiritual, e as pessoas vão-se agarrando mais a determinados subterfúgios para terem uma certa posição. Daí que não se faça questão de mostrar aos filhos questões culturais, um livro, actividades potenciadoras de uma cultura no seu todo, mas apenas o vestido, que muitas vezes nem é condigno, as toilettes, os luxos. São questões que têm um valor educacional, que têm a ver com a dignidade da pessoa humana, da forma como se encara a vida. Se eu encaro a vida com futilidade, eu darei aos meus filhos coisas fúteis, como, por exemplo, a melhor marca, das melhores comidas, e não ter a preocupação de ensinar a convivência em sociedade e a cultura geral. O facto de ir a Londres eu não condeno, condeno é que sirva apenas para futilidades. Nós além da nossa cultura devemos também buscar coisas de outros lados.
{... Mais uma vez, e ja' fazendo um GRANDE ESFORCO para ignorar tudo o resto (e.g. em nenhum momento se fala do pai do tal filho a quem alegadamente "nao se mostram questoes culturais"... ), a que proposito e' que venhem aqui "idas a Londres apenas para futilidades"? E porque Londres e nao qualquer outra cidade do mundo, como por exemplo Lisboa? Quem sao, por exemplo, os angolanos de que se fala, entre muitas outras que teem vindo a publico em Portugal e noutros paises nos ultimos tempos, nesta materia?!}
(…)
Essa cultura do ter passa pela competição de ver quem tem uma conta mais recheada, quem tem carros de marcas cada vez mais caras, ou quem consegue ter mais espaço na sociedade. Preocupa-me porque não é apenas o ter que nos trará felicidade neste país. É o ser e isso passa por termos valores e respeitarmos os outros. Quando diz que há jovens que olham para fora sem olhar cá para dentro, temos de fazer as duas coisas. Temos de valorizar primeiro as coisas de dentro e depois as de fora. Sem conhecer a minha realidade eu não posso saber quem eu sou. É importante este conhecimento de saber de onde venho e para onde vou.
{Sem comentarios, excepto para perguntar: quem e' que incentiva a "cultura do ter" em Angola? Quem e' que TEM, COMO o obteve e PORQUE que o TEM em Angola e, sobretudo, FORA DE ANGOLA?! E sobre essa estoria do TER vs. HAVER a verdade e' que SUAS EXCELENCIAS transformaram Angola num pais onde para se SER tem que se TER!}
(…)
Temos uma sociedade com assimetrias muito fortes, com gente que tem muito e esbanja, e os que nada têm. Temos é de esbater as assimetrias, dando oportunidades de emprego, de formação e dar oportunidades em função dos níveis das famílias. Precisamos de identificar as famílias e ouvi-las dizer o que precisam. Não falo de um Estado assistencialista, mas de um Estado que crie condições para as pessoas se poderem desenvolver. Durante muito tempo tivemos pessoas que apenas aprenderam a estender a mão. Estas pessoas não foram ensinadas como fazer o pão, como organizar as suas vidas. É preciso ensinar a saber fazer.
Mas isso tem de ser acompanhado de oportunidades. Fala-se agora da construção de um milhão de casas mas é preciso estudar como colocar lá as pessoas. Uma população da ilha tem como actividade a pesca, não podemos colocar estas pessoas longe onde se faça agricultura, não é o seu modo de vida. É preciso caracterizar bem as famílias e encaminhá-las como deve ser. Em qualquer sociedade há classes, ricos e pobres, mas é preciso dar aos pobres as condições mínimas para viver em sociedade. É preciso ver bem as coisas, dar o micro crédito, e aqui é preciso acompanhar bem o que se dá às mulheres.
{... "E' preciso acompanhar bem o que se da' as (mendigas?) das mulheres (que nao sabem gerir o seu pouco, ou nenhum, dinheiro, ou recursos domesticos, ou mesmo as suas vidas)"?! Ou aprender com elas quais a suas reais prioridades, problemas e necessidades e ajuda-las a satisfaze-los efectiva e eficazmente, com ou sem micro-credito? Ou evitar criar situacoes, como as demolicoes e desalojamentos de familias inteiras, ou simplesmente ROUBOS de casas a mulheres indefesas?...}(…)
O que mais temos na nossa sociedade são, infelizmente, famílias monoparentais forçadas e nessas famílias a mulher, geralmente, não tem meios de sustento. Ou ela foi levada emocionalmente pela conversa bonita que o homem lhe cantou e que depois a abandonou. O problema nem é só a questão da paternidade, quando isso acontece, o maior reconhecimento é o amor e o carinho com que ele pode acompanhar o crescimento da criança, ser pai. Isso é que me preocupa. Nós tivemos décadas de destruição de infraestruturas, mas isso se pode reconstruir, o pior é a reconstrução do tecido social que leva muito mais tempo.
{Apenas uma hipotese (sociologica) alternativa: e se tiver sido ela a abandona-lo apesar da "conversa bonita"? Qualquer que seja a resposta, nao deixa de ser interessante que, em nenhum momento, qualquer analise critica substantiva seja feita em relacao ao tal "pai ausente", forcado ou nao!...}
(…)
Estive em Moçambique a trabalhar, a dar aulas e olhe que os alunos na universidade expressavam-se na língua materna, e Moçambique está dentro da globalização. Se dinamizarmos as nossas línguas, as nossas culturas e os valores culturais positivos. Porque eu não vou valorizar nem a poligamia nem a feitiçaria porque sei que acarretam consequências negativas. Mas devemos valorizar o nosso. Não devemos deixar que a globalização nos coma. Mesmo no Ocidente, pela televisão, vemos as suas danças, a sua arquitectura, os seus valores. É isso que tem de ser feito e essa valorização começa na cultura da educação, começa em casa e passa pela escola. Não se deve temer ser conservador, porque ser conservador, em determinados aspectos, pode ser útil.
{Sem comentarios... excepto para chamar atencao para a Lei da Familia em Mocambique, apresentada no espaco de comentarios a outra entrevista indicada no fim deste post}
(...)
Gosto de agarrar-me ao discurso do Presidente da República, José Eduardo do Santos, sobre a família, quando ele diz que a grande preocupação é que o homem angolano hoje tornou-se muito imediatista, egoísta, muito voltado para si mesmo.
{esta e' que fica mesmo SEM COMENTARIOS...}[
Aqui]
*[First posted 05/08/09]
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Dinheiro, Dinheiro Para Que te QueroO Cidadao em Angola
P.S.1: Tive, ate agora, alguma relutancia, ditada pelos meus valores e principios, em mencionar aqui esta 'pequena estoria', mas uma vez que me “estenderam” em praca publica, “porque sou isto, porque sou aquilo”, decidi-me a regista-la, mesmo porque ela nao e’ apenas do meu conhecimento:
Um dos participantes dessa mesa redonda (a que aqui me referia quando dizia que “ate’ cumplice de plagios me obrigaram a ser”…) esteve hospedado em minha casa em Lisboa durante algumas semanas, num periodo em que eu ocasionalmente alugava quartos a estudantes – geralmente jovens do sexo feminino que me eram recomendadas pelos meus amigos alemaes que me haviam ajudado a obter o seu contrato de aluguer, mas nesse caso abri uma excepcao porque a pessoa em questao me havia sido recomendada por alguem de confianca e eu tambem ja’ o conhecia dos tempos de militancias e ate’ o tinha em alguma consideracao e amizade.
Acontece que o camarada era casado (por sinal, com uma mulher branca), mas tinha uma outra (por sinal uma mulher negra), que com ele tambem tinha ido para la’ fazer um curso (e que eu tambem ja’ conhecia dos mesmos tempos de militancias), mas que ficara hospedada numa outra casa. Ora, porque eu vivia sozinha na altura, comecei a ser bombardeada com telefonemas tanto da mulher casada, como da mae dela - sogra do camarada, portanto, a “pedirem-me satisfacoes” sobre “o meu relacionamento” com o dito camarada… Ao que lhes respondi apenas com a verdade e nada mais do que a verdade: que ele era apenas, e tao so’, meu inquilino! E apenas temporariamente ate' que ele arranjasse a sua propria acomodacao definitiva - como alias o fez passado pouco tempo, comprando (nao alugando...) uma casa numa zona nobre...
Agora, ele, participante que foi nessa mesa redonda sobre "valores e principios" e a sua “outra” (que, inclusive, uma vez foi la’ a minha casa para eu ajuda-la a vestir-se para uma recepcao do 11 de Novembro na Embaixada – numa altura em que eu, para todos os efeitos, ja’ era persona non grata e nem sequer era mais convidada para o “nosso dia”…), que, por obsequio, venham a mesma praca publica em que me “estenderam” dizer se, apesar de eu viver sozinha na altura, alguma vez teve, ou eu “o aliciei” para, algum relacionamento menos proprio comigo!
P.S.2: E, ja' agora (... ja' que comecei ...), embora estes 'personagens' possam nao ter directamente a ver com essa mesa redonda (... ou talvez ate' tenham, pelo menos indirectamente, uma vez que o individuo aqui em questao foi sogro de um dos participantes nessa mesa redonda...), o ter falado dos tempos em que eu era persona non grata na Embaixada, lembrou-me do facto de que quem 'mais explicitamente' me colocou naquela categoria (e nao me custa nada crer que tal facto tenha tido a ver com a "inconfidencia" que aqui vou fazer - diga-se que com assumida leveza, por ele ja' ser falecido e esperando que a terra lhe seja leve...) foi o individuo (por sinal branco de origem goesa) de quem aqui falava e que, sendo casado [por sinal com uma mulher branca que, por coincidencia (?), na altura tambem trabalhava la' na Embaixada], teve pelo menos uma "outra" (por sinal uma jovem mulher negra) que a dada altura se tornara minha amiga em Luanda (embora ja' nos conhecessemos dos tempos mais remotos da infancia na Vila Alice) e que comigo confidenciara sobre a sua relacao com ele... E sobre esse caso mais nao digo!
Mas… ja’ que comecei… e por falar em “valores e principios” (os meus e os dos outros e das outras), oferece-se-me a oportunidade de acrescentar alguns detalhes ao tristemente celebre, dramatico, traumatico (para mim – tanto pessoal, como profissional, psicologica, material e financeiramente) e escandaloso episodio ocorrido nesta organizacao e ao qual me referia aqui , aqui e aqui:
O protagonista principal de tal episodio (o angolano, por sinal negro e casado, que me fez o ataque pornografico) tinha entrado para a organizacao, onde me encontrou, ha’ muito pouco tempo, tendo-se rapidamente feito “muito amigo” de um mocambicano, por sinal tambem negro, que se dizia PhD e fazia muita questao de ser tratado como tal, embora nunca tivesse revelado em que universidade, ou pais, obtivera tal qualificacao, e cujas credencicais academicas e profissionais eram questionadas pelos seus proprios conterraneos que o conheciam melhor do que eu e que para la’ tinha entrado, to put it mildly, por portas travessas…
[E aqui abro um parentesis para notar uma 'observacao empirica' que se vem solidificando com as minhas experiencias a este respeito: o facto de o comportamento obcessivamente persecutorio desse individuo em relacao a mim se ter demonstrado muito similar ao de um outro sujeito na mesma organizacao, um sul-africano tambem casado com uma branca (a qual, por sinal, volta e meia aparecia pelo gabinete do genero da organizacao com um dos bracos em gesso, a queixar-se dos "afectos" que o marido lhe dava em casa...), e de o comportamento de ambos, por sua vez, se assemelhar bastante ao de certos PhDs e Kabungados Novo-Jornaleiros habitues deste blog - aos quais devo acrescentar o de um dos "epigonos ex-brigadistas especialista em poemarios" a quem aqui me refiro e, ja' agora e en passant, certos homo democraticus 'activistas do social' aqui mencionados... - , vem confirmando a minha percepcao de que os negros "mais assanhados" em ataques canalhas, baixos e soezes contra certo tipo de mulheres negras (como as que aqui sao retratadas) sao, geralmente, casados (ou com relacionamentos proximos/intimos) com brancas ou mesticas, ou que a isso sempre aspiraram - como que, com tal comportamento, exteriorizando algo (nomeadamente o seu misto de recalcamentos, insegurancas e complexos de superioridade/inferioridade...) que sempre tentaram dissimular atraves de tais casamentos ou relacionamentos e as frustracoes neles acumuladas, ou apenas buscando uma justificacao para as suas "escolhas mais profundas"... ou, simplesmente, apenas reflectindo o 'racismo aprendido por osmose' com as suas parceiras/amigas ... ou, mais simplesmente ainda, apenas tentando provar beyond any reasonable doubt o seu "inquestionavel amor por elas"... ou, sem mais ques nem porques, apenas porque, para todos os efeitos reais e praticos, com todo o seu racismo invertido, sao "brancos por dentro e negros por fora"... (veja-se, a titulo de exemplo, este caso...) - claro que me refiro aqui apenas aos que ostentam esse tipo de comportamento, porque tambem os ha' casados e/ou envolvidos saudavelmente com mulheres nao negras e que nao demonstram qualquer necessidade de o fazer! E o facto de eu propria ter tido envolvimentos formais com nao negros sem que por isso alguma vez me tenha sentido compelida a hostilizar qualquer negro, apenas me torna mais perceptiva em relacao a esses bizarros e psicopaticos comportamentos... E, ja' agora, um pouco mais de "psicanalise": nao soubesse eu que pelo menos o sul-africano nao leu este meu artigo, diria que os outros estariam (estarao) a reagir a esta afirmacao de Rousseau que nele citei: "(...) E sobretudo, pertence-vos corrigir os defeitos que os nossos jovens vao buscar a outros paises, donde, em vez de tantas coisas uteis de que poderiam aproveitar, com ares ridiculos aprendidos no meio de mulheres estrangeiras, nao trazem senao admiracao de nao sei que pretensas grandezas, frivolas compensacoes da escravidao, que nunca terao o valor da excelsa liberdade." - E la' diz o ditado: "quem se ofendeu, carapuca lhe serviu!"... Estou certa, ou estou errada?!]
Ora, esse individuo tornou-se, desde que para la’ entrou, o ring leader de um grupelho cujo nucleo central era constituido por ele proprio, a sua amante e mais alguns poucos (por sinal todos lusofonos) do seu circulo. Acontece que a tal amante (por sinal uma musticia mwangole’) que se tornou “peca de mobiliario da organizacao”, divorciada [embora seja consabido que nao era propriamente conhecida por ter sido fiel no casamento (o que me faz lembrar vagamente de uma keta do antigamente na vida ke dizia assim: #se eu soubesse nao kasava, se eu soubesse nao kasava kom akela mulata enganadora... a mulata me dizia ke era mesmo delikada afinale fui ver e' piore ke uma cebola#...) – tendo embora mantido o sobrenome do ex-marido, por sinal negro, entretanto casado pela segunda vez com uma mulher branca…) e vinha de um recente relacionamento falhado com um outro mocambicano (por sinal musticio-indiano) … Acontece tambem que o tal individuo era casado com uma mulher, por sinal branca, com quem tinha dois filhos ainda pequenos que deixara em Mocambique, sendo que, para alem da amante mwangole’, dizia-se ter outras 'namoradas' na cidade…
Acontece igualmente que, tanto ele como a amante mwangole’ (que desde que o "engatou" comecou a aparecer pelo edificio da organizacao vestida de tal modo que ela propria dizia que "estou a catorzinha"!...) tinham razoes, e expressaram-no a saciedade (!) desde que eu entrara para a organizacao, para terem inveja e ciumes pessoais e profissionais em relacao a mim (por isso eles e outro/as no fim decidiram inventar-me um fantasmagorico relacionamento intimo com o entao Secretario Executivo da organizacao – puras CALUNIA E DIFAMACAO!), com os quais terao contagiado o seu grupelho e, implicitamente, o angolano que acabou por ser o meu algoz na organizacao… A este proposito talvez baste dizer que o primeiro obus que ele disparou sobre o meu quintal foi em retaliacao a um artigo de uma revista americana sobre estudos que demonstravam que as mulheres negras nos EUA tinham em media um nivel academico, profissional e financeiro superior ao da media dos homens negros americanos (uma questao tambem abordada nesta obra), que eu circulara por e-mail a todo o staff, tal como o fazia regularmente com materias que me pareciam relevantes para a reflexao e/ou a formulacao de algumas politicas. Fi-lo sem qualquer intencao de provocar absolutamente ninguem - nem homem, nem mulher, nem branco, nem negro - mas o individuo tomou aquilo como um "insulto pessoal" e respondeu-me, com copia para todo o staff, como se o artigo, a que eu nao acrescentara qualquer comentario, se referisse ao meu caso pessoal, nestes termos: "Achas mesmo que vales assim tanto?! Olha so' como as nossas colegas mulheres aqui, sem tantas qualificacoes nem remuneracoes, estao muito bem e muito felizes!"... Claramente, nao so' um ataque pessoal do mais baixo coturno, como ciumes e despeito pela minha posicao e remuneracao e, mais do que tudo isso, a tentativa de acirrar os animos das colegas mulheres contra mim... o que, pelo menos em parte, tera' conseguido...
[E aqui abro um outro parentesis, para registar que ja' antes de eu ter entrado para a organizacao, mas trabalhava tambem la' no Botswana, vi-me forcada a fazer saber a tal 'dona', ou Exma. Sra., musticia mwangole' acima mencionada, da minha indignacao e repugnancia pela 'iniciativa' que ela e uma irma sua decidiram tomar, sem que eu alguma vez lhes tivesse dado azo para tal grosseira ingerencia, atrevimento e abuso de confianca - mesmo porque eu vivia e trabalhava rodeada de homens e pretendentes era o que nao me faltava - de "me arranjarem homem", certamente porque, de acordo com os seus "valores e principios", na cabeca del(e)as nao cabe a ideia de uma mulher "sem homem", tendo para o efeito dado o meu endereco a um fulano que eu nao conhecia de parte nenhuma e com ele marcado um encontro comigo em meu nome, limitando-se depois a comunicar-me por email que o tal fulano "iria visitar-me no dia x"... Bom, felizmente para ele e para elas, eu nao estava na cidade, nem no pais, no tal dia! Mas, mesmo assim, consegui conter-me e fui educada e comedida o suficiente para lhes pedir apenas que nao voltassem a repetir a "brincadeira"... acrescente-se, de muito mau gosto!]
Ha’ outros detalhes dessa historia (alguns dos quais podem ser encontrados AQUI), como por exemplo o envolvimento de uma outra mwangole’ recem-entrada na organizacao e que logo se tornara, again to put it mildly, “amiga especial” do chefe de um dos directorados – um zambiano que ha’ muito 'andava atras de mim' sem qualquer sucesso, quanto mais nao seja por ser casado – o que provocara o ultraje de outros colegas seus do mesmo directorado e, em particular, de uma tanzaniana que se sentira prejudicada pessoal e profissionalmente por tal affair , tendo-o tornado ‘publico’ internamente e com referencias muito pouco abonatorias para a generalidade das mulheres angolanas!
E’ que, para alem de tudo o resto, a leviandade, a superficialidade, a vulgaridade, a venalidade, a permissividade e a falta de escrupulos, profissionalismo, educacao moral e civica, etica, em suma, de valores e principios , gostam de companhia, quanto mais nao seja para “nao se sentirem inferiores” … como o tal "meu algoz" gostava muito de dizer em relacao a mim e todos os que priorizavam o trabalho, a imagem do seu pais e o respeito pela instituicao e nao alinhavam nos seus "apelos" (e' que... sabiam geri-los bem demais!... ) para se juntarem aos seus “devassos, lascivos e promiscuos afectos”, seguramente nao no local de trabalho: “teem a mania de se achar mais do que os outros”!
"O grande inimigo da verdade, muitas vezes não é a mentira - deliberada, compulsiva e desonesta - , mas o mito - persistente, persuasivo e irrealista. Acreditar em mitos dá o conforto da opinião sem o desconforto do pensamento."
John F. Kennedy
"We cannot trample upon the humanity of others without devaluing our own. The Igbo, always practical, put it concretely in their proverb Onye ji onye n'ani ji onwe ya: "He who will hold another down in the mud must stay in the mud to keep him down."
[Chinua Achebe]
Ou, alternativamente, em Portugues: Yanick Ngombo, a.k.a. Afroman, membro da etnia Bakongo (tal como os Igbo, igualmente com um sentido bastante pratico das coisas mundanas, para que lhes sobre tempo suficiente para as coisas do espirito, como a metafisica ou a filosofia), diz numa das suas cancoes algo como isto: "... e' como o porco que arrasta o javali para uma luta na lama: os dois vao se sujar, mas o porco gosta porque assim ganha fama!
Regresso a este post, motivada por esta noticia e por ter lido aqui que na mesa redonda em questao nao houve debate. Poderia re-entitula-lo "Mais, mais uma vez... Revisitando Questoes de Genero", ou algo assim parecido. Mas nao o faco porque prefiro mante-lo tal como o postei pela primeira vez e porque... ele nao trata de "questoes de genero"!
Trata, isso sim, de PRECONCEITOS, de olhares aprioristicos, ou melhor, de um olhar (cego?), sobre a sociedade, ou sobre algumas pessoas na sociedade (ou seria ate', como tudo parece indicar, apenas sobre uma pessoa?!...) e do que me soa ate' hoje como uma INTROMISSAO GROSSEIRA na vida intima de pessoas privadas e de um JULGAMENTO SUMARIO em praca publica de SUPOSTOS comportamentos privados de pessoas privadas, com base em VEREDICTOS informados apenas pelo ponto de vista INQUISITORIAL de quem julga a distancia aquilo e quem NUNCA VIU, NEM DE PERTO NEM DE LONGE e NAO CONHECE, nem NUNCA CONHECEU, minimamente que seja... E, nessa medida, ate' porque se trata de um discurso cheio de ARGUMENTOS NON SEQUITUR, parece-me francamente faltar-lhe a ANALISE SOCIOLOGICA, para dizer o minimo!
Este e' precisamente um exemplo tipico daquilo a que Malveaux se referia ao dizer que "demasiados analistas sao apanhados na teia de Sexo, Mentiras e Estereotipos forjada pelos media para fazer politica publica"! E, neste caso, com a agravante de nao serem so' analistas, mas tambem politico(a)s, cuja filiacao partidaria 'garante' que as possiveis politicas publicas (assepticas?) adoptadas ou a adoptar neste dominio especifico venham a ser 'informadas' pelos seus preconceitos baseados em tais estereotipos...
Peco imensas desculpas, nao pretendo ofender ninguem, mas se se pretende realmente "resgatar valores", "mudar mentalidades" e/ou RECONCILIAR PESSOAS E FAMILIAS e, em ultima analise, a SOCIEDADE ANGOLANA, ha' que se deixar de ESTIGMATIZAR, AGREDIR, INSULTAR e OFENDER gratuita, indiscriminada e aleatoriamente pessoas cujas vozes JAMAIS SAO OUVIDAS, seja nos espacos (publicos ou privados) onde tais entrevistas sao concedidas, seja nas tais mesas redondas ou bicudas onde, de resto, tais questoes nao sao sequer debatidas... Enfim, ha' que saber-se OUVIR primeiro as PESSOAS visadas, para se conhecer a REALIDADE e para que se a possa analisar com propriedade, acuidade e o devido respeito pelos SERES HUMANOS, incluindo CRIANCAS INOCENTES, que se pretende julgar SEM QUALQUER FUNDAMENTO, assim apenas SOMANDO INSULTO A INJURIA!...
E tudo, aparentemente, apenas para se ALIVIAREM CONSCIENCIAS PESADAS (?) E TENTAR-SE JUSTIFICAR ESFARRAPADAMENTE O INJUSTIFICAVEL E DEFENDER O INDEFENSAVEL, ou, pior ainda, PARA SE FAZEREM CAMPANHAS DE AUTO-PROMOCAO PESSOAL A CUSTA DA HONRA E DO BOM NOME DE QUEM, CONTRA TODAS AS TENTACOES E 'APELOS' EM CONTRARIO, TEM LEVADO A SUA VIDA SACRIFICADAMENTE COM A MAIOR DAS DIGNIDADES E PROBIDADES (... e sobre isto devo lembrar que A VERDADE VEM SEMPRE AO DE CIMA)!
Ha' que deixar-se de tentar arranjar BODES EXPIATORIOS para todos os males e doencas da sociedade e de POLITIZAR E MANIPULAR TRAGEDIAS HUMANAS INDIVIDUAIS OU FAMILIARES para VENDER JORNAIS, fazer delas COBAIAS EM EXPERIENCIAS/ESPECULACOES PSEUDO-SOCIOLOGICAS OU PSEUDO-PSICANALITICAS e tentar delas retirar DIVIDENDOS POLITICOS!... Ha' que aprender-se a ouvir os VERDADEIROS REPRESENTANTES DA SOCIEDADE CIVIL, ou seja, entre outros, daqueles que foram tornados excluidos social, economica e politicamente pela DESTRUICAO DAS FAMILIAS E DO TECIDO ECONOMICO, SOCIAL, MORAL E ESPIRITUAL de que os representantes de quem hoje promove tais mesas redondas estao longe de estar isentos, pois foi com os seus INSENSIVEIS E INSENSATOS KAMARTELOS E METRALHADORAS que os destruiram!... Enfim, ha' que ter-se, no minimo, alguma capacidade de auto-analise e de AUTO-CRITICA!
Ha' que SABER-SE TER MORAL PARA SE SER MORALISTA! Mas, acima de tudo, HA' QUE DEFINIR-SE CLARAMENTE DE QUE PRINCIPIOS E VALORES, E DE QUEM EM CONCRETO, SE ESTA' A FALAR! Em suma, usando as proprias palavras da entrevistada, HA' QUE SABER-SE GERIR OS APELOS a intromissao ABUSIVA, LEVIANA, IRRESPONSAVEL e ate' CRIMINOSA, porque CALUNIOSA E DIFAMATORIA, na VIDA PRIVADA DO CIDADAO (neste caso, mais especificamente, da CIDADA), no que e' um exemplo flagrante de INVERSAO E SUBVERSAO PRECISAMENTE DOS VALORES E PRINCIPIOS que se alega pretender "RESGATAR"!
O que farei em seguida, um pouco tentando cobrir o "debate que nao houve", e' colocar algumas questoes muito simples, directas e incisivas (a vermelho) relativas a algumas passagens dessa entrevista. Nao espero respostas, espero apenas poder contribuir um pouco para a REFLEXAO que se impoe. E espero tambem que as questoes que aqui coloco possam ser recebidas por quem as leia com o mesmo espirito de TOLERANCIA E ABERTURA A DIVERSIDADE CULTURAL, POLITICA E INTELECTUAL com que decidi publicar aqui esta entrevista quando o fiz.
Resta-me dizer que nao conheco pessoalmente a entrevistada, nem nunca antes havia sequer ouvido ou lido o seu nome antes desta entrevista.
FATIMA VIEGAS
AO
PAIS
(…)
Temos (mulheres prepotentes). E por vezes a prepotência, o autoritarismo, servem para esconder outras coisas, essas pessoas têm sempre uma fragilidade, incompetência ou outras questões, pode ser algo recalcado, a pessoa pode ter sido violentamente maltratada na sua infância ou na sua juventude e depois, com poder, querem usar o poder com prepotência. Mas acho que se podem gerir as situações, a questão está mesmo na educação … Há a gestão que se deve fazer do poder, mas há também a gestão dos apelos. Já tivemos o cooperante, agora o expatriado, as catorzinhas …
{... Ja' nao teem as catorzinhas, os cooperantes e os expatriados?! Gostava mesmo de saber - mera curiosidade academica - porque nunca estive muito familiarizada com tais especimens e quando tive algum, reagi desta forma... E o que e' que esta sucessao de PEDRADAS (dirigidas, obviamente, nao aos homens que usam e abusam das ditas catorzinhas, nem aos cooperantes ou expatriados...) tem a ver com a questao da "prepotencia das mulheres"?}
(…)
Essas que têm conhecimento da situação do companheiro e que aceitam essa situação são mulheres que não se respeitam a si próprias. Não me venham dizer que é das dificuldades económicas porque qualquer ser humano que se organize pode sobreviver aos desafios. Se ela sabe que o companheiro já tem “n” mulheres nem sequer há uma relação, nem sequer a ligação entre eles é efectivamente vivida. Se ela não se respeitar a ela própria ninguém a respeita, é uma questão de valorizar a dignidade da pessoa humana. Salvo em questões culturais, nas comunidades em que a poligamia ou a poliandria é instituída.
{Sera' inteiramente objectivo, realistico ou justo este julgamento numa sociedade onde a poligamia, independentemente do meio cultural, e' praticamente uma INSTITUICAO com dia nacional consagrado e tudo: a sexta feira?!... E nao e' curioso que julgamento equivalente, ou apenas uma leve mencao, em algum momento seja feita ao HOMEM POLIGAMO?}
(…)
Esse rótulo do “tio Pacheco” deriva efectivamente da falta de educação, de princípios. Se ele foi educado em como era superior à mulher, que tem de estar sempre acima da mulher, quer do ponto de vista do conhecimento, quer do ponto de vista do trabalho e do ponto de vista da sociedade, ele, efectivamente não aceita esta situação. Mas já vivemos num mundo de paridade de valores, de trabalho e de oportunidades. Havendo essa paridade, o essencial é o diálogo e a convivência.
{"Ja' vivemos num mundo de paridade de valores, de trabalho e de oportunidades"?! Onde? No MPLA? Em Luanda? Em Angola?... Mas a questao fundamental nao e' sequer essa: e' que, tanto quanto julgo entender da cancao da Patricia Faria, com o Kota Bonga, sobre o tal de "Pacheco", trata-se de alguem que "so' quer cama e mesa... depois de sacar toda a escama, arrasta o meu nome na lama... mama nao se meta so' la', esse homem esta' cheio de astucia, ele nao procura emprego, depois quer somar um bom posto... mas ele so' quer cama e mesa... esta' a pensar que a mulher e' limpeza"!...}
(…)
Infelizmente temos uma sociedade muito mais agarrada aos bens materiais que à parte espiritual, e as pessoas vão-se agarrando mais a determinados subterfúgios para terem uma certa posição. Daí que não se faça questão de mostrar aos filhos questões culturais, um livro, actividades potenciadoras de uma cultura no seu todo, mas apenas o vestido, que muitas vezes nem é condigno, as toilettes, os luxos. São questões que têm um valor educacional, que têm a ver com a dignidade da pessoa humana, da forma como se encara a vida. Se eu encaro a vida com futilidade, eu darei aos meus filhos coisas fúteis, como, por exemplo, a melhor marca, das melhores comidas, e não ter a preocupação de ensinar a convivência em sociedade e a cultura geral. O facto de ir a Londres eu não condeno, condeno é que sirva apenas para futilidades. Nós além da nossa cultura devemos também buscar coisas de outros lados.
{... Mais uma vez, e ja' fazendo um GRANDE ESFORCO para ignorar tudo o resto (e.g. em nenhum momento se fala do pai do tal filho a quem alegadamente "nao se mostram questoes culturais"... ), a que proposito e' que venhem aqui "idas a Londres apenas para futilidades"? E porque Londres e nao qualquer outra cidade do mundo, como por exemplo Lisboa? Quem sao, por exemplo, os angolanos de que se fala, entre muitas outras que teem vindo a publico em Portugal e noutros paises nos ultimos tempos, nesta materia?!}
(…)
Essa cultura do ter passa pela competição de ver quem tem uma conta mais recheada, quem tem carros de marcas cada vez mais caras, ou quem consegue ter mais espaço na sociedade. Preocupa-me porque não é apenas o ter que nos trará felicidade neste país. É o ser e isso passa por termos valores e respeitarmos os outros. Quando diz que há jovens que olham para fora sem olhar cá para dentro, temos de fazer as duas coisas. Temos de valorizar primeiro as coisas de dentro e depois as de fora. Sem conhecer a minha realidade eu não posso saber quem eu sou. É importante este conhecimento de saber de onde venho e para onde vou.
{Sem comentarios, excepto para perguntar: quem e' que incentiva a "cultura do ter" em Angola? Quem e' que TEM, COMO o obteve e PORQUE que o TEM em Angola e, sobretudo, FORA DE ANGOLA?! E sobre essa estoria do TER vs. HAVER a verdade e' que SUAS EXCELENCIAS transformaram Angola num pais onde para se SER tem que se TER!}
(…)
Temos uma sociedade com assimetrias muito fortes, com gente que tem muito e esbanja, e os que nada têm. Temos é de esbater as assimetrias, dando oportunidades de emprego, de formação e dar oportunidades em função dos níveis das famílias. Precisamos de identificar as famílias e ouvi-las dizer o que precisam. Não falo de um Estado assistencialista, mas de um Estado que crie condições para as pessoas se poderem desenvolver. Durante muito tempo tivemos pessoas que apenas aprenderam a estender a mão. Estas pessoas não foram ensinadas como fazer o pão, como organizar as suas vidas. É preciso ensinar a saber fazer.
Mas isso tem de ser acompanhado de oportunidades. Fala-se agora da construção de um milhão de casas mas é preciso estudar como colocar lá as pessoas. Uma população da ilha tem como actividade a pesca, não podemos colocar estas pessoas longe onde se faça agricultura, não é o seu modo de vida. É preciso caracterizar bem as famílias e encaminhá-las como deve ser. Em qualquer sociedade há classes, ricos e pobres, mas é preciso dar aos pobres as condições mínimas para viver em sociedade. É preciso ver bem as coisas, dar o micro crédito, e aqui é preciso acompanhar bem o que se dá às mulheres.
{... "E' preciso acompanhar bem o que se da' as (mendigas?) das mulheres (que nao sabem gerir o seu pouco, ou nenhum, dinheiro, ou recursos domesticos, ou mesmo as suas vidas)"?! Ou aprender com elas quais a suas reais prioridades, problemas e necessidades e ajuda-las a satisfaze-los efectiva e eficazmente, com ou sem micro-credito? Ou evitar criar situacoes, como as demolicoes e desalojamentos de familias inteiras, ou simplesmente ROUBOS de casas a mulheres indefesas?...}
(…)
O que mais temos na nossa sociedade são, infelizmente, famílias monoparentais forçadas e nessas famílias a mulher, geralmente, não tem meios de sustento. Ou ela foi levada emocionalmente pela conversa bonita que o homem lhe cantou e que depois a abandonou. O problema nem é só a questão da paternidade, quando isso acontece, o maior reconhecimento é o amor e o carinho com que ele pode acompanhar o crescimento da criança, ser pai. Isso é que me preocupa. Nós tivemos décadas de destruição de infraestruturas, mas isso se pode reconstruir, o pior é a reconstrução do tecido social que leva muito mais tempo.
{Apenas uma hipotese (sociologica) alternativa: e se tiver sido ela a abandona-lo apesar da "conversa bonita"? Qualquer que seja a resposta, nao deixa de ser interessante que, em nenhum momento, qualquer analise critica substantiva seja feita em relacao ao tal "pai ausente", forcado ou nao!...}
(…)
Estive em Moçambique a trabalhar, a dar aulas e olhe que os alunos na universidade expressavam-se na língua materna, e Moçambique está dentro da globalização. Se dinamizarmos as nossas línguas, as nossas culturas e os valores culturais positivos. Porque eu não vou valorizar nem a poligamia nem a feitiçaria porque sei que acarretam consequências negativas. Mas devemos valorizar o nosso. Não devemos deixar que a globalização nos coma. Mesmo no Ocidente, pela televisão, vemos as suas danças, a sua arquitectura, os seus valores. É isso que tem de ser feito e essa valorização começa na cultura da educação, começa em casa e passa pela escola. Não se deve temer ser conservador, porque ser conservador, em determinados aspectos, pode ser útil.
{Sem comentarios... excepto para chamar atencao para a Lei da Familia em Mocambique, apresentada no espaco de comentarios a outra entrevista indicada no fim deste post}
(...)
Gosto de agarrar-me ao discurso do Presidente da República, José Eduardo do Santos, sobre a família, quando ele diz que a grande preocupação é que o homem angolano hoje tornou-se muito imediatista, egoísta, muito voltado para si mesmo.
{esta e' que fica mesmo SEM COMENTARIOS...}
[Aqui]
*[First posted 05/08/09]
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P.S.1: Tive, ate agora, alguma relutancia, ditada pelos meus valores e principios, em mencionar aqui esta 'pequena estoria', mas uma vez que me “estenderam” em praca publica, “porque sou isto, porque sou aquilo”, decidi-me a regista-la, mesmo porque ela nao e’ apenas do meu conhecimento:
Um dos participantes dessa mesa redonda (a que aqui me referia quando dizia que “ate’ cumplice de plagios me obrigaram a ser”…) esteve hospedado em minha casa em Lisboa durante algumas semanas, num periodo em que eu ocasionalmente alugava quartos a estudantes – geralmente jovens do sexo feminino que me eram recomendadas pelos meus amigos alemaes que me haviam ajudado a obter o seu contrato de aluguer, mas nesse caso abri uma excepcao porque a pessoa em questao me havia sido recomendada por alguem de confianca e eu tambem ja’ o conhecia dos tempos de militancias e ate’ o tinha em alguma consideracao e amizade.
Acontece que o camarada era casado (por sinal, com uma mulher branca), mas tinha uma outra (por sinal uma mulher negra), que com ele tambem tinha ido para la’ fazer um curso (e que eu tambem ja’ conhecia dos mesmos tempos de militancias), mas que ficara hospedada numa outra casa. Ora, porque eu vivia sozinha na altura, comecei a ser bombardeada com telefonemas tanto da mulher casada, como da mae dela - sogra do camarada, portanto, a “pedirem-me satisfacoes” sobre “o meu relacionamento” com o dito camarada… Ao que lhes respondi apenas com a verdade e nada mais do que a verdade: que ele era apenas, e tao so’, meu inquilino! E apenas temporariamente ate' que ele arranjasse a sua propria acomodacao definitiva - como alias o fez passado pouco tempo, comprando (nao alugando...) uma casa numa zona nobre...
Agora, ele, participante que foi nessa mesa redonda sobre "valores e principios" e a sua “outra” (que, inclusive, uma vez foi la’ a minha casa para eu ajuda-la a vestir-se para uma recepcao do 11 de Novembro na Embaixada – numa altura em que eu, para todos os efeitos, ja’ era persona non grata e nem sequer era mais convidada para o “nosso dia”…), que, por obsequio, venham a mesma praca publica em que me “estenderam” dizer se, apesar de eu viver sozinha na altura, alguma vez teve, ou eu “o aliciei” para, algum relacionamento menos proprio comigo!
P.S.2: E, ja' agora (... ja' que comecei ...), embora estes 'personagens' possam nao ter directamente a ver com essa mesa redonda (... ou talvez ate' tenham, pelo menos indirectamente, uma vez que o individuo aqui em questao foi sogro de um dos participantes nessa mesa redonda...), o ter falado dos tempos em que eu era persona non grata na Embaixada, lembrou-me do facto de que quem 'mais explicitamente' me colocou naquela categoria (e nao me custa nada crer que tal facto tenha tido a ver com a "inconfidencia" que aqui vou fazer - diga-se que com assumida leveza, por ele ja' ser falecido e esperando que a terra lhe seja leve...) foi o individuo (por sinal branco de origem goesa) de quem aqui falava e que, sendo casado [por sinal com uma mulher branca que, por coincidencia (?), na altura tambem trabalhava la' na Embaixada], teve pelo menos uma "outra" (por sinal uma jovem mulher negra) que a dada altura se tornara minha amiga em Luanda (embora ja' nos conhecessemos dos tempos mais remotos da infancia na Vila Alice) e que comigo confidenciara sobre a sua relacao com ele... E sobre esse caso mais nao digo!
Mas… ja’ que comecei… e por falar em “valores e principios” (os meus e os dos outros e das outras), oferece-se-me a oportunidade de acrescentar alguns detalhes ao tristemente celebre, dramatico, traumatico (para mim – tanto pessoal, como profissional, psicologica, material e financeiramente) e escandaloso episodio ocorrido nesta organizacao e ao qual me referia aqui , aqui e aqui:
O protagonista principal de tal episodio (o angolano, por sinal negro e casado, que me fez o ataque pornografico) tinha entrado para a organizacao, onde me encontrou, ha’ muito pouco tempo, tendo-se rapidamente feito “muito amigo” de um mocambicano, por sinal tambem negro, que se dizia PhD e fazia muita questao de ser tratado como tal, embora nunca tivesse revelado em que universidade, ou pais, obtivera tal qualificacao, e cujas credencicais academicas e profissionais eram questionadas pelos seus proprios conterraneos que o conheciam melhor do que eu e que para la’ tinha entrado, to put it mildly, por portas travessas…
[E aqui abro um parentesis para notar uma 'observacao empirica' que se vem solidificando com as minhas experiencias a este respeito: o facto de o comportamento obcessivamente persecutorio desse individuo em relacao a mim se ter demonstrado muito similar ao de um outro sujeito na mesma organizacao, um sul-africano tambem casado com uma branca (a qual, por sinal, volta e meia aparecia pelo gabinete do genero da organizacao com um dos bracos em gesso, a queixar-se dos "afectos" que o marido lhe dava em casa...), e de o comportamento de ambos, por sua vez, se assemelhar bastante ao de certos PhDs e Kabungados Novo-Jornaleiros habitues deste blog - aos quais devo acrescentar o de um dos "epigonos ex-brigadistas especialista em poemarios" a quem aqui me refiro e, ja' agora e en passant, certos homo democraticus 'activistas do social' aqui mencionados... - , vem confirmando a minha percepcao de que os negros "mais assanhados" em ataques canalhas, baixos e soezes contra certo tipo de mulheres negras (como as que aqui sao retratadas) sao, geralmente, casados (ou com relacionamentos proximos/intimos) com brancas ou mesticas, ou que a isso sempre aspiraram - como que, com tal comportamento, exteriorizando algo (nomeadamente o seu misto de recalcamentos, insegurancas e complexos de superioridade/inferioridade...) que sempre tentaram dissimular atraves de tais casamentos ou relacionamentos e as frustracoes neles acumuladas, ou apenas buscando uma justificacao para as suas "escolhas mais profundas"... ou, simplesmente, apenas reflectindo o 'racismo aprendido por osmose' com as suas parceiras/amigas ... ou, mais simplesmente ainda, apenas tentando provar beyond any reasonable doubt o seu "inquestionavel amor por elas"... ou, sem mais ques nem porques, apenas porque, para todos os efeitos reais e praticos, com todo o seu racismo invertido, sao "brancos por dentro e negros por fora"... (veja-se, a titulo de exemplo, este caso...) - claro que me refiro aqui apenas aos que ostentam esse tipo de comportamento, porque tambem os ha' casados e/ou envolvidos saudavelmente com mulheres nao negras e que nao demonstram qualquer necessidade de o fazer! E o facto de eu propria ter tido envolvimentos formais com nao negros sem que por isso alguma vez me tenha sentido compelida a hostilizar qualquer negro, apenas me torna mais perceptiva em relacao a esses bizarros e psicopaticos comportamentos... E, ja' agora, um pouco mais de "psicanalise": nao soubesse eu que pelo menos o sul-africano nao leu este meu artigo, diria que os outros estariam (estarao) a reagir a esta afirmacao de Rousseau que nele citei: "(...) E sobretudo, pertence-vos corrigir os defeitos que os nossos jovens vao buscar a outros paises, donde, em vez de tantas coisas uteis de que poderiam aproveitar, com ares ridiculos aprendidos no meio de mulheres estrangeiras, nao trazem senao admiracao de nao sei que pretensas grandezas, frivolas compensacoes da escravidao, que nunca terao o valor da excelsa liberdade." - E la' diz o ditado: "quem se ofendeu, carapuca lhe serviu!"... Estou certa, ou estou errada?!]
Ora, esse individuo tornou-se, desde que para la’ entrou, o ring leader de um grupelho cujo nucleo central era constituido por ele proprio, a sua amante e mais alguns poucos (por sinal todos lusofonos) do seu circulo. Acontece que a tal amante (por sinal uma musticia mwangole’) que se tornou “peca de mobiliario da organizacao”, divorciada [embora seja consabido que nao era propriamente conhecida por ter sido fiel no casamento (o que me faz lembrar vagamente de uma keta do antigamente na vida ke dizia assim: #se eu soubesse nao kasava, se eu soubesse nao kasava kom akela mulata enganadora... a mulata me dizia ke era mesmo delikada afinale fui ver e' piore ke uma cebola#...) – tendo embora mantido o sobrenome do ex-marido, por sinal negro, entretanto casado pela segunda vez com uma mulher branca…) e vinha de um recente relacionamento falhado com um outro mocambicano (por sinal musticio-indiano) … Acontece tambem que o tal individuo era casado com uma mulher, por sinal branca, com quem tinha dois filhos ainda pequenos que deixara em Mocambique, sendo que, para alem da amante mwangole’, dizia-se ter outras 'namoradas' na cidade…
Acontece igualmente que, tanto ele como a amante mwangole’ (que desde que o "engatou" comecou a aparecer pelo edificio da organizacao vestida de tal modo que ela propria dizia que "estou a catorzinha"!...) tinham razoes, e expressaram-no a saciedade (!) desde que eu entrara para a organizacao, para terem inveja e ciumes pessoais e profissionais em relacao a mim (por isso eles e outro/as no fim decidiram inventar-me um fantasmagorico relacionamento intimo com o entao Secretario Executivo da organizacao – puras CALUNIA E DIFAMACAO!), com os quais terao contagiado o seu grupelho e, implicitamente, o angolano que acabou por ser o meu algoz na organizacao… A este proposito talvez baste dizer que o primeiro obus que ele disparou sobre o meu quintal foi em retaliacao a um artigo de uma revista americana sobre estudos que demonstravam que as mulheres negras nos EUA tinham em media um nivel academico, profissional e financeiro superior ao da media dos homens negros americanos (uma questao tambem abordada nesta obra), que eu circulara por e-mail a todo o staff, tal como o fazia regularmente com materias que me pareciam relevantes para a reflexao e/ou a formulacao de algumas politicas. Fi-lo sem qualquer intencao de provocar absolutamente ninguem - nem homem, nem mulher, nem branco, nem negro - mas o individuo tomou aquilo como um "insulto pessoal" e respondeu-me, com copia para todo o staff, como se o artigo, a que eu nao acrescentara qualquer comentario, se referisse ao meu caso pessoal, nestes termos: "Achas mesmo que vales assim tanto?! Olha so' como as nossas colegas mulheres aqui, sem tantas qualificacoes nem remuneracoes, estao muito bem e muito felizes!"... Claramente, nao so' um ataque pessoal do mais baixo coturno, como ciumes e despeito pela minha posicao e remuneracao e, mais do que tudo isso, a tentativa de acirrar os animos das colegas mulheres contra mim... o que, pelo menos em parte, tera' conseguido...
[E aqui abro um outro parentesis, para registar que ja' antes de eu ter entrado para a organizacao, mas trabalhava tambem la' no Botswana, vi-me forcada a fazer saber a tal 'dona', ou Exma. Sra., musticia mwangole' acima mencionada, da minha indignacao e repugnancia pela 'iniciativa' que ela e uma irma sua decidiram tomar, sem que eu alguma vez lhes tivesse dado azo para tal grosseira ingerencia, atrevimento e abuso de confianca - mesmo porque eu vivia e trabalhava rodeada de homens e pretendentes era o que nao me faltava - de "me arranjarem homem", certamente porque, de acordo com os seus "valores e principios", na cabeca del(e)as nao cabe a ideia de uma mulher "sem homem", tendo para o efeito dado o meu endereco a um fulano que eu nao conhecia de parte nenhuma e com ele marcado um encontro comigo em meu nome, limitando-se depois a comunicar-me por email que o tal fulano "iria visitar-me no dia x"... Bom, felizmente para ele e para elas, eu nao estava na cidade, nem no pais, no tal dia! Mas, mesmo assim, consegui conter-me e fui educada e comedida o suficiente para lhes pedir apenas que nao voltassem a repetir a "brincadeira"... acrescente-se, de muito mau gosto!]
Ha’ outros detalhes dessa historia (alguns dos quais podem ser encontrados AQUI), como por exemplo o envolvimento de uma outra mwangole’ recem-entrada na organizacao e que logo se tornara, again to put it mildly, “amiga especial” do chefe de um dos directorados – um zambiano que ha’ muito 'andava atras de mim' sem qualquer sucesso, quanto mais nao seja por ser casado – o que provocara o ultraje de outros colegas seus do mesmo directorado e, em particular, de uma tanzaniana que se sentira prejudicada pessoal e profissionalmente por tal affair , tendo-o tornado ‘publico’ internamente e com referencias muito pouco abonatorias para a generalidade das mulheres angolanas!
E’ que, para alem de tudo o resto, a leviandade, a superficialidade, a vulgaridade, a venalidade, a permissividade e a falta de escrupulos, profissionalismo, educacao moral e civica, etica, em suma, de valores e principios , gostam de companhia, quanto mais nao seja para “nao se sentirem inferiores” … como o tal "meu algoz" gostava muito de dizer em relacao a mim e todos os que priorizavam o trabalho, a imagem do seu pais e o respeito pela instituicao e nao alinhavam nos seus "apelos" (e' que... sabiam geri-los bem demais!... ) para se juntarem aos seus “devassos, lascivos e promiscuos afectos”, seguramente nao no local de trabalho: “teem a mania de se achar mais do que os outros”!