Saturday, 31 July 2010

2010 Luanda International Jazz Festival


When they launched the Luanda International Jazz Festival in 2009, organisers of Angola's first-ever international jazz festival promised to make the event a platform where musicians with strong African rhythms can meet and share their music. Looking at the first 8 artists to perform on 2 stages over 3 days at Cine Atlântico in the country's capital city, Luanda it is clear that the organisers are sticking to their promise.

Friday 30 July to Sunday 01 August is when the 8 who are from Cuba, United States, Mozambique, Angola, Cape Verde and South Africa will take to the stage at Cine Atlantico. "With Angola having been at the centre of the slave trade, as festival organisers we are conscious of how people from this part of the world took their music all over the world. The Luanda International Jazz Festival provides a homecoming to all rhythms that were exported from our shores", says Ritek's CEO António Cristóvão. The festival is Cristóvão and his Angolan hospitality company's brainchild.

[Sourced from here]



[Wyza - Vava Ngina]

When they launched the Luanda International Jazz Festival in 2009, organisers of Angola's first-ever international jazz festival promised to make the event a platform where musicians with strong African rhythms can meet and share their music. Looking at the first 8 artists to perform on 2 stages over 3 days at Cine Atlântico in the country's capital city, Luanda it is clear that the organisers are sticking to their promise.

Friday 30 July to Sunday 01 August is when the 8 who are from Cuba, United States, Mozambique, Angola, Cape Verde and South Africa will take to the stage at Cine Atlantico. "With Angola having been at the centre of the slave trade, as festival organisers we are conscious of how people from this part of the world took their music all over the world. The Luanda International Jazz Festival provides a homecoming to all rhythms that were exported from our shores", says Ritek's CEO António Cristóvão. The festival is Cristóvão and his Angolan hospitality company's brainchild.

[Sourced from here]



[Wyza - Vava Ngina]

Friday, 30 July 2010

MULHERES A PRETO E BRANCO... [R]*

[Volto a 'repostar' esta mensagem, motivada por um recente comentario que a este post foi feito por um/a anonimo/a (obrigada) e que me fez lembrar de outro dos meus comentarios antigos (2005) no Angonoticias. Este, por ser muito longo, transcrevo-o, em vez de no espaco normal de comentarios, AQUI, onde podera' tambem encontrar o link a materia relacionada no Angonoticias e uma resposta ao meu comentario la' feita por uma leitora/comentarista deste blog (Tchino')]

OU...

DE DIFERENCAS REAIS OU IMAGINARIAS

OU AINDA...
DE CILINDROS E VIOLINOS

{N.B.: Esta mensagem vem circulando na internet ha’ varios anos, originalmente em Ingles e depois noutras linguas, incluindo o Portugues. Voltei a recebe-la ontem, pela “n-esima” vez, e julgo que faz todo o sentido posta-la aqui neste momento}

"A opinião de uma mulher branca acerca da mulher negra, e a resposta de um homem negro.
Crédito seja dado a este homem negro que se levantou e nos defendeu (o que muitas vezes nem nós próprias fazemos).
Bom proveito.

Um artigo escrito para a revista 'Sister 2 Sister' (Irmã para Irmã), por uma mulher branca que pedia a resposta de homens negros. Estou feliz que ela recebeu o que queria (e mais)!!!"

Pergunta

Querida Jamie:
Desculpa-me, mas eu gostaria de fazer um desafio a todos seus leitores masculinos negros.
Eu sou uma mulher branca que esta noiva de um homem negro charmoso, educado e amoroso. Eu só não entendo as atitudes que as mulheres negras têm acerca da minha relação.
O meu homem decidiu que ele me queria, porque a escolha entre mulheres negras era muito reduzida. Como ele diz, eram ou muito gordas, obscenas, más, muito argumentativas, muito necessitadas, materialistas, ou carregando muita bagagem.
Antes do meu noivado, sempre que saía, era constantemente aproximada por homens negros que estavam dispostos a paparicar-me, e dar-me o mundo. Se as mulheres negras estão tão na defensiva por nós estarmos com os homens delas, porque que não olham para elas mesmas, e fazem algumas mudanças?
Estou cansada das olhadas e comentários quando estamos em publico. Eu gostaria de ouvir de alguns homens negros, o porquê que é que somos tão desejadas por eles.
Bryant Gumbel deixou a sua mulher de 26 anos por uma de nós, Charles Barkley, Scottie Pippen, o modelo Tyson Beckford, Montell Williams, Quincy Jones, James Earl Jones, Harry Belafonte, Sydney Poitier, Kofi Anan, Cuba Gooding Jr., Don Cornelius, Berry Gordy, Billy Blanks, Larry Fishburne, Wesley Snipes.......
Eu posso continuar e continuar. Mas, neste momento, estou um bocado zangada, e é por esta razão que estou a escrever isto muito rápido. Não fiquem zangadas connosco mulheres negras, porque muitos dos vossos homens nos querem. Ponham-se na linha e aprendam connosco, nós ainda vos podemos orientar em como tratar bem os vossos homens. Se eu estiver errada, homens negros, façam-me saber!
Mulher Branca Repugnada, Algures em Virginia/EUA

Resposta

Querida Jamie:
Eu gostaria de responder a carta escrita pela Mulher Branca Repugnada.
Deixa-me começar por dizer que sou um homem negro de 28 anos. Graduei-me numa das mais prestigiosas Universidades de Atlanta, Geórgia com Bacharelato em Gestão de Empresas. Tenho um bom emprego numa Grande Empresa, e recentemente comprei uma casa. Por isso, me considero um dos homens negros bem sucedidos.
Eu não vou usar o meu tempo precioso, para denegrir as pessoas brancas. Só queria esclarecer o porquê que o homem negro anda com a mulher branca. No passado, umas das grandes razões por quais os homens negros andavam com mulheres brancas, era porque elas eram consideradas fáceis.
As mulheres negras no meu bairro foram criadas na igreja.
Eram muito estritas quanto a perder a virgindade, e com quem a perdiam. Por causa da nossa impaciência, olhávamos para quem nos daria mais facilmente, e sem dar muito trabalho. Então, viramo-nos para as mulheres brancas.
Hoje em dia, em minha opinião, muitos dos homens negros andam com mulheres brancas porque elas são dóceis e fáceis de controlar.
Muitos homens negros, por causa das suas inseguranças, medos, e fragilidades, ficam intimidados pela força das nossas mulheres negras. Estamos com medo que as nossas mulheres façam maior sucesso que nós, e façam mais dinheiro do que nós, conduzam carros melhores, e tenham casas maiores. Por causa desse medo, muitos homens negros procuram por uma mulher dócil. Alguém que nós possamos controlar.
Eu já falei com muitos homens negros, e eles continuamente comentam o quanto é fácil controlar e pisar em cima das suas mulheres brancas.
Só para esclarecer!
Quero que a Mulher Branca Repugnada saiba que nem todos os homens negros bem sucedidos andam com mulheres brancas.
Homens negros como Ahmad Rashad, Denzel Washington, Michael Jordan, Morris Chestnut, Will Smith, Blair Underwood, Kenneth 'Babyface' Edmonds, Samuel L. Jackson, e Chris Rock (n.b.: obviamente isto foi escrito antes do "furacao" Barack e Michelle Obama...), todos casaram com mulheres negras fortes e, por outro lado, existem muitos homens brancos, que em público ou não, que aberta ou secretamente preferem mulheres negras a brancas.
TedDanson, Robert DeNiro, and David Bowie, só para mencionar alguns.
Eu só não quero que a Mulher Branca Repugnada esteja a ser mal informada, deixe de pensar que por vocês serem brancas, são algum tipo de deusas.
Lembre-se, que enquanto Rainhas Negras Egípcias como Hepsepshut e Nitorcris reinavam dinastias e exércitos de homens em Egipto, vocês estavam nas caves da Europa a comer carne crua e batendo-se uns aos outros na cabeça com mocas. LEIA A SUA HISTÓRIA.
Foi a mulher negra , que vos ensinou a cozinhar e a condimentar a comida.
Foi a mulher negra, que vos ensinou a criar e educar os vossos filhos.
Foi a mulher negra, que estava a amamentar e a criar os vossos filhos durante a escravatura.
Foi a mulher negra, que suportou ver os seus pais, maridos e filhos a serem espancados, mortos e presos.
As mulheres negras nasceram com duas coisas contra elas: serem mulheres e serem negras. E, apesar disto tudo, ainda se erguem! É pela força, elegância, poder, amor e beleza da mulher negra que eu não posso, e nunca poderei andar com mais ninguém, a não ser com a minha rainha negra. Não é só a beleza exterior que me cativa e me leva a elas. Não é o facto de elas virem em todas formas, tamanhos, cores e tons que as amo.
A sua beleza interior, é o que acho mais apelativo nela. O seu espírito forte, amoroso que nos ajuda a crescer. A sua integridade, a sua abilidade de superar grandes obstáculos, a sua vontade de sustentar aquilo em que acreditam, e a sua determinação em singrar e alcançar o seu mais alto potencial, enquanto supera grandes dores e sofrimentos, é por isso que eu me apaixonei pela mulher negra.
Honestamente acredito, que a sua zanga esta mais gerida pelo ciúmes e inveja do que as olhadas que recebe. Se isso não fosse, então porque é que estão constantemente nos salões bronzeando,para escurecer a pele? Se estão tão orgulhosas de serem brancas, então porque que não ficam contentes com as suas pálidas peles? Porque que continuam a injectar os lábios, nádegas, e seios com substancias artificiais e perigosas, só para parecerem mais cheias e mais volumosas?
Eu acho que a sua zanga, é o resultado de vocês quererem ter o que a mulher negra tem.
Resumindo e concluindo: Se eu estivesse a procura de uma mulher dócil, alguém que eu pudesse pisar e controlar, eu te faria uma chamada. Mas infelizmente, estou a procura de uma mulher virtuosa.
Alguém que possa ser uma boa esposa, e mãe para os meus filhos.
Alguém que possa ser minha melhor amiga, e entender os meus problemas. Estou a procura da minha alma gémea. Estou a procura de uma mulher negra. E infelizmente, tu não és, e nem nunca poderás servir este propósito.
Sem considerar ofensa, e sem querer ofender,

Assinado,

Realeza Negra



*[First posted 11/07/09]

OU...

DE DIFERENCAS REAIS OU IMAGINARIAS

OU AINDA...
DE CILINDROS E VIOLINOS

{N.B.: Esta mensagem vem circulando na internet ha’ varios anos, originalmente em Ingles e depois noutras linguas, incluindo o Portugues. Voltei a recebe-la ontem, pela “n-esima” vez, e julgo que faz todo o sentido posta-la aqui neste momento}

"A opinião de uma mulher branca acerca da mulher negra, e a resposta de um homem negro.
Crédito seja dado a este homem negro que se levantou e nos defendeu (o que muitas vezes nem nós próprias fazemos).
Bom proveito.

Um artigo escrito para a revista 'Sister 2 Sister' (Irmã para Irmã), por uma mulher branca que pedia a resposta de homens negros. Estou feliz que ela recebeu o que queria (e mais)!!!"

Pergunta

Querida Jamie:
Desculpa-me, mas eu gostaria de fazer um desafio a todos seus leitores masculinos negros.
Eu sou uma mulher branca que esta noiva de um homem negro charmoso, educado e amoroso. Eu só não entendo as atitudes que as mulheres negras têm acerca da minha relação.
O meu homem decidiu que ele me queria, porque a escolha entre mulheres negras era muito reduzida. Como ele diz, eram ou muito gordas, obscenas, más, muito argumentativas, muito necessitadas, materialistas, ou carregando muita bagagem.
Antes do meu noivado, sempre que saía, era constantemente aproximada por homens negros que estavam dispostos a paparicar-me, e dar-me o mundo. Se as mulheres negras estão tão na defensiva por nós estarmos com os homens delas, porque que não olham para elas mesmas, e fazem algumas mudanças?
Estou cansada das olhadas e comentários quando estamos em publico. Eu gostaria de ouvir de alguns homens negros, o porquê que é que somos tão desejadas por eles.
Bryant Gumbel deixou a sua mulher de 26 anos por uma de nós, Charles Barkley, Scottie Pippen, o modelo Tyson Beckford, Montell Williams, Quincy Jones, James Earl Jones, Harry Belafonte, Sydney Poitier, Kofi Anan, Cuba Gooding Jr., Don Cornelius, Berry Gordy, Billy Blanks, Larry Fishburne, Wesley Snipes.......
Eu posso continuar e continuar. Mas, neste momento, estou um bocado zangada, e é por esta razão que estou a escrever isto muito rápido. Não fiquem zangadas connosco mulheres negras, porque muitos dos vossos homens nos querem. Ponham-se na linha e aprendam connosco, nós ainda vos podemos orientar em como tratar bem os vossos homens. Se eu estiver errada, homens negros, façam-me saber!
Mulher Branca Repugnada, Algures em Virginia/EUA

Resposta

Querida Jamie:
Eu gostaria de responder a carta escrita pela Mulher Branca Repugnada.
Deixa-me começar por dizer que sou um homem negro de 28 anos. Graduei-me numa das mais prestigiosas Universidades de Atlanta, Geórgia com Bacharelato em Gestão de Empresas. Tenho um bom emprego numa Grande Empresa, e recentemente comprei uma casa. Por isso, me considero um dos homens negros bem sucedidos.
Eu não vou usar o meu tempo precioso, para denegrir as pessoas brancas. Só queria esclarecer o porquê que o homem negro anda com a mulher branca. No passado, umas das grandes razões por quais os homens negros andavam com mulheres brancas, era porque elas eram consideradas fáceis.
As mulheres negras no meu bairro foram criadas na igreja.
Eram muito estritas quanto a perder a virgindade, e com quem a perdiam. Por causa da nossa impaciência, olhávamos para quem nos daria mais facilmente, e sem dar muito trabalho. Então, viramo-nos para as mulheres brancas.
Hoje em dia, em minha opinião, muitos dos homens negros andam com mulheres brancas porque elas são dóceis e fáceis de controlar.
Muitos homens negros, por causa das suas inseguranças, medos, e fragilidades, ficam intimidados pela força das nossas mulheres negras. Estamos com medo que as nossas mulheres façam maior sucesso que nós, e façam mais dinheiro do que nós, conduzam carros melhores, e tenham casas maiores. Por causa desse medo, muitos homens negros procuram por uma mulher dócil. Alguém que nós possamos controlar.
Eu já falei com muitos homens negros, e eles continuamente comentam o quanto é fácil controlar e pisar em cima das suas mulheres brancas.
Só para esclarecer!
Quero que a Mulher Branca Repugnada saiba que nem todos os homens negros bem sucedidos andam com mulheres brancas.
Homens negros como Ahmad Rashad, Denzel Washington, Michael Jordan, Morris Chestnut, Will Smith, Blair Underwood, Kenneth 'Babyface' Edmonds, Samuel L. Jackson, e Chris Rock (n.b.: obviamente isto foi escrito antes do "furacao" Barack e Michelle Obama...), todos casaram com mulheres negras fortes e, por outro lado, existem muitos homens brancos, que em público ou não, que aberta ou secretamente preferem mulheres negras a brancas.
TedDanson, Robert DeNiro, and David Bowie, só para mencionar alguns.
Eu só não quero que a Mulher Branca Repugnada esteja a ser mal informada, deixe de pensar que por vocês serem brancas, são algum tipo de deusas.
Lembre-se, que enquanto Rainhas Negras Egípcias como Hepsepshut e Nitorcris reinavam dinastias e exércitos de homens em Egipto, vocês estavam nas caves da Europa a comer carne crua e batendo-se uns aos outros na cabeça com mocas. LEIA A SUA HISTÓRIA.
Foi a mulher negra , que vos ensinou a cozinhar e a condimentar a comida.
Foi a mulher negra, que vos ensinou a criar e educar os vossos filhos.
Foi a mulher negra, que estava a amamentar e a criar os vossos filhos durante a escravatura.
Foi a mulher negra, que suportou ver os seus pais, maridos e filhos a serem espancados, mortos e presos.
As mulheres negras nasceram com duas coisas contra elas: serem mulheres e serem negras. E, apesar disto tudo, ainda se erguem! É pela força, elegância, poder, amor e beleza da mulher negra que eu não posso, e nunca poderei andar com mais ninguém, a não ser com a minha rainha negra. Não é só a beleza exterior que me cativa e me leva a elas. Não é o facto de elas virem em todas formas, tamanhos, cores e tons que as amo.
A sua beleza interior, é o que acho mais apelativo nela. O seu espírito forte, amoroso que nos ajuda a crescer. A sua integridade, a sua abilidade de superar grandes obstáculos, a sua vontade de sustentar aquilo em que acreditam, e a sua determinação em singrar e alcançar o seu mais alto potencial, enquanto supera grandes dores e sofrimentos, é por isso que eu me apaixonei pela mulher negra.
Honestamente acredito, que a sua zanga esta mais gerida pelo ciúmes e inveja do que as olhadas que recebe. Se isso não fosse, então porque é que estão constantemente nos salões bronzeando,para escurecer a pele? Se estão tão orgulhosas de serem brancas, então porque que não ficam contentes com as suas pálidas peles? Porque que continuam a injectar os lábios, nádegas, e seios com substancias artificiais e perigosas, só para parecerem mais cheias e mais volumosas?
Eu acho que a sua zanga, é o resultado de vocês quererem ter o que a mulher negra tem.
Resumindo e concluindo: Se eu estivesse a procura de uma mulher dócil, alguém que eu pudesse pisar e controlar, eu te faria uma chamada. Mas infelizmente, estou a procura de uma mulher virtuosa.
Alguém que possa ser uma boa esposa, e mãe para os meus filhos.
Alguém que possa ser minha melhor amiga, e entender os meus problemas. Estou a procura da minha alma gémea. Estou a procura de uma mulher negra. E infelizmente, tu não és, e nem nunca poderás servir este propósito.
Sem considerar ofensa, e sem querer ofender,

Assinado,

Realeza Negra



*[First posted 11/07/09]

Abrindo a Caixa de Pandora (V)

'A Orgia'

Ora vamos la' entao ver se, pelo menos brevemente (e espero tambem que definitivamente), em Portugues nos entendemos:

Tuesday, 27 July 2010

This Blog Out There





A Comment on Issa Shivji's critique of Mo Ibrahim's Prize

This article, originally published in 2007 as part of my AfricanPath Guest Blogger Series (please note that, regrettably, the original AfricanPath site was discontinued), is now lodged at the Centre for Civil Society's Online Library at the University of KwaZulu-Natal, Durban, South Africa.



Sex Lies & Stereotypes - Perspectives of a Mad Economist

This post on the title above by Julianne Malveaux has been linked by Ivy League Professor Cornel West at Princeton University, US.



1960 - 2010: "The Year of Africa" 50 Years On

This series is specially featured by my good friend and fellow blogger BRE at Jewels in the Jungle, Germany. As he puts it:

Since the beginning of January a good friend and fellow blogger from Angola has been publishing a special series (in English and Portuguese) on the 50th anniversary of African independence from colonialism.
I do not know how many people have read Koluki’s series since she started the project but what has been somewhat surprising to me is the scarce coverage of this historic year for Africa by much of the news media outside of the African continent. If it were not for contributions online from some talented African journalists, writers and new media producers (including a small group of independent blog authors) along with a handful of international foundations and government websites, Africa’s Golden Jubilee of Independence from Colonial Rule (1960-2010) would go largely unnoticed in many parts of the world.



Other 'joint-ventures':


AfricanPath

Global Voices Online

Jewels in The Jungle

Atlantic Community

Citizen Voices

Knewz from Meroe West

Szavanna

My Weku

Society HAE




A Comment on Issa Shivji's critique of Mo Ibrahim's Prize

This article, originally published in 2007 as part of my AfricanPath Guest Blogger Series (please note that, regrettably, the original AfricanPath site was discontinued), is now lodged at the Centre for Civil Society's Online Library at the University of KwaZulu-Natal, Durban, South Africa.



Sex Lies & Stereotypes - Perspectives of a Mad Economist

This post on the title above by Julianne Malveaux has been linked by Ivy League Professor Cornel West at Princeton University, US.



1960 - 2010: "The Year of Africa" 50 Years On

This series is specially featured by my good friend and fellow blogger BRE at Jewels in the Jungle, Germany. As he puts it:

Since the beginning of January a good friend and fellow blogger from Angola has been publishing a special series (in English and Portuguese) on the 50th anniversary of African independence from colonialism.
I do not know how many people have read Koluki’s series since she started the project but what has been somewhat surprising to me is the scarce coverage of this historic year for Africa by much of the news media outside of the African continent. If it were not for contributions online from some talented African journalists, writers and new media producers (including a small group of independent blog authors) along with a handful of international foundations and government websites, Africa’s Golden Jubilee of Independence from Colonial Rule (1960-2010) would go largely unnoticed in many parts of the world.



Other 'joint-ventures':


AfricanPath

Global Voices Online

Jewels in The Jungle

Atlantic Community

Citizen Voices

Knewz from Meroe West

Szavanna

My Weku

Society HAE

Saturday, 24 July 2010

An African Postcard (3)


Blouberg - South Africa


Jazz Lee - Today's Yesterday
[in from Mzanzi with love]


Blaawberg
[Morro (do) Azul]


E' tanto o mar
de teu azul

tanto o vibrato
de teu marulhar

tanta a toalha
de tua mesa

[onde seco peixe e estrelas]

tanto o sol
de teu por-de-lua

que em tua areia
viro espuma e sal.

A.S.





[Linked here]

Just Poetry (xxii)

Olhos nos Olhos


Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
Mas depois, como era de costume, obedeci

Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos no olhos, quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você passo bem demais

E que venho até remoçando
Me pego cantando
Sem mais nem porquê

E tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você

Quando talvez precisar de mim
'Ce sabe a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz


[Chico Buarque de Hollanda]

Thursday, 22 July 2010

Reforming Wall Street

Thu, 22 July, 2010 0:07:55
Change
From: Barack Obama
To: Ana Santana
________________________________________
Ana --

When you and I set out on this journey three years ago, we knew that ours would be a lengthy struggle to build a new foundation for this country -- one that would require squaring off against the special interests who had spent decades stacking the deck in their favor.

Today, it is clear that you have shifted the odds.

This morning, I signed into law a bill that represents the most sweeping reforms of Wall Street since the Great Depression, and the toughest consumer financial protections this nation has ever seen. I know that I am able to do so only because the tens of thousands of volunteers who make up the backbone of this movement overcame the most potent attack ads and the most powerful lobbying the special interests could put forward.

Our special-interest opponents and their Republican allies have now set their sights on the elections in November as their best chance to overturn the historic progress we've made together.

(…)

Because of Wall Street reform, we will ensure that Americans applying for a credit card, a mortgage, or a student loan will never again be asked to sign their name under pages of confusing fine print. We will crack down on abusive lending practices and make sure that lenders don't cheat the system -- and create a new watchdog to enforce these consumer protections.

And we will put an end to taxpayer-funded bailouts, giving us the ability to wind down any large financial institution if it should ever fail.

The passage of Wall Street reform is at the forefront of the change we seek, and it will provide a foundation for a stronger and safer economy.

It is a foundation built upon the progress of the Recovery Act, which has turned 22 months of job losses into six consecutive months of private-sector job growth. And it is a foundation reinforced by the historic health reform we passed this spring, which is already giving new benefits to more than 100 million Americans, ushering another 1 million Americans into coverage by next year.

But today's victory is not where our fight ends.

Organizing for America and I will move forward in the months ahead on the tough fights we have yet to finish -- even if cynics say we should wait until after the fall elections. This movement has never catered to the conventional wisdom of Washington. And we have fought to ensure that our progress is never held hostage by our politics.

You and I did not build this movement to win one election. We did not come together to pass one single piece of legislation. We are fighting for nothing less than a new foundation for our country -- and that work is not complete. As we face the challenges ahead, I am relying on you to stand with me.

Thank you for helping us get here,

President Barack Obama
Thu, 22 July, 2010 0:07:55
Change
From: Barack Obama
To: Ana Santana
________________________________________
Ana --

When you and I set out on this journey three years ago, we knew that ours would be a lengthy struggle to build a new foundation for this country -- one that would require squaring off against the special interests who had spent decades stacking the deck in their favor.

Today, it is clear that you have shifted the odds.

This morning, I signed into law a bill that represents the most sweeping reforms of Wall Street since the Great Depression, and the toughest consumer financial protections this nation has ever seen. I know that I am able to do so only because the tens of thousands of volunteers who make up the backbone of this movement overcame the most potent attack ads and the most powerful lobbying the special interests could put forward.

Our special-interest opponents and their Republican allies have now set their sights on the elections in November as their best chance to overturn the historic progress we've made together.

(…)

Because of Wall Street reform, we will ensure that Americans applying for a credit card, a mortgage, or a student loan will never again be asked to sign their name under pages of confusing fine print. We will crack down on abusive lending practices and make sure that lenders don't cheat the system -- and create a new watchdog to enforce these consumer protections.

And we will put an end to taxpayer-funded bailouts, giving us the ability to wind down any large financial institution if it should ever fail.

The passage of Wall Street reform is at the forefront of the change we seek, and it will provide a foundation for a stronger and safer economy.

It is a foundation built upon the progress of the Recovery Act, which has turned 22 months of job losses into six consecutive months of private-sector job growth. And it is a foundation reinforced by the historic health reform we passed this spring, which is already giving new benefits to more than 100 million Americans, ushering another 1 million Americans into coverage by next year.

But today's victory is not where our fight ends.

Organizing for America and I will move forward in the months ahead on the tough fights we have yet to finish -- even if cynics say we should wait until after the fall elections. This movement has never catered to the conventional wisdom of Washington. And we have fought to ensure that our progress is never held hostage by our politics.

You and I did not build this movement to win one election. We did not come together to pass one single piece of legislation. We are fighting for nothing less than a new foundation for our country -- and that work is not complete. As we face the challenges ahead, I am relying on you to stand with me.

Thank you for helping us get here,

President Barack Obama

Wednesday, 21 July 2010

Dinheiro, dinheiro, para que te quero?...





O titulo desta mukanda poderia bem ser, mais uma vez, "Amizade, amizade, para que te quero?"...

Hoje a amizade e familia sao manobradas pelo contexto, cantava Bonga numa cancao ja' entradota nos anos, mas que se mantem perfeitamente aplicavel a sociedade angolana dos dias de hoje. Yannick Ngombo, o Afroman, tem uma cancao sobre o "amigo" que pede emprestado dinheiro e que depois nao paga, nem quer pagar e ainda se acha afrontado quando o credor lhe cobra... Numa outra cancao, o mesmo Yannick diz: "aqui (Angola) nao vale a pena voce ficar muito simpatico, senao te apanham a pata!..."

Ao que vem isto? Um pouco a proposito de este blog ser, desde o inicio, dedicado a "deitar contas a vida" (aqui gostaria de sugerir fortemente aos interessados a leitura deste post e, muito especialmente, do "amigavel aviso a navegacao" a ele anexo) e de, ironicamente, a experiencia e as 'descobertas' que com ele adquiri me terem forcado (naquilo que referi aqui ha dias como sendo possivelmente um novo ciclo de vida) a repensar todas as minhas perspectivas de futuro e relacoes pessoais, em particular as de amizade e familia - o que tambem passa por algumas "contas de deve e haver".

Nao me proponho aqui estender-me demasiado sobre tudo isso, mas ha' pelo menos uma coisa que se me impoe dizer: sempre pautei a minha vida por assumir plenamente todas as minhas responsabilidades e por seguir, entre outras, estas tres regras de conduta fundamentais: i) nunca me relacionar com quem quer que seja meramente na base do 'status social' ou do interesse material e/ou financeiro; ii) pagar escrupulosamente, e tanto quanto possivel em tempo util, todas as minhas dividas; iii) jamais fazer alarde do que, social, material, financeira, ou de qualquer outro modo, alguem me possa dever - esta, em particular, e' para mim uma regra de ouro que pratico como se de "sigilo bancario" se tratasse e que sempre pensei fosse tambem seguida por "todo o mundo"... ledo engano o meu, como me tenho vindo a dar conta recentemente atraves, entre outras, de mencoes por parte de gente oportunista com quem nunca privei e a quem muito menos devo alguma coisa, a "cuspir nos pratos em que debiquei"!

Uma das facetas mais perturbadoras da vida de dificuldades e carencias de toda a ordem que se vivem na sociedade angolana actual e' que ja' nao ha' principios, valores ou regras de conduta nao subvertidos: tudo e' manipulavel, e em particular a amizade e a familia... e em particular as vias de acesso a 'ascensao social', ao dinheiro e aos bens materiais de toda a ordem! E a manipulacao e' feita tanto pelos orgaos e titulares do poder publico aos mais diversos niveis, quanto pelos amigos e familiares nas mais diversas circunstancias.

E os manipulados sao potencialmente todos os membros da sociedade, mas muito especialmente os mais vulneraveis por uma razao ou por outra, que se veem assim praticamente impossibilitados de viver a sua vida com a estabilidade, dignidade e integridade por que sempre pugnaram e pelas quais sempre se pautaram. Esses sao geralmente, como aqui nota Julianne Malveaux (numa referencia a sociedade americana que pode perfeitamente ser aplicada a sociedade angolana - e aqui faco uma especial chamada de atencao para os preconceitos e estereotipos por detras do facto, por vezes revoltante na forma como se manifesta, de perante uma relacao familiar ou de amizade entre pessoas de cores diferentes, a tendencia ser invariavelmente para o outsider assumir a priori que "quem deve" e' invitavelmente a de "cor mais escura"...), para quem a questao real e' economica, sobre quem tem e quem nao tem, com questoes de raca (e eu acrescentaria 'e de etnia') sempre presentes no background, "aqueles cujas vozes raramente sao ouvidas: 'pais (maes) sozinho(a)s em casa' (e.g. maes solteiras), 'criancas descartaveis' (e.g. por pais irresponsaveis e seus "amigos e familiares") e quem quer que seja cuja cor, status economico ou genero os mantenha sem qualquer poder na sociedade."

Dai a minha devocao a causa do pleno funcionamento e transparencia das instituicoes publicas (a que me refiro, por exemplo, aqui), como forma de libertar os cidadaos (e em particular as cidadas; impondo-se-me aqui uma referencia muito especial a um grupo especialmente vulneravel em qualquer sociedade: os orfaos e viuvas) de relacoes de dependencia ao nivel particular que, talvez mais do que quaisquer outras (sem contudo descurar o papel que certa imprensa tem jogado no meu caso especifico...), tendem verdadeiramente a degradar a condicao humana e a corroer a amizade, a familia e, consequentemente, a sociedade.

E sobre este tema fico-me por aqui, por enquanto, nao deixando porem de reiterar uma afirmacao que ja' antes aqui fiz:

(...) Nao sao, portanto, capazes de perceber que haja gente por esse mundo fora, que no periodo pos-independencia, nunca contou, ou nao contou durante grande parte das suas vidas, com o estado (e, portanto, com o partido da "situacao") a que eles, salvo rarissimas excepcoes, devem praticamente tudo o que sao e teem em Angola e no mundo. E muito menos que gente da minha “geracao R”, como me, myself and I (que, apesar de “menor”, “insignificante” e “rejeitada”, se orgulha de nunca ter "lambido botas" de ninguem e muito menos de alguma vez ter “debicado” em pratos de quem quer que seja e de, quanto muito, ter visto “muito boa gente” debicar no seu prato e depois ingrata, descarada, arrogante e despudoradamete cuspir nele “de cima”, apenas para depois se arrependerem amargamente…), possa “pensar pela sua propria cabeca” e ter a dignidade de expressar imparcialmente opinioes, ou posicionar-se politica e culturalmente, segundo logicas absolutamente nao partidarias ou estatais e que, quando fala em "democracia", “sociedade civil”, “direitos humanos” ou “cidadania”, e’ exactamente disso, e apenas disso, que esta’ a falar!


Post (posterior) relacionado: "A Minha Amiga"


ADENDA

Ha’ certas experiencias da minha vida sobre as quais nunca confidenciei sequer com os meus familiares e amigos mais proximos e que muito menos alguma vez me ocorreu abordar num espaco como este, ainda que a titulo informal e privado, como e’ o caso. Mas o certo e’ que, e esta e’ tambem uma das ‘descobertas’ que me veem sendo reveladas pela experiencia adquirida com este blog, eu tenho sido frequentemente vitima do meu proprio silencio sobre certas questoes. E’ o caso do episodio que a seguir relato.

[Aqui]





O titulo desta mukanda poderia bem ser, mais uma vez, "Amizade, amizade, para que te quero?"...

Hoje a amizade e familia sao manobradas pelo contexto, cantava Bonga numa cancao ja' entradota nos anos, mas que se mantem perfeitamente aplicavel a sociedade angolana dos dias de hoje. Yannick Ngombo, o Afroman, tem uma cancao sobre o "amigo" que pede emprestado dinheiro e que depois nao paga, nem quer pagar e ainda se acha afrontado quando o credor lhe cobra... Numa outra cancao, o mesmo Yannick diz: "aqui (Angola) nao vale a pena voce ficar muito simpatico, senao te apanham a pata!..."

Ao que vem isto? Um pouco a proposito de este blog ser, desde o inicio, dedicado a "deitar contas a vida" (aqui gostaria de sugerir fortemente aos interessados a leitura deste post e, muito especialmente, do "amigavel aviso a navegacao" a ele anexo) e de, ironicamente, a experiencia e as 'descobertas' que com ele adquiri me terem forcado (naquilo que referi aqui ha dias como sendo possivelmente um novo ciclo de vida) a repensar todas as minhas perspectivas de futuro e relacoes pessoais, em particular as de amizade e familia - o que tambem passa por algumas "contas de deve e haver".

Nao me proponho aqui estender-me demasiado sobre tudo isso, mas ha' pelo menos uma coisa que se me impoe dizer: sempre pautei a minha vida por assumir plenamente todas as minhas responsabilidades e por seguir, entre outras, estas tres regras de conduta fundamentais: i) nunca me relacionar com quem quer que seja meramente na base do 'status social' ou do interesse material e/ou financeiro; ii) pagar escrupulosamente, e tanto quanto possivel em tempo util, todas as minhas dividas; iii) jamais fazer alarde do que, social, material, financeira, ou de qualquer outro modo, alguem me possa dever - esta, em particular, e' para mim uma regra de ouro que pratico como se de "sigilo bancario" se tratasse e que sempre pensei fosse tambem seguida por "todo o mundo"... ledo engano o meu, como me tenho vindo a dar conta recentemente atraves, entre outras, de mencoes por parte de gente oportunista com quem nunca privei e a quem muito menos devo alguma coisa, a "cuspir nos pratos em que debiquei"!

Uma das facetas mais perturbadoras da vida de dificuldades e carencias de toda a ordem que se vivem na sociedade angolana actual e' que ja' nao ha' principios, valores ou regras de conduta nao subvertidos: tudo e' manipulavel, e em particular a amizade e a familia... e em particular as vias de acesso a 'ascensao social', ao dinheiro e aos bens materiais de toda a ordem! E a manipulacao e' feita tanto pelos orgaos e titulares do poder publico aos mais diversos niveis, quanto pelos amigos e familiares nas mais diversas circunstancias.

E os manipulados sao potencialmente todos os membros da sociedade, mas muito especialmente os mais vulneraveis por uma razao ou por outra, que se veem assim praticamente impossibilitados de viver a sua vida com a estabilidade, dignidade e integridade por que sempre pugnaram e pelas quais sempre se pautaram. Esses sao geralmente, como aqui nota Julianne Malveaux (numa referencia a sociedade americana que pode perfeitamente ser aplicada a sociedade angolana - e aqui faco uma especial chamada de atencao para os preconceitos e estereotipos por detras do facto, por vezes revoltante na forma como se manifesta, de perante uma relacao familiar ou de amizade entre pessoas de cores diferentes, a tendencia ser invariavelmente para o outsider assumir a priori que "quem deve" e' invitavelmente a de "cor mais escura"...), para quem a questao real e' economica, sobre quem tem e quem nao tem, com questoes de raca (e eu acrescentaria 'e de etnia') sempre presentes no background, "aqueles cujas vozes raramente sao ouvidas: 'pais (maes) sozinho(a)s em casa' (e.g. maes solteiras), 'criancas descartaveis' (e.g. por pais irresponsaveis e seus "amigos e familiares") e quem quer que seja cuja cor, status economico ou genero os mantenha sem qualquer poder na sociedade."

Dai a minha devocao a causa do pleno funcionamento e transparencia das instituicoes publicas (a que me refiro, por exemplo, aqui), como forma de libertar os cidadaos (e em particular as cidadas; impondo-se-me aqui uma referencia muito especial a um grupo especialmente vulneravel em qualquer sociedade: os orfaos e viuvas) de relacoes de dependencia ao nivel particular que, talvez mais do que quaisquer outras (sem contudo descurar o papel que certa imprensa tem jogado no meu caso especifico...), tendem verdadeiramente a degradar a condicao humana e a corroer a amizade, a familia e, consequentemente, a sociedade.

E sobre este tema fico-me por aqui, por enquanto, nao deixando porem de reiterar uma afirmacao que ja' antes aqui fiz:

(...) Nao sao, portanto, capazes de perceber que haja gente por esse mundo fora, que no periodo pos-independencia, nunca contou, ou nao contou durante grande parte das suas vidas, com o estado (e, portanto, com o partido da "situacao") a que eles, salvo rarissimas excepcoes, devem praticamente tudo o que sao e teem em Angola e no mundo. E muito menos que gente da minha “geracao R”, como me, myself and I (que, apesar de “menor”, “insignificante” e “rejeitada”, se orgulha de nunca ter "lambido botas" de ninguem e muito menos de alguma vez ter “debicado” em pratos de quem quer que seja e de, quanto muito, ter visto “muito boa gente” debicar no seu prato e depois ingrata, descarada, arrogante e despudoradamete cuspir nele “de cima”, apenas para depois se arrependerem amargamente…), possa “pensar pela sua propria cabeca” e ter a dignidade de expressar imparcialmente opinioes, ou posicionar-se politica e culturalmente, segundo logicas absolutamente nao partidarias ou estatais e que, quando fala em "democracia", “sociedade civil”, “direitos humanos” ou “cidadania”, e’ exactamente disso, e apenas disso, que esta’ a falar!


Post (posterior) relacionado: "A Minha Amiga"


ADENDA

Ha’ certas experiencias da minha vida sobre as quais nunca confidenciei sequer com os meus familiares e amigos mais proximos e que muito menos alguma vez me ocorreu abordar num espaco como este, ainda que a titulo informal e privado, como e’ o caso. Mas o certo e’ que, e esta e’ tambem uma das ‘descobertas’ que me veem sendo reveladas pela experiencia adquirida com este blog, eu tenho sido frequentemente vitima do meu proprio silencio sobre certas questoes. E’ o caso do episodio que a seguir relato.

[Aqui]

Friday, 16 July 2010

Balancing the World Cup 2010 (II): Guest Blog

As part of this mini-series on “balancing the World Cup 2010”, I am pleased to present the article below, by Gor - one of Myweku’s writers, as a guest post kindly contributed exclusively to this blog by Myweku’s editor Nii Thompson:


Just a Jamboree


Last year India shot a billion dollar rocket into space. Many were dismayed by the priorities of the Indian government. The billions spent on the space program could have been better spent on projects to ease poverty and other socio-economic problems on the sub-continent. This year, the irony of big budget event against a backdrop of urgent social discrepancies in Africa played out not once but twice.

Angola is only just emerging from the negative effects of a 3 decade civil war. 60% of her population lives on less than a dollar a day and she is in dire need of schools, electricity, sanitation, water and public health infrastructure. Despite these pressing socio-economic issues, the country forked out $1billion to host the 27th Africa cup of nations in January this year. Most of the money went towards building stadia and hotels.

In South Africa by the time the world cup kicked off, government and FIFA had spent an estimated $6 billion on ‘requirements’ to host the world’s biggest sporting event- $1 billion on new and upgrading old stadia, $8 million on public transport infrastructure, and $ 2billion on security, branding and marketing.

South Africa is classified by the UN as a middle income country; she has abundant supply of resources, a developed financial, communication, energy and transport infrastructure and a vibrant stock exchange market ranked among the world’s top 20. Nonetheless half of the 50 million South Africans live on less than $1.25 a day. She is globally ranked 129 out of 182 countries on the Human Poverty Index (HPI). South Africa also has one of the highest crime rates in the world earning Jo’burg the unenviable title of ‘murder capital of the world.

(…)

Psychologically, this year’s tournament may reverse stereotypes of the Dark Continent, and Africans get to brag that they delivered a world class event. Even so, this tournament has exposed Africa’s general inferiority complex; it is a colonial mentality to go to such great efforts to pull off a ‘party’ yet the same resources could have been deployed towards uplifting living standards of the average South African. Perhaps a Ghana win would have vindicated such wanton spending on a jamboree.


[Full article here]


Related post: O CAN da "nossa" Globalizacao...
As part of this mini-series on “balancing the World Cup 2010”, I am pleased to present the article below, by Gor - one of Myweku’s writers, as a guest post kindly contributed exclusively to this blog by Myweku’s editor Nii Thompson:


Just a Jamboree


Last year India shot a billion dollar rocket into space. Many were dismayed by the priorities of the Indian government. The billions spent on the space program could have been better spent on projects to ease poverty and other socio-economic problems on the sub-continent. This year, the irony of big budget event against a backdrop of urgent social discrepancies in Africa played out not once but twice.

Angola is only just emerging from the negative effects of a 3 decade civil war. 60% of her population lives on less than a dollar a day and she is in dire need of schools, electricity, sanitation, water and public health infrastructure. Despite these pressing socio-economic issues, the country forked out $1billion to host the 27th Africa cup of nations in January this year. Most of the money went towards building stadia and hotels.

In South Africa by the time the world cup kicked off, government and FIFA had spent an estimated $6 billion on ‘requirements’ to host the world’s biggest sporting event- $1 billion on new and upgrading old stadia, $8 million on public transport infrastructure, and $ 2billion on security, branding and marketing.

South Africa is classified by the UN as a middle income country; she has abundant supply of resources, a developed financial, communication, energy and transport infrastructure and a vibrant stock exchange market ranked among the world’s top 20. Nonetheless half of the 50 million South Africans live on less than $1.25 a day. She is globally ranked 129 out of 182 countries on the Human Poverty Index (HPI). South Africa also has one of the highest crime rates in the world earning Jo’burg the unenviable title of ‘murder capital of the world.

(…)

Psychologically, this year’s tournament may reverse stereotypes of the Dark Continent, and Africans get to brag that they delivered a world class event. Even so, this tournament has exposed Africa’s general inferiority complex; it is a colonial mentality to go to such great efforts to pull off a ‘party’ yet the same resources could have been deployed towards uplifting living standards of the average South African. Perhaps a Ghana win would have vindicated such wanton spending on a jamboree.


[Full article here]


Related post: O CAN da "nossa" Globalizacao...

Balancing the World Cup 2010 (I)

The extracts below are part of an article by Dr. Martyn Davies published as a guest post in the Financial Times' blog on the first day of the just ended Football World Cup in South Africa:


The World Cup is a chance to unite a divided country with big ambitions


The FIFA World Cup being held in South Africa that begins today evokes the international honeymoon that our country enjoyed after the first racially inclusive democratic elections that were held in April 1994.

Could we have leveraged the “honeymoon” better? Perhaps. Whilst South Africa has re-integrated into the global community of nations, it has not integrated domestically. Economic divisions between South Africans have never been starker. Our country grapples with providing opportunity for the majority of its citizens. The term developmental state - so often bandied about in government circles - has yet to become a reality providing for its needy and impatient citizens. But nevertheless, we are a leading emerging market economy.
(...)
Being the powerhouse economy of the region, we project ourselves as the springboard for investors into Africa. The World Cup is not only ours but the region’s. The Southern African Development Community - a grouping of 15 states - has a population of over 250 million people. We are bigger than Brazil, bigger than Indonesia. Some of our neighboring countries probably do not deserve the “FIFA dividend” but regardless, we feel we deserve greater global attention, and the World Cup, at least for a month, is giving it to us.
(...)
The only disappointment will be Nelson Mandela’s absence from the World Cup’s opening ceremony due a family bereavement. But at least the memory of Mandela’s leadership takes us back to a time when we believed in the rainbow nation before successive and divisive politicians destroyed that dream for us South Africans. South Africa will never realize its full potential on the global stage if it remains so internally divided. A plea from a patriotic South African to our politicians - please do not undermine the national and racial cohesion that is being brought about by the World Cup to South Africa. Rather, give us an inclusive vision for the country way beyond 2010. The FIFA World Cup has the potential to serve as the catalyst for the revival of our once hoped-for rainbow nation.


[Full article here]


Related post: Just a Jamboree
The extracts below are part of an article by Dr. Martyn Davies published as a guest post in the Financial Times' blog on the first day of the just ended Football World Cup in South Africa:


The World Cup is a chance to unite a divided country with big ambitions


The FIFA World Cup being held in South Africa that begins today evokes the international honeymoon that our country enjoyed after the first racially inclusive democratic elections that were held in April 1994.

Could we have leveraged the “honeymoon” better? Perhaps. Whilst South Africa has re-integrated into the global community of nations, it has not integrated domestically. Economic divisions between South Africans have never been starker. Our country grapples with providing opportunity for the majority of its citizens. The term developmental state - so often bandied about in government circles - has yet to become a reality providing for its needy and impatient citizens. But nevertheless, we are a leading emerging market economy.
(...)
Being the powerhouse economy of the region, we project ourselves as the springboard for investors into Africa. The World Cup is not only ours but the region’s. The Southern African Development Community - a grouping of 15 states - has a population of over 250 million people. We are bigger than Brazil, bigger than Indonesia. Some of our neighboring countries probably do not deserve the “FIFA dividend” but regardless, we feel we deserve greater global attention, and the World Cup, at least for a month, is giving it to us.
(...)
The only disappointment will be Nelson Mandela’s absence from the World Cup’s opening ceremony due a family bereavement. But at least the memory of Mandela’s leadership takes us back to a time when we believed in the rainbow nation before successive and divisive politicians destroyed that dream for us South Africans. South Africa will never realize its full potential on the global stage if it remains so internally divided. A plea from a patriotic South African to our politicians - please do not undermine the national and racial cohesion that is being brought about by the World Cup to South Africa. Rather, give us an inclusive vision for the country way beyond 2010. The FIFA World Cup has the potential to serve as the catalyst for the revival of our once hoped-for rainbow nation.


[Full article here]


Related post: Just a Jamboree

Thursday, 15 July 2010

Just Poetry (xxi)

Eu quero essa mulher


Eu quero essa mulher assim mesmo
Essa mulher assim mesmo eu quero
Eu quero essa mulher assim mesmo

Eu quero essa mulher assim mesmo
Eu quero essa mulher assim mesmo
Essa mulher assim mesmo eu quero
Eu quero essa mulher assim mesmo

Eu quero essa mulher assim mesmo
Baratinada
Eu quero essa mulher assim mesmo
Alucinada
Eu quero essa mulher assim mesmo
Despentiada
Eu quero essa mulher assim mesmo
Escapelada
Eu quero essa mulher assim mesmo
Embriagada
Eu quero essa mulher assim mesmo
Intoxicada
Eu quero essa mulher assim mesmo
Desafinada
Eu quero essa mulher assim mesmo
Disintuada


[Caetano Veloso]

Personagens (IX)

'A Matilha'

ou

"A Quadrilha dos Nos, os bravos do pelotao de herois que ficamos (... tendo embora quase todos, a conta do estado angolano, propriedades, financas e esquemas de saude 'la' fora', ou vivendo nos exilios dourados a sombra das 'nossas embaixadas', enquanto os verdadeiros herois desapareciam ou eram mutilados em combate, ou "sobreviviam" nas ngundas da stateless diaspora...) "


ou

"O Movimento dos Novissimos e Exclusivissimos Donos de Angola e da Angolanidade"

...

Eh pa'!...


[auto-censurado]





LOOK: o meu mundo e' MUITO MAIOR que o piquinininho, mediocre, neo-colonial, xenofobo, esquizofrenico, autofagico, patrioteiro, exclusivista, segregacionista e racista "circulo restrito" que misogina, venal, pornografica, masturbatoria e embriagadamente desenham a volta do vosso umbigo, yah?!

NAO VOS TENHO RESPEITO NENHUM!


"I've learned that people will forget what you said, people will forget what you did, but people will never forget how you made them feel."
(Maya Angelou)


'A Matilha'

ou

"A Quadrilha dos Nos, os bravos do pelotao de herois que ficamos (... tendo embora quase todos, a conta do estado angolano, propriedades, financas e esquemas de saude 'la' fora', ou vivendo nos exilios dourados a sombra das 'nossas embaixadas', enquanto os verdadeiros herois desapareciam ou eram mutilados em combate, ou "sobreviviam" nas ngundas da stateless diaspora...) "


ou

"O Movimento dos Novissimos e Exclusivissimos Donos de Angola e da Angolanidade"

...

Eh pa'!...


[auto-censurado]





LOOK: o meu mundo e' MUITO MAIOR que o piquinininho, mediocre, neo-colonial, xenofobo, esquizofrenico, autofagico, patrioteiro, exclusivista, segregacionista e racista "circulo restrito" que misogina, venal, pornografica, masturbatoria e embriagadamente desenham a volta do vosso umbigo, yah?!

NAO VOS TENHO RESPEITO NENHUM!


"I've learned that people will forget what you said, people will forget what you did, but people will never forget how you made them feel."
(Maya Angelou)


Just Poetry (XVI) [R]*

For many are the pleasant forms which exist in


numerous sins,


and incontinencies,


and disgraceful passions


and fleeting pleasures,


which (men) embrace until they become


sober


and go up to their resting place


And they will find me there,


and they will live


and they will not die again.
[Toni Morrison, introduction to Paradise] 


*[First posted 08/05/10]

"Que educacao andamos a dar aos nossos filhos (?)" [R]*



OU... "MEU CRIME DE LESA-PATRIA"...

OU, DE COMO...

Maes deste kalibre nao andam propriamente pela vida em bicos de pes em saloes de danca, ou a desfilar em passarelles de misses, pelo que nao se precisam 'elegantes'!

(o que quer que isso seja...)

*First posted 13/01/09




OU... "MEU CRIME DE LESA-PATRIA"...

OU, DE COMO...

Maes deste kalibre nao andam propriamente pela vida em bicos de pes em saloes de danca, ou a desfilar em passarelles de misses, pelo que nao se precisam 'elegantes'!

(o que quer que isso seja...)

*First posted 13/01/09


A CAUSE WELL WORTH GETTING TO THE ROOF FOR? [R]*


Any male species in the animal kingdom can mate and sire offspring. But it takes a man to build a society. True manhood lies beyond the belt and engages every extremity of the male human being. Mere maleness confines itself to a small triangular area below.
Wandia Njoya [here]




“Pais Pela Justica”, uma organizacao pelos direitos dos homens ao acesso aos seus filhos no UK, vestidos de “super-herois”, tomaram de assalto este fim de semana o telhado da casa da Vice-Lider do Partido Trabalhista e Ministra para a Igualdade da Mulher, Harriet Harman, tendo-a forcado a abandonar a sua casa…


*[First posted 09/06/08]


Any male species in the animal kingdom can mate and sire offspring. But it takes a man to build a society. True manhood lies beyond the belt and engages every extremity of the male human being. Mere maleness confines itself to a small triangular area below.
Wandia Njoya [
here]




“Pais Pela Justica”, uma organizacao pelos direitos dos homens ao acesso aos seus filhos no UK, vestidos de “super-herois”, tomaram de assalto este fim de semana o telhado da casa da Vice-Lider do Partido Trabalhista e Ministra para a Igualdade da Mulher, Harriet Harman, tendo-a forcado a abandonar a sua casa…


*[First posted 09/06/08]

Dividendos dos "afectos"...

"I remember very early on her explaining that the best judge of whether or not a country is going to develop is how it treats its women. If it's educating its girls, if women have equal rights - that country is going to move forward. But if women are oppressed and abused and illiterate, then they're going to fall behind."

Barack Obama (citing his mother)




Oito mulheres são violadas diariamente em Luanda

Uma média de oito mulheres é violada diariamente em Luanda, segundo responsáveis afectos a Promoção da Mulher.

De acordo com Antónia Ferreira, Directora provincial do MINFAMU, os números apresentados fazem apenas referência às denúncias registadas, existindo casos que não chegam ao conhecimento oficial.

“A impressão que se dá, às vezes, é que os números diminuíram, mas vamos descobrindo daqui, dali que existem muitos casos camuflados em casa” – disse.

A responsável revelou ainda que o número pode ser maior porque “muitas vítimas não denunciam os casos por medo de represália dos familiares ou por ameaças de terceiros”.

“Muita gente ainda está em casa e não tem coragem de dar a cara e vir denunciar” – disse.

Outra questão que preocupa o MINFAMU em Luanda é o caso da falta de assistência aos filhos por parte dos progenitores.

“Os meninos estão aí e não pediram para nascer. Precisam de comer, de vestir, de ir para a escola e o pai, simplesmente, não está nem aí” - frisou.

[Aqui]



Cidadãos estrangeiros acusados de violação de menores na Huila

O Instituto Nacional da Criança na Huila acusa trabalhadores estrangeiros de empresas de construção civil de abusar sexualmente menores a troco de dinheiro e bens materiais.

O Director Provincial do Instituto da Crianças, Abel Chico Joaquim, anunciou para breve a criação de estratégias que visam o combate a exploração sexual de menores.

“Deve-se realizar, no quadro jurídico-legal e constitucional, campanhas de mobilização social, envolvendo todos os sectores da área social ONG’s, Igrejas e da sociedade civil, visando a protecção da criança contra a violência, mormente o abuso sexual e a exploração do trabalho infantil”.

O responsável pediu também o envolvimento de todas as forças vivas para o combate do fenómeno que já se alastra para toda a província.

“Fazer um inquérito de abuso sexual a menores, sua incidência sobre o HIV sida, identificação dos autores e locais de prática, visando orientar de forma prática, concreta e realista, as acções de intervenção na protecção da criança” – acrescentou.

[Aqui]



Violação de menores nos Gambos

A Directora do INAC, Eufrazina Maiato, revelou à RNA que é do conhecimento do Instituto Nacional da Criança, os casos de abusos sexuais que alguns fazendeiros nos Gambos província da Huíla, praticam contra menores, que chegam mesmo a resultar em gravidez.

Eufrazina Maiato que avançou acções disciplinares, diz que as informações disponíveis, dão conta de uma desvalorização das menores por parte dos fazendeiros, comparativamente as suas criações bovinas.

Eufrazina Maiato defendeu para já o enquadramento na futura Lei Constitucional em elaboração de pacotes jurídicos que permitam a produzam leis específicas a favor da criança.

[Aqui]



President Joseph Kabila called today for a "moral revolution" in the Democratic Republic of Congo at ceremonies marking the 50th anniversary of its independence from Belgium. Congolese should put an end to "attacks on human life and dignity" and in particular the widespread rape that has become a feature of the guerrilla conflicts racking the vast nation, he said.

[Here]


"I remember very early on her explaining that the best judge of whether or not a country is going to develop is how it treats its women. If it's educating its girls, if women have equal rights - that country is going to move forward. But if women are oppressed and abused and illiterate, then they're going to fall behind."

Barack Obama (citing his mother)




Oito mulheres são violadas diariamente em Luanda

Uma média de oito mulheres é violada diariamente em Luanda, segundo responsáveis afectos a Promoção da Mulher.

De acordo com Antónia Ferreira, Directora provincial do MINFAMU, os números apresentados fazem apenas referência às denúncias registadas, existindo casos que não chegam ao conhecimento oficial.

“A impressão que se dá, às vezes, é que os números diminuíram, mas vamos descobrindo daqui, dali que existem muitos casos camuflados em casa” – disse.

A responsável revelou ainda que o número pode ser maior porque “muitas vítimas não denunciam os casos por medo de represália dos familiares ou por ameaças de terceiros”.

“Muita gente ainda está em casa e não tem coragem de dar a cara e vir denunciar” – disse.

Outra questão que preocupa o MINFAMU em Luanda é o caso da falta de assistência aos filhos por parte dos progenitores.

“Os meninos estão aí e não pediram para nascer. Precisam de comer, de vestir, de ir para a escola e o pai, simplesmente, não está nem aí” - frisou.

[Aqui]



Cidadãos estrangeiros acusados de violação de menores na Huila

O Instituto Nacional da Criança na Huila acusa trabalhadores estrangeiros de empresas de construção civil de abusar sexualmente menores a troco de dinheiro e bens materiais.

O Director Provincial do Instituto da Crianças, Abel Chico Joaquim, anunciou para breve a criação de estratégias que visam o combate a exploração sexual de menores.

“Deve-se realizar, no quadro jurídico-legal e constitucional, campanhas de mobilização social, envolvendo todos os sectores da área social ONG’s, Igrejas e da sociedade civil, visando a protecção da criança contra a violência, mormente o abuso sexual e a exploração do trabalho infantil”.

O responsável pediu também o envolvimento de todas as forças vivas para o combate do fenómeno que já se alastra para toda a província.

“Fazer um inquérito de abuso sexual a menores, sua incidência sobre o HIV sida, identificação dos autores e locais de prática, visando orientar de forma prática, concreta e realista, as acções de intervenção na protecção da criança” – acrescentou.

[Aqui]



Violação de menores nos Gambos

A Directora do INAC, Eufrazina Maiato, revelou à RNA que é do conhecimento do Instituto Nacional da Criança, os casos de abusos sexuais que alguns fazendeiros nos Gambos província da Huíla, praticam contra menores, que chegam mesmo a resultar em gravidez.

Eufrazina Maiato que avançou acções disciplinares, diz que as informações disponíveis, dão conta de uma desvalorização das menores por parte dos fazendeiros, comparativamente as suas criações bovinas.

Eufrazina Maiato defendeu para já o enquadramento na futura Lei Constitucional em elaboração de pacotes jurídicos que permitam a produzam leis específicas a favor da criança.

[Aqui]



President Joseph Kabila called today for a "moral revolution" in the Democratic Republic of Congo at ceremonies marking the 50th anniversary of its independence from Belgium. Congolese should put an end to "attacks on human life and dignity" and in particular the widespread rape that has become a feature of the guerrilla conflicts racking the vast nation, he said.

[Here]


Tuesday, 13 July 2010

Basil Davidson (R.I.P.)


Basil Davidson, who has died aged 95, was a radical journalist in the
great anti-imperial tradition, and became a distinguished
historian of pre-colonial Africa. An energetic and charismatic figure,
he was dropped behind enemy lines during the second world war and
joined that legendary band of British soldiers who fought with the
partisans in Yugoslavia and in Italy. Years later, he was the first
reporter to travel with the guerrillas fighting the Portuguese in
Angola and Guinea-Bissau, and brought their struggle to the world's
attention.
(...)
Later he threw himself into the reporting of the African liberation
wars in the Portuguese colonies, particularly in Angola, Mozambique,
Cape Verde and Guinea-Bissau. Following in the steps of the great
campaigning journalist Henry Nevinson, who had reported from Angola in
1905, he made an epic journey on foot half a century later that took
him into the liberated areas of eastern Angola with the Popular
Movement for the Liberation of Angola. The MPLA became the government
at independence in 1975 and the epicentre of the cold war struggle in
Africa.



ADENDA

Há intelectuais que, apesar de terem deixado o mundo dos vivos, são o âmago
da polémica entre os vivos. Basil Davidson é o exemplo disso. O jornalista e
historiador britânico morreu na última sexta-feira em Londres, mas já entrou no
centro das discussões da cena política angolana.

O britânico escreveu
alguns trabalhos sobre a guerra de libertação nacional, mas as suas obras estão
longe de serem consensuais.

O MPLA e a UNITA, as duas maiores formações
políticas angolanas, estão a trocar “farpas” sobre o papel do estudioso na luta
contra o colonialismo português.

Basil Davidson, who has died aged 95, was a radical journalist in the
great anti-imperial tradition, and became a distinguished
historian of pre-colonial Africa. An energetic and charismatic figure,
he was dropped behind enemy lines during the second world war and
joined that legendary band of British soldiers who fought with the
partisans in Yugoslavia and in Italy. Years later, he was the first
reporter to travel with the guerrillas fighting the Portuguese in
Angola and Guinea-Bissau, and brought their struggle to the world's
attention.
(...)
Later he threw himself into the reporting of the African liberation
wars in the Portuguese colonies, particularly in Angola, Mozambique,
Cape Verde and Guinea-Bissau. Following in the steps of the great
campaigning journalist Henry Nevinson, who had reported from Angola in
1905, he made an epic journey on foot half a century later that took
him into the liberated areas of eastern Angola with the Popular
Movement for the Liberation of Angola. The MPLA became the government
at independence in 1975 and the epicentre of the cold war struggle in
Africa.



ADENDA

Há intelectuais que, apesar de terem deixado o mundo dos vivos, são o âmago
da polémica entre os vivos. Basil Davidson é o exemplo disso. O jornalista e
historiador britânico morreu na última sexta-feira em Londres, mas já entrou no
centro das discussões da cena política angolana.

O britânico escreveu
alguns trabalhos sobre a guerra de libertação nacional, mas as suas obras estão
longe de serem consensuais.

O MPLA e a UNITA, as duas maiores formações
políticas angolanas, estão a trocar “farpas” sobre o papel do estudioso na luta
contra o colonialismo português.

"Direito de Resposta"

Acabo de receber, de Eugenio Monteiro Ferreira, um comentario a este post que, com a devida venia, aqui transcrevo:

Conterrânea:

Venho por este meio dizer-lhe 3 coisas:

1º é que, suponho que o sabe bem, Eugénio Ferreira (1906-1998), meu Pai, faleceu há alguns anos. Por isso, agradecia- lhe penhoradamente que não confundisse com Eugénio Monteiro Ferreira, eu, autor do artigo a que teve acesso. Por favor, não me leve a mal, mas não confunda os dois pois ele não tem nada a ver com esse artigo .

2º sobre a transcrição que faz do que escrevi, há apenas um pormenor que também lhe agradecia poder acatar, pois tem a ver com a natureza das coisas. Sobre a transição da escravatura para o capitalismo. Tenha paciência: "escravatura na produção" não é o mesmo que transcrever apenas "escravatura", pois muda tudo num texto, como tenho a certeza seguramente uma economista e poetisa sabe.

3º quanto aos comentários feitos, agradeço-os com toda a sinceridade, pois prefiro mil vezes que alguém discorde daquilo que escrevo (certamente não na forma e seja ou não por mim aceite), àquela outra gente, torpe e malabarista, pseudo-silenciosa, que vive ao longo da vida, a procurar pôr em choque cada diferença de opinião que descobre, por vezes para sobreviver na sua cultural preguicite aguda ou na sua mediocridade estrutural.

Na esperança que na nossa terra a democraticidade económica, política, social e cultural, cresça, ao mesmo tempo que os justos sejam cada vez mais fortes e que os fortes sejam mais justos, subscrevo-me

Eugénio Monteiro Ferreira , 12 Julho 2010



Caro conterraneo,

Muito obrigada pelas correccoes que, obviamente, acato. Nao lhe levo nada a mal, bem antes pelo contrario: apenas lhe posso ficar agradecida pelos esclarecimentos que tanto a mim como aos leitores deste blog so' podem enriquecer. E peco-lhe sinceras desculpas pelos equivocos que o meu post possa ter suscitado.

Um abraco no (melhor) entendimento democratico,

K.
Acabo de receber, de Eugenio Monteiro Ferreira, um comentario a este post que, com a devida venia, aqui transcrevo:

Conterrânea:

Venho por este meio dizer-lhe 3 coisas:

1º é que, suponho que o sabe bem, Eugénio Ferreira (1906-1998), meu Pai, faleceu há alguns anos. Por isso, agradecia- lhe penhoradamente que não confundisse com Eugénio Monteiro Ferreira, eu, autor do artigo a que teve acesso. Por favor, não me leve a mal, mas não confunda os dois pois ele não tem nada a ver com esse artigo .

2º sobre a transcrição que faz do que escrevi, há apenas um pormenor que também lhe agradecia poder acatar, pois tem a ver com a natureza das coisas. Sobre a transição da escravatura para o capitalismo. Tenha paciência: "escravatura na produção" não é o mesmo que transcrever apenas "escravatura", pois muda tudo num texto, como tenho a certeza seguramente uma economista e poetisa sabe.

3º quanto aos comentários feitos, agradeço-os com toda a sinceridade, pois prefiro mil vezes que alguém discorde daquilo que escrevo (certamente não na forma e seja ou não por mim aceite), àquela outra gente, torpe e malabarista, pseudo-silenciosa, que vive ao longo da vida, a procurar pôr em choque cada diferença de opinião que descobre, por vezes para sobreviver na sua cultural preguicite aguda ou na sua mediocridade estrutural.

Na esperança que na nossa terra a democraticidade económica, política, social e cultural, cresça, ao mesmo tempo que os justos sejam cada vez mais fortes e que os fortes sejam mais justos, subscrevo-me

Eugénio Monteiro Ferreira , 12 Julho 2010



Caro conterraneo,

Muito obrigada pelas correccoes que, obviamente, acato. Nao lhe levo nada a mal, bem antes pelo contrario: apenas lhe posso ficar agradecida pelos esclarecimentos que tanto a mim como aos leitores deste blog so' podem enriquecer. E peco-lhe sinceras desculpas pelos equivocos que o meu post possa ter suscitado.

Um abraco no (melhor) entendimento democratico,

K.

Monday, 12 July 2010

JUST POETRY (XX)

MÚSICA SANGUÍNEA

No cimo do tambor
continuar brincando, queria,
mas não.
Cantar o belo,
mas as mãos, os olhos, a carne?
(...)
ter olhos passando tempo
pelo imediato,
eu passo
por aqui, sempre
(como não encontro o infinito)
a angústia no caso
que não há.
Como romper, rasgar
para essa lua entrar,
que luz?
Aonde o sol
e o tempo para soltar a voz,
a fórmula do amar
à força de estar, quem entende?
Oh, discreto riso,
suave tristeza,
olho molhado, olhando-se,
amor fardado (falhado?)
o que será dessa
música sanguínea?



DESAFIO

De sangue na ponta
(da) lança desafio a palavra
jorrada do colo tão nosso,
tranzido.

Trata-se apenas
de a encontrar
neste saco placentário
em frase
e a voz para a dizer
pelo furacão em transe

cumprindo o tempo
do poema parido assim
em desespero
quando de paz se quer
alado, se desfaz
como suspiro na boca
ao lado.



CANTO DOS OLHOS

Olhamos para os cantos
buscando um espaço
anunciado tempo de sonho
em espiral
no percurso das veias
já corroídas pelo vazio,
raíz da loucura
se não preenchido a tempo.
É nosso o mais precário pedaço
esfriado algures no lado
cálido do ser
fonte em cristal,
onde por vezes um grito nasce
espirrando vagos temores
e logo perece amordaçado
entre os dentes,
revolta?
Uma vontade grande
de ter respostas
ignoradas pela água
se as perguntas vêm da carne,
o caos se instala em cada célula
ameaça desmoronar o castelo
sonhado real na língua do mar,
deixando-nos na palma da mão
um lamento
se na transparência da lágrima
nenhum caminho acontece.


[A.S. in S.O.S.]
MÚSICA SANGUÍNEA

No cimo do tambor
continuar brincando, queria,
mas não.
Cantar o belo,
mas as mãos, os olhos, a carne?
(...)
ter olhos passando tempo
pelo imediato,
eu passo
por aqui, sempre
(como não encontro o infinito)
a angústia no caso
que não há.
Como romper, rasgar
para essa lua entrar,
que luz?
Aonde o sol
e o tempo para soltar a voz,
a fórmula do amar
à força de estar, quem entende?
Oh, discreto riso,
suave tristeza,
olho molhado, olhando-se,
amor fardado (falhado?)
o que será dessa
música sanguínea?



DESAFIO

De sangue na ponta
(da) lança desafio a palavra
jorrada do colo tão nosso,
tranzido.

Trata-se apenas
de a encontrar
neste saco placentário
em frase
e a voz para a dizer
pelo furacão em transe

cumprindo o tempo
do poema parido assim
em desespero
quando de paz se quer
alado, se desfaz
como suspiro na boca
ao lado.



CANTO DOS OLHOS

Olhamos para os cantos
buscando um espaço
anunciado tempo de sonho
em espiral
no percurso das veias
já corroídas pelo vazio,
raíz da loucura
se não preenchido a tempo.
É nosso o mais precário pedaço
esfriado algures no lado
cálido do ser
fonte em cristal,
onde por vezes um grito nasce
espirrando vagos temores
e logo perece amordaçado
entre os dentes,
revolta?
Uma vontade grande
de ter respostas
ignoradas pela água
se as perguntas vêm da carne,
o caos se instala em cada célula
ameaça desmoronar o castelo
sonhado real na língua do mar,
deixando-nos na palma da mão
um lamento
se na transparência da lágrima
nenhum caminho acontece.


[A.S. in
S.O.S.]

Sunday, 11 July 2010

CICLOS


Estou no meu ciclo menstrual.
Mas este e’, a todos os titulos, um statement out of order (!) num espaco como este (e ainda por cima num post supostamente dedicado ao futebol... mas, supostamente tambem, os homens hoje so' teem tempo e olhos para a final do Mundial e caso alguem leia isto hoje, chances are: e' mulher). Sim, ha’ espacos em que ‘as mulheres nao e’ permitido (ou pelo menos a algumas delas - pois noutras, geralmente bem identificadas, em particular pela cor da pele, isso e' considerado sinal de "maturidade"...) falar do seu corpo ou expressar de algum modo a sua sexualidade, e muito menos falar dela – e’ taboo e ponto final.

Se quiser preservar a sua sanidade mental e nao abrir qualquer espaco a avancos ou ataques sexuais de todas as ordens e direccoes, uma mulher nao pode existir na sua plenitude, mesmo que o faca com a maior das decencias e recatos (na verdade, na minha experiencia, as vezes ate’ da’ a impressao de que nem e’ preciso tanto para atrair tais ataques: basta ousar existir)!

Porque, aparentemente, isso desperta as sexualidades reprimidas de outro/as e "castra" a sua capacidade de comunicacao normal como seres humanos: seres com corpo, coracao, alma e cerebro – nao apenas corpo. Parece intimida-los e "castra-los" ao ponto de os tornar "animais irracionais", i.e. capazes de "comunicar" apenas atraves da "(i)logica do sexo" (mormente atraves da pornografia) e como, nas circunstancias, tal (i)logica apenas pode levar a frustracao... da frustracao a agressao, ao odio, a calunia e a difamacao nao vai sequer um ciclo!) - ou seja, torna-los incapazes de comunicar. Ponto final.

Mas, meu Deus, tanta conversa a proposito de um statement que se pretendia apenas isso: um statement introdutorio ao tema ciclos! E' verdade... mas sempre farei mais este statement: a minha sexualidade e' tao naturalmente liberta, quanto conscientemente controlada - mas por mim e por mim apenas; o meu corpo (gordo ou nao!) e' tao sexualmente funcional, quanto e' meu e meu apenas. Nao autorizo, nunca autorizei, ninguem (e muito menos aos pares, bandos ou magotes!!!) a sobre eles tomar quaisquer liberdades indevidas. E agora sim, e' ponto final.

Passemos entao aos ciclos de que realmente queria hoje falar:

Onze Contos de Futebol
Sex, Lies & Stereotypes - Perspectives of a Mad Economist

Dois titulos, dois ciclos.

Com Camilo Jose' Cela e os seus Onze Contos de Futebol (da coleccao Pequenos Prazeres das Edicoes ASA, 1994), fechei o meu "ciclo lusofono" ha' precisamente 15 anos e dois dias (Cela - Galego nascido em 1916, Nobel da Literatura em 1989 e falecido no principio do ano de "todas as minhas mortes", 2002 - gostaria desse preciosismo...). Fecheio-o em convulsao, ao fim de varios ciclos de silencios, surdezes prenhes de interrogacoes, falas mudas, olhares cegos, fechamentos e descomunicacoes: um subito perder de sentidos - na mesma lingua.*

Com Sex, Lies & Stereotypes - Perspectives of a Mad Economist (editado pela primeira vez igualmente no ano de 1994) iniciei, pouco tempo depois, o meu ciclo anglofono. Iniciei-o em gestacao: de varios ciclos de descobertas, vozes, dialogos, aberturas e comunicacoes: um lento recobrar de sentidos - em outra lingua.

Esses dois titulos aparecem aqui hoje, creio que para assinalar o inicio de um novo ciclo, que ainda nao se me apresentou muito bem, mas que, seguramente, envolve uma ruptura - a algum nivel e de alguma ordem - com a reabertura do meu "ciclo lusofono", encetada com a criacao deste blog ha' 3 anos e cerca de 7 meses: de novo por silencios, surdezes prenhes de interrogacoes, falas mudas, olhares cegos, fechamentos e descomunicacoes - na mesma lingua (Cela epigrafa o conto que - no Calhamaco Terceiro dos Onze Contos, entitulado O Potro - se segue a Alta Escola, o Holocausto, com esta citacao que ele atribui a Voltaire: Sou muito amante da verdade, mas em caso nenhum do martirio. E eu li hoje algures alguem conhecido dizer que "cair duas vezes no mesmo buraco e' sinal de burrice e eu juro-vos que nao sou burro." Pois eu tambem nao!...).

Mas enquanto o novo ciclo nao se me apresenta como deve, reabro, ao fim de 15 anos e dois dias, os pequenos prazeres de Cela, para trazer aqui um pouco daquele dos onze contos (Alta Escola - que, quanto a mim, e' uma obra prima do nonsense ) que mais prazer me deu ler e dar a ler antes de perder os sentidos em Lisboa. Gostaria de o dar a ler hoje a todas as equipas Africanas participantes no Mundial de Futebol 2010, cujo ciclo hoje encerra na Africa do Sul. Embora estejam todas de parabens por pelo menos se terem qualificado para participar - e aqui uma mencao muito especial aos Black Stars do Ghana por terem conseguido chegar tao longe no campeonato - julgo que teriam muito a aprender com Gainsborough XXI...

[Aqui]


*[E abro aqui um (longo) parentesis para notar, porque nao e' demais faze-lo dadas as proporcoes e ramificacoes que ela atingiu, que toda esta campanha me foi (ou tem sido) movida por um pequeno grupo de "jornalistas", dos quais apenas um (este) pode dizer que alguma vez "me conheceu" e comigo "comunicou" - embora, diga-se de passagem, muito parcial e superficialmente, porque afinal so' tinha "uma coisa na cabeca" em relacao a mim...! -, sendo que os outros, uns "cruzaram-se" comigo na agencia ha' cerca de 30 anos, mas eram tao "timidos" que nunca sequer tentaram "comunicar" comigo, e outros nem sequer podem dizer que alguma vez me tenham conhecido, ainda que superficialmente... Resultado, dou-me conta agora, atraves dessa tal campanha, de que afinal andaram todos esses anos a remoer recalcamentos e a acumular "curiosidades", fantasias, ciumes e frustracoes em relacao a mim (sendo que a maior de todas elas parece ter sido o facto de eu ter conseguido dar a minha vida um rumo muito distinto do da vida deles, que agora sao taxados por algu(ma)ns de "bebados ou bufos"...), que finalmente conseguiram agora "libertar" (e espero bem que definitivamente! e espero melhor ainda que as suas "elegantes" mulheres velem melhor por isso...) atraves da (cobardemente encapotada!) agressao, sob a forma de insultos, difamacoes e inuendos de natureza sexual e sexista, entre outras irracionalidades e virulencias machistas!...]
E QUE VIVA A ESPAÑA!



Estou no meu ciclo menstrual.
Mas este e’, a todos os titulos, um statement out of order (!) num espaco como este (e ainda por cima num post supostamente dedicado ao futebol... mas, supostamente tambem, os homens hoje so' teem tempo e olhos para a final do Mundial e caso alguem leia isto hoje, chances are: e' mulher). Sim, ha’ espacos em que ‘as mulheres nao e’ permitido (ou pelo menos a algumas delas - pois noutras, geralmente bem identificadas, em particular pela cor da pele, isso e' considerado sinal de "maturidade"...) falar do seu corpo ou expressar de algum modo a sua sexualidade, e muito menos falar dela – e’ taboo e ponto final.

Se quiser preservar a sua sanidade mental e nao abrir qualquer espaco a avancos ou ataques sexuais de todas as ordens e direccoes, uma mulher nao pode existir na sua plenitude, mesmo que o faca com a maior das decencias e recatos (na verdade, na minha experiencia, as vezes ate’ da’ a impressao de que nem e’ preciso tanto para atrair tais ataques: basta ousar existir)!

Porque, aparentemente, isso desperta as sexualidades reprimidas de outro/as e "castra" a sua capacidade de comunicacao normal como seres humanos: seres com corpo, coracao, alma e cerebro – nao apenas corpo. Parece intimida-los e "castra-los" ao ponto de os tornar "animais irracionais", i.e. capazes de "comunicar" apenas atraves da "(i)logica do sexo" (mormente atraves da pornografia) e como, nas circunstancias, tal (i)logica apenas pode levar a frustracao... da frustracao a agressao, ao odio, a calunia e a difamacao nao vai sequer um ciclo!) - ou seja, torna-los incapazes de comunicar. Ponto final.

Mas, meu Deus, tanta conversa a proposito de um statement que se pretendia apenas isso: um statement introdutorio ao tema ciclos! E' verdade... mas sempre farei mais este statement: a minha sexualidade e' tao naturalmente liberta, quanto conscientemente controlada - mas por mim e por mim apenas; o meu corpo (gordo ou nao!) e' tao sexualmente funcional, quanto e' meu e meu apenas. Nao autorizo, nunca autorizei, ninguem (e muito menos aos pares, bandos ou magotes!!!) a sobre eles tomar quaisquer liberdades indevidas. E agora sim, e' ponto final.

Passemos entao aos ciclos de que realmente queria hoje falar:

Onze Contos de Futebol
Sex, Lies & Stereotypes - Perspectives of a Mad Economist

Dois titulos, dois ciclos.

Com Camilo Jose' Cela e os seus Onze Contos de Futebol (da coleccao Pequenos Prazeres das Edicoes ASA, 1994), fechei o meu "ciclo lusofono" ha' precisamente 15 anos e dois dias (Cela - Galego nascido em 1916, Nobel da Literatura em 1989 e falecido no principio do ano de "todas as minhas mortes", 2002 - gostaria desse preciosismo...). Fecheio-o em convulsao, ao fim de varios ciclos de silencios, surdezes prenhes de interrogacoes, falas mudas, olhares cegos, fechamentos e descomunicacoes: um subito perder de sentidos - na mesma lingua.*

Com Sex, Lies & Stereotypes - Perspectives of a Mad Economist (editado pela primeira vez igualmente no ano de 1994) iniciei, pouco tempo depois, o meu ciclo anglofono. Iniciei-o em gestacao: de varios ciclos de descobertas, vozes, dialogos, aberturas e comunicacoes: um lento recobrar de sentidos - em outra lingua.

Esses dois titulos aparecem aqui hoje, creio que para assinalar o inicio de um novo ciclo, que ainda nao se me apresentou muito bem, mas que, seguramente, envolve uma ruptura - a algum nivel e de alguma ordem - com a reabertura do meu "ciclo lusofono", encetada com a criacao deste blog ha' 3 anos e cerca de 7 meses: de novo por silencios, surdezes prenhes de interrogacoes, falas mudas, olhares cegos, fechamentos e descomunicacoes - na mesma lingua (Cela epigrafa o conto que - no Calhamaco Terceiro dos Onze Contos, entitulado O Potro - se segue a Alta Escola, o Holocausto, com esta citacao que ele atribui a Voltaire: Sou muito amante da verdade, mas em caso nenhum do martirio. E eu li hoje algures alguem conhecido dizer que "cair duas vezes no mesmo buraco e' sinal de burrice e eu juro-vos que nao sou burro." Pois eu tambem nao!...).

Mas enquanto o novo ciclo nao se me apresenta como deve, reabro, ao fim de 15 anos e dois dias, os pequenos prazeres de Cela, para trazer aqui um pouco daquele dos onze contos (Alta Escola - que, quanto a mim, e' uma obra prima do nonsense ) que mais prazer me deu ler e dar a ler antes de perder os sentidos em Lisboa. Gostaria de o dar a ler hoje a todas as equipas Africanas participantes no Mundial de Futebol 2010, cujo ciclo hoje encerra na Africa do Sul. Embora estejam todas de parabens por pelo menos se terem qualificado para participar - e aqui uma mencao muito especial aos Black Stars do Ghana por terem conseguido chegar tao longe no campeonato - julgo que teriam muito a aprender com Gainsborough XXI...

[Aqui]


*[E abro aqui um (longo) parentesis para notar, porque nao e' demais faze-lo dadas as proporcoes e ramificacoes que ela atingiu, que toda esta campanha me foi (ou tem sido) movida por um pequeno grupo de "jornalistas", dos quais apenas um (este) pode dizer que alguma vez "me conheceu" e comigo "comunicou" - embora, diga-se de passagem, muito parcial e superficialmente, porque afinal so' tinha "uma coisa na cabeca" em relacao a mim...! -, sendo que os outros, uns "cruzaram-se" comigo na agencia ha' cerca de 30 anos, mas eram tao "timidos" que nunca sequer tentaram "comunicar" comigo, e outros nem sequer podem dizer que alguma vez me tenham conhecido, ainda que superficialmente... Resultado, dou-me conta agora, atraves dessa tal campanha, de que afinal andaram todos esses anos a remoer recalcamentos e a acumular "curiosidades", fantasias, ciumes e frustracoes em relacao a mim (sendo que a maior de todas elas parece ter sido o facto de eu ter conseguido dar a minha vida um rumo muito distinto do da vida deles, que agora sao taxados por algu(ma)ns de "bebados ou bufos"...), que finalmente conseguiram agora "libertar" (e espero bem que definitivamente! e espero melhor ainda que as suas "elegantes" mulheres velem melhor por isso...) atraves da (cobardemente encapotada!) agressao, sob a forma de insultos, difamacoes e inuendos de natureza sexual e sexista, entre outras irracionalidades e virulencias machistas!...]
E QUE VIVA A ESPAÑA!


Monday, 5 July 2010

REVISITANDO "QUESTOES DE GENERO"



Ou... “A Economia do Bolso Vazio”


Talvez nao seja exagerado afirmar que a Economia e’, entre todas, a disciplina mais “popular”, chegando mesmo a ser “popularucha” em algumas circunstancias. E e’ popular tanto no sentido positivo, como no negativo: os economistas podem ser, simultaneamente, os mais reverenciados e os mais vilipendiados dos profissionais - fundamentalmente porque a Economia tende a funcionar em ciclos de expansao/crescimento e recessao/depressao (e, by the way, essa e' uma das razoes pelas quais a macroeconomia - especialidade que se destina precisamente a gerir, controlar e suavizar esses ciclos - dificilmente pode ser considerada "a prova de balas"...) e, com eles, tende a subir e a descer a credibilidade e a reputacao dos economistas. Veja-se, a titulo de exemplo, o caso emblematico do ciclo de ascensao-queda-ascensao, certamente nao por acaso, do proprio pai da macroeconomia moderna... John Maynard Keynes!

E se essa tendencia e' verdadeira para a generalidade dos economistas, e'-o mais ainda para as economistas mulheres. Desde logo porque se trata de uma male-dominated profession: basta comparar-se o numero de mulheres economistas que atingem alguma projeccao e notoriedade, tanto profissional como academica, com o correspondente numero de homens... Algo que, no quadro mais geral das "questoes de genero", tem origem na "orientacao", socialmente estabelecida, da "vocacao natural" das mulheres: primariamente parir e criar os filhos e cuidar da casa e da familia e, secundariamente, obter uma formacao escolar basica ou media e, neste caso, preferencialmente direccionada para aquelas areas do conhecimento ou profissoes ditas tradicionalmente mais adequadas a mulher, tais como o ensino, as letras, as artes, a medicina, a sociologia, ou a advocacia - areas, portanto, que dispensam um estudo mais intensivo das matematicas e de outros metodos quantitativos (veja-se o papel que esta questao jogou nas razoes da manifestacao do June 16, 1976), tendendo assim a afastar as mulheres de disciplinas como a economia, a engenharia, ou a geofisica, por exemplo.

E, tratando-se de male-dominated professions numa male-dominated society, aquelas, relativamente poucas, mulheres que a estas ultimas disciplinas se dedicam, nao raro teem de enfrentar professores como o que menciono aqui e, depois, colegas de profissao - quantas vezes com niveis academicos e experiencia profissional inferiores aos seus... - e uma sociedade que tendem a olhar e a falar para elas "de cima para baixo" ou que as consideram "lunaticas", ou "infiltradas em reunioes de peritos" com "falsos diplomas" (!), quando nao a tentarem sabotar "by all means necessary" os seus esforcos para terem tambem uma palavra a dizer num campo (do)minado por homens e que, no caso particular da economia, afecta a vida de todos e, obviamente, as suas proprias vidas - e isto so' para mencionar as "questoes de genero", esquecendo as de raca e/ou etnia...!

Vem tudo isto a proposito deste artigo do director do Jornal de Angola, Jose' Ribeiro, entitulado "A Economia de Bolso". Lendo-o para la' da frase inicial ("Uma palavra, ainda que superficial, sobre economia é para especialistas"...) e do primeiro paragrafo, fica-se com a sensacao - especialmente perante frases como "As circunstâncias da vida fizeram dos angolanos economistas atentos e audazes" - de que todos os problemas da economia angolana estao identificados, diagnosticados, prognosticados e resolvidos, ou em vias disso. Se assim e', so' nos podemos todos regozijar e nao serei eu que (especialmente depois de ter passado por tudo isto...) me atreverei a levantar um dedo, ou a bater uma tecla em contrario... Mas, dele nao pude deixar de ponderar esta frase: "cada angolana sabe do que precisa e de quanto precisa para viver com dignidade, mesmo sem tirar cursos superiores de economia, finanças ou gestão."

Embora seja perfeitamente compreensivel no contexto em que aparece (um artigo sobre economia), nao deixa de ser curioso observar que o mesmo raciocinio nao seja aplicado, em geral, noutros contextos e profissoes, e.g.: "qualquer angolana sabe como tratar da saude dos seus filhos sem precisar de ser medica ou pediatra" (afinal como e' que as maes do interior rural sempre trataram da saude dos seus filhos?), ou "qualquer angolana sabe quando e' que esta' envolvida num relacionamento - familiar, conjugal ou simplesmente amistoso - doentio e emocionalmente destrutivo, sem precisar de ser psicologa ou psiquiatra", ou ainda "qualquer angolana sabe quando e' que esta' a ser vitima de discriminacao social, etnica e/ou racial pura e dura, sem precisar de ser psicanalista, sociologa, etnologa ou antropologa", ou, no limite, "qualquer angolana que saiba ler, sabe avaliar um livro, sem precisar de ser critica literaria ou doutorada em letras", ou "qualquer angolana sabe dancar, sem precisar de ser bailarina profissional"! E nao deixa de ser igualmente notavel (e nao sei se, com todo o respeito que lhe e' devido, se deva atribuir esse facto ao artigo ser sobre "a economia de bolso"...) que o unico "verdadeiro perito em materia economica" citado aconteca ser um nao-economista.

Ora, o que e' que tudo isso tem a ver com as "questoes de genero" acima referidas? Obviamente, a relegacao da mulher e das suas capacidades cognitivas e intelectuais aos "assuntos domesticos" (um exemplo paradigmatico disso e' que na antiga Escola Comercial de Luanda, as mulheres eram especificamente direccionadas para uma disciplina designada "economia domestica"... outro, e' o do azulejozinho 'a entrada de muitos lares pintado com a frase: "em casa manda ela e nela mando eu!"). Mas, mais do que isso, a reducao da Ciencia Economica (que, impoe-se sublinha-lo, tem as suas raizes mais profundas na Filosofia: note-se como uma das suas obras pioneiras, pelo filosofo moral Adam Smith, que, com "Um Inquerito as Origens e Causas da Riqueza das Nacoes", produziu a primeira obra magna da moderna ciencia economica, se entitulava "A Teoria dos Sentimentos Morais"; ou como o grande economista do "anti-capitalismo", Karl Marx, autor dessa outra obra magna da ciencia economica, "Das Kapital", desenvolveu uma boa parte da sua obra em parceria com um filosofo, Friedrich Engels, em cuja obra pioneira "A Origem da Familia, da Propriedade Privada e do Estado" se inspirou... Sendo que, entre esses dois polos, a evolucao da Historia do Pensamento Economico e da sua inter-ligacao com a Filosofia, pode ser tracada atraves deste resumo) a "fazer contas"... A este respeito, aquando da minha ultima estada em Luanda, vi-me forcada a urgir um amigo, ex-colega de estudos de economia, a "nao confundir economistas com contabilistas" (e fi-lo sem qualquer desprimor para os contabilistas, uma vez que, para alem da contabilidade que tive que estudar como parte do curso de economia, fiz tambem um curso profissional de contabilidade e trabalhei como contabilista em Portugal - e... sabia que Fernando Pessoa foi contabilista?!): a estes cabe fazer (e bem!) as contas de "deve e haver"; aos economistas, nao estando isentos da obrigacao de saber fazer (e melhor!) essas mesmas contas, cabe fundamentalmente saber identificar e equacionar os problemas e formular solucoes adequadas para eles.

Assim, nao deixando de reconhecer a importancia do papel da mulher (angolana ou nao) na gestao dos recursos domesticos - alias, tenho para mim que a mulher e', ou pode ser, senao uma economista, uma "gestora nata" (*) -, nao me parece correcto, nem justo, reduzir tanto a sua capacidade, como a ciencia economica a apenas isso. Senao vejamos: uma mulher identifica x como sendo o que precisa para viver com dignidade. Acontece, porem, que o seu rendimento proprio e' apenas x-10 e o do marido, se o tiver, so' cobre o gap orcamental domestico ate' x-5. Claro que ela vai ter que "se virar" (no mercado "Ajuda Marido", por exemplo) para arranjar os outros 5 (ou os 10, se nao tiver marido), ou "apertar o cinto" para sobreviver, mais os seus filhos quando os tem, sem eles - logo, ve-se impossibilitada, por mais "contas que deite a vida" ou "voltas que de ao bolso do seu marido", de viver com dignidade.

Qual, entao, o papel da/o economista ai? Identificar as razoes (nomeadamente micro e macro-economicas) pelas quais aquela mulher so' tem um rendimento de x-10, ou seja, "abaixo da linha de dignidade" (ou, se se preferir, da "linha de pobreza") e formular adequadas e equilibradas "medidas de politica economica" que lhe permitam elevar o seu rendimento a x, sem que ela tenha que perder a "pouca dignidade que lhe resta"... E essas medidas podem passar por uma redistribuicao do rendimento nacional que a torne beneficiaria de subsidios, ou livre de obrigacoes tributarias (nomeadamente impostos), por forma a cobrir o seu deficit orcamental domestico; ou, atraves de uma adequada dotacao orcamental para o sector da educacao, por exemplo, pela promocao do nivel educacional daquela mulher, de maneira a que ela possa exercer uma profissao - que pode bem ser a de economista - que lhe garanta, no minimo, aquele x para viver com dignidade. (**)

E, assim, aquela mulher/cidada angolana estaria em condicoes de subscrever, plenamente dignificada e satisfeita, nao apenas expectante ou reluctante, esta afirmacao do Man Ribas: "Mais importante do que o “deve e haver” ou a frieza dos números virados para os lucros, é cada cidadão sentir que pela força do seu trabalho está a produzir o que come ou ganha, que tem um salário digno que lhe permite comprar tudo o que precisa para sustentar a família."


(*) A este proposito citaria Barack Obama, numa entrevista conjunta com a sua esposa Michelle a revista londrina "Easy Living", em Fevereiro ultimo (e sugeriria que se o ponderasse em referencia cruzada com o ponto 8. deste post): In the last several election cycles, there has been a much stronger tendency for women to vote around bread and butter issues. It has to do with the fact that they're the ones balancing the budgets and trying to figure out how to make enough money - keep food on the table. One of the things that Michelle and I always talk about is that I have no idea how to buy clothes for my girls. I don't know what they cost. And that's probably not untypical. So that's something that Michelle has to think about and budget for. What that means, then, is that the issues of the economy are ones that women are going to particularly feel and be concerned about.

(**) Claro que se pode argumentar que "qualquer pessoa e' capaz de chegar a essas conclusoes e propor tais medidas". Mas o faktor k nessa ekuacao chama-se ekilibrio geral: como, quando e quanto creditar em subsidios e outras transferencias, ou debitar em impostos e outras deducoes a sociedade (e a quem na sociedade!) para implementar aquelas medidas, mantendo as outras variaveis micro e macro-economicas em equilibrio e, acima de tudo, sem endividar desnecessaria e irresponsavelmente o pais no curto/medio prazo com custos inter-geracionais insuportaveis, tanto em termos financeiros como de recursos naturais e de kapital humano qualificado, no longo prazo. E e' para essas, entre outras "contas de deve e haver" (sendo que estas nao sao destinadas a obter lucros privados...), que os economistas estudam - nisso consiste a sua especificidade e especialidade neste particular contexto.



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Ou... “A Economia do Bolso Vazio”


Talvez nao seja exagerado afirmar que a Economia e’, entre todas, a disciplina mais “popular”, chegando mesmo a ser “popularucha” em algumas circunstancias. E e’ popular tanto no sentido positivo, como no negativo: os economistas podem ser, simultaneamente, os mais reverenciados e os mais vilipendiados dos profissionais - fundamentalmente porque a Economia tende a funcionar em ciclos de expansao/crescimento e recessao/depressao (e, by the way, essa e' uma das razoes pelas quais a macroeconomia - especialidade que se destina precisamente a gerir, controlar e suavizar esses ciclos - dificilmente pode ser considerada "a prova de balas"...) e, com eles, tende a subir e a descer a credibilidade e a reputacao dos economistas. Veja-se, a titulo de exemplo, o caso emblematico do ciclo de ascensao-queda-ascensao, certamente nao por acaso, do proprio pai da macroeconomia moderna... John Maynard Keynes!

E se essa tendencia e' verdadeira para a generalidade dos economistas, e'-o mais ainda para as economistas mulheres. Desde logo porque se trata de uma male-dominated profession: basta comparar-se o numero de mulheres economistas que atingem alguma projeccao e notoriedade, tanto profissional como academica, com o correspondente numero de homens... Algo que, no quadro mais geral das "questoes de genero", tem origem na "orientacao", socialmente estabelecida, da "vocacao natural" das mulheres: primariamente parir e criar os filhos e cuidar da casa e da familia e, secundariamente, obter uma formacao escolar basica ou media e, neste caso, preferencialmente direccionada para aquelas areas do conhecimento ou profissoes ditas tradicionalmente mais adequadas a mulher, tais como o ensino, as letras, as artes, a medicina, a sociologia, ou a advocacia - areas, portanto, que dispensam um estudo mais intensivo das matematicas e de outros metodos quantitativos (veja-se o papel que esta questao jogou nas razoes da manifestacao do June 16, 1976), tendendo assim a afastar as mulheres de disciplinas como a economia, a engenharia, ou a geofisica, por exemplo.

E, tratando-se de male-dominated professions numa male-dominated society, aquelas, relativamente poucas, mulheres que a estas ultimas disciplinas se dedicam, nao raro teem de enfrentar professores como o que menciono aqui e, depois, colegas de profissao - quantas vezes com niveis academicos e experiencia profissional inferiores aos seus... - e uma sociedade que tendem a olhar e a falar para elas "de cima para baixo" ou que as consideram "lunaticas", ou "infiltradas em reunioes de peritos" com "falsos diplomas" (!), quando nao a tentarem sabotar "by all means necessary" os seus esforcos para terem tambem uma palavra a dizer num campo (do)minado por homens e que, no caso particular da economia, afecta a vida de todos e, obviamente, as suas proprias vidas - e isto so' para mencionar as "questoes de genero", esquecendo as de raca e/ou etnia...!

Vem tudo isto a proposito deste artigo do director do Jornal de Angola, Jose' Ribeiro, entitulado "A Economia de Bolso". Lendo-o para la' da frase inicial ("Uma palavra, ainda que superficial, sobre economia é para especialistas"...) e do primeiro paragrafo, fica-se com a sensacao - especialmente perante frases como "As circunstâncias da vida fizeram dos angolanos economistas atentos e audazes" - de que todos os problemas da economia angolana estao identificados, diagnosticados, prognosticados e resolvidos, ou em vias disso. Se assim e', so' nos podemos todos regozijar e nao serei eu que (especialmente depois de ter passado por tudo isto...) me atreverei a levantar um dedo, ou a bater uma tecla em contrario... Mas, dele nao pude deixar de ponderar esta frase: "cada angolana sabe do que precisa e de quanto precisa para viver com dignidade, mesmo sem tirar cursos superiores de economia, finanças ou gestão."

Embora seja perfeitamente compreensivel no contexto em que aparece (um artigo sobre economia), nao deixa de ser curioso observar que o mesmo raciocinio nao seja aplicado, em geral, noutros contextos e profissoes, e.g.: "qualquer angolana sabe como tratar da saude dos seus filhos sem precisar de ser medica ou pediatra" (afinal como e' que as maes do interior rural sempre trataram da saude dos seus filhos?), ou "qualquer angolana sabe quando e' que esta' envolvida num relacionamento - familiar, conjugal ou simplesmente amistoso - doentio e emocionalmente destrutivo, sem precisar de ser psicologa ou psiquiatra", ou ainda "qualquer angolana sabe quando e' que esta' a ser vitima de discriminacao social, etnica e/ou racial pura e dura, sem precisar de ser psicanalista, sociologa, etnologa ou antropologa", ou, no limite, "qualquer angolana que saiba ler, sabe avaliar um livro, sem precisar de ser critica literaria ou doutorada em letras", ou "qualquer angolana sabe dancar, sem precisar de ser bailarina profissional"! E nao deixa de ser igualmente notavel (e nao sei se, com todo o respeito que lhe e' devido, se deva atribuir esse facto ao artigo ser sobre "a economia de bolso"...) que o unico "verdadeiro perito em materia economica" citado aconteca ser um nao-economista.

Ora, o que e' que tudo isso tem a ver com as "questoes de genero" acima referidas? Obviamente, a relegacao da mulher e das suas capacidades cognitivas e intelectuais aos "assuntos domesticos" (um exemplo paradigmatico disso e' que na antiga Escola Comercial de Luanda, as mulheres eram especificamente direccionadas para uma disciplina designada "economia domestica"... outro, e' o do azulejozinho 'a entrada de muitos lares pintado com a frase: "em casa manda ela e nela mando eu!"). Mas, mais do que isso, a reducao da Ciencia Economica (que, impoe-se sublinha-lo, tem as suas raizes mais profundas na Filosofia: note-se como uma das suas obras pioneiras, pelo filosofo moral Adam Smith, que, com "Um Inquerito as Origens e Causas da Riqueza das Nacoes", produziu a primeira obra magna da moderna ciencia economica, se entitulava "A Teoria dos Sentimentos Morais"; ou como o grande economista do "anti-capitalismo", Karl Marx, autor dessa outra obra magna da ciencia economica, "Das Kapital", desenvolveu uma boa parte da sua obra em parceria com um filosofo, Friedrich Engels, em cuja obra pioneira "A Origem da Familia, da Propriedade Privada e do Estado" se inspirou... Sendo que, entre esses dois polos, a evolucao da Historia do Pensamento Economico e da sua inter-ligacao com a Filosofia, pode ser tracada atraves deste resumo) a "fazer contas"... A este respeito, aquando da minha ultima estada em Luanda, vi-me forcada a urgir um amigo, ex-colega de estudos de economia, a "nao confundir economistas com contabilistas" (e fi-lo sem qualquer desprimor para os contabilistas, uma vez que, para alem da contabilidade que tive que estudar como parte do curso de economia, fiz tambem um curso profissional de contabilidade e trabalhei como contabilista em Portugal - e... sabia que Fernando Pessoa foi contabilista?!): a estes cabe fazer (e bem!) as contas de "deve e haver"; aos economistas, nao estando isentos da obrigacao de saber fazer (e melhor!) essas mesmas contas, cabe fundamentalmente saber identificar e equacionar os problemas e formular solucoes adequadas para eles.

Assim, nao deixando de reconhecer a importancia do papel da mulher (angolana ou nao) na gestao dos recursos domesticos - alias, tenho para mim que a mulher e', ou pode ser, senao uma economista, uma "gestora nata" (*) -, nao me parece correcto, nem justo, reduzir tanto a sua capacidade, como a ciencia economica a apenas isso. Senao vejamos: uma mulher identifica x como sendo o que precisa para viver com dignidade. Acontece, porem, que o seu rendimento proprio e' apenas x-10 e o do marido, se o tiver, so' cobre o gap orcamental domestico ate' x-5. Claro que ela vai ter que "se virar" (no mercado "Ajuda Marido", por exemplo) para arranjar os outros 5 (ou os 10, se nao tiver marido), ou "apertar o cinto" para sobreviver, mais os seus filhos quando os tem, sem eles - logo, ve-se impossibilitada, por mais "contas que deite a vida" ou "voltas que de ao bolso do seu marido", de viver com dignidade.

Qual, entao, o papel da/o economista ai? Identificar as razoes (nomeadamente micro e macro-economicas) pelas quais aquela mulher so' tem um rendimento de x-10, ou seja, "abaixo da linha de dignidade" (ou, se se preferir, da "linha de pobreza") e formular adequadas e equilibradas "medidas de politica economica" que lhe permitam elevar o seu rendimento a x, sem que ela tenha que perder a "pouca dignidade que lhe resta"... E essas medidas podem passar por uma redistribuicao do rendimento nacional que a torne beneficiaria de subsidios, ou livre de obrigacoes tributarias (nomeadamente impostos), por forma a cobrir o seu deficit orcamental domestico; ou, atraves de uma adequada dotacao orcamental para o sector da educacao, por exemplo, pela promocao do nivel educacional daquela mulher, de maneira a que ela possa exercer uma profissao - que pode bem ser a de economista - que lhe garanta, no minimo, aquele x para viver com dignidade. (**)

E, assim, aquela mulher/cidada angolana estaria em condicoes de subscrever, plenamente dignificada e satisfeita, nao apenas expectante ou reluctante, esta afirmacao do Man Ribas: "Mais importante do que o “deve e haver” ou a frieza dos números virados para os lucros, é cada cidadão sentir que pela força do seu trabalho está a produzir o que come ou ganha, que tem um salário digno que lhe permite comprar tudo o que precisa para sustentar a família."


(*) A este proposito citaria Barack Obama, numa entrevista conjunta com a sua esposa Michelle a revista londrina "Easy Living", em Fevereiro ultimo (e sugeriria que se o ponderasse em referencia cruzada com o ponto 8. deste post): In the last several election cycles, there has been a much stronger tendency for women to vote around bread and butter issues. It has to do with the fact that they're the ones balancing the budgets and trying to figure out how to make enough money - keep food on the table. One of the things that Michelle and I always talk about is that I have no idea how to buy clothes for my girls. I don't know what they cost. And that's probably not untypical. So that's something that Michelle has to think about and budget for. What that means, then, is that the issues of the economy are ones that women are going to particularly feel and be concerned about.

(**) Claro que se pode argumentar que "qualquer pessoa e' capaz de chegar a essas conclusoes e propor tais medidas". Mas o faktor k nessa ekuacao chama-se ekilibrio geral: como, quando e quanto creditar em subsidios e outras transferencias, ou debitar em impostos e outras deducoes a sociedade (e a quem na sociedade!) para implementar aquelas medidas, mantendo as outras variaveis micro e macro-economicas em equilibrio e, acima de tudo, sem endividar desnecessaria e irresponsavelmente o pais no curto/medio prazo com custos inter-geracionais insuportaveis, tanto em termos financeiros como de recursos naturais e de kapital humano qualificado, no longo prazo. E e' para essas, entre outras "contas de deve e haver" (sendo que estas nao sao destinadas a obter lucros privados...), que os economistas estudam - nisso consiste a sua especificidade e especialidade neste particular contexto.



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Sunday, 4 July 2010

Sex, Lies & Stereotypes: Perspectives of a Mad Economist

"Malveaux is the most progressive critic of contemporary American life"--Cornel West.

"Sex, Lies & Stereotypes: Perspectives of a Mad Economist" (1994), is a collection of Julianne Malveaux's award winning & most popular columns on American culture, politics, economics, sexism & racism. As an economist, educator & writer, Malveaux is best known for her "tell-it-like-it-is" weekly syndicated column, her regular contributions to MS. & USA Today, & in her frequent commentaries on CNN & PBS. Malveaux transmits a steady current of outrage at injustice, inequality & foul play. Her words are heart-felt cries for justice, railing against the powers that have become indifferent to layoffs, biased law enforcement, AIDS gender & racial bias--they project a profound conviction that "the real deal is economics, about who has, who doesn't, who will & who won't" with issues of race always "lurking in the background." Malveaux also speaks for those voices we don't often hear--"home alone parents," "disposable kids" & anyone whose color, economic status or gender keeps them powerless.

Julianne Malveaux is an "angry and proud" African-American woman. She has a Ph.D. from the Massachusetts Institute of Technology (MIT), she has this new (1994) anthology of essays, and she is articulate on a full range of progressive social and economic issues. Her column is syndicated by King Features, she writes for USA Today, Ms., Essence, Emerge, and other newspapers and journals, and she is soon to be a regular commentator for the Pacifica radio network.

Woe unto those who get their exercise leaping to conclusions about where Malveaux will come down on an issue, including those who assert that her voice is more "African-American" than "feminist." She might view the National Organization for Women as a "white middle-class" outfit, but she is equally stern in her rebuke of middle-class blacks for the quality of their support of African-American political candidates. ("If had a nickel," she writes (1994), "for every sequin a sister wore to a fund-raiser, I could probably finance the campaign of the next President.")

All of this is fueled by Malveaux's disdain for "drive-by analysis" by conservatives and "hand-wringing liberals" who "don't understand that the real issue is economics.... Too many analysts are caught in the sex, lies, and stereotypes of the media to make public policy." She is also willing to tackle an opponent who ventures forth without supporting data--whether it's Rush Limbaugh or Shelby Steele. No one gets off lightly. In a category of one, she relegates the Ellen Goodmans and Anna Quindlens of this world to the parlor-liberal powder-puff league.

"Malveaux is the most progressive critic of contemporary American life"--Cornel West.

"Sex, Lies & Stereotypes: Perspectives of a Mad Economist" (1994), is a collection of Julianne Malveaux's award winning & most popular columns on American culture, politics, economics, sexism & racism. As an economist, educator & writer, Malveaux is best known for her "tell-it-like-it-is" weekly syndicated column, her regular contributions to MS. & USA Today, & in her frequent commentaries on CNN & PBS. Malveaux transmits a steady current of outrage at injustice, inequality & foul play. Her words are heart-felt cries for justice, railing against the powers that have become indifferent to layoffs, biased law enforcement, AIDS gender & racial bias--they project a profound conviction that "the real deal is economics, about who has, who doesn't, who will & who won't" with issues of race always "lurking in the background." Malveaux also speaks for those voices we don't often hear--"home alone parents," "disposable kids" & anyone whose color, economic status or gender keeps them powerless.

Julianne Malveaux is an "angry and proud" African-American woman. She has a Ph.D. from the Massachusetts Institute of Technology (MIT), she has this new (1994) anthology of essays, and she is articulate on a full range of progressive social and economic issues. Her column is syndicated by King Features, she writes for USA Today, Ms., Essence, Emerge, and other newspapers and journals, and she is soon to be a regular commentator for the Pacifica radio network.

Woe unto those who get their exercise leaping to conclusions about where Malveaux will come down on an issue, including those who assert that her voice is more "African-American" than "feminist." She might view the National Organization for Women as a "white middle-class" outfit, but she is equally stern in her rebuke of middle-class blacks for the quality of their support of African-American political candidates. ("If had a nickel," she writes (1994), "for every sequin a sister wore to a fund-raiser, I could probably finance the campaign of the next President.")

All of this is fueled by Malveaux's disdain for "drive-by analysis" by conservatives and "hand-wringing liberals" who "don't understand that the real issue is economics.... Too many analysts are caught in the sex, lies, and stereotypes of the media to make public policy." She is also willing to tackle an opponent who ventures forth without supporting data--whether it's Rush Limbaugh or Shelby Steele. No one gets off lightly. In a category of one, she relegates the Ellen Goodmans and Anna Quindlens of this world to the parlor-liberal powder-puff league.

Saturday, 3 July 2010

A Woman's Worth!

Serena Williams has landed her fourth Wimbledon crown after crushing Vera Zvonareva in the final.

I strongly suggest Serena retires from Tennis - she's already got her fair share of wins there...

and be hired as a Consultant to any African Football Team...

Just to teach them

HOW TO WIN A WORLD CHAMPIONSHIP!

Serena Williams has landed her fourth Wimbledon crown after crushing Vera Zvonareva in the final.

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Just to teach them

HOW TO WIN A WORLD CHAMPIONSHIP!

Patetices

Era uma vez...

A Olivia estava com inveja e ciumes da Margarida, entre outras razoes porque, ao contrario do Donald que estava sempre presente, o seu namorado Popeye, com as suas longas viagens de marinheiro, nao lhe dava a devida assistencia...

Entao, cheia de ressaibos, decidiu que a maior bassula que lhe podia pregar sem ter que dancar o melindro era separa-la do Donald. Entao convidou a Margarida e o Pateta para um jantar a luz de velas perfumadas com essencia de flor da manha, em casa do Tio Patinhas, durante o qual a certa altura ela se ausentou da sala e, a sorrelfa e a socapa, fez-lhes umas fotos que no dia seguinte foi mostrar ao Donald. Este, enfurecido, foi pedir satisfacoes a Margarida, mas esta, suando as estopinhas em pranto ritmado de semba pediu-lhe: ai Donald nao me bate so', aquele pateta e' so' meu amigo ue', ali na casa onde a gente foi, ai nem sequer ele me tocou! Ai Donald, nao me bate so', nao me bate so', nao me bate so'...

Entao, perante a obvia inocencia dela, o Donald acabou por deixar os ciumes de lado. Mas, mesmo assim, decidiu que ia contar em crioulo ao Popeye a grande safadeza da sua namorada Olivia - afinal, camarao que dorme a onda leva...

A Margarida implorou-lhe em ritmo de kizomba que nao o fizesse, porque convinha-lhe saber sempre o que lhe esperava: ia levar um daqueles socos fulminantes do Popeye, porque aquela Olivia, toda choramingas em som de kuduro, de certeza que o manipularia para, apesar de coisas infinitamente estupidas como 'a inflacao ou a economia', engolir uma dose dupla de espinafres para defender a sua honra!

Mas o Donald insistiu, ao que a Margarida, solucando em ingles, lhe perguntou: why, oh why, my dear Donald?!

O Donald respondeu-lhe: porque eu, verdadeiro intelectual de esquerda a prova de bala e espinafre, que se nao sou servidor do poder - o p(h)oder serve-me, ja' li e escrevi todos os livros e conheco todos os mundos, porque temos que saber do que falamos, tambem sou poetiso e sei que nem tudo e’ poesia, ate' porque se ele publicou 25 poemas eu publiquei 25+1 e, como todo o mundo, tambem tenho o direito a ser pateta... Pois so' assim progrediremos!

Que', alguem duvida?!


[Post Relacionado: Bocas Intelectualoides]


PS1: E porque este mundo e' dos espertos, entretanto a Olivia, para tentar manter pelo menos a amizade do Pateta, meteu uma cunha junto da Academia de Semba, Kizomba e Kuduro da Patolandia - onde so' se entra a pato (sendo que o Pateta ha' muito vinha jogando a race card para o efeito...) - e conseguiu que o elegessem por unanimidade (ufff!) “Unico e Verdadeiro Intelectual de Esquerda a Prova de Bala e Espinafre” (em representacao da Santolandia, mas com todos os creditos devidos a Angolandia... mas como ja' dizia um certo poeta maior, essa e' uma terra onde cada abutre vai debicar o seu pedaco!), em vez daquele pateta do Donald!...

PS2: Ufff... Mas, uma semana depois de se ter despedido da cena, nao satisfeita por ter feito eleger o Pateta, a Olivia voltou ao palco com os seus neofitos amigos para, qual ave de rapina, reivindicar o titulo que, fora de brincadeiras e deixando-nos de patetices e amiguices da onca, sempre considerou seu de pleno direito: o de "Unica e Verdadeira Intelectual de Esquerda e de Direita", nao so' a prova de bala e espinafre mas tambem a prova de kizaka e das 'infinitas estupidezes do ambiente e da economia ou da inflacao' dessa "cidade inferno chamada Luanda", liderada pela sua comadre e conterra Chica da Silva, onde ela, apesar de 'merecer ser angolana', na verdade nunca passou pelo martirio de viver, credo!, excepto nos "bons velhos-novos tempos". E, para alem do mais, ali tinha todo o protagonismo e avencas em exclusividade, pois nao havia nenhuma "genuina" capaz ou com o topete de disputar-lhe o titulo! Uffff!!!




Ramiro [Givago]



Ramiro [Paulo Flores]


Falso Testemunho [Paulo Flores, feat. Tito Paris]

Era uma vez...

A Olivia estava com inveja e ciumes da Margarida, entre outras razoes porque, ao contrario do Donald que estava sempre presente, o seu namorado Popeye, com as suas longas viagens de marinheiro, nao lhe dava a devida assistencia...

Entao, cheia de ressaibos, decidiu que a maior bassula que lhe podia pregar sem ter que dancar o melindro era separa-la do Donald. Entao convidou a Margarida e o Pateta para um jantar a luz de velas perfumadas com essencia de flor da manha, em casa do Tio Patinhas, durante o qual a certa altura ela se ausentou da sala e, a sorrelfa e a socapa, fez-lhes umas fotos que no dia seguinte foi mostrar ao Donald. Este, enfurecido, foi pedir satisfacoes a Margarida, mas esta, suando as estopinhas em pranto ritmado de semba pediu-lhe: ai Donald nao me bate so', aquele pateta e' so' meu amigo ue', ali na casa onde a gente foi, ai nem sequer ele me tocou! Ai Donald, nao me bate so', nao me bate so', nao me bate so'...

Entao, perante a obvia inocencia dela, o Donald acabou por deixar os ciumes de lado. Mas, mesmo assim, decidiu que ia contar em crioulo ao Popeye a grande safadeza da sua namorada Olivia - afinal, camarao que dorme a onda leva...

A Margarida implorou-lhe em ritmo de kizomba que nao o fizesse, porque convinha-lhe saber sempre o que lhe esperava: ia levar um daqueles socos fulminantes do Popeye, porque aquela Olivia, toda choramingas em som de kuduro, de certeza que o manipularia para, apesar de coisas infinitamente estupidas como 'a inflacao ou a economia', engolir uma dose dupla de espinafres para defender a sua honra!

Mas o Donald insistiu, ao que a Margarida, solucando em ingles, lhe perguntou: why, oh why, my dear Donald?!

O Donald respondeu-lhe: porque eu, verdadeiro intelectual de esquerda a prova de bala e espinafre, que se nao sou servidor do poder - o p(h)oder serve-me, ja' li e escrevi todos os livros e conheco todos os mundos, porque temos que saber do que falamos, tambem sou poetiso e sei que nem tudo e’ poesia, ate' porque se ele publicou 25 poemas eu publiquei 25+1 e, como todo o mundo, tambem tenho o direito a ser pateta... Pois so' assim progrediremos!

Que', alguem duvida?!


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PS1: E porque este mundo e' dos espertos, entretanto a Olivia, para tentar manter pelo menos a amizade do Pateta, meteu uma cunha junto da Academia de Semba, Kizomba e Kuduro da Patolandia - onde so' se entra a pato (sendo que o Pateta ha' muito vinha jogando a race card para o efeito...) - e conseguiu que o elegessem por unanimidade (ufff!) “Unico e Verdadeiro Intelectual de Esquerda a Prova de Bala e Espinafre” (em representacao da Santolandia, mas com todos os creditos devidos a Angolandia... mas como ja' dizia um certo poeta maior, essa e' uma terra onde cada abutre vai debicar o seu pedaco!), em vez daquele pateta do Donald!...

PS2: Ufff... Mas, uma semana depois de se ter despedido da cena, nao satisfeita por ter feito eleger o Pateta, a Olivia voltou ao palco com os seus neofitos amigos para, qual ave de rapina, reivindicar o titulo que, fora de brincadeiras e deixando-nos de patetices e amiguices da onca, sempre considerou seu de pleno direito: o de "Unica e Verdadeira Intelectual de Esquerda e de Direita", nao so' a prova de bala e espinafre mas tambem a prova de kizaka e das 'infinitas estupidezes do ambiente e da economia ou da inflacao' dessa "cidade inferno chamada Luanda", liderada pela sua comadre e conterra Chica da Silva, onde ela, apesar de 'merecer ser angolana', na verdade nunca passou pelo martirio de viver, credo!, excepto nos "bons velhos-novos tempos". E, para alem do mais, ali tinha todo o protagonismo e avencas em exclusividade, pois nao havia nenhuma "genuina" capaz ou com o topete de disputar-lhe o titulo! Uffff!!!




Ramiro [Givago]



Ramiro [Paulo Flores]


Falso Testemunho [Paulo Flores, feat. Tito Paris]

"Danca inclusiva"?

Friday, 2 July 2010

Meio Ano Adentro no Annus Angolensis...


Ordem no circo musical da banda

Depois de termos aqui, muito recentemente, manifestado a nossa "intolerância" em relação ao kuduro, num apontamento dedicado ao sublime projecto Kapossoka, Ismael Mateus juntou-se a nós com o seu Voto na Matéria para colocar a necessária ordem no nosso circo musical. Fê-lo esta semana no SA de forma magistral. "Somos muito mais do que uns gritos ao microfone, uns acordes de sintetizador e uns coros desafinados. Valemos muito mais do que isso e temos mais riqueza cultural do que isso"- assim escreveu IM. Plenamente de acordo nesta discordância com a promoção do tal de kuduro como sendo a nossa nova bandeira. Não é nada disso, camaradas!

Reginaldo Silva, Aqui



Uma estranha obsessão oficial pelo kuduro

Temos assistido a manifestações particulares de apoio ao kuduro feitas por figuras do Estado e de grande representação politica nacional. Não há, obviamente, nada contra isso. Cada um gosta e ouve o que quiser. Temos, porém, já mais reservas quando começamos a ouvir tantas palavras oficiais de incentivo a esse género musical. A comissária de Angola na Expo Shangai, Albina Assis, fez um rasgado elogio ao kuduro como música angolana do momento, justificando a opção de o levado àquele palco de amostra da cultura angolana. O adido cultural de Angola no Brasil idem aspas ,falando do que realmente mais ‹‹se vende›› de música angolana naquele país. Temos também assistido a uma certa cumplicidade ‹‹oficial›› do ministério da Cultura, de críticos e sobretudo dos canais de televisão do Estado. (…) Mais do que os receios da entronizaçao do semba como símbolo único da música angolana, estamos hoje perante algo maior que é a vulgarização consumista da música angolana. Sentimos nas estaçoes públicas de rádio e de televisao e nos meios de decisao oficial uma tendência para o descompromisso com a cultura angolana, o que nos deixa verdadeiramente preocupados.

Ismael Mateus, in SA#373


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Annus Angolensis

Coisas do Arco da Velha

Kuduro no FT

Angola: Tema para Debate

Casa da Musica

E, com a devida venia ao amigo Fernando Ribeiro de A Materia do Tempo:

Kuduro



Kamussekele [Dog Murras, feat. Bonga]

Ordem no circo musical da banda

Depois de termos aqui, muito recentemente, manifestado a nossa "intolerância" em relação ao kuduro, num apontamento dedicado ao sublime projecto Kapossoka, Ismael Mateus juntou-se a nós com o seu Voto na Matéria para colocar a necessária ordem no nosso circo musical. Fê-lo esta semana no SA de forma magistral. "Somos muito mais do que uns gritos ao microfone, uns acordes de sintetizador e uns coros desafinados. Valemos muito mais do que isso e temos mais riqueza cultural do que isso"- assim escreveu IM. Plenamente de acordo nesta discordância com a promoção do tal de kuduro como sendo a nossa nova bandeira. Não é nada disso, camaradas!

Reginaldo Silva, Aqui



Uma estranha obsessão oficial pelo kuduro

Temos assistido a manifestações particulares de apoio ao kuduro feitas por figuras do Estado e de grande representação politica nacional. Não há, obviamente, nada contra isso. Cada um gosta e ouve o que quiser. Temos, porém, já mais reservas quando começamos a ouvir tantas palavras oficiais de incentivo a esse género musical. A comissária de Angola na Expo Shangai, Albina Assis, fez um rasgado elogio ao kuduro como música angolana do momento, justificando a opção de o levado àquele palco de amostra da cultura angolana. O adido cultural de Angola no Brasil idem aspas ,falando do que realmente mais ‹‹se vende›› de música angolana naquele país. Temos também assistido a uma certa cumplicidade ‹‹oficial›› do ministério da Cultura, de críticos e sobretudo dos canais de televisão do Estado. (…) Mais do que os receios da entronizaçao do semba como símbolo único da música angolana, estamos hoje perante algo maior que é a vulgarização consumista da música angolana. Sentimos nas estaçoes públicas de rádio e de televisao e nos meios de decisao oficial uma tendência para o descompromisso com a cultura angolana, o que nos deixa verdadeiramente preocupados.

Ismael Mateus, in SA#373


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